segunda-feira, 31 de outubro de 2011

PEDRO DA VEIGA & RÁDIO COLMEIA

Pedro da Veiga:

“Esta é a Rádio Colmeia ZYS-63

de Campo Mourão, com estúdio

na Rua Brasil – Edifício Genero.

Na sequencia musical ouviremos

com MARIO LANZA, de autoria de

Cardillo, Domenico Carolli e

Riccardo Cordiferro:

CORE’NGRATO”.


ATIRANDO PEDRAS

Por João Bosco Leal

Soprando sua mão espalmada repleta de plumas, um sábio mostra a seu pupilo um ensinamento secular, que palavras ditas são como papéis picados, que esparramados pelo vento, jamais poderão ser totalmente recolhidos.

Em uma leitura, soube da história de um pescador que chegando ao rio pela madrugada, ainda escuro, encontrou um saco contendo pedras e ficou atirando, uma a uma, na água até que o dia clareasse e quando ia jogar a última delas, já com os primeiros raios solares, percebeu que era uma pedra preciosa.

Imagino o arrependimento do pescador, que atirou dezenas de pedras no rio, por uma atitude impensada, jogando-as antes mesmo de observar se possuíam alguma importância, se eram preciosas ou se com o polimento dos séculos, ficaram belas o suficiente para servir como objeto de decoração, ou apoio de livros.

Durante a vida, não observamos as pedras que atiramos ou nas quais tropeçamos, dizemos palavras, fazemos brincadeiras ou tomamos atitudes, que desagradam ou ofendem as pessoas, algumas desconhecidas, outras muito próximas, queridas e só nos lembramos que não há como recolhê-las ou apagá-las, após o arrependimento.

A necessidade, cada vez mais comum, de residirmos em apartamentos ou condomínios fechados, faz com que o cidadão urbano perceba, mais rapidamente, que não está só, em uma propriedade rural, longe de tudo e de todos, onde suas atitudes e decisões não influirão na vida do vizinho bastante distante.

Atitudes mínimas, corriqueiras, como fazer barulho durante a noite ou estacionar de qualquer forma na garagem do prédio, podem irritar, criar constrangimentos, ou até mesmo prejudicar outras pessoas que compartilham do mesmo espaço residencial.

Só a maturidade e essa convivência em sociedade, partilhando espaços comuns e cada vez mais concentrados, são capazes de nos mostrar a necessidade de seguir um antigo ditado: 'fomos criados para ouvir mais do que falar e por isso possuímos dois ouvidos e só uma boca'.

Não há como ignorar as ocorrências diárias, mas sempre dizemos coisas ou tomamos atitudes sem pensar nas consequências, se prejudicaremos ou ofenderemos alguém, ou nos igualamos às pessoas que nos ofenderam, possibilitando, dessa maneira, que continuem a nos ofender e que as revidemos.

Ouvimos muitas pessoas dizer que não levam troco para casa, que não assinam recibo ou algo parecido, mas se esse comportamento for generalizado, coletivo, certamente retornaremos à idade da pedra, com brigas constantes onde só sobreviverão os mais fortes e violentos.

Para melhor conviver em sociedade, precisamos aprender a calar e pensar, antes de dizer algo ou de tomar atitudes, pois cada ação provoca uma reação e nossa vida é repleta de ações, passos, caminhadas, trilhas e rodovias, cabendo a cada um a escolha das suas e das consequentes reações.

Resposta ou atitudes precipitadas normalmente causam reações também intempestivas, que poderão nos agredir, mesmo quando essa não era a intenção do outro, que simplesmente reagiu à nossa ação de imediato, sem pensar e provavelmente não reagiria daquela forma se tivesse pensado mais.

O silêncio é a melhor resposta para todos os assuntos, em qualquer situação. Mais tarde, pensando com calma sobre o fato, certamente veremos que poderíamos, ou deveríamos, ter respondido ou agido de outra forma.

Quando falarmos ou atirarmos pedras, precisamos observar o que irão atingir, pois como as palavras, mesmo quando atiradas na água as pedras podem provocar algo que não deveria.

Para não nos arrependermos do que fizemos, devemos analisar, antecipadamente, as palavras que diremos e as pedras que atiraremos.

domingo, 30 de outubro de 2011

INAUGURADA A BIBLIOTECA CIDADÃ PROFESSOR EPHIGÊNIO JOSÉ CARNEIRO

Contando com aproximadamente 2,5 mil livros, espaço para leitura e pesquisas, salão comunitário e local para instalação de um Telecentro Comunitário, a Biblioteca Cidadã Professor Ephigênio José Carneiro, foi inaugurada em uma solenidade marcada por homenagens ao pioneiro imortalizado com a denominação do local, na manhã de quinta-feira, dia 27. Estudantes, professores, artistas, escritores, autoridades, comunidade e familiares do homenageado, participaram da inauguração quando conheceram a nova estrutura cultural com aproximadamente 200 metros quadrados localizada na Rua Engenheiro Mercer, Jardim Primavera, acesso ao Jardim Cidade Nova. A biblioteca foi construída pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura com apoio do Município de Campo Mourão, através da Fundacam (Fundação Cultural).
A nova biblioteca foi construída em terreno oferecido pelo município, que também construiu alambrado, ajardinamento e disponibilizou equipe responsável pelos atendimentos no local. O espaço atenderá estudantes e moradores dos jardins Primavera, Cidade Nova, Alvorada, Bandeirantes, Piacentini, entre outros.
Durante a inauguração a esposa do homenageado Professor Ephigênio José Carneiro, falecido em 2010, Áurea Carneiro, que estava acompanhada pelos filhos Ricardo, Rubens e Roberto, recebeu flores oferecidas pelo prefeito Nelson Tureck e pela vice-prefeita Regina Dubay. Ricardo agradeceu as homenagens em nome da família, quando lembrou a trajetória do pai desde sua chegada em Campo Mourão, em 1955, criação do Colégio Estadual, atuações como vereador, no Lyons Clube e como empresário no ramo de bioquímico até sua morte no ano passado.

