Por que o socialista, o igualitário, o "chinfrim", odeiam as elites e esbravejam contra elas? Veja o que diz São João Bosco |
Para
esclarecer esse gênero de problemas, impossível imaginar melhor que recorrer aos
ditos de alguém como S. João Bosco, o fundador da ordem dos salesianos,
insuspeito também porque filho de uma família de camponeses (1815-1888).
Prosseguia o biógrafo:
“Os
filhos de operário puderam verificar por eles mesmos as mentiras dos
revolucionários. Gradativamente, compreenderam a sabedoria de Deus permitindo
que os homens nascessem em condições sociais diversas. Ficou claro para os
meninos que o rico e o pobre necessitam um do outro e que ambos foram criados
por Deus para sua gloria”.
Nos
nossos dias, defender as elites é algo que pode oferecer aspectos um tanto
incômodos para quem o faz. Ouvindo a palavra “elite”, alguém pode imaginar tais
ou quais pessoas viciosas, medíocres ou antipáticas; e assim afasta com rapidez
o pensamento que se delineava. Entretanto, não se trata de defender ou atacar
pessoas, mas de guardar ensinamentos como o de São João Bosco, resguardando o
princípio de que deve haver desigualdades entre os homens.
Essa
raiz de desigualdade é tão forte no homem que, salvo exceções, ninguém quer ser
comum, ordinário. Ninguém ‒ salvo o igualitário ‒ quer que todas as coisas sejam comuns, ordinárias.
Ensina
Dr. Plinio: “Toda elite desfruta dos privilégios e
das vantagens que tem, não principalmente para a vida agradável e suave
daqueles que a compõem, mas para o serviço inteiro da sociedade. E esse serviço
supõe que a elite esteja disposta aos sacrifícios necessários para cumprir sua
missão, que por certo inclui a disposição generosa, em alguma medida, dos bens
temporais para ajudar os que necessitam. Não é, porém, somente a generosidade
material que se pede das elites. Eu ousaria acrescentar que nem sequer é o
principal. O homem de elite ‒ seja qual for o tipo ao qual pertence essa
elite ‒ tem a principal responsabilidade, ou a
principal missão, de dar-se a si mesmo ao bem comum”.[2]
Termino
com uma pergunta que deixo no ar: por que o socialista, o igualitário, o
“chinfrim”, odeiam as elites e esbravejam contra elas? Será só, ou
principalmente, pelos aspectos financeiros? Ou há mais algo?
[1] Rev. Fr. Giovanni Battista
Lemoyne, S.D. B. The Biographical Memoirs of Saint John Bosco (New Rochelle,
N.Y.: Salesiana Publishers, 2005), Vol. V, pp. 26-27.
[2]
Conferência pronunciada em 6-5-1968.
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