domingo, 31 de julho de 2011

O OUTUBRO DOS MOURÃOENSES É (O) 10

Se “eles são feitos um para o outro”, também são efeitos de um e outro. (Gudé).

Por José Eugênio Maciel

“Quando falamos de história, temos o costume de nos refugiar no passado.

É nele que se pensa encontrar o seu começo e o seu fim.

Na realidade, é o inverso: a história começa hoje e continua amanhã”.

D.N. Marinot


Fora de qualquer dúvida a data mais importante de qualquer município é sua criação, a emancipação político-administrativa. Campo Mourão é o dia 10 de outubro instituído através da Lei nº 02 de 1947. O aniversário de Campo Mourão de fato e de direito é o ápice histórico e atual de todos os mourãoenses. A celebração não se circunscreve a mero acontecimento festivo. É sim o momento de união, de reunião cívica para a legítima manifestação autônoma.

Na pessoa dos seus respectivos presidentes, a Associação Comercial e Industrial de Campo Mourão - ACICAM propôs a mudança do feriado de 10 de outubro para o dia 17. A alegação do Nelson Botega é a existência do feriado nacional em alusão à Padroeira do Brasil, assim como do sábado e domingo emendados, situação que representa, segundo ele, prejuízo comercial grande por causa dos dias seguidos fechados, levando os consumidores a irem às compras ou solicitar serviços em outras cidades. O Sindicato dos Empregados no Comércio de Campo Mourão e da Região, através do presidente Mauro de Oliveira, também tornou pública o posicionamento da entidade, contrário a mudança da data, mencionando a importância dela para a história mourãoense.

O 10 de Outubro é de todos os mourãoenses! Portanto, não é uma data de um feriado qualquer, mas um dia magno e amplamente democrático. É a data de todas as religiões e de todos os religiosos, de todas as crenças, ao mesmo tempo em que é dos ateus e dos agnósticos. É a data dos pioneiros e dos moradores antigos, de todas as gerações. É o marco de todas as etnias e grupos sociais. É do industrial e do operário, do comerciante e do comerciário, do empregado e do patrão. Do profissional e do artícife, de todos que predominantemente se valem do esforço intelectual ou físico. É do estudante e do professor, de todas as escolas. É das mulheres e dos homens de todas as idades. É dos que são mourãoenses aqui nascidos ou que aportaram com sentimento de quem se orgulha em ser daqui.

É o dia de parar sim! Mas é o dia de mobilização. De desfile para mostrar na via pública o que já fomos, o que somos e desejamos ser. É dia de expressar orgulhosa e altaneiramente o nosso ser coletivo como mourãoense. De hastear a bandeira, de cantar o nosso Hino, de darmos as mãos na comunhão límpida e vibrante como sujeitos de uma história que deve prosseguir, com rumos e prumos que alcancem, mas que progresso, o desenvolvimento de todos e de tudo, sempre o ser humano em primeiro lugar e não a riqueza produzida para ser acumulada em vez de partilhada por todos aqueles que empreenderam laboriosos esforços.

O 10 de Outubro não é particular e logicamente não pertence a ninguém. É de toda sociedade e deve a data ficar acima de intenções localizadas, por mais que elas possam fazer sentido. Assim, não se trata de uma altercação das entidades envolvidas, no entanto, elas não podem aproar sozinhas decisões tangentes ao destino de todo o município, não podem se constituir em apanágios como se fossem vozes de todo o Campo Mourão. Os mourãoenses, individual ou coletivamente e por intermédio de outras representações, não caberá ficarem apassivados.

Não se trata de uma Lei qualquer. O seu reexame caberá ao Poder Legislativo. De todos os vereadores se espera que votem assumindo o posicionamento acima de interesses particulares ou localizados, de ser oposição ou situação, de ser deste ou daquele partido, mas com a maturidade que assegure o interesse público, no caso o próprio patrimônio histórico-cultural de toda a gente mourãoense, longe de se curvar a mudança da data, pois ela viria a ser um primeiro passo de desrespeito as nossas caras tradições, e o segundo passo constituiria no fim da data, no definitivo afronta à memória que não é apenas o que passou, mas a inspiração como projeção e base de conquistas e de novos desafios.

HINO NACIONAL BRASILEIRO A SEIS PIANOS

Cerimônia de encerramento dos 5º Jogos Mundiais Militares. Arranjo a seis pianos com Antonio Adolfo, Wagner Tiso, Arthur Moreira Lima, João Carlos de Assis Brasil, Nelson Ayres e Amilton Godoy.
LINDO! EMOCIONANTE! BRASIL! MEU BRASIL BRASILEIRO! QUE ESTÃO FAZENDO CONTIGO? NÃO RESPEITAM OS TEUS SÉRIOS DESTINOS! OS TEUS ENORMES FILHOS, IGUAIS A ESSES, QUE EXECUTAM COM MAESTRIA ESSE PRIMOR CONCEBIDO POR QUEM TE RESPEITOU ATÉ O FIM! REAGE BRASIL! TU ÉS A NOSSA PÁTRIA AMADA QUE NÃO MERECE SER ROUBADA, RIDICULARIZADA, MERGULHADA NAS NEVOAS DA CORRUPÇÃO! DA INSENSATEZ ADMINISTRATIVA! DO PODER PELO PODER! PARABÉNS AOS MAESTROS! PARABÉNS AOS MILITARES! (iojandaira).
Depois de ouvirmos em diferentes ocasiões, ultimamente, o Hino Nacional interpretado modernamente e de forma pífia – em abertura de Pans e com cantoras de axé - vimos, no encerramento dos Jogos Mundiais Militares no Engenhão, uma abertura maravilhosa, uma interpretação emocionante.
Enquanto isso, a grande midia, que ignorou a mini Olimpíada que a cidade viveu, não mostrou ao grande público o momento. A grande audiência, naquele momento era comtemplada com um momento cultural e enriquecedor como, por exemplo, ...A Dança dos Famosos, no Faustão...!!!

Triste midia brasileira!
Indicação do amigo Antonio Alvaro Massareto

JULGAMENTO DO CORONEL USTRA

Hiram Reis e Silva, Cidreira, RS, 30 de julho de 2011.