Fonte: CRN

CAMINHANDO POR CURITIBA / BATEL

Avenida Visconde de Guarapuava, apenas uma pequena parte da rua.
Batel, uma selva de pedra. Bairro comercial e residencial classe alta.
Uma verdadeira muralha de edifícios construídos em um dos lados da rua.

Em breve o outro lado estará igualmente tomado por edifícios.
Curitiba é realmente uma grande metrópole.

Atualmente, além de tradicional área residencial de Curitiba, com cerca de 12 mil habitantes, o bairro do Batel é repleto de restaurantes e opções para sair à noite. O bairro também conta com 9 hospitais e 4 shopping centers.

Está é a Rua Sete de Setembro.
Bem mais comercial, mas igualmente ladeada de prédios residenciais.
Existem no bairro ainda alguns casarões históricos, mas prefiro mostrar somente o lado moderno nesta postagem.
A parte central da rua é exclusiva para ônibus, aqueles gigantes vermelhos os quais já mostrei em outras postagens.

Perdida em meio a está selva de prédios, encontramos um pequeno colírio para os olhos.
A encantadora Praça do Japão. Um lugar para lembrar-se dos velhos amigos do outro lado do mundo.
Temos muitos japoneses aqui em Curitiba e está praça representa cada um destes amigos.

Há alguns anos atrás fomos honrados com a visita de um Imperador Japonês, Akihito, foi em 1997 se não me falha a memória.
Hoje a praça está ainda mais linda. Foi remodelada recentemente.
Existe no blog uma postagem mais específica deste pequeno Oasis dentro de Curitiba.

Este antigo prédio era um velho quartel. Bem no começo do Batel e quase no centro da cidade.
Atualmente é o Shopping Curitiba. Mais um bom lugar para assistir filmes, comer, comprar e passear.
Mais um antigo lugar bem aproveitado.
Bom era isso. Este foi mais um passeio pela cidade.
Mais uma vez, espero que estas imagens tenham matado a saudade de alguns amigos e quem sabe, um dia, possa conhecer tudo isso pessoalmente.
(Siegmar)

sábado, 29 de outubro de 2011

LULA DIAGNOSTICADO COM CÂNCER PELO HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS

Lula é diagnosticado com tumor na laringe

Plantão | 29/10 às 11h44 Tatiana Farah (tatiana.farah@sp.oglobo.com.br)

SÃO PAULO. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi diagnosticado com tumor na laringe, segundo boletim médico divulgado na manhã deste sábado pelo Hospital Sírio-Libanês. Lula terá de fazer tratamento com sessões de quimioterapia. A doença foi confirmada após avaliação multidisciplinar.

Ainda segundo boletim, Lula encontra-se bem e deverá realizar o tratamento em caráter ambulatorial. A equipe médica que o acompanha é formada por Roberto Kalil, Paulo Hoff, Artur Katz, Luiz Paulo Kowalski, Giberto Castro e Rubens V. de Brito Neto.

Abaixo, íntegra do boletim:

"O ex-presidente da República, Sr. Luís Inácio Lula da Silva realizou exames no dia de hoje no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, tendo sido diagnosticado um tumor localizado de laringe. Após avaliação multidisciplinar, foi definido tratamento inicial com quimioterapia, que será iniciado nos próximos dias. O paciente encontra-se bem e deverá realizar o tratamento em caráter ambulatorial. A equipe médica que assiste o Ex-Presidente é coordenada pelos Profs. Drs. Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz, Luiz Paulo Kowalski, Gilberto Castro e Rubens V. de Brito Neto".

O GLOBO

SAÚDE PERFEITA, DE 1º MUNDO – PARA POUCOS – MENSAGEM DE DILMA PARA O LULA

"Em meu nome e de todos os integrantes do governo, junto-me neste momento ao carinho e à torcida de todo o povo brasileiro pela rápida recuperação do presidente Lula.

Graças aos exames preventivos, a descoberta do tumor foi feita em estágio que permite seu tratamento e cura. Como todos sabem, passei pelo mesmo tipo de tratamento, com a competente equipe médica do Hospital Sírio Libanês, que me levou à recuperação total. Tenho certeza de que acontecerá o mesmo com o presidente Lula.

O presidente Lula é um líder, um símbolo e um exemplo para todos nós. Tenho certeza de que, com sua força, determinação e capacidade de superação de adversidades de todo o tipo, vai vencer mais esse desafio. Contará também, para isso, com o apoio e a força de D.Mariza.

Como Presidenta da República e ex-ministra do presidente Lula, mas, sobretudo, como sua amiga, companheira, irmã e admiradora, estarei a seu lado com meu apoio e amizade para acompanhar a superação de mais esse obstáculo.

