segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

ASSADO NO COURO

Asado en el cuero from Bruno Maestrini on Vimeo.

ASADO EN EL CUERO

Un ícono legendario de la cultura pampeana, el gaucho aún existe en los campos de Uruguay, Brasil y Argentina.

José Silveira es uno de las últimas personas
en el mundo que conserva esta tradición
centenaria viva

José Silveira es uno de las últimas personas en el mundo que conserva esta tradición centenaria viva.

El asado en el cuero es el estilo de asado más tradicional y antiguo del gaucho Sudamericano. Después de los conflictos entre los colonizadores europeos y las poblaciones de aborígenes en la región de la Pampa, una gran cantidad de ganado quedo libre pastoreando en las vastas llanuras. Las "vacarias", o regiones con ganado, se convirtieron en importantes fuentes de alimento para el gaucho.

Silveira perfecciona la técnica al colocar dos
parrillas, una por debajo y otra por encima
de la vaca.

Silveira perfecciona la técnica al colocar dos
parrillas, una por debajo y otra por encima
de la vaca


De acuerdo al Dr. José Fachel, el gaucho es una mezcla de colonizadores europeos, esclavos negros y tribus aborígenes locales. Con la exterminación de muchas tribus, los gauchos se volvieron nómades en tierras sin ley. Las vacas estaban dispersas sin dueños, y eran presas fáciles y una excelente fuente de proteína. Una leyenda urbana cuenta que el estado Río Grande do Sul aguanto por mucho tiempo las embestidas del Imperio Brasilero durante la guerra de la separación porque los soldados locales lograban sobrevivir con una dieta a base de solo carne, mientras que los soldados imperialistas tenían que acarrear pesadas cargas de comida.

El asado en el cuero consiste en cocinar una vaca entera usando su propio cuero como el medio. Todos los jugos, grasa y sangre son retenidos por el cuero, logrando una carne tierna y con un sabor único. Se dice que los aborígenes cocinaban la carne de esta manera porque si sentían que estaban en peligro, podían enrollar la vaca completa, montarla sobre un caballo y huir del lugar dejando el campamento atrás.

Hoy en día, esta es una práctica en vías de extinción. Silveira es uno de no más de un puñado de personas que mantienen la tradición viva. Lo más obvio es la dificultad de la misma. Silveira no hace todo él solo. El elige la vaca de acuerdo a la cantidad de personas que van a participar del festín, y de la calidad de vida del animal, lo que va a determinar el sabor. Otro problema es la cuestión sanitaria en cuanto a lo legal. En Brasil es muy difícil cocinar una vaca de esta manera, dice Silveira. Primero porque las armas de fuego son ilegales, por lo que disparar la vaca sería imposible, y segundo porque a no ser que cocines la vaca en el lugar de la faena, no hay manera de poder viajar con la vaca muerta en la caja de la camioneta, agrega. En Uruguay las cosas son más simples, y es en ese país donde el cocina la mayoría de las veces, usualmente en la frontera con Brasil, permitiéndoles a los brasileros acercarse a comer.

Fonte: Asado en el Cuero. (onde se poderá ver outros vídeos interessantes-PVeiga).

INCRA INFLA NÚMEROS DE REFORMA AGRÁRIA

AE - Agência Estado

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez mais pela reforma agrária do que todos seus antecessores juntos. É o que assegura uma série de números divulgada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). São dados que impressionam à primeira vista, mas também causam polêmica: segundo especialistas, eles foram anabolizados.

Pelos números do Incra, 48,3 milhões de hectares de terras foram incorporados às áreas de assentamentos e 614 mil famílias ganharam lotes rurais no período de 2003 a 2010. Isso significa que Lula teria garantido 56% do total de 85,8 milhões de hectares incorporados à reforma agrária em toda a história. Mais do que isso: ele seria responsável, sozinho, por 66,4% do total de 924 mil famílias assentadas no País.

Na opinião do geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira, pesquisador e professor de pós-graduação da Universidade de São Paulo (USP), esses números não refletem a realidade da reforma de Lula. Para chegar a ela, é preciso desdobrar os números.

Ao fazer isso com os dados acumulados de 2003 a 2009, Oliveira verificou que quase um terço (26,6%) das famílias assentadas por Lula é, na verdade, constituído por famílias que já viviam e produziam na zona rural, mas sem título de propriedade. O trabalho do governo foi dar-lhes o título e incluí-las nos programas de apoio à agricultura familiar. "É acertado atender essas famílias", diz o professor. "Mas o governo deve esclarecer que não foram assentadas pela reforma."

Oliveira observou que também foram adicionados à coluna de novos assentamentos casos de famílias que ocuparam lotes abandonados em áreas de reformas já existentes. Pelas suas contas, eles representam 38,6% do total: "Isso é reordenação fundiária e não deveria aparecer na coluna de novos assentamentos".

Famílias que já tinham propriedade e tiveram que ser transferidas de um local para outro, em decorrência da formação de lagos para hidrelétricas, também foram usadas para engrossar a lista de novos assentados.

Após depurar os números do Incra, o professor concluiu que os novos assentamentos representam apenas 34,4% do total registrado de 2003 a 2009. Aplicando essa taxa ao número divulgado agora, pode-se concluir que foram assentadas 211 mil novas famílias - e não 614 mil.