“Excessos em toda guerra existem, podem ter existido, mas a prática de tortura como eles falam não ocorreu. Eu efetivamente não cometi excesso contra ninguém. A minha missão como comandante não era de estar ali junto, interrogando preso. Eu não torturei ninguém”. (Carlos Alberto Brilhante Ustra

A Justiça paulista iniciou, nesta quarta feira, 27 de julho, no Fórum João Mendes, em São Paulo, o julgamento do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI). Curiosamente o julgamento de um herói nacional tem início dois dias após o aniversário do atentado perpetrado pelos traiçoeiros terroristas há 46 anos atrás no Aeroporto de Guararapes, em Recife.

DOI/CODI

O DOI/CODI do antigo II Exército (hoje Comando Militar do Sudeste) foi criado em 1970 em substituição à Operação Bandeirantes (OBAN). Em São Paulo agiam as organizações terroristas mais radicais chamadas de “Grupos de Fogo”, que executavam ações armadas, matando e mutilando inocentes, invadindo quartéis em busca de armas e assaltando bancos, residências de autoridades, carros-fortes e lojas comerciais. Apesar dos esforços do Major Waldir Coelho chefe da OBan, e do chefe do DOPS paulista, delegado Sérgio Paranhos Fleury, as ações terroristas cresciam e se tornavam cada vez mais audaciosas. O DOI/CODI, sob o comando heróico e obstinado do Coronel Ustra os grupos terroristas foram desbaratados, suas células eliminadas e os militantes mortos. A ação determinada do Cel Ustra trouxe, novamente, tranquilidade, paz e segurança para as ruas de São Paulo antes dominadas pelos extremistas comunistas. Os derrotados jamais o perdoaram e resolveram transformar sua vida e a de sua família num inferno.

Um Herói Caluniado pelos Celerados

Estaremos sempre solidários com aqueles que, na hora da agressão e da adversidade, cumpriram o duro dever de se oporem a agitadores e terroristas de armas na mão, para que a Nação não fosse levada à anarquia.
(Walter Pires de Carvalho e Albuquerque)

O Cel Ustra nega os abusos afirmando:

Está nos jornais escrito que eu sou acusado de 502 acusações de tortura. Ora, no meu órgão (DOI-CODI) passaram milhares de presos. Acho que uns quatro mil presos passaram por lá. Praticamente todos eles diziam: “não cometi, eu falei sob tortura”. Então não são 500 acusações, são mais de 4 mil.

O casal Teles acusa Ustra de ter mantido seus dois filhos, Janaína e Edson Luis, na época crianças, dentro das dependências do DOI-CODI. O Cel Ustra se defende afirmando que as crianças ficaram sob os cuidados de uma Policial Militar e tinham autorização para visitar os pais diariamente até que os tios, que moravam em Belo Horizonte, viessem buscá-las.

A Gorda Bolsa Terrorismo

“Quer dizer que eles pegam em armas contra o governo, perdem, e depois ganham dinheiro por que perderam? Isso não foi Revolução, foi Investimento!”.

(Millor Fernandes)

Os terroristas não sabiam, mas estavam investindo em seu patrimônio. Ou da família. Até gente que nunca atirou uma pedra com estilingue e não correu risco de levar pito nem do síndico recebeu indenizações milionárias como “vítima da ditadura”. Lula é um pensionista, imaginem... Frei Chico, seu irmão, aquele que se identifica como “Roberto” (ou seria algum “Roberto” se fazendo passar por Frei Chico?) tem direito a R$ 3.760 por mês e indenização de R$ 461 mil. Ficou 16 dias preso. Nunca encostaram a mão em um fio de sua barba - nem na de Lula, que nunca deixou de receber salário do sindicato ou do PT. Ainda há quase 30 mil pedidos de pensão sendo analisados. O Programa Bolsa-Terrorismo já soma quase R$ 2,3 bilhões em indenizações e custa R$ 28 milhões por mês em pensões. É um esculacho, uma piada grotesca. (...)

PS: Só para registro. Defendo que se pague indenização para quem, preso pelo Estado, morreu em razão de tortura. Aí, sim. Todo o resto, incluindo a decisão de morrer com uma arma na mão, é uma questão de escolha. O Brasil não deve nada a esses caras, incluindo a democracia, que eles tanto detestavam. (Reinaldo Azevedo)

A “Presidenta” Dilma Roussef, cujo processo está pronto, pediu para que seu julgamento fosse adiado. A ex-guerrilheira da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) prefere que sua Bolsa Terrorismo entre na pauta quando não estiver mais no governo.

As Vítimas do Terrorismo

Quando viramos, vimos ali (uma esquina da Paulista), exatamente naquele cantinho um negócio grande de umas quatro polegadas, cinco polegadas de diâmetro saindo fumaça de dentro e achamos que era um curto-circuito e resolvemos chamar o guarda que a gente conhecia pra ver, falar que tava pegando fogo. Infelizmente, não era pegando fogo, eram quatro bananas de dinamite, que em segundos explodiu. Foram 90 dias de hospital e nove cirurgias com anestesia geral. Depois de oito dias, eu tive que amputar a perna. (Orlando Lovecchio Filho)

O terrorista Sérgio Ferro Pereira, um dos participantes da ação, disse que recebeu instruções sobre o uso de explosivos, que usou na esquina da Avenida Paulista, de Diógenes José de Carvalho Oliveira, militante da VPR.

Por que o cidadão que causa o dano pode receber reparações econômicas? Por que um cidadão comum que foi vítima deles, eu fui vítima deles e fui vítima do estado, não pode ter a mesma reparação? O que eu peço sempre e luto sempre é que não há nada injusto é que eu receba apenas igual e tão somente o que eles recebem. Só isso que eu quero. Não quero mais nada. (Orlando Lovecchio Filho)

Somente em 2004, o governo considerou que Orlando Lovecchio, vítima dos terroristas, tinha direito a uma pensão vitalícia, em torno dos R$ 571,00, enquanto Diógenes, o artífice do atentado que o vitimou, foi beneficiado com uma pensão mensal de R$1,6 mil e recebeu, ainda, R$ 400 mil de indenização.