Dilma Rousseff - Presidenta da República"

* * *

Interpretação do texto:

(...) Como todos sabem, passei pelo mesmo tipo de tratamento, com a competente equipe médica do Hospital Sírio Libanês, que me levou à recuperação total. Tenho certeza de que acontecerá o mesmo com o presidente Lula.

Deveria procurar um hospital público administrado por vocês, fazer igual a todos os brasileiros que mofam nas filas e corredores dos hospitais, nem chegam serem atendidos e morrem à míngua por falta de atendimento.

(...) O presidente Lula é um líder, um símbolo e um exemplo para todos nós. Tenho certeza de que, com sua força, determinação e capacidade de superação de adversidades de todo o tipo, vai vencer mais esse desafio. Contará também, para isso, com o apoio e a força de D.Mariza.

O presidente Lula (?), é um líder (da quadrilha) um símbolo (da imoralidade) e um exemplo para todos nós ( corrupto, safado).

Contará também, para isso, com o apoio e a força de D.Mariza.( É o mínimo ou a senhora gostaria de estar no lugar dela?)

A propósito MARISA OU MARIZA?

E pra finalizar, senhora presidANTA, (...) "Em meu nome e de todos os integrantes do governo, junto-me neste momento ao carinho e à torcida de todo o povo brasileiro pela rápida recuperação do presidente Lula"

O POVO BRASILEIRO PRECISA ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE DE UMA ÚNICA PESSOA PARA RESOLVER OS PROBLEMAS DA SAÚDE NESTE PAÍS, TÃO SOMENTE DA SENHORA.

SÓ PARA REFRESCAR A MEMÓRIA DESSE POVINHO IGNORANTE, PUXA SACO E ACÉFALO, PROCEDIMENTO PADRONIZADO NO HOSPITAL SIRIO LIBANES NA ESPECIALIDADE DE HEMODINÂMICA/TROCA DA VÁLVULA AÓRTICA , NÃO FICA POR MENOS DE R$ 160 MIL .

SE VOCE PRECISAR DE UMA INTERVENÇÃO DESSAS?. . .

IMAGINEM O QUANTO CUSTA PARA O NOSSO BOLSO MANTER ESSES VAGABUNDOS DO GOVERNO NUM HOSPITAL DESSE?

Leiam aqui sobre o plano de saúde desses inúteis:

Senadores e deputados têm plano de saúde ilimitado e até quem não se reelegeu tem direito a usar

Convênio do Senado bancou, por exemplo, importação de coração de R$ 833 mil para Tuma.

LULA USA MÁSCARA DE OXIGÊNIO(?) E TEM DIFICULDADES PARA FALAR, DIZ MANTEGA

Thiago Varella - do UOL Notícias - Em São Paulo
(...) “Eu encontrei com Lula no aniversário dele, percebemos que ele estava rouco, mas ninguém imaginava que era isso”, disse Mantega ao deixar o hospital.

Segundo o ministro da Fazenda, o câncer de Lula está no início. “Ele é um lutador, já resolveu outros problemas menores e vai resolver esse também”, afirmou.

A laringe é um órgão situado na região do pescoço e tem funções respiratórias e relacionadas ao aparelho vocal. O câncer de laringe atinge principalmente homens e é um dos mais comuns na região da cabeça e pescoço.

* * *

Essa cambada de sangue sugas do (des)governo com o propósito único de "puxassaquismo", o carcamano Mantega perdeu a noção : “Ele é um lutador, já resolveu outros problemas menores e vai resolver esse também”, afirmou.

Acho que o carcamano acredita que ele realmente é deus (minúsculo mesmo nesse caso).

EX-PRESIDENTE DEIXA O HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS

Bournie falava direto do Sírio Libanês ao vivo quando Lula deixava o hospital

O carro sai e logo atrás alguém corre em direção ao carro, não sei se era algum segurança, e gritava alguma coisa do tipo "Cala boca ...” não entendi direito, se a gritaria foi contra a Globo o um insulto ao Lula.

Como ninguém se manifestou até então, peço aos visitantes que assistam à reportagem, tirem suas conclusões e façam seus comentários.
JORNAL NACIONAL

Do blog do Ferra Mula

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

AS LUTAS NECESSÁRIAS

Por João Bosco Leal

Na última década os brasileiros estão assistindo centenas de mudanças que realmente, "nunca antes na história desse país", haviam sido vistas.

Apesar das divergências de opiniões, se a opção pela continuidade e ampliação dos programas econômicos e sociais do governo anterior, foi por mérito individual do último Presidente da República, ou de sua equipe econômica, em qualquer uma delas, seria hipocrisia não reconhecer que no governo do PT a população brasileira de baixa renda melhorou sua qualidade de vida e elevou bastante o seu padrão de consumo.

O governo, ou os governos, que promoveram essa melhoria acertaram dando condições salariais para que a população aumentasse o seu poder de compra, pois o consumo de uma população de 200 milhões de habitantes já é suficiente para a sobrevivência de milhares de empresas e a consequente geração de empregos.

As exportações, principalmente das commodities, estão gerando sucessivos lucros na balança comercial brasileira, proporcionando o crescimento do país em todos os sentidos e isso se deve principalmente ao agronegócio, atualmente responsável por 23% do PIB, 42% das exportações e 52% do superávit comercial.

Apesar dos números, enquanto a maioria dos países do mundo subsidia o agronegócio, os dois últimos governos brasileiros, do PSDB e do PT, por seu radicalismo ideológico, se esforçaram bastante para destruir o sistema produtivo nacional, com a falta de crédito generalizada para o meio, juros muito acima dos internacionalmente cobrados e o total desrespeito à propriedade privada.