Outro lado

O Judiciário constitui hoje o maior entrave para se conseguir a desapropriação de terras que poderiam ser destinadas à reforma agrária, segundo o presidente do Incra, Rolf Hackbart. "Atualmente existem 257 processos de desapropriação parados nas mãos dos juízes. Eles somam 500.415 hectares - terra suficiente para assentar mais de 20 mil famílias", afirma.

É essa resistência do Judiciário, segundo Hackbart, que teria levado os processos de desapropriação a perderem espaço no conjunto das ações de obtenção de terra para a reforma. Ele refuta, por outro lado, a acusação de que o Incra teria anabolizado os números do governo Lula.

"Quando promovemos a regularização fundiária e incluíamos as famílias no programa de reforma agrária, nós combatemos a grilagem e, ao mesmo tempo, passamos a oferecer crédito, recursos para a construção de casas, assistência, enfim, tudo que existe no programa da reforma", afirma. "Isso permite, sem nenhuma dúvida, incluí-las na contagem das famílias assentadas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. - Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).

O ESSENCIAL

Por João Bosco Leal

Tenho pensado sobre o que realmente é importante em minha vida, a que pontos deveria dedicar mais atenção, sobre quais não deveria sequer pensar, e me lembrei de uma determinada frase de Antoine de Saint-Exupéry, lida já há alguns anos, que dizia: "O essencial é invisível aos olhos".

A capacidade humana de resumir, em poucas palavras, uma infinidade de coisas em uma única frase, um parágrafo, ou mesmo em um texto, com muita objetividade, sempre me deixou admirado, e nessa frase estava mais um exemplo admirável dessa capacidade.

Esse pensamento pode ser aplicado em uma infinidade de casos que fará sentido, e retratará com objetividade centenas de situações. Neste momento porém, resolvi pensar no mesmo quanto aos relacionamentos humanos.

E, por mais que tenha tentado, não consegui me lembrar de nada em meus relacionamentos, desde meus amiguinhos da escola em minha infância, nas paqueras da juventude, até o momento atual, com meus filhos e netos, que fosse realmente importante, mas palpável, visível.

Claro que presentear com uma flor é importante, e dar para o neto um brinquedo que consegue lhe provocar um sorriso, e um brilho em seu olhar, também é palpável, e visível. Mas nada disso é importante se, por trás da atitude, não houver o que realmente interessa, o amor, que nunca é palpável, nem visível.

As pessoas não percebem que não precisam gastar verdadeiras fortunas em um presente para agradar, e adquirem presentes maravilhosos, atuais, do último modelo, para seus amores, filhos e netos, quando provavelmente estes se sentiriam mais profundamente tocados, ao receber um presente bem mais simples, mas especial, pessoal.

Ao passar por um a goiabeira, você se lembrou de quem gosta dessa fruta e apanhou uma. Ao entregar a goiaba, certamente fará com que a pessoa tenha a certeza de que foi lembrada, que o presente é único, exclusivo, sem custo algum, mas com amor, um gesto inigualável de demonstração de carinho.

Amizades e relacionamentos amorosos, ou mesmo familiares, muitas vezes vão se tornando distantes, frios, por falta de gestos como esse, muito simples, mas de incontestável demonstração de afeto. Pequenas atitudes nossas podem tornar uma pessoa muito mais feliz, com a demonstração de que é querida, amada, e ela certamente retribuirá da mesma maneira, querendo bem, amando.

O marido que interrompe a esposa no meio de uma conversa qualquer, sobre política, finanças ou filhos, dizendo que esqueceu de algo muito importante, que precisava confidenciar a ela agora, e, diante da curiosidade demonstrada pela mesma diz: "Me lembrei de que hoje ainda não havia dito que a amo muito", certamente é aquele que sabe disso e está, com atitudes assim, de carinho, procurando dar felicidade à sua esposa.

O namorado ao retornar da viagem entrega à namorada uma simples caixinha com balas de caramelo, de um tipo difícil de ser encontrado, mas que ele viu quando passava por uma loja do aeroporto, e lembrou que ela gostava. Certamente aquelas balas tocarão mais profundamente sua namorada, que um presente da moda, como um celular último tipo, caro, mas que, exatamente por estar na moda, é encontrado em muitos lugares, e usado por todos. O importante dessas balas de caramelo é que são específicas, exatamente do tipo que a namorada gosta, e que o namorado se lembrou disso.

Por mais que a cada dia surjam milhões de novas tecnologias, meios de comunicação diferentes, amizades virtuais, nada mudará o que por séculos é imutável, invisível, intocável, e realmente importante nos relacionamentos, o amor.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

MORRE AOS 73 ANOS O ESCRITOR GAÚCHO MOACYR SCLIAR

GRACILIANO ROCHA-DE PORTO ALEGRE-Folha.com

Morreu neste domingo (27) o escritor e colunista da Folha Moacyr Scliar, 73. A morte ocorreu à 1h. Segundo o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde ele estava internado, Scliar teve falência múltipla dos órgãos.

O velório acontece hoje na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, a partir das 14h. De acordo com nota oficial da Academia Brasileira de Letras, o enterro acontecerá na segunda (28), às 11h, no Cemitério Israelita de Porto Alegre.

O escritor sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico no dia 16 de janeiro. Ele já estava internado para a retirada de pólipos (tumores benignos) no intestino.

Foto: Neco Varella - 16.set.2010/Folhapress
Moacyr Scliar em sua casa em Porto Alegre

Logo depois do AVC, o escritor foi submetido a uma cirurgia para extirpar o coágulo que se formou na cabeça. Depois da cirurgia, ele ficou inconsciente no centro de terapia intensiva.