46 anos do Atentado de Guararapes

Fonte: Ternuma

Em 1966, dois anos depois da Revolução de 31 de Março, a Nação brasileira empenhava-se em reerguer o País, após o caos dos primeiros anos da década de 60. Entretanto, uma pequena minoria inconformada, constituída pelos comunistas e pelos corruptos que haviam sido alijados da vida política nacional, procurava reorganizar-se e, de qualquer maneira, expressar seu descontentamento. Recife, a capital pernambucana, foi a escolhida para ser o cenário inicial de uma nova forma de luta - o terrorismo - que, por muitos anos, viria a ensanguentar e a enlutar a sociedade brasileira. O 31 de março de 1966 amanhecia com sol. O povo pernambucano e as autoridades já estavam reunidos no Parque 13 de Maio, aguardando o início das comemorações do segundo ano da Revolução. Nesse momento, exatamente às 08h47minh, ocorria violenta explosão no 6º andar do edifício dos Correios e Telégrafos, onde funcionavam os escritórios regionais do SNI e da Agência Nacional. Ao mesmo tempo, uma segunda explosão atingia a residência do Comandante do IV Exército. Mais tarde, seria encontrada uma terceira bomba, falhada, num vaso de flores da Câmara Municipal de Recife, onde havia sido realizada uma sessão solene em comemoração à Revolução Democrática. Três bombas montadas para, num só momento, atingir personalidades e entidades representativas do governo brasileiro. Iniciava-se a guerra suja. Entretanto, a bomba falhada no legislativo municipal deveria estar incomodando os terroristas e estar sendo vista como um parcial fracasso de execução

Assim é que, em 20 de maio de 1966, 50 dias após esse ensaio geral, foram lançadas outras três bombas - dois “coquetéis molotov” e um petardo de dinamite, contra os portões da Assembléia Legislativa de Pernambuco. A Nação, estarrecida, vislumbrava tempos difíceis que estavam por vir.

Em 25 de julho de 1966, uma nova (terceira) série de três bombas, com as mesmas características das anteriores, sacode Recife. Uma, na sede da União de Estudantes de Pernambuco, ferindo, com escoriações e queimaduras no rosto e nas mãos, o senhor José Leite, de 72 anos, vítima inocente que passava pelo local. Outra, nos escritórios do Serviço de Informações dos Estados Unidos (USIS), causando, apenas, danos materiais. A terceira bomba, entretanto, acarretando vítimas fatais, passou a ser o marco balizador do início da luta terrorista no Brasil. Nessa manhã de 25 de julho de 1966, o Marechal Costa e Silva, então candidato à Presidência da República, era esperado por cerca de 300 pessoas que lotavam o Aeroporto Internacional dos Guararapes. Às 08h30minh, poucos minutos antes da previsão de chegada do Marechal, o serviço de som anunciou que, em virtude de pane no avião, ele estava deslocando-se por via terrestre de João Pessoa até Recife e iria, diretamente, para o prédio da SUDENE. Esse comunicado provocou o início da retirada do público. O guarda-civil Sebastião Tomaz de Aquino, o “Paraíba”, outrora popular jogador de futebol do Santa Cruz, percebeu uma maleta escura abandonada junto à livraria “SODILER”, localizada no saguão do aeroporto. Julgando que alguém a havia esquecido, pegou-a para entregá-la no balcão do DAC. Ocorreu uma forte explosão. O som ampliado pelo recinto, a fumaça, os estragos produzidos e os gemidos dos feridos provocaram o pânico e a correria do público.

Passados os primeiros momentos de pavor, o ato terrorista mostrou um trágico saldo de 17 vítimas. Morreram o jornalista e secretário do governo de Pernambuco Edson Regis de Carvalho, casado e pai de cinco filhos, com um rombo no abdômen, e o vice-almirante reformado Nelson Gomes Fernandes, com o crânio esfacelado, deixando viúva e dois filhos menores. O guarda-civil “Paraíba” feriu-se no rosto e nas pernas, o que resultou, alguns meses mais tarde, na amputação de sua perna direita. O então Tenente-Coronel do Exército, Sylvio Ferreira da Silva, sofreu fratura exposta do ombro esquerdo e amputação traumática de quatro dedos da mão esquerda. Ficaram, ainda, feridos os advogados Haroldo Collares da Cunha Barreto e Antonio Pedro Morais da Cunha, os funcionários públicos Fernando Ferreira Raposo e Ivancir de Castro, os estudantes José Oliveira Silvestre, Amaro Duarte Dias e Laerte Lafaiete, a professora Anita Ferreira de Carvalho, a comerciária Idalina Maia, o guarda-civil José Severino Pessoa Barreto, o Deputado Federal Luiz de Magalhães Melo e Eunice Gomes de Barros e seu filho, Roberto Gomes de Barros, de apenas seis anos de idade.

O acaso, transferindo o local de chegada do futuro Presidente, impediu que a tragédia fosse maior. O terrorismo indiscriminado, atingindo pessoas inocentes e, até, mulheres e crianças, mostrou a frieza e o fanatismo de seus executores. Naquela época, no Recife, apenas uma organização subversiva, o Partido Comunista Revolucionário (PCR), defendia a luta armada como forma de tomada do poder. Dois comunistas foram acusados de envolvimento no ato terrorista: um, Edinaldo Miranda de Oliveira, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) e que, em 1986, era professor de Engenharia Elétrica em Recife, e o outro era Ricardo Zaratini Filho, então militante do PCR e atual assessor parlamentar da liderança do PDT na Câmara Federal. Entretanto, nunca foi possível determinar, exatamente, os autores dos atentados. Não havia, ainda, no País, órgãos de segurança especializados no combate ao terror. Em 18 de maio de 1999, em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, o Comandante do Exército, Gen Ex Gleuber Vieira, declarou a respeito da reabertura do caso Riocentro:

Nós nunca pensamos em pedir reabertura de inquérito envolvendo personalidades da vida nacional de hoje que, no passado, estiveram envolvidos em assalto a bancos, sequestros, assassinatos e em atos de terrorismo. Nós não cogitamos pedir a reabertura do inquérito nem mesmo quando uma dessas personalidades declarou que sabia quem tinha posto uma bomba no aeroporto do Recife.