Mostrando para a sociedade, de um lado "os latifundiários" e de outro os "sem terra", esses governos implantaram no país um absurdo, destrutivo, violento, criminoso e fracassado projeto de reforma agrária, como também implantado - e fracassado -, em todos os países onde os socialistas ou comunistas assumiram o poder.

Bilhões foram gastos para assentar milhões de desempregados urbanos, sem nenhuma aptidão agrícola, em lotes só suficientes para a agricultura de subsistência, quando o mundo todo, para suprir do aumento populacional exponencial, caminha para a produção em larga escala, de alimentos ou de qualquer outro bem de consumo.

Nos assentamentos realizados, informa o IBGE, raríssimas são as famílias que conseguem sobreviver de seu lote e, além de receber a terra, tornaram-se dependentes eternos dos planos de vales e bolsas do governo, ou seja, do contribuinte, pois como são profissionalmente desqualificados, jamais poderão voltar para as cidades.

Os "sem terra" foram tratados por Lula como cidadãos superiores aos outros brasileiros, pois alegando não produzirem o suficiente para pagar a terra, a casa, os animais e as sementes que o governo lhes entregou acabam ganhando tudo, enquanto os cidadãos urbanos, que tomaram financiamentos para a casa própria, são despejados se não conseguirem pagar algumas parcelas do seu financiamento de décadas.

Falsamente informados, os brasileiros acreditaram na necessidade dessa reforma agrária, que agora percebem ideológica, fraudulenta, desnecessária e criminosa. Eleitos com falsas promessas, após assumirem, os membros desse partido demonstraram total falta de ética, moral e desrespeito com os bens públicos.

Nos governos do PT a corrupção é corriqueira, extremamente tolerada, praticada "como nunca antes na história desse país" e, mesmo nos casos mais escandalosos, quando as pessoas tiveram de ser exoneradas dos mais altos cargos, ninguém foi preso ou sequer devolveu um só centavo aos cofres públicos.

Por só aprendermos o que vemos, lemos ou nos ensinam, precisamos de uma imprensa livre, forte e independente, que mostre a realidade, os desmandos, roubos e assaltos aos cofres públicos cometidos pelos detentores dos poderes para, conscientes, lutarmos por uma verdadeira faxina, nos Três Poderes Constituídos.

As lutas são necessárias, em qualquer área ou fase da vida, fazendo a diferença entre vivê-la ou simplesmente passar por ela.

Imagens Google fotoformatação PVeiga.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ALDO REBELO NO ESPORTE

OLÉ! Y “QUE VENGA LA VACA”

Pronto, destruíram o indestrutível Orlando Silva. Grande coisa. Nada vai mudar. O ministério é do PCdoB. O partido não tem ninguém que não se preste a ser mais do que um mero repassador de cargos e repartidor dos ovos de ouro dessa galinha que a Copa engordou. O Esporte no Brasil vai continuar dependendo apenas das denúncias "infundadas" da mídia. Então que venga la vaca!

Pois então, Aldo Rebelo comunista camarada de Lula, antigo presidente do Brasil e veterano de honra do PT e da governanta Dilma, foi ungido para o lugar do indestrutível Orlando Silva.
Do seu currículo consta como fato notável para o bem do esporte, aquela rápida e quase furtiva entrada na sessão em que o gerente do Parque de Diversões de Orlando prestava um morno depoimento na Câmara dos Deputados sobre o clima, o tempo e a novidade que é trocar uma tapioca por ovos de ouro.
Naquele intervalo, sem querer falar no segundo tempo, Aldo Rebelo segredou algo no ouvido de ACM Neto que logo abandonou o recinto, levando a oposição em peso para a sala ao lado, onde o delator João Dias falava tudinho que Orlando não falava na esvaziada sessão salvamento da pátria de chuteiras. Com Aldo Rebelo, agora vai.

ESPÓLIO DE LULA NO GOVERNO DILMA

Orlando levou um tempão para ser bola fora no governo. Ele é do tempo de Agnelo Queiroz. Bota nisso aí quase oito anos. E se não fosse o jornalismo investigativo, ninguém saberia de nada, ninguém diria nada, ninguém faria nada. É mais um bamba da orgia que desfalca a herança bendita que Lula deixou para Dilma. Restam ainda no governo da primeira-presidenta do Brasil os que chegaram a tanto pelo dedo de Lula.
Continuam pela Esplanada os companheiros bons e batutas, Guido Mantega, da Fazenda; Gilberto Carvalho, olheiro de Lula no Gabinete da Presidência; Edison Lobão, como homenagem de Lula a Sarney em Minas e Energia; Alexandre Padilha na Saúde; Carlos Lupi dando Trabalho; Paulo Bernardo à cata do que fazer no Planejamento; Celso Amorim na Defesa; Fernando Haddad na Educação e Izabella Teixeira no Meio Ambiente.
Quando Lula inventou o Brasil para Dilma, emplacou 15 ministros como herança para a sua criatura. A quota está desabando. E a oposição não tem nada a ver com isso. Nem a imprensa. Quem derruba ministro por ministro é o efeito de esperteza em cascata que Lula implantou com o nome de "estratégia de coalizão pela governabilidade". Quando se bota preço nas nas coisas para fazer aliados e influenciar pessoa, é nisso que dá; é desse jeito que a vida despenca.
Embora o fim de ano esteja próximo e mais próximo do que parece o janeiro, mês da reforma ministerial anunciada a boca pequena por Dilma, a bolsa de apostas tem fortes candidatos a tropicões nesse bloco de afilhados de Lula. É um espólio e tanto deixado pelo de cujos. Mas antes, o próximo caicai partilha o inventário antes de "pedir pra sair".