O quadro chegou a evoluir para a retirada da sedação, mas no dia 9 de fevereiro o paciente foi abatido por uma infecção respiratória e teve de voltar a ser sedado e à respiração por aparelhos.

Por causa da idade, os médicos evitaram fazer prognósticos sobre a recuperação do escritor.

CARREIRA

Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor e colunista da Folha publicou mais de 70 livros entre diversos gêneros literários: romance, crônica, conto, literatura infantil e ensaio.

Scliar ganhou diversos prêmios Jabuti. Em 2009, o romance "Manual da Paixão Solitária" foi eleito livro do ano. Ele também emplacou dois na categoria romance, "Sonhos Tropicais" (1993) e "A Mulher que Escreveu a Bíblia" (2000), e um na categoria contos, "O Olho Enigmático" (1988). Em 1980, ele venceu o prêmio de literatura da APCA por "O Centauro no Jardim".

Seus livros frequentemente abordam a imigração judaica no Brasil, mas também tratam de temas como o socialismo, a medicina e a vida da classe média. A obra de Scliar já foi traduzida para doze idiomas.

Dois deles, "Um Sonho no Caroço do Abacate" e "Sonhos Tropicais", ganharam adaptação para o cinema.

TIRIRICA É INDICADO PARA A COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DA CÂMARA

Está lançado o PAP.
Plano de Avacalhação do País.

Certamente que a indicação do Tiririca para a Comição de Educassão e Curtura da Camera Federau é o que mais se aproxima da realidade educacional do Brasil.
Primeiro: "educação" neste país é uma palhaçada sem limites.
Segundo: Desde que o Defuntus Sebentus "açumil" o pudê em 2003, o IDE - ìndice de Desenvolvimento Educacional, caiu para o glorioso 88º lugar ficando atrás do Merdaguai, Bostívia e ECÚador...
A indicação do Tiririca é a melhor maneira de mostrar ao mundo que no Brasil educação é prioridade e tudo aqui é levado muito a "sério".
Manter o povo na miséria intelectual, na ignorância, e na mesmice, é a receita certa para a eleição perpétua de gente descompromissada com o país, que só pensa em se dar bem às nossas custas.
Um povo sem educação não é um povo cidadão, e um povo sem cidadania pensa que a vida é só Carnaval, Futebol, Cerveja e BBB.
Votam por brincadeira, sem comprometimento algum e ainda ficam felizes em ver que palhaços de todas as estirpes habitam o congresso nacional com o poder de decidir os rumos de nossas vidas.
Com um povo ignorante e burro o Brasil está mais uma vez perdendo o bonde da história mundial. Mais uma geração estará perdida, e quando acordarmos, espero que não seja tarde demais.
A indicação do Tiririca para essa "comição" é uma descarada afronta aos que ainda lutam por um Brasil desenvolvido e justo.
Avacalharam de vez com as instituições sem a mínima cerimônia, sem o mínimo receio de que a população possa se indignar diante dessa piada de mau gosto e cobrar responsabilidades.

É por isso que volto a dizer:

Passou da hora do povo se mobilizar e fechar esse congresso o quanto antes.
Estão fazendo o povo de otário.
E o pior, essa população burra de Banânia está adorando.
O POETA TIRIRICA FAZ UMA HOMENAGEM AOS PROFESSORES
O deputado federal Tiririca mostra sua verve poética e sem preconceitos - nem com gordos, nem com carecas, nem com um monte - nesta beleza de música dedicada aos professores. As imagens dos cadeados ( chineses) são boas para ilustrar os fatos...
Do Blog O MASCATE
Imagem da Internet e vídeo do YouTube

sábado, 26 de fevereiro de 2011

CUBA - CUANDO SALI DE CUBA


Música de Luis Aguile com fotos de Cuba
Luis Aguilé: Luis María Aguilera Picca (24 de febrero de 1936, Buenos Aires, Argentina), conocido artísticamente como Luis Aguilé, es un cantante y autor de música pop. En activo desde los años cincuenta, y siendo ya famoso en toda Hispanoamérica, se estableció en 1963 en España.

Ha grabado más de 800 canciones, la mitad de ellas de su autoría, y algunas se han convertido en estándares de la música popular en español, como Cuando salí de Cuba, quizá su canción más conocida, grabada por muchos otros artistas.

BRASIL: "DÍVIDA INTERNA/EXTERNA" PREPARE-SE PARA O QUE VIRÁ

BRASIL - DÍVIDA INTERNA E DÍVIDA EXTERNA

SAIBA O QUE LULA FEZ DE 2002 A 2010 COM A "DÍVIDA INTERNA/EXTERNA" DO BRASIL.

Você ouve falar em DÍVIDA EXTERNA e DÍVIDA INTERNA em Jornais e TV, como nem todos entendem. Vamos explicar:

DIVIDA EXTERNA

É uma dívida com os bancos estrangeiros, o FMI e outras instituições no exterior em moeda externa.

DÍVIDA INTERNA

É uma dívida com bancos nacionais em R$ (moeda nacional) no país.

Então, quando LULA assumiu o Brasil, em 2002, devíamos:

DIVIDA EXTERNA = 212.000.000.000.00 USD = 640 Bilhões de Dólares

DIVIDA INTERNA = 640.000.000.000.00 R$ = Seiscentos e quarenta Bilhões

Total da dívida = 852 Bilhões (dólares e reais)

Em 2007 Lula disse que tinha pago a dívida externa.