Um ano depois do atentado, em 25 de julho de 1967, foi inaugurada no Aeroporto uma placa de bronze com os seguintes dizeres:

HOMENAGEM DA CIDADE DO RECIFE AOS QUE TOMBARAM NESTE AEROPORTO DOS GUARARAPES, NO DIA 25 DE JULHO DE 1966, VITIMADOS PELA INSENSATEZ DOS SEUS SEMELHANTES.

- ALMIRANTE NELSON FERNANDES

- JORNALISTA EDSON REGIS

GLORIFICADOS PELO SACRIFÍCIO, SEUS NOMES SERÃO SEMPRE LEMBRADOS RECORDANDO AOS PÓSTEROS O VIOLENTO E TRÁGICO ATENTADO TERRORISTA, PRATICADO À SORRELFA PELOS INIMIGOS DA PÁTRIA.

Não sabemos se essa placa ainda permanece no aeroporto ou foi retirada ou, mesmo, substituída por homenagens aos comunistas. Hoje, os terroristas daquela época, arvorando-se em “heróis” libertários, afirmam que o que fizeram foi uma reação à “violência” do Governo Brasileiro. Intencionalmente, procuram deturpar a História e levar ao esquecimento as vítimas que causaram em sua sanha fratricida, dentre elas, as de 1966. Passaram-se muitos anos. Mas as bombas de Recife e o atentado de Guararapes não serão esquecidos.

Blog e Livro

Os artigos relativos ao “Projeto–Aventura Desafiando o Rio–Mar”, Descendo o Solimões (2008/2009), Descendo o Rio Negro (2009/2010), Descendo o Amazonas I (2010/2011), e da “Travessia da Laguna dos Patos I (2011), estão reproduzidos, na íntegra, ricamente ilustrados, no Blog http://desafiandooriomar.blogspot.com.

O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre. Pode ainda ser adquirido através do e–mail: hiramrsilva@gmail.com.

Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Vice-Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul; Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS) Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br - E–mail: hiramrs@terra.com.br

sábado, 30 de julho de 2011

SARGENTO MAX WOLFF FILHO: O CENTENÁRIO DE UM HERÓI DE VERDADE

Nascido em Rio Negro - PR, em 29 de julho de 1911, era filho de Max Wolff, descendente de alemães e de D. Etelvina, natural de Lapa-PR. Até os 4 (quatro) anos viveu as tensões da Guerra do Contestado. Aos 5 (cinco) anos, durante a Primeira Guerra Mundial, freqüentou a escola em Rio Negro (PR). Aos 11 (onze) anos já era o principal auxiliar de seu pai na torrefação e moagem de café. Aos 16 (dezesseis) anos passou a trabalhar como escriturário de uma companhia que explorava a navegação no Rio Iguaçu. Nas horas de folga, juntava-se aos carregadores para ensacar erva-mate, carregar e descarregar vapores.

Serviu ao Exército pela primeira vez, se alistando no então 15º BC, em Curitiba, hoje 20º BIB, onde participou da Revolução de 1930. Transferido para o Rio de Janeiro, combateu a Revolução de 1932 no Vale do Paraíba. Foi professor de Educação Física e Defesa Pessoal. Ingressou na Polícia Militar do Rio, então Distrito Federal, sendo Cmt da Polícia de Vigilância.

Na época da 2ª Grande Guerra Mundial, apresentou-se voluntariamente, tendo sido designado para a 1ª Cia, do 1° Btl do já tradicional 11° Regimento de Infantaria, em São João Del Rei. Contava ele com 33 (trinta e três) anos de idade.

Ingressou na FEB como 3° Sargento, desde cedo tornou- se muito popular e querido, dada as suas atitudes desassombradas e a maneira carinhosa e paternalista com que tratava seus subordinados (apelidado de carinhoso) com o passar do tempo, passou a ser admirado não só pelos seus camaradas, mas pelos superiores tanto da FEB como do V Exército de Campanha americano, pelas suas inegáveis qualidades.

Todas as vezes que se apresentava para missões difíceis a serem cumpridas, lá estava o Sgt Wolff se declarando voluntário, principalmente participando de patrulhas. Fazia parte da Companhia de Comando e, portanto, sem estar ligado diretamente às atividades de combate, participou de todas as ações de seu Batalhão no ataque de 12 de dezembro a Monte Castelo, levando, de forma incessante, munição para a frente de batalha e retornando com feridos e, na falta deste, com mortos.

Indicado por sua coragem invulgar e pelo excepcional senso de responsabilidade passou a ser presença obrigatória de todas as ações de patrulha de todas as companhias, como condição indispensável ao êxito das incursões. Um desses exemplos está contido no episódio em que o General Zenóbio da Costa, ao saber do desaparecimento do seu Ajudante-de-Ordens, Cap João Tarciso Bueno, que fora colocado à disposição do escalão de ataque, pelo General, por absoluta falta de recompletamento de oficiais, ordenara ao Cmt do Btl que formasse uma patrulha para resgatar o corpo do seu auxiliar. O Cmt adiantou ao emissário que a missão seria muito difícil, mas que tentaria. Para tanto, sabedor que só um Wolff poderia cumpri-la, o chamou, deu a ordem e ouviu do Sgt Wolff, com a serenidade, a firmeza e a lealdade que só os homens excepcionalmente dotados podem ter: ''Coronel, por favor, diga ao General que, desde o escurecer, este padioleiro e eu estamos indo e voltando às posições inimigas para trazer os nossos companheiros feridos. Faremos isto até que a luz do dia nos impeça de fazer. “Se, numa dessas viagens, encontrarmos o corpo do Capitão Bueno, nós o traremos também”. Não logrou o Sgt Wolff trazer o corpo do Cap Bueno que, apenas ferido, havia sido resgatado por um soldado, mas ainda lhe foi possível, naquela madrugada, salvar muitas outras vias.

Tais qualidades o elevaram ao comando de um pelotão de choque, integrado por homens de elevados atributos de combatente, especializado para as missões de patrulha, que marcharia sobre o acidente capital "Ponto cotado 747", ação fundamental nos planos concebidos para a conquista de Montese. Foi-lhe lembrado sobre a poupança da munição para usá-la no momento devido, pois, certamente, os nazistas iriam se opor à nossa vontade. Foi-lhe aconselhado que se precavesse, pois a missão seria à luz do dia.