Do Sanatório da Notícia

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ESCÂNDALO NO ESPORTE DERRUBA MINISTRO ORLANDO SILVA

Consumado neste fim de tarde, o despejo de Orlando Silva não basta. Se o companheiro que compra até tapioca com cartão corporativo for substituído por outro comunista do Brasil, será preservado o esquema que transformou o Ministério do Esporte na Casa da Moeda do PCdoB. Ele é só o rosto mais conhecido na multidão de militantes envolvidos em patifarias que começaram com Agnelo Queiroz e assumiram dimensões delirantes com o demolidor do Segundo Tempo. Prosseguirão, com diferentes truques e formatos, caso a vaga no primeiro escalão seja preenchida por outro camarada.

Os Estados Unidos não têm um Ministério do Esporte. A maior potência olímpica do planeta tem uma política esportiva definida e consistente, que se fundamenta na descoberta e formação de atletas em colégios e universidades. O Brasil tem um Ministério do Esporte que só tem um partido e jamais esboçou uma política esportiva que mereça tal nome. A única diretriz conhecida é que confere prioridade absoluta ao esporte de alto rendimento. Nesse campo, os patrocínios são muito mais generosos e as parcerias, bastante lucrativas. Coerentemente, o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento é Ricardo Leyser.

Coordenador da comissão organizadora dos Jogos Pan-Americanos de 2007, foi ele o principal arquiteto do monumento à gastança contemplado pela medalha de ouro em salto do orçamento, superfaturamento de notas fiscais, licitações fraudulentas e convênios bandalhos. Estava em Guadalajara ao lado do ministro quando chegou a notícia de que a edição de VEJA reafirmaria que, para os farsantes, sábado costuma ser o mais cruel dos dias. Na segunda-feira, depois de qualificado de “bandido” por Orlando Silva, o PM João Dias Ferreira devolveu o insulto com uma nota que acabou por ampliar o prontuário de Leyser.

“E se tu não deves nada”, perguntou João Dias a Orlando Silva num trecho, “por que mandou seu secretário nacional Ricardo Leiser tentar me localizar na sexta-feira, quando soube da matéria, o que ele queria comigo? Fazer mais um daqueles acordos não cumpridos?” O único erro é o i no lugar do y de Leyser, que tentou escapar do flagrante com uma réplica irônica: “Como eu o procurei se estou em Guadalajara? Por teletransporte?” A frase lhe custou uma internação no Sanatório Geral, justificada pela suspeita de que Leyser ainda não foi apresentado a um invento batizado de telefone.

Os leitores da coluna conhecem a figura desde outubro de 2009, recorda o post reproduzido na seção Vale Reprise com o título “O prefeito que governa de joelhos e o ‘senhor executivo” descoberto por Orlando Silva”. O “senhor executivo”, com aspas, é Ricardo Leyser. Um senhor delinquente, sem aspas.

PEREGRINAÇÃO, EIXO DO ENCONTRO PELA PAZ EM ASSIS

Ocorre amanhã o encontro de Assis, quando o Papa Bento XVI vai se reunir com representantes de diversas religiões (e, se não me engano, até mesmo com os sem religião alguma) com vistas à promoção da paz mundial. O evento ocorre, também, em memória dos 25 anos do I Encontro de Assis, realizado pelo Papa João Paulo II em 1986.

A despeito de todos os cuidados do então Pontífice, a impressão que passa é a de que o primeiro encontro foi desastroso (como alguns dizem, Deus mandou até terremoto… ). Mas faço questão, sim, de registrar os cuidados então tomados por João Paulo II, porque muito do que se lê sobre o Encontro de Assis é somente a maçã podre do cesto. Se é certo que certas coisas foram lamentáveis e não devem ser escondidas, é igualmente injusto esconder o outro lado da questão. Não se registra tanto, p.ex., que os membros de religiões diversas rezaram separadamente (e não em conjunto), e nem que o Papa João Paulo II disse lá, com todas as letras, que o encontro não tinha nenhuma conotação de indiferentismo religioso, nem de todas as religiões serem boas para construir um mundo melhor, nem nenhuma bobagem naturalista do tipo. Está lá, no discurso “[a]os representantes das várias Igrejas e Comunhões Cristãs e de outras religiões presentes em Assis para o Dia de Oração pela Paz (27 de outubro de 1986)” (ou em inglês):

O fato de termos vindo aqui não implica em alguma intenção de buscarmos um consenso religioso entre nós, ou de negociarmos as nossas convicções de fé. Tampouco significa que as religiões podem se reconciliar no nível de um empenho comum num projeto terreno que as sobrepasse todas. Também não é uma concessão a um relativismo nas crenças religiosas, porque todo ser humano deve seguir sinceramente a sua reta consciência na intenção de procurar e de obedecer à verdade.

O nosso encontro atesta somente – este é o [seu] verdadeiro significado para as pessoas de nosso tempo – que, no grande empenho pela paz, a humanidade (na sua própria diversidade) deve beber de suas mais profundas e vivificantes fontes, nas quais se forma a própria consciência e sobre as quais se funda as ações de todas as pessoas.

