Interior da Biblioteca Mazarine |
De acordo com a revista digital Narthex, de Paris,
na pena de Christophe Langlois , a célebre Biblioteca Mazarine, junto à
Academia Francesa, no Quai de Conti em Paris abriu suas portas, em maio, para a
exposição "Um sucesso de livraria
europeu: A Imitação de Jesus Cristo, 1470 - 1800".
Quarenta
exemplares da edição estão expostos à visitação do ávido público na sala de
leitura da Biblioteca (que por si só valeria a visita).
Quase
supérfluo ter presente o incrível sucesso de um texto cujo autor tornou-se
legenda - mais de quarenta nomes foram levantados - se bem que tudo leva a crer
atualmente tratar-se efetivamente de Thomas a Kempis, flamengo, monge da Vida
Comum, no século XV.
Mais de
2.000 edições de seu livro foram divulgadas pelo mundo entre 1470 e começos do
século 19, época esta em que o sucesso obtido pela obra foi imenso. Chegou a
ser então o livro mais editado e lido depois da Bíblia. Entre as inúmeras
traduções, destaca-se a do célebre poeta e escritor francês Pierre Corneille.
Em seu livro
sobre Thomas a Kempis a autora Denise Grégoire (Ed. La Nouvelle Édition, 1944)
o descreve como sendo cônego regular de Mont Sainte-Agnès, copista de inúmeros
livros consagrados à glória de Deus.
Deixou
também codificadas suas meditações, de uma piedade ardorosa e carinhosa.
Teve considerável influência na renovação
espiritual e intelectual da Europa no fim da Idade Media, reagindo a certa degenerescência
da Escolástica.
- No
ambiente recolhido da biblioteca podem-se ler alguns trechos da Imitação, cujo
sucesso editorial se deve a suas qualidades espirituais.
A primeira
parte do livro procura convencer o leitor a examinar seu interior.
Já a segunda
propõe uma "instrução para avançar na vida interior", enquanto a
terceira parte trata "da vida interior".
Não sem
lembrar a Introdução à Vida Devota de São Francisco de Sales, dois séculos mais
tarde (1609), que teve um sucesso retumbante, o manual corresponde ao ardente
desejo dos fiéis de adotarem uma prática devocional pessoal. Num tom
familiar, propõe uma regra de vida do gênero monástico e procura associar
estreitamente suas resoluções a uma meditação pessoal das Escrituras.
Tudo com vistas a levar à fonte e ápice da vida cristã: o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, tema da quarta e última parte.
Tudo com vistas a levar à fonte e ápice da vida cristã: o Santíssimo Sacramento da Eucaristia, tema da quarta e última parte.
Penetrar
neste texto proporciona logo sentir em si o domínio afetuoso e benfazejo de um
Mestre, no sentido cristão que sempre se lhe teve, isto é, de um pai, diretor,
confessor, acompanhante, mas também e, sobretudo irmão que não se sobrepõe ao
leitor, mas que reconhece sua fragilidade e persuade o fiel a prosseguir
corajosamente em seu ato de fé. (Gaudium Press).
(Tradução: Guy de Ridder)
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