E é verdade, só que ele não explicou que, para pagar a dívida externa, ele aumentou a dívida interna:

Em 2007 no governo Lula:

Dívida externa = 0 Bilhões

Dívida interna = 1, 400 Trilhão

Total da dívida = 1, 400 Trilhão

Ou seja, a dívida externa foi paga, mas a dívida interna quase dobrou.

Agora, em 2010, você pode perceber que não se vê mais na TV e em jornais algo dito que seja convincente sobre a dívida externa quitada.

Sabe por quê? É que ela voltou... Vejamos:

Em 2010 no governo Lula:

Dívida externa = 240 Bilhões Voltou maior (28 bilhões de dólares)

Dívida interna = 1,650 000.000.000.000.00 Trilhão

Total da dívida = 1,890 Trilhão

OU SEJA

No governo LULA, a dívida do Brasil aumentou em 1 trilhão!!!

Daí é que vem o dinheiro que o Lula está gastando no PAC, bolsa família, bolsa educação, bolsa faculdade, bolsa cultura, bolsa para presos, dentre outras mais bolsas... e de onde tirou 30 milhões de brasileiros da pobreza !!! E não é com dinheiro do crescimento, mas sim, com dinheiro de ENDIVIDAMENTO.

Compreenderam? Ou ainda acham que Lula é mágico? Ou que FHC deixou um caminhão de dólares para Lula gastar?

Quer mais detalhes, sobre dívida interna e externa do Brasil? Acesse o site: http://www.sonoticias.com.br/opiniao/2/100677/divida-interna-perigo-a-vista

Os brasileiros, vão pagar muito caro pela atitude perdulária do governo Lulla, que não está conseguindo pagar os juros dessa "dívida trilhardária”, tendo que engolir um "spread” (taxa. juros) muito caro para refinanciar os "papagaios", sem deixar nenhum benefício para o povo, mas apenas DÍVIDAS A PAGAR por todos os brasileiros, que pagam seus impostos...!!!

A pergunta que não quer calar é: Dilma vai continuar esta gastança? (Dilma já disse por todo país que será a continuação do governo Lula...) ACORDA BRASIL!!!

“O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam." (Arnold Toynbee) Economista.

Comentário do Editor

Demos uma mexida no texto, para adaptá-lo as configurações do blog, sem alterar nenhum dos valores...

O que o Dr. Arnold Toynbee não disse, e não o fez naturalmente porque seu negócio são números, foi:

Lula optou pagar uma divida EXTERNA , que não estava vencendo, tinha um custo de 1% AA.

Com o dólar a mais de R$ 2.00, utilizando reservas em dólares, trocados por Reais fazendo crescer a divida INTERNA, onde os juros ultrapassavam 13% AA. POR QUÊ? Você vai saber...

O FMI é uma instituição que trabalha com dinheiro fornecido por várias Nações e empresta para várias outras Nações que necessitam para seu desenvolvimento. O FMI é gestor de um dinheiro internacional. Ao tomar seus empréstimos os governos assinam um contrato que permiti ao FMI fiscalizar o uso do dinheiro para os fins que foram declarados. Duas e até mais vezes o FMI vinha ao Brasil e fazia uma varredura nas contas e indicava o que devia ser feito .

RResponda sem ideologia: Com o FMI nos calcanhares da turma do Lula, Zé Dirceu e Delúbio e mais 40 ladrões já processados, a fome real do PMDB e Paridos Comunistas, você diria que eles teriam liberdade para fazer o que fizeram com nossas finanças? Grande parte desse dinheiro foi doado. Doado, doado, para que fique bem claro para países membros do Foro de SP, socialistas e comunista da América Latina e África.

A A pergunta agora é:

NÓS BRASILEIROS VAMOS PAGAR POR ESSA IRRESPONSÁBILIDADE, E FICAR CALADOS?

FREI BETTO GARANTE A REPROVAÇÃO NO JUÍZO FINAL COM A ÓPERA DA BATINA DOIDA.

Frei Beto e Fidel Castro-Imagem da Internet fotoformatação (PVeiga)

Frei Betto (na foto com Fidel Castro) não precisa fazer mais nada para ser espetacularmente reprovado no Juízo Final. Mas faz questão de ampliar o mastodôntico acervo de pecados com artigos em que até as vírgulas parecem falsas e as teses são tão verdadeiras quanto a fé religiosa do autor. A fantasia da semana foi concebida para explicar que tanto a discurseira destrambelhada de Lula quanto o silêncio obtuso de Dilma Rousseff são música pura. A ópera da batina doida pode ser resumida em uma linha: “Lula é uma escola de samba. Dilma uma ópera ou sinfonia do Teatro Municipal”.

Nada a estranhar. Nas dedicatórias dos livros que dá de presente aos amigos, Frei Betto rabisca a seguinte frase antes da assinatura: “Do irmão em Cristo e em Castro”. Isso mesmo: ele junta no mesmo andor Jesus e Fidel (e acha que o barbudo de Nazaré só pode orgulhar-se da companhia do decrépito barbudo da Adidas). É compreensível que, sem ficar ruborizado, ouça o falatório mambembe de Lula com o olho rútilo de quem degusta o melhor samba-enredo da história do carnaval. É natural que, sem cobrir o rosto, enxergue uma partitura de Bach na cabeça de Dilma — um deserto de neurônios sem nada de relevante a dizer.