E, na conclusão do encontro, João Paulo II disse ainda que a paz é um imperativo de qualquer consciência moral e que a situação atual do mundo testemunha que a realização da paz está além dos esforços humanos. Uma referência, portanto, à Lei Natural seguida de um apelo à transcendência em um mundo laicizado. Pode-se questionar a conveniência de tal encontro (ou de sua repetição), pode-se (aliás, deve-se!) repudiar com energia os abusos que lá aconteceram; mas não é razoável rasgar as vestes vaticinando por conta disso a apostasia da Igreja, nem tampouco inferir deste encontro coisas que o seu idealizador e organizador disse expressamente não decorrerem dele.

No encontro de amanhã, as coisas serão diferentes. Primeiro que não haverá orações nem em comum e nem separadamente; a programação do encontro não as prevê. Haverá somente, ao final do dia, um Rinnovo Solenne dell’Impegno per la Pace. Depois, a oração preparatória para o encontro de Assis (feita no Vaticano, na véspera da viagem, hoje) está cheia de elementos daquela santa intolerância que é apanágio da Fé Verdadeira: do Tu es Petrus da entrada, passando pelo “convertitevi e credete nel Vangelo” da Aclamação ao Salve Regina final. Sem espaço, portanto, para indiferença religiosa. A experiência passada foi negativa a ponto do Santo Padre julgar por bem tomar algumas precauções.

À luz disso, algumas considerações de Dom Marcelo Barros (publicadas no Site da Arquidiocese de Olinda e Recife) são sem cabimento e só se prestam a confundir o povo de Deus. Em primeiro lugar, o Papa não está (como disse o monge) convidando «os líderes de outras religiões para orar», e sim para se reunirem em Assis. Em segundo lugar, ainda que estivesse (como João Paulo II fez), isto de forma alguma seria «um gesto de reconhecimento do valor espiritual dessas religiões», a menos que estejamos falando do seu valor enquanto apontam para a Verdadeira Igreja de Cristo (o que certamente não é o sentido empregado pelo Marcelo Barros).

Na verdade, a paz é um anseio de todos os homens, assim como a sua sede de Infinito – que só no Deus Verdadeiro pode ser saciada. Apontar para o fato de que o homem anseia por Deus não é, absolutamente, a mesma coisa que legitimar os ídolos (antigos ou modernos) com os quais os homens buscam em vão suprir esta necessidade. Trata-se não de legitimá-la tal como se encontra e nem de fingir que ela não existe, mas de ordená-la para o seu fim verdadeiro. Afinal, é quando o homem reconhece a sua sede de infinito que ele se coloca a caminho da conversão.

Analogamente, reconhecer que os homens anelam a paz não é concordar com os meios por eles empregados para obtê-la: é simplesmente constatar um desejo, o qual só encontra a sua plena realização na paz de Cristo, na Paz que Ele nos deixou e que não é desta terra. Assim, falar em Deus mesmo para pagãos (como São Paulo no Areópago de Atenas) não é fazer uma concessão ao paganismo; é, ao contrário, fazer um apelo ao anseio de Transcendência que se encontra mesmo nos que tomam algum ídolo por Transcendente. E, do mesmo modo, falar em Paz para os que não A possuem (e nem podem possuir) não é capitular diante dos seus erros nem aceitar a pseudo-paz que eles oferecem: ao contrário, acenar com a importância da Paz Verdadeira é conceder aos homens a chance de perceberem que eles ainda não a possuem. É dar-lhes a possibilidade de encontrarem a Cristo, Único Príncipe da Paz.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

DEMOCRATIZAÇÃO DA IMPUNIDADE

Por João Ubaldo Ribeiro

Distinto leitor, encantadora leitora, ponha-se na pele de quem tem de escrever toda semana. Não me refiro à obrigação de produzir um texto periodicamente, sem falhar. Às vezes, como tudo na vida, é um pouquinho chato, mas quem tem experiência tira isso de letra, há truques e macetes aprendidos informalmente ao longo dos anos e o macaco velho não se aperta. O chato mesmo, na minha opinião, é o “gancho”, o pé que o texto tem de manter na realidade que o circunda. Claro, nada impede que se escreva algo inteiramente fantasioso ou delirante, mas o habitual é que o artigo ou crônica seja suscitado pelo cotidiano, alguma coisa que esteja acontecendo ou despertando interesse.

Pois é. Hoje, outra vez, qual é o gancho? Quer se leia o jornal, quer se converse na esquina, só se fala em ladroagem. Roubalheiras generalizadas, desvios, comissões, propinas. Roubam-se tudo, em toda parte. Roubam-se recursos do governo na União, nos estados e nos municípios. Roubam-se donativos humanitários e verbas emergenciais destinadas a socorrer flagelados. Rouba-se material, rouba-se combustível, rouba-se o que é possível roubar. Qual é, então, o gancho? Só pode ser a ladroagem. Não há outro, pelo menos que eu veja. É o tema do dia, não adianta querer escolher outro, ele se impõe.

Hoje creio que não há um só brasileiro ou brasileira (de vez em quando eu acerto no uso desta nova regra de distinguir os gêneros) que não tenha a convicção de que pelo menos a maior parte dos governantes, nos três poderes, é constituída de privilegiados abusivos e larápios, no sentido mais lato que o termo possa ter. Já nos acostumamos, faz parte do nosso dia a dia, ninguém se espanta mais com nada, qualquer mirabolância delinquente pode ser verdade. E também já nos acostumamos a que não aconteça nada aos gatunos. Não só permanecem soltos, como devem continuar ricos com o dinheiro furtado, porque não há muita notícia de devoluções.

