“A imitação
perfeita é plágio perfeitamente disfarçado” (Gudé).
Por José Eugênio Maciel
Ponta Grossa, cidade querida
com seus vastos pinheirais
do Paraná é a princesa
Princesa dos Campos Gerais
(...)
Suas praças sempre floridas
são eternas primaveras
e a cidade, que beleza encerra
é do Brasil, - minha terra!
(...)
com seus vastos pinheirais
do Paraná é a princesa
Princesa dos Campos Gerais
(...)
Suas praças sempre floridas
são eternas primaveras
e a cidade, que beleza encerra
é do Brasil, - minha terra!
(...)
Ponta Grossa (Revista O ver o mundo)
O nome, palavra Daniel, tem
origem etimológica do hebraico, é bíblico, a significar “Deus é o meu juiz”, e
no sentido de “gostar de ser útil”. Significado e sentido que amoldam o que foi
a vida de Daniel Kravchychyn, 83 anos, advogado e cartorário. Sempre pronto,
disposto, compenetrado, elegante e galã, também não perdia a oportunidade para
contar os seus causos, dar gargalhadas. Tinha prazer em amealhar e cultivar
amigos, os enaltecia notadamente na ausência deles, agindo com fraternidade sem
que carecesse de estenderem as mãos, tal gesto primeiro partia dele. Daniel
conciliava trabalho árduo realizado com esmero cartorial marcado pelo profundo
conhecimento das leis, com a confraternização, bastava um sorriso e um abraço
para a alegria se expandir, Daniel “bebeu muitos goles da vida”, com
intensidade e renovação ímpares.
Na terça-feira passada Daniel encerrou
o ciclo vital. Passou a rumar para o infinito. Nos preparativos dessa viagem
ele se despediu atenta e afetuosamente dos filhos, netos, familiares, os
saudando como magnânimo paternal, assim como dos seus muitos amigos. Amizades
constituídas a partir dos anos 70 quando aqui se estabeleceu como cartorário e
logo galgou conceito em vista de ser exemplar servidor, se conduzindo com
presteza e fé pública notáveis da sua proba carreira. Afeiçoou-se
edificantemente a Campo Mourão, cidade na qual presenciou, apoiou e fez parte
positivamente da história.
É possível supor que ele faça uma parada
providencial, Ponta Grossa: lá abraçará a todos com a imensidão dos braços das
araucárias repletas de pinhas, altaneiras e imponentes nos vastos Campos
Gerais, amor primeiro e inseparável. Lá exerceu quatro mandatos de vereador e
presidiu o Legislativo, se tornando desde muito jovem uma liderança política
caracterizada pela típica vocação para as funções públicas. A destacada atuação
levou o então governador Paulo Pimentel a convidá-lo para ser o chefe de
gabinete, tendo aceitado com o objetivo primordial, a causa pública. A amizade
entre ambos permaneceu como laço tão forte que, em todas as campanhas
eleitorais, em Campo Mourão, sendo o Paulo candidato, lá vinha o doutor Daniel
pedir o voto para ele.
Ponta Grosa e Campo Mourão não
dividiram jamais o coração do Daniel. Pelo contrário, foi ele a soma de um
sentimento uno, lugares onde ele encontrava os seus amigos, raízes fecundas
nutridas por muitas histórias. Lembro-me do Diário dos Campos ou do Jornal
da Manhã, jornais ponta-grossenses que assinava para se manter informado e
atento aos acontecimentos da sua terra, era rotineiro trazer para os meus
saudosos pais (Eloy e Elza) alguma notícia daquele lugar de onde todos vieram.
No dia da despedida derradeira a chuva
caiu intensa em Campo Mourão e Ponta Grossa, primeiramente para arrefecer o
calor elevado, águas que caíram para renovar a vida, afofar, encharcar a terra,
correram livres pelos campos – Mourão e Gerais – inclusive pelas vias lisas e
planas da nossa cidade ou nos aclives com paralelepípedos da Princesa.
Realizadas as despedidas nas
mencionadas paradas, Daniel concluirá o itinerário e aportará seguramente ao
lado da inesquecível e generosa Dona Rose, para serem sempre lembrados como
seres amados.
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