"Não se escolhe lembrar ou esquecer, dar sentido a eles é viver melhor"-Gudé.
Por José Eugênio Maciel
"O melhor médico é aquele que mais esperança infunde"
(Sêneca)
Colocava-se desafiadoramente na missão de atender ao paciente, antes de tudo lhe dando toda a atenção devidamente especial. Em meio à expectativa, receio e mesmo a sensação de desengano, o enfermo passava a ser envolto por uma acolhida digna, autêntica de um principiar remediador.
São incontáveis os pacientes que sempre fizeram questão de só serem atendidos pelo doutor Sadayoshi Shimizu (foto ao lado) ao longo de todos esses anos em que ele prestou atendimento. Ele foi simples e capaz, olhava nos olhos de todos os seus pacientes, mais do que precisamente diagnosticar, olhava com apreço e generosidade. Não é exagero aduzir, vários dos seus assistidos melhoravam, superaram o reverso da saúde com o ânimo vindo a partir da presença e atuação dele. Era franco, e, sem perder a consideração, advertia quando seus atendidos não vinham seguindo o tratamento ministrado, ele queria o bem das pessoas.
Sadayoshi demorava em atender nas consultas. Ainda que atento ao tempo, sabedor que pessoas o aguardavam, não negligenciava em oferecer na consulta um labor a altura de todas as atenções que o paciente carecia ter, de direito e de fato. Quando as queixas eram externadas com relação SUS - Sistema Único de Saúde, era comum mencionarem o doutor Sadayoshi como notório exemplo positivo de um médico extremado e sensível à dor humana. "Ele sim atende muito bem a gente, eu prefiro esperar ou voltar no outro dia só para ser atendido pelo doutor Sadayoshi, “ouvi dizer certa vez uma senhora convicta. Existia por parte dos pacientes respeito e confiança absoluta ao trabalho dele. O doutor Sadayoshi explicava, orientava, transmitia um sentimento rapidamente compreendido visando proporcionar o melhor para os seus pacientes, aliás, sem distingui-los pela condição sócio-econômica por vez paupérrima.
Sócrates disse algo que bem se encaixa ao doutor: "O melhor médico é aquele que recebe os que foram desenganados por todos os outros". Sadayoshi morreu com 56 anos, no último dia 22. Será efusivamente lembrado, um legado que é acima de tudo um fecundo exemplo e inspiração.
Este registro póstumo era para ter sido feito na edição passada, mas por causa do lapso de memória do escrevinhador aqui (aquela Coluna só ficou pronta quando já eram quatro horas da madrugada), este texto acabou não sendo anexado ao conteúdo geral. Apresento escusa.
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