Ou seja, por mais que alguma autoridade nos diga expressamente o contrário, usando um juridiquês duvidoso e estatísticas entortadas, a verdade é que, no Brasil, o crime compensa. Presumo que até os assaltantes pés de chinelo tenham pelo menos a vaga percepção de que todos os poderosos roubam e, portanto, fica mais uma vez comprovado que quem não rouba é otário. Às vezes, chega a parecer que existe uma central programadora de falcatruas, pois a engenhosidade dos ladrões não tem limites e, hoje, analisar somente os golpes dados em um ou dois ministérios requereria um profissional especializado, com anos de estudo e experiência. É criado um órgão ou despesa, aparece logo uma quadrilha dedicada a furtar desse órgão ou abiscoitar essa despesa. Suspeitamos de tudo, de obras públicas a loterias, da polícia aos tribunais. Contamos nos dedos os governantes, em qualquer dos três poderes, em que ainda acreditamos que podemos confiar – e é crescente a descrença neles, bem como o cinismo e a apatia diante de uma situação que parece insolúvel e da qual, como quem cumpre uma sina má, jamais nos desvencilharemos.

Não seria de todo descabida a afirmação de que somos uma sociedade sem lei. Sob certos aspectos, somos mesmo, porque as nossas leis não têm dentes, não mordem ninguém. Mesmo na hipótese de um assassinato ser esclarecido, o que está longe da regra, estamos fartos de ver homicidas ficarem praticamente impunes por força de uma labiríntica e deploravelmente formalista rede de recursos, firulas jurídicas e penas brevíssimas. A possibilidade de, mesmo confesso, um homicida jamais ser de fato punido, a não ser muito levemente, é concretizada todo dia. Aqui matar é cada vez mais trivial e muitos assaltantes atiram pelo prazer de atirar, matam pelo gosto de matar.

Não sei em que outro país do mundo o sujeito entra numa delegacia policial levando o cadáver da vítima, mostrando a arma do crime e confessando sua autoria, para ser posto em liberdade logo em seguida, já cercado de advogados e manobras para evitar a cadeia. É difícil de acreditar, mesmo sabendo-se que é verdade documentada. Réu primário, moradia conhecida, ocupação fixa etc. e tal e o sujeito vai para casa quase como se nada tivesse acontecido, talvez até trocando um aperto de mão com o delegado, como já imaginei aqui. Ou seja, é crime, mas é mole matar no Brasil, o preço é muito em conta. E essa situação não envolve apenas os ricos, porque os outros também estão aprendendo, como foi o caso de um jovem assaltante de São Paulo, que muitos de vocês devem ter visto na TV. Apresentou-se numa delegacia espontaneamente, é réu primário, tem residência fixa etc. etc. Embora tenha posto a culpa na vítima, por esta haver reagido, confessou o crime. Foi solto logo em seguida, saindo muito sorridente da delegacia. E, se um dia vier a ser condenado, contará com um mar de recursos à sua disposição, complementados pelos benefícios a que terá direito, com a progressão da pena.

Já tive oportunidade de dizer aqui que a melhor maneira de assassinar alguém no Brasil é encher a cara, sair no carro e atropelar a vítima. Encher a cara é agravante em toda parte, mas aqui parece funcionar como uma espécie de atenuante. Fica-se discutindo se o homicídio é doloso ou culposo, se o que vale no caso é o Código de Trânsito ou o Código Penal e, no fim das contas, o que acontece é o atropelador pagar fiança, ir embora para casa e esperar, na pior das hipóteses, ser enquadrado numa dessas leis desdentadas e cumprir pena em liberdade, ou quase isso. O que, somado ao que está dito acima, leva mesmo a concluir que, entre nós, o crime compensa. E, talvez graças aos exemplos dados por parlamentares e outros governantes, estamos assistindo à democratização da impunidade, que gradualmente deixa de ser privilégio dos ricos e poderosos para se estender a todos. Tá dominado.

Ilustração Google imagem - fotoformatação PVeiga.

ANIVERSÁRIO DE UM FACÍNORA II

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 25 de outubro de 2011

A sentença de morte de um Tribunal Revolucionário deve ser cumprida por fuzilamento. No entanto, nos encontrávamos próximos ao inimigo, dentro de um cerco que pôde ser executado em virtude da existência de muitas estradas na região. O Tenente Mendes foi condenado e morreu a coronhadas de fuzil, e assim o foi, sendo depois enterrado. (Comunicado "Ao Povo Brasileiro" emitido pela VPR)

Dou continuidade ao primeiro artigo em referência ao aniversário do facinoroso Carlos Lamarca. Os juízes brasileiros, às vezes, fazem justiça. A juíza Claudia Maria Pereira Bastos Neiva mostrou corajosamente, em março de 2010, que não se intimida perante a corja mercenária de degenerados que queria implantar uma ditadura comunista no nosso país pela força das armas e que agora, encastelados no poder, pleiteiam gordas indenizações.

Reproduzo, na íntegra, o artigo de Reinaldo Azevedo a respeito da anulação da Portaria do Trotskista Surtado Tarso Genro quando Ministro da “IN”Justiça.