Fonte: veja.abril - coluna do Augusto Nunes.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

DESAFIANDO O RIO-MAR: CERÂMICA, CULTURA NA PONTA DOS DEDOS

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 25 de fevereiro de 2011.

“Havia nesse povoado uma casa de reuniões, dentro da qual encontramos louças dos mais variados feitios: havia vasos, cântaros enormes, de mais de 25 arrobas e outras vasilhas pequenas, como pratos, tigelas e castiçais, de uma louça melhor que já se viu no mundo; mesmo a de Málaga não se iguala a ela, porque é toda vitrificada e esmaltada com todas as cores, tão vivas que espantavam, apresentando, além disso, desenhos e figuras tão compassadas, que naturalmente eles trabalhavam e desenhavam como os romanos”. (Frei Gaspar de Carvajal)

A primeira notícia a respeito de artefatos de cerâmica na Bacia do Rio Amazonas foi transmitida pelo Frei Gaspar de Carvajal, em maio de 1542, no seu “Relatório do Novo Descobrimento do Famoso Rio Grande Descoberto pelo Capitão Francisco de Orellana”, quando o clérigo espanhol comparou a perfeição das figuras e desenhos encontrados nas louças do “Rio da Trindade” (Purus) as dos romanos.

A bacia do Rio–mar foi, em tempos pretéritos, um caminho natural utilizado por diversos agrupamentos humanos que deixaram, nas suas margens, sinais definitivos de sua passagem, de sua história e de seus costumes através da cerâmica. Os estudos destes sítios arqueológicos vêm permitindo que sejam reconstituídas algumas dessas rotas migratórias bem como a relação que estes povos mantinham entre si. Na minha última descida pelo amazônico caudal busquei (dez 2010/jan 2011), mais uma vez, encontrar vestígios de antigas culturas materializados na arte da cerâmica, nos museus e nas coleções particulares. Meu fascínio é justificado, pois uma análise detalhada do artesanato dos povos antigos nos diz muito de suas crenças e do grau de desenvolvimento. Considero a mais criativa, mais elaborada e mais intrigante a dos Tapajós, conhecida também como cerâmica de Santarém ou santarena. As peças mais sofisticadas desta cultura eram, provavelmente, empregadas em cerimoniais religiosos, e no culto aos mortos. Cada peça moldada à mão era única, decorada com maestria e cuja riqueza de detalhes antropomorfos e zoomorfos me levam a apelidá-la de “cerâmica barroca tupiniquim”. Vamos procurar reportar uma série de artigos a respeito da arte oleira tapajônica procurando apresentar estas belas peças artísticas desconhecidas da maioria dos brasileiros.

– A Arte da Cerâmica

"Na cerâmica, essencialmente combinamos: terra, água, ar e fogo, mas não somos alquimistas. Somos empiristas. Ombreamos uma picareta e saímos por aí, à procura de barro. Um buraco aqui, outro ali e vamos enchendo a carroça deste, daquele e do outro tipo. Arregaçamos as mangas e vamos preparando a massa até chegar a uma certa maneabilidade. Aí começa a fecundação: formas vão se criando. Orgasmos se prolongam entre uma e outra relação e o espaço vai se adornando de princípios intuitivos, forma–se uma coletividade que pacientemente aguarda o fogo do forno. O forno é a grande mãe, ora aborta, ora dá filhos sadios e bonitos. O fogo é a eternidade, é o êxtase da comemoração, é lá que se rompe a casca do ovo, que se transpira o sangue e reflete o poder das forças da natureza em expansão latente. A chama incute a vida às formas na cor do sol mais quente, no movimento que vibra e irradia emoção intensa. Terminada a queima, resfriado o forno, abrem–se as portas da câmara e visualiza–se o estonteante milagre da transformação dos materiais, e morre–se para viver uma outra fase”. (Vicente de Fábio Cordeiro)

A arte do barro imerge o ceramista no âmago da mãe terra, uma torrente telúrica migra das terras e das águas para suas hábeis mãos, as energias planetárias inspiram–no, seduzem–no, e ele abandona o casulo da criatura, ganha asas e se transforma no criador, por breves momentos ele tem a oportunidade de se sentir um pequeno deus. O ceramista inicia seu labor, impregnado dessas forças mágicas concentra–se e parte para a confecção de sua obra com segurança graças ao conhecimento dos materiais e das técnicas a serem empregadas herdadas dos seus ancestrais. O seu envolvimento, porém, inicia–se muito antes do trabalho nas oficinas com a escolha da jazida, da argila adequada e da seleção dos elementos de liga. A coleta da argila é realizada nas barrancas, margens ou leito de rios ou igarapés no período da vazante. São retiradas três camadas do solo, a primeira orgânica, rica em detritos de origem vegetal e a segunda camada, um pouco mais limpa, são descartadas, a escavação continua até se chegar à terceira camada onde se encontra o “barro bom”. Normalmente os artífices só exploram as jazidas uma única vez para não perturbar as entidades do barro. Esta fase demanda grande esforço físico e, por isso mesmo, é, normalmente, atribuída aos homens. A verificação da qualidade do material é feita na própria mina através do tato, moldando pequenos roletes de argila, ou pelo paladar. Depois de transportado para as “oficinas” o produto é minuciosamente examinado para que se retirem fragmentos de origem orgânica ou mineral e, depois disso é, habitualmente, deixado em repouso por alguns dias em cestos ou folhas de palmeira, em locais frescos para evitar seu ressecamento.