Partiu às 12 h de Monteporte, passou pelo ponto cotado 732 e foi a Maiorani, de onde saiu às 13h10min para abordar o ponto cotado 747. Tomou o Sgt Wolff, todas as precauções, conseguindo aproximar-se muito do casario, tentando envolvê-lo pelo Norte. Estavam a 20 metros e o Sgt Wolff, provavelmente, tendo se convencido de que o inimigo recuava, estando longe, abandonou o caminho previsto para, desassombradamente, à frente de seus homens, com duas fitas de munição trançadas sobre seus ombros, alcançar o terço superior da elevação. O inimigo deixou que chegasse bem perto, até quando não podiam mais errar. Eram 13h15min do dia 12 abril de 1945. O inimigo abriu uma rajada, atingindo e ferindo o comandante no peito que, ao cair, recebeu nova rajada de arma automática, tendo caído mortalmente também o soldado que estava ao seu lado. Após esta cena, sucedeu-se a ação quase suicida de seus liderados para resgatar o corpo do comandante. A rajada da metralha inimiga rasgava um alarido de sangue. A patrulha procurava neutralizar a arma que calara o herói. Dois homens puxaram o corpo pelas penas. Um deles ficou abatido nessa tentativa. O outro, esquálido e ousado, trouxe Wolff à primeira cratera que se lhe ofereceu. Ali, mortos e vivos se confundiam. A patrulha, exausta, iniciava o penoso regresso às nossas linhas, pedindo que a artilharia cegasse o inimigo com os fogos fumígenos e de neutralização. Os soldados do Onze queriam, a qualquer custo, buscar o companheiro na cratera para onde tinha sido trazido, lembrando a ação que ele mesmo praticara tantas vezes. Queriam trazer o paciente artesão das tramas e armadilhas da vida e da morte das patrulhas. Foi impossível resgatá-lo no mesmo dia em face de eficácia dos fogos inimigos, inclusive de Artilharia. O dia seguinte era a largada da grande ofensiva da primavera. O Sgt Wolff lá ficara para que estivéssemos presentes na hora da decisão.

Montese foi conquistada. Seu nome será sempre presente porque as grandes ações resistem ao tempo e são eternas. Foi promovido "post-mortem" ao posto de 2º Tenente (Decreto Presidencial, de 28 Jun 45).

Deixou na orfandade sua filha Hilda, seu elevo e maior afeição de sua vida de soldado. Da Itália, escreveu a sua irmã Isabel, relatando seu orgulho em pertencer ao Exército Brasileiro e que, se a morte o visitasse, morreria com satisfação.

Foi homenageado com a distinção de ser agraciado com quatro medalhas: de Campanha; sangue do Brasil; Bronze Star (americana) e Cruz de Combate de 1ª Classe.

Eis a síntese do heroísmo de um homem simples e valoroso.

Seus restos mortais encontram-se no Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no jazido 32, quadra G.

- Acima, a carta recebida pela Mãe do Sgt Max Wolf, comunicando-a de seu falecimento em combate.

Fonte: EsSA

Do Blog do Mujahdin Cucaracha - citado no Blog do Montedo

sexta-feira, 29 de julho de 2011

COAMO RECEBE PRÊMIO OCEPAR 2011 NA CATEGORIA "RÁDIO JORNALISMO"

O Informativo Coamo foi um dos 14 finalistas entre todas as categorias e ficou com o segundo lugar no rádio

Wilson Bibiano recebe o prêmio do
presidente da Coamo, José Aroldo
Galassini. Na foto, autoridades,
Wilson Bibiano ao centro e à direita
o presidente da Coamo, José Aroldo Galassini.

A Coamo Agroindustrial Cooperativa ficou com o segundo lugar no Prêmio Ocepar de Jornalismo 2011 na categoria “Rádio Jornalismo”. “Assistência que gera lucro, transforma pessoas e garante progresso no campo”, foi o tema da reportagem de autoria de Wilson Bibiano Lima, da assessoria de imprensa da Coamo, que foi veiculada no programa de rádio “Informativo Coamo” no último dia 11 de julho. Nesta categoria, participaram programas produzidos por emissoras abertas e também por assessorias de comunicação de cooperativas de todo o Paraná. A entrega dos prêmios aconteceu na quinta-feira (28), à noite no auditório da Ocepar em Curitiba, com a presença de autoridades cooperativistas e estaduais, como o governador Beto Richa. Ao todo foram inscritos 92 trabalhos em todas as categorias: rádio, televisão, impresso e mídia corporativa. De todos, 14 foram selecionados e premiados pela comissão julgadora do Prêmio Ocepar 2011.

A matéria que deu a Coamo o segundo lugar no concurso deste ano valorizou os últimos 40 anos do cooperativismo paranaense, conforme determinava o regulamento do evento. Na categoria rádio, o primeiro lugar ficou com a rádio Banda B, de Curitiba, que também teve a Coamo como tema, com o título "Da terra da saúva, da samambaia, do sapé nasceu a Coamo, a maior cooperativa da América Latina".

Wilson Bibiano comemora o prêmio
com a equipe da assessoria de
Imprensa da Coamo: Ilivaldo Duarte,
Kathiely Rodrigues, Wilson Bibiano,
Ana Paula Pelissari
e Antônio Márcio.

Para Wilson Bibiano, o tema premiado valorizou o cooperativismo paranaense, mas, sobretudo o trabalho desenvolvido pela assistência técnica da Coamo, fator determinante para a escolha do assunto. “Os últimos quarenta anos foram de avanços significativos para a agricultura do Paraná, e o trabalho preconizado pela Coamo e seu corpo técnico foi determinante para esse crescimento”, conta.

Orgulho - “Estamos felizes com esta classificação entre os três finalistas na categoria rádio jornalismo, concorrendo não só com outras cooperativas, mas também com outras emissoras de rádio. A reportagem foi muito bem produzida e apresenta a evolução do trabalho das cooperativas e da Coamo nesses quarenta anos para o aumento das produtividades agrícolas dos seus associados coma difusão e o uso de modernas tecnologias.", disse o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini.