- Reinaldo Azevedo - do blog do autor

A Justiça Federal concedeu nesta sexta-feira, dia 5 de março de 2010, uma liminar para suspender a anistia ao ex-guerrilheiro comunista Carlos Lamarca. Autor da ação, o Clube Militar do Rio pediu a anulação da portaria do ministro da Justiça, Tarso Genro, que concedeu anistia política post-mortem ao capitão Carlos Lamarca - com promoção ao posto de coronel e proventos de general-de-brigada, além de reparação econômica no valor de R$ 902.715,97, em favor de sua viúva, Maria Pavan Lamarca.

Em julho, a comissão de anistia do Ministério da Justiça havia concedido indenização de R$ 300 mil à viúva e aos filhos de Lamarca pelos dez anos em que estiveram exilados em Cuba. Com a promoção post-mortem, a viúva Maria Pavan Lamarca passaria a receber do Ministério da Defesa uma pensão de R$ 12 mil, correspondente ao montante pago para um general de brigada, do Exército.

A juíza Claudia Maria Pereira Bastos Neiva acatou a alegação do Clube Militar, de que Lamarca não poderia ser beneficiado pela lei de anistia porque desertou do Exército para entrar na luta armada contra o regime militar.

Além disso, em seu despacho, a juíza considerou ‘altamente questionável a opção política de alocação de receitas para pagamento de valores incompatíveis com a realidade nacional, em uma sociedade carente de saúde pública em padrões dignos, deficiente na educação publica, bem como nos investimentos para saneamento básico, moradia popular e segurança’.

A liminar suspende os pagamentos e os benefícios indiretos, inclusive a promoção a general-de-brigada, até o julgamento do mérito da ação, ainda sem data definida. Os autores argumentam que, conforme o Decreto 3.998, de 5 de novembro de 2001, só será promovido post-mortem o oficial que, ‘ao falecer, satisfazia as condições de acesso e integrava a faixa dos oficiais que concorriam à promoção pelos critérios de antiguidade ou de merecimento’.

Sustentam, assim, que o Conselho de Anistia não pode fazer a promoção, mesmo com o referendo do ministro da Justiça.

Lamarca, que servia num quartel de Quitaúna, em Osasco, quando desertou do Exército para entrar na luta armada, foi comandante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), da Var-Palmares e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), pelos quais combateu no Vale do Ribeira (SP) e no sertão da Bahia, onde foi emboscado e morto por tropas do Exército, em setembro de 1971. Nascido no Rio, em 27 de outubro de 1937, casou-se em 1959 com Maria Pavan, com quem teve dois filhos - César e Cláudia. Justiça seja feita. Ainda há juízes em Berlim?

No que diz respeito a anistias e reparações - um verdadeiro coquetel de imoralidades e ilegalidades -, raramente vi um caso tão escandaloso como este, de Lamarca.

A promoção - e, consequentemente, parte do valor da indenização - é flagrantemente ilegal. É ilegal porque o Decreto 3.998 diz que só será promovido post-mortem o oficial que, ‘ao falecer, satisfazia as condições de acesso e integrava a faixa dos oficiais que concorriam à promoção pelos critérios de antiguidade ou de merecimento’. E o que se pode afirmar de um desertor, que optou pela luta armada e pelo terrorismo???

Sim: ainda que eu considere ambas as práticas condenáveis, não são a mesma coisa. Ele era também um terrorista, não apenas um soldado do comunismo.

A indenização é também imoral. Lamarca conhecia os riscos da luta e não teria tido, com aqueles que o mataram, mais complacência do que tiveram com ele. Aliás, teve a chance de demonstrá-lo: e optou pela morte cruel de um prisioneiro. Isso é história, não ideologia.

Vamos ver que desculpa dará o Ministério da Justiça para ter optado pela promoção ao arrepio do que diz o decreto 3.998.. E notem bem: a justificativa de que ele tinha direito à rebelião porque havia uma ditadura no Brasil é estúpida, inverídica. Ele também queria uma ditadura, só que outra, a comunista. Mais ainda: se estava descontente com a orientação do Exército, que pedisse baixa, abandonasse a carreira.. Ele escolheu o contrário: voltou as suas armas contra a Força à qual pertencera. E, agora, se pede a esta mesma Força que o promova?

E há um aspecto irônico em tudo isso. A família Lamarca está sendo indenizada também pelos anos passados em Cuba. Ora, por quê? Não dizem os comunistas, até hoje, que lá se realizava e se realiza o sonho do socialismo? Por que dar compensações a alguém que viveu a antecipação do paraíso que o próprio Lamarca queria ver reproduzido no Brasil.

Guerrilha não é caderneta de poupança. Terrorismo não é investimento em bolsa de valores. Esquerdismo não é aposta no mercado de futuros. A se dar crédito aos valentes, não se dedicaram à causa para enriquecer ou para tornar ricos os descendentes. A juíza está certa: troquemos nossos falsos mártires esquerdistas por crianças pobres!

– Blog e Livro

Os artigos relativos ao “Projeto–Aventura Desafiando o Rio–Mar”, Descendo o Solimões (2008/2009), Descendo o Rio Negro (2009/2010), Descendo o Amazonas I (2010/2011), e das “Travessias da Laguna dos Patos (2011), estão reproduzidos, na íntegra, ricamente ilustrados, no Blog http://desafiandooriomar.blogspot.com.

O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre. Pode ainda ser adquirido através do e–mail: hiramrsilva@gmail.com.

Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar (IDMM); Vice Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

Blog: http://desafiandooriomar.blogspot.com

E–mail: hiramrs@terra.com.br