– Liga

Para que a cerâmica possa ser levada ao fogo, sem o risco de sofrer deformações e rupturas, são misturados a ela substâncias:

orgânicas: fibras vegetais, raízes, conchas, ossos, estrume;

inorgânicas: areia, terra, mica, pedras calcárias, grãos de quartzo, feldspato;

biominerais: cascas de árvores ricas em sílica (caripé), cauxi;

– cacos de cerâmica triturados.

Caripé (Licania Octandra): as cinzas de sua casca misturadas à argila aumentam a resistência da peça confeccionada. A árvore é cortada e sua casca retirada. Depois de levada ao fogo as cinzas são piladas e coadas resultando num pó fino de coloração cinza escuro.

Cauxi (Porifera, Demospongiae): As esponjas de água doce pertencem à classe Demospongiae (Tubella reticulata e Parmula batesii), têm como característica básica a produção de um esqueleto de espículas de Óxido de Sílica. As espículas possuem um aspecto de agulhas transparentes ou opacas, com extremidades ligeiramente curvas. Essas espículas, devido à sua constituição mineral, após a morte e putrefação das esponjas, são liberadas da matriz de colágeno, que as mantém unidas em feixes estruturais e, assim permanecem nos sedimentos, disponíveis até que os banzeiros as propaguem no meio líquido. O Dr. Alfredo da Matta faz a seguinte consideração a respeito do espongiário: “Ora, porque o sagaz e astuto caboclo, ou o nordestino observador já identificado com o meio amazonense, não entra em rio que tenha cauxi, nele não se banha e não bebe a água daí retirada? Porque o silvícola através de gerações ensinou a cada qual que ‘i cai tara’, isto é, ele se queima n’água ou a água lhe queima! E com propriedade tão irritante para a epiderme, mais pronunciada ainda ela se torna quando a água ingerida, porque a inflamação da mucosa gastrointestinal poderá por vezes apresentar sintomas alarmantes. Por tal motivo o silvícola dizia: – cai igaure, isto é, queima, bebedor d’água”. (MATTA) Em virtude dos problemas causados pelo contato do corpo humano com as finas espículas a utilização do cauxi foi, com o passar dos anos, abandonada.

A cerâmica dos Tapajós, no tempo pretérito, usava como elemento antiplástico mais importante o cauxi, que era empregado como único elemento de liga ou associado a pequenas porções de pedras calcárias, areia e, raramente, a cacos de cerâmica triturados.

– Moldagem

Primeiramente é moldado o fundo do vaso, obtido pela compressão da massa sobre uma superfície plana e lisa (tábua, esteira ou casco de quelônio), até formar uma base achatada, homogênea e circular. Concluída esta etapa partia–se para a preparação dos roletes de argila que, de acordo com o tamanho, eram comprimidos entre as mãos, sobre a coxa, ou uma tábua e sobrepostos de forma circular um sobre o outro a partir de uma base, em forma de anéis ou espirais para a elevação da parede do recipiente. A cada rolete acrescentado as peças recebiam um acabamento interna e externamente para eliminar os vestígios deixados pela técnica do “acordelado” (roletes) tornando as paredes mais lisas e finas. Depois de devidamente modelada a peça era levada para secar em local fresco e arejado à sombra, dependendo da espessura das paredes este processo podia levar vários dias. A secagem à sombra era uma fase importante, pois uma exposição direta ao sol ou ao forno ocasionaria danos à peça. Depois de parcialmente seca tem início a raspagem onde se procura eliminar as asperezas com o auxilio de sementes, conchas, pedaços de cabaça, seixos rolados, cocos (palmeira inajá – Maximiliana Maripa Aublet Drude), ou outros materiais disponíveis. Depois de raspada ela é lixada com a folha áspera de algum arbusto (Dileniacea sp.). Procede–se, então, a decoração da peça, são feitas incisões geralmente com motivos geométricos e, somente agora, são aplicados os apêndices tais como alças, asas, figuras zoomorfas e antropomorfas. É necessária, então, uma segunda secagem para enrijecer a cerâmica dos apliques, antes de se partir para a queima.

– Queima

A queima geralmente antecede a decoração pintada. Para queima, arma–se uma fogueira, cujo tamanho varia em função da peça a ser queimada, em geral usa–se lenha e casca de árvores em arranjo cônico envolvendo o artefato; isto garante uma queima mais uniforme. As peças grandes são queimadas individualmente e as pequenas em grupo, emborcadas no interior da fogueira, apoiadas em três pedras onde são totalmente envolvidas pelo fogo durante uma ou duas horas.

Eventualmente os vasos são reposicionados de modo a queimar por igual. A queima é realizada ao ar livre e a impermeabilização da superfície é feita com a seiva da entrecasca de árvores (Ingá spp.). Os grafismos são pintados com pigmentos orgânicos e inorgânicos através de variadas técnicas, como a incisão, a marcação com malha, a inserção de apliques, entre outros. O tom vermelho pode ser obtido com o uso do urucum, o branco com o caulim, o preto com o jenipapo, o carvão ou fuligem. A vitrificação do vasilhame era obtida com a aplicação de resinas vegetais como o breu de jutaí, a resina de jatobá ou o leite de sorva (Couma utilis).