Outras categorias – Na categoria imprensa o jornal Folha de Londrina concorreu com o tema “Cooperativismo vertical”, destacando o trabalho de agroindustrialização realizado pela Coamo nesses quarenta anos de atividade como forma de agregar valor à produção dos cooperados. Esse veículo foi premiado com o terceiro lugar.

Recebido da Assessoria de Imprensa da COAMO.

68º ANIVERSÁRIO DO AFUNDAMENTO DO U-199

Hiram Reis e Silva, Bagé, RS, 29 de julho de 2011

“Se for de outra forma, se tivermos que deixar nossos alvos ossos em vão, nestas areias desertas, então tomem cuidado com a cólera das legiões. (Centurião Marcus Flavinius)

Recebi por e-mail uma oportuna pesquisa realizada pelo Tenente Sérgio Pinto Monteiro a respeito do afundamento do submarino U-199 que faço questão de partilhar com os leitores. Ao volver nossos olhares para um passado de tantas glórias e sacrifícios conseguimos esquecer, ainda que momentaneamente, as brumas da desesperança, da corrupção e do desgoverno que se abatem sobre nossa pobre Nação.

Tenente Sérgio Pinto Monteiro

O autor da pesquisa é professor e Tenente da Reserva Não Remunerada do Exército Brasileiro, presidente do Conselho Nacional de Oficiais R/2 do Brasil, Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, do Instituto Campo-Grandense de Cultura e autor do livro “O Resgate do Tenente Apollo”.

Tenente Torres: A Vitoriosa Reserva da FAB

20 de janeiro de 1941. O Presidente do Brasil, Getúlio Vargas, pelo Decreto-Lei nº 2.961 cria uma Secretaria de Estado com a denominação de Ministério da Aeronáutica, incorporando as aviações Naval (da Marinha de Guerra) e Militar (do Exército).

A II Guerra Mundial, iniciada em 1º de setembro de 1939, incendiava a Europa. O governo brasileiro, ainda em posição de neutralidade, se preparava para a necessidade de uma eventual defesa do país. (...)

Tudo era por demais urgente. Inclusive, e principalmente, a formação de novos oficiais-aviadores. Pouco mais de dois meses após a criação do Ministério da Aeronáutica, surgiram, em 25 de março de 1941, a Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, e a Escola de Especialistas, na Ponta do Galeão, no Rio de Janeiro.

A Reserva Aérea, importante segmento de qualquer força armada durante uma guerra, foi alvo de providências imediatas. As Portarias Ministeriais nº 97 (de 20/8/42) e 107/108 (de 19/9/42) criaram três Centros de Preparação de Oficiais-Aviadores da Reserva - CPOR Aer - nas Bases Aéreas do Galeão, São Paulo e Canoas. Tais organizações militares formaram 180 oficiais–aviadores da Reserva entre 1942 e 1945.

Simultaneamente, como ação emergencial, o Aviso Ministerial nº 121 (de 19/9/1942) baixou instruções para o envio aos Estados Unidos dos primeiros 200 (duzentos) candidatos a oficiais aviadores da Reserva para formação e treinamento de pilotos. Até o final da II GM, 281 oficiais-aviadores da Reserva foram preparados nas escolas de aviação norte-americanas.

Entre os oito primeiros voluntários candidatos a oficiais-aviadores da Reserva nos Estados Unidos estavam os jovens amigos Sérgio Cândido Schnoor e Alberto Martins Torres, que mais tarde seriam responsáveis pelo afundamento de um submarino alemão na costa do Rio de Janeiro. (...)

U-199, O Lobo Cinzento

No final de 1942, a Alemanha começou a lançar novos submersíveis para a sua frota oceânica. O tipo IXD2 tinha como principal missão bloquear, ainda mais, o fluxo de matérias primas necessário ao esforço de guerra de seus inimigos. (...) Considerados, na época, como de última geração, eram capazes de executar patrulhas de ataque em regiões afastadas do Atlântico Sul. (...)

O “Lobo Cinzento” U-199 (o submarino era pintado no estilo camuflado nas cores cinza-claro, marrom e azul cobalto, e tinha na sua torre o desenho de uma embarcação viking), partiu de Kiel, em 13 de maio de 1943, chegando à sua área de patrulhamento, ao sul do Rio de Janeiro, em 18 de junho. Durante a investida na costa brasileira, o U-199 fez as seguintes vítimas:

27 de junho: disparou três torpedos contra o cargueiro artilhado norte-americano Charles Willson Peale, da Classe Liberty, a 50 milhas ao sul do Rio de Janeiro, errando dois torpedos e danificando o navio com o terceiro. A embarcação respondeu com seu armamento, provocando a fuga do submarino. O navio conseguiu chegar ao porto do Rio de Janeiro;

03 de julho: foi atacado, sem danos, por um avião A-28A Hudson, operando da Base Aérea de Santa Cruz, durante a noite foi atacado e abateu um hidroavião PBM 3 martin mariner do VP-74, esquadrão americano parcialmente baseado no Galeão, comandado pelo Tenente Harold Carey. Toda a tripulação pereceu;

22 de julho: atacou e afundou a tiros de canhão o pequeno barco de pesca brasileiro Shangri-lá, matando seus 10 tripulantes;

24 de julho: atacou e afundou o cargueiro inglês Henzada, de 4.000 ton.

O Afundamento do U-199 (manhã de 31 de julho de 1943)

O U-199, navegando na superfície, avistou um avião ainda distante e o comandante Kraus, na torre, comandou força total à frente e mudança de rota. A tripulação teria entendido mal a ordem e iniciou uma frustrada submersão, que retardou a fuga do submarino. A antiaérea foi acionada. O avião americano, um PBM 3 martin mariner comandado pelo Tenente Walter F. Smith, lançou seis bombas de profundidade MK47 que danificaram o submarino impedindo-o de submergir. Dado o alerta pelo rádio, foi acionada a Força Aérea Brasileira através de um avião Hudson A-28A pilotado pelo Aspirante da Reserva Sérgio Cândido Schnoor, que lançou duas bombas MK17 que explodiram próximas ao alvo, sem, entretanto, provocarem maiores danos. Numa segunda passada, a nossa aeronave metralhou o convés do submarino, atingindo alguns artilheiros das peças antiaéreas.

Finalmente, também alertado pelo rádio, surgiu um hidroavião “CatalinaPBY-5 da FAB, pilotado pelo Aspirante Torres que, especialista naquele avião, pode demonstrar toda a sua perícia. Na primeira passagem, com todas as suas metralhadoras .50 disparando, lançou três bombas MK44 . Ele próprio, em seu livro “Overnight Tapachula” (1985, Ed. Revista de Aeronáutica) descreve o ataque:

Já a uns 300 metros de altitude e a menos de um quilômetro do submarino podíamos ver nitidamente as suas peças de artilharia e o traçado poligônico de sua camuflagem que variava do cinza claro ao azul cobalto. Quando acentuamos um pouco o mergulho para o início efetivo do ataque, o U-199 guinou fortemente para boreste completando uma curva de 90 graus e se alinhou exatamente com o eixo da nossa trajetória, com a proa voltada para nós. Percebi uma única chama alaranjada da peça do convés de vante, e, por isso, efetuei alguma ação evasiva até atingir uns cem metros de altitude, quando o avião foi estabilizado para permitir o perfeito lançamento das bombas. Com todas as metralhadoras atirando nos últimos duzentos metros, frente a frente com o objetivo, soltamos a fieira de cargas de profundidade pouco à proa do submarino. Elas detonaram no momento exato em que o U-199 passava sobre as três, uma na proa, uma a meia-nau e outra na popa. A proa do submersível foi lançada fora d’água e, ali mesmo ele parou, dentro dos três círculos de espuma branca deixadas pelas explosões. A descrição completa sobre a forma por que as cargas de profundidade atingiram o submarino me foi fornecida em conversa que tive com o piloto do PBM, tenente Smith, que a tudo assistiu, de camarote, e que inclusive me presenteou com uma fotografia do U-199. Em seguida, nós abaixáramos para pouco menos de 50 metros e, colados n’água para menor risco da eventual reação da antiaérea, iniciamos a curva de retorno para a última carga que foi lançada perto da popa do submarino que já então afundava lentamente, parado. Nesta passagem já começavam a saltar de bordo alguns tripulantes. Ao completarmos esta segunda passagem é que vimos o PBM americano mergulhando em direção ao objetivo. Depois saberíamos de onde viera. Transmitimos com emoção o tradicional SSSS - SIGHTED SUB SANK SAME - em inglês, usado pelos Aliados para dizer: submarino avistado e afundado - e ficamos aguardando ordens, sobre o local. Em poucos segundos o submarino afundou, permanecendo alguns dos seus tripulantes nadando no mar agitado. Atiramos um barco inflável e o PBM lançou dois. Assistimos aos sobreviventes embarcarem nos três botes de borracha, presos entre si, em comboio. Eram doze. Saberíamos depois que eram o comandante, três oficiais e oito marinheiros.

Era o fim do “lobo cinzento”, primeiro submarino do tipo IXD2 a ser afundado na II GM. Sobreviveram 12 tripulantes, resgatados pelo navio-tender americano USS Barnegat, (o mesmo que socorreu os náufragos do U-513, recentemente localizado no litoral de Santa Catarina), tendo sido encaminhados a uma unidade prisional em Recife e posteriormente enviados aos Estados Unidos. Alguns destes relatos foram obtidos do interrogatório dos tripulantes por autoridades americanas. O comandante Kraus negou o ataque do dia 3 de julho ao PBM3 martin mariner, afirmando que a aeronave explodiu antes de ser atingida pela antiaérea, o que parece improvável.

O Tenente R/2 Torres foi o único piloto brasileiro que, comprovadamente, afundou um submarino alemão. Pelo feito, recebeu do governo americano a DFC - Distinguished Flying Cross (Cruz de Bravura).

No início de 1944, o Tenente Torres deixou o 1º Grupo de Patrulha, seguindo como voluntário para servir no 1º Grupo de Aviação de Caça, que iria combater na Itália. Dos 49 pilotos brasileiros que entraram em combate na Europa, treze eram oficiais R/2. A Esquadrilha de Ligação e Observação - 1ª ELO - tinha onze aviadores, dos quais quatro eram da Reserva. Dos nove aviadores que deram suas vidas à pátria no cumprimento do dever, um era R/2. O Aspirante-Aviador da Reserva Frederico Gustavo dos Santos, em 13 de abril de 1945, foi vitimado pela explosão de um depósito de munições alemão, que ele próprio metralhara, nas proximidades de Udine. Segundo relato do Brigadeiro Rui Moreira Lima (94 missões de guerra), “o Aspirante Santos conseguiu saltar da aeronave em chamas, mas faleceu na queda e foi enterrado pelos soldados alemães”. Um inimigo anônimo, a partir de um estojo de munição de 20 mm, afixou, em alemão, na placa que assinalava a sepultura: "Homenagem ao Aviador Morto em Combate".

Blog e Livro

Os artigos relativos ao “Projeto–Aventura Desafiando o Rio–Mar”, Descendo o Solimões (2008/2009), Descendo o Rio Negro (2009/2010), Descendo o Amazonas I (2010/2011), e da “Travessia da Laguna dos Patos I (2011), estão reproduzidos, na íntegra, ricamente ilustrados, no Blog http://desafiandooriomar.blogspot.com.

O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre.

Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Vice-Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil/Rio Grande do Sul; Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br - E–mail: hiramrs@terra.com.br

DESENHOS A LÁPIS

Você já ouviu falar de Doug Landis?

Olhe para os seus desenhos a lápis:

Observe os detalhes...

Gostou? Este artista incrível e seus desenhos muito originais são feitos com a boca, pois Doug não possui os braços!

A superação desse artista é um exemplo de vida. É fantástico ver como o ser humano pode inverter uma situação de adversidade.

Doug Landis teve paralisia do pescoço para baixo quando ainda era pequeno na prática de wrestling (luta, arte marcial), em sua escola.

Seu irmão, muito triste por ver Doug em depressão, teve a iniciativa de despertar no irmão o desejo de desenhar. A melhora foi significativa, Landis começou a desenhar e retomar o gosto pela vida. Ele pode ter perdido muito de sua liberdade física, mas conseguiu libertar seu espírito.