– Arqueologia e Cerâmica

Angyone Costa

O texto de Angyone Costa publicado, em 1945, no Volume VI, dos “Anais do Museu Histórico Nacional”, serve de referencia para os amantes da arte da cerâmica de todo o mundo. Sua descrição sobre a manufatura dos vasos de cerâmica é irretocável e vem sendo reproduzida, por décadas, por pesquisadores e escritores em suas obras.

Ninguém contesta que a principal riqueza arqueológica do Brasil é a cerâmica indígena e que esta cerâmica, a mais valiosa, justamente pela técnica, beleza e perfeição de seus modelos, a da Amazônia, especialmente a de Marajó. Não se presuma que o Sul, onde predominaram povos Tupi–Guarani e Ge, não tenha contribuído com material da mesma espécie, mas a sua qualidade inferior, embora em abundante quantidade, não permite margem a melhores afirmações. Por muitos anos, ainda será naquele campo que os arqueólogos irão proceder a averiguações para poder explicar algo sobre a vida antiga do Brasil.

A cerâmica está ligada ao estudo das primitivas culturas, ao ciclo das indústrias que o primeiro homem construiu. Corresponde ao fim do neolítico superior e surge muito depois da grande descoberta – o fogo –, muitos anos antes desta outra, que será o terceiro grande invento da humanidade, a roda, e que os povos americanos não conheceram. Nasceu da necessidade de cozinhar o alimento, quando o homem fez a experiência, levado pelo acaso, de que a argila era argamassável com água, e sujeita ao fenômeno do endurecimento, pelo sol ou pelo fogo. Aperfeiçoou–se quando os imperativos da vida no clã começaram a despertar no homem um indefinido desejo de melhora, uma insatisfação de instintos que o levou a construir o conforto.

Naquele momento já a cerâmica exercia uma alta função, dela se faziam as peças para a mesa, as peças de finalidade religiosa, as peças destinadas a enterramentos. O oleiro já não gravava, apenas, o desenho rupestre, que aprendera a riscar com o sílex, no Téo e na parede das cavernas, nas pedras e barrancos dos caminhos. Impressionava–se com as cores e os ruídos da natureza, e procurava distingui–los, verificar de onde vinham. Desta percepção resultou que os seus sentidos começaram a se apurar pela vista e a se manifestar pela habilidade da mão e dos dedos. E a tabatinga foi o material preciso, plástico e dúctil, que apareceu na hora exata em que os sentidos se achavam aptos à função criadora, e surgiram os traços em reta, os círculos, os pontos inspirados pelo tecido de certas plantas e, ainda, a reprodução de alguns animais, que viviam nas florestas ou que o homem começava a domesticar. O desenho singelo adquiriu formas mais ricas, círculos, traços, que se compõem, reproduzindo coisas ou cenas da vida, conforme o grau de sensibilidade de cada grupo ou as circunstâncias em que a cultura se desenvolveu.

A cerâmica, sendo uma arte inicial e muito antiga, resulta de uma técnica já hoje perfeitamente vulgarizada. É bem a arte de utilizar a argila na confecção de objetos, tanto de uso doméstico, como religioso, funerário ou propriamente decorativo. Pode ser feita com pasta porosa ou pasta impermeável. À primeira pertencem os objetos de barro cozido (terracota), as louças vidradas, esmaltadas, faianças, etc.; à segunda, as porcelanas finas, que supõem uma civilização histórica florescente. Ao primeiro grupo pertence a louça dos oleiros de civilizações nascentes, a louça de Marajó, por exemplo, a dos Tupi–Guarani do litoral, etc.

Entre as tribos americanas e brasileiras em geral, a cerâmica era trabalho atribuído às mulheres. Sabe–se que esse costume se transmitiu de povo a povo, chegou aos nossos dias e resistiu sempre a todas as modificações.

Técnica dos ceramistas indígenas

Na Amazônia, os oleiros empregavam como matéria–prima a tabatinga pura ou misturada com diferentes pós, que exerciam geralmente a ação de desengordurantes. Esses pós eram conseguidos de diferentes maneiras, segundo o testemunho de naturalistas e de arqueólogos que viram os nativos trabalhar. Deles, um dos mais preciosos era o caripé, cuja fabricação Hartt se compraz em descrever: “vi prepararem a casca do caripé empilhando os fragmentos e queimando–os ao ar livre. A cinza é muito abundante e conserva a forma original dos fragmentos. Tendo sido reduzida a pó e peneirada, é perfeitamente misturada com o barro a que dá, quando úmido, um aspecto de plombagina escura (grafite), mas com a ação do fogo esta cor torna–se muito mais clara. O uso do caripé faz a louça resistir melhor ao fogo”.

Além do pó obtido por aquele processo, o oleiro amazonense adiciona, à tabatinga, pós de pedra–pome, de cauxi, de escamas de pirarucu, de caso de tartaruga, de certos cipós e até da própria louça quebrada, uso este último que tem sido motivo de desaparecimento de peças preciosas de cerâmica, especialmente em Marajó. A mulher oleira, amassando esses ou alguns desses ingredientes, conseguia dar à tabatinga uma ligação e consistência durável, sem sacrifício da peça.

O grande segredo, entretanto, não estava na escolha do material apropriado, que este havia em abundancia, e sim no seu preparo. Depois da tabatinga amassada, era dividido em pequenos bolos, feitos a mão do tamanho que podia comportar. Esta massa passava a ser estendida sobra uma tábua ou esteira ou sobre o casco de tartaruga, conforme o vaso fosse de fundo chato ou convexo. Para o seu preparo, eram elementos indispensáveis a água e fragmentos de casco ou de cuia, para servir de alisador. Modelado o fundo, pela compressão da massa sobra a tábua, a esteira ou casco de tartaruga, a oleira começava a construir–lhe as paredes pelo processo do enrolamento.