O artista diz: “Encontrei um talento em mim, que me leva a crer que todo mundo tenha talento. Se eu posso fazer de alguma maneira, todos podem encontrar a sua própria maneira de fazer. Encontrar seu talento ajuda a ter esperança e a atravessar melhor a vida”... “Muitas vezes arranjamos desculpas para não fazer as coisas devido às dificuldades, mas, quando há vontade de fazer, sempre há uma maneira de se conseguir”.

Após uma exposição na Bélgica, o trabalho de Landis recebeu resposta extraordinária, muitas oportunidades surgiram. Doug tem se especializado cada vez mais na anatomia de animais, principalmente os situados em via de extinção.

CURIOSIDADE: Imagine que um esboço desses desenhos pode demorar entre 4 a 20 horas.

Visite o site do artista clicando AQUI.

A HUMILDADE E A ARROGÂNCIA

Por João Bosco Leal

Um amigo de infância me enviou um e-mail com um vídeo de um jovem que se apresentou em um programa de jurados e na mensagem anexa, sugeria que eu escrevesse sobre o mesmo. Apesar de já tê-lo assistido em outra oportunidade, me emocionei com a apresentação e com a possibilidade de visualizar claramente, em atitudes, a humildade e a arrogância dos seres humanos.

O jovem entrou no palco vestido de uma calça larga escura, uma camiseta preta com desenhos verdes no peito e tênis. Ao dizer que se chamava John Lennon da Silva provocou um comentário sarcástico de uma jurada, que disse já haver ouvido esse nome e outro disse que sabia ele era muito famoso e amigo do Paul e do Ringo.

Ao explicar que iria dançar, ela, em tom de gozação e apontando para suas roupas perguntou: assim? O rapaz timidamente respondeu que sim, que aquela roupa era do seu cotidiano e o que interessava era que iria apresentar o "Lago dos Cisnes", numa nova coreografia, baseada em Street Dance, a dança de rua dos jovens.

Ela insistiu, dizendo esperar que ele fizesse uma boa apresentação, pois aquele figurino não tinha 'nada a ver'. Outro perguntou se ele conhecia a peça em sua versão original, que era de um cisne se debatendo, agonizando até o final e executado nas pontas dos pés, por uma bailarina vestida toda de branco.

A arrogância desses jurados era visível, imaginando-se os únicos conhecedores da peça, quase chamando de ignorante o rapaz, simplesmente porque estava vestindo roupas comuns e pretas, humilhando-o com suas perguntas e não acreditando que alguém tão simples, vestido daquela maneira, pudesse apresentar algo que valesse a pena ser assistido por quem já viu a peça original, com todo o seu luxo e esplendor.

Depois de autorizado o rapaz iniciou sua apresentação e os jurados logo perceberam tratar-se de um gênio, tanto da dança quanto da coreografia. Seu corpo expressava, incontestavelmente, sem nenhuma possibilidade de dúvidas, movimentos de dor, angústia, do debater nos últimos momentos do Cisne.

O silencio e admiração dos jurados se fazia notar em seus olhares que agora viam algo por eles nunca imaginado, ainda mais vindo de um simples John, sem nenhuma vestimenta ou cenário apropriado para a grandeza da apresentação que realizava, diante de seus próprios olhos.

Ao término da apresentação, os dois homens e uma mulher sentada entre eles, estavam pasmos. Um, estava de pé e perguntando, ouviu do jovem que tinha 20 anos e era o próprio coreógrafo daquela versão. O que havia questionado se o rapaz conhecia a apresentação original estava chorando, com lágrimas escorrendo pelo rosto e não conseguia falar sequer para dar sua nota. Incrédula, a jurada retornou a palavra ao outro.

Ainda em pé, este se dirigiu ao jovem dizendo ser ele de uma grandeza rara, que sua apresentação foi emocionante e sugeriu que continuasse buscando novas maneiras de mostrar coisas já conhecidas e desejava que os telespectadores tivessem percebido a dimensão daquela apresentação e sentido a emoção que ele sentiu.

Infelizmente a grande maioria das pessoas sempre prejulga aqueles que não conhecem, antes mesmo de ouvir deles uma só palavra, muito mais pelo que podem ver, do que pelo que realmente eles são.

Nada questionam sobre seus conhecimentos, capacidade, experiência e cultura. Só vislumbram jóias, relógios, carros, casas, roupas, enfim, ostentação.

Os inteligentes, cultos, educados e muito capazes, nunca ostentam seus predicados e com sua humildade, acabam superando os arrogantes.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

CARROÇA VAZIA

Certa manhã, o meu pai, homem muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos durante alguns segundos e respondi:

- Estou ouvindo um barulho, parece ser de carroça...

- Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia.

Perguntei ao meu pai:

- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

Ora, respondeu meu pai.

- É muito fácil saber que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:

- “Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz…

Pensem nisso!!!...


(Autor desconhecido)

"Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar "(Tg 1:19)

Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

PIMENTA AUSTRALIANA BATE RECORDE DE MAIS ARDIDA DO MUNDO

A pimenta australiana Trinidad Scorpion Butch T foi considerada pelo Guinness Book (livro dos recordes) como a mais apimentada do mundo.

Apesar da aparência inofensiva, ela é 300 vezes mais ardida que a pimenta jalapeño, usada para fazer o molho Tabasco.

As garotas Jarmilla Elders Linda Sartoris na colheita das pimentas australianas
A pimenta mais ardida do mundo

Fonte: Folha-uol - indicação de Juma Durski

terça-feira, 26 de julho de 2011

PRECISA-SE DE FAXINEIRA

Perece que a faxina que a nossa alucinante gerentona, a presidANTA Dilmarionete está "promovendo" no ministério dos transportes não acaba nunca.

Já vão aí mais de três semanas desde que a faxineira oficial da república resolveu arregaçar as mangas e começar a fazer a limpeza... Só que a sujeira continua lá...

Essa será a faxina mais cara da história deste país. Pois os porcalhões estão sendo demitidos, e a grana que eles desviaram sumiu no meio da poeira.

E parece que ao final do "seuvisso" a sujeira estará devidamente jogada para debaixo do tapete.

E nóis... pagando a diária!!!

Fonte: Blog do Alvaro Dias e Blog O Mascate.