Consistia o enrolamento (acordelado) na técnica de se fazerem cilindros, cordas ou torcidas de barro, com diâmetro proporcional à grossura que se queira dar à peça, e com um comprimento aproximado da circunferência do vaso, dispondo–as sucessivamente, sobre a periferia do fundo, já preparado, e fazendo–as aderir de modo conveniente, pelo achatamento ou compressão feita com os dedos. Dada a primeira volta, a oleira dava, sempre com os mesmos cuidados, uma e outras mais, de maneira a ir erguendo harmoniosamente as paredes do vaso, até sua final conclusão.

Para impedir as imperfeições ocorrentes em um trabalho manual desta ordem, a oleira empregava uma cuia chata ou ‘cuipeua’, molhava–a n’água e alisava com este instrumento a superfície, até conseguir um prefeito polimento. Para evitar o achatamento, durante a fabricação dos vasos maiores, essa técnica tinha de ser modificada para as grandes igaçabas (pote de barro grande que servia para armazenar água e conservar alimentos), fazendo a oleira pequenas estações (paradas) na feitura das paredes laterais, a fim de permitir o endurecimento conveniente das partes inferiores, à proporção que a feitura do vaso ia avançando. Evita–se, por essa maneira, o fatal achatamento de toda a peça provocado pelo peso das cordas superiores.

Armada a arquitetura do vaso, alisada as paredes externas com a ‘cuipeua’ eram elas ainda úmidas, pulverizadas com uma fina camada de barro puro, cor de nata, parecendo às vezes brunidas (polidas) antes de irem ao fogo, de onde resultava ficarem com uma superfície, dura e quase polida. Antes do fogo, a que todas as peças estavam sujeitas, os vasos eram postos lentamente a secar à sombra e, depois, ao sol, sem o que, rachavam.

O processo da queima era a segunda e mais importante ação técnica a que se submetia a peça. Dependia de vários cuidados, do máximo de delicadeza na condução dos vasos ainda moles, fáceis de amassar ou achatar–se. Efetuava–se de diferentes modos; geralmente, eram colocados distantes do foco de calor, a fim de que fossem aquecidos gradualmente, sem contato direto com o fogo, chama ou brasa; depois, quando já haviam adquirido, pela ação do rescaldo, uma forte consistência, eram então postos diretamente em contato com o fogo, ficando totalmente cozidos.

Algumas tribos usavam cozer a louça a fogo feito diretamente sobre o chão; outras faziam o uso de covas; outras, mais adiantadas, já começavam a empregar fornos, toscos, é bem verdade, mas que representavam uma invenção aperfeiçoada. Eles eram feitos com a colaboração da pedra e tinham paredes de argila.

A seguir ao processo de queimação, enquanto as peças ainda estavam quentes, usava–se empregar uma camada interior de resina de juta–sica que, com o calor, adquiria um aspecto vítreo, embora pouco durável. Essa maneira de trabalhar a tabatinga está perfeitamente enquadrada na técnica ensinada por Linné, incontestavelmente a maior autoridade em cerâmica americana. Segundo o americanista sueco, são os seguintes os métodos adotados pelos indígenas sul–americanos, para a fabricação de seus vasos:

a. o de modelação do fundo, obtida pela compressão de massa sobre uma esteira, tábua ou um pedaço de casco de quelônio;

b. o de enrolamento para a formação das paredes;

c. o de moldagem, pela utilização de cestas ou formas especiais;

d. o de movimento giratório, executado pelo artista, da direita para a esquerda.

- Blog e Livro

Os artigos relativos à “3ª Fase do Projeto-Aventura Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Amazonas I” estão reproduzidos, na íntegra, ricamente ilustrados, no Blog desafiandooriomar.blogspot.com desenvolvido, recentemente, pela minha querida amiga e parceira de Projeto Rosângela Schardosim. O Blog contempla também as duas fases anteriores de minhas descidas pelo Rio Solimões e Rio Negro de caiaque.

O livro “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS - PUCRS, rede da Livraria Cultura, Livraria Dinamic - Colégio Militar de Porto Alegre ou ainda através do e-mail hiramrsilva@gmail.com.

Fontes:

BARDI, P.M. - Arte da cerâmica no Brasil – Brasil – São Paulo, Banco Sudameris, 1980.

CAPUCCI, Victor Zappi – Fragmentos de Cerâmica Brasileira – Brasil – Editora Nacional, 1987.

CARVAJAL, Gaspar de – Relatório do Novo Descobrimento do Famoso Rio Grande Descoberto pelo Capitão Francisco de Orellana – Brasil – Consejería de Educación – Brasil – Embajada de Espana –Editorial Scritta, 1992.

CORRÊA, Conceição Gentil – Estatuetas de Cerâmica na Cultura Santarém – Brasil – Museu Paraense Emílio Goeldi, 1965.

COSTA, Angyone – As Aculturações Oleiras e a Técnica da Cerâmica na Arqueologia do Brasil – Brasil – Anais do Museu Histórico Nacional, Volume VI, 1945.

DA MATTA, Alfredo – Cai e Cauxi – Brasil – Revista do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas, 1934.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA): Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br - E–mail: hiramrs@terra.com.br