quarta-feira, 14 de novembro de 2012
A ESPERA NECESSÁRIA E PRUDENTE
Por José Eugênio
Maciel
“A maior riqueza é não ter o que perder” (Gudé).
“A hora mais escura da noite é justamente aquela
que nos permite
ver melhor as estrelas”
Charles A. Beard
Tudo na vida requer tempo.
Tempo para esperar, fazer, para acontecer. Tempo para agir e reagir. Tempo para
semear, cultivar, colher. Depois do período da campanha e das eleições, é
preciso aguardar que os prefeitos eleitos e vereadores assumam os seus
respectivos cargos – que são também encargos – e comecem a colocar em prática o
compromisso assumido perante o povo em termos de governança.
Especulações à parte relacionadas a
composição de equipe, reafirmação de compromisso e o estabelecimento de
prioridades são naturais que gerem análises, comentários.
Entretanto, é de fundamental
importância que o tempo escoe e os eleitos não o percam e trabalhem desde logo.
Durante os momentos que antecederam
definições, registros e a própria campanha eleitoral, me vali deste honroso
espaço de jornal, ainda que modestamente, para discorrer sobre o tema das
eleições, a política, o poder, o comportamento existente ou o ideal por parte
do eleitorado e dos nomes que protagonizaram o processo político-eleitoral.
Creio ser necessária a pausa, a espera providencial e prudente.
Qual seria – ou é – o tempo ideal para
começar as cobranças dos eleitos? Ou qual seria o momento para o aplauso ao que
começará a ser feito ou que será deixado de lado?
A primeira resposta e a mais fácil é
que se deva cobrar desde o momento em que todos passem efetivamente a exercer o
poder. Faz sentido, a considerar que não faltem entre os eleitos a enfática
posição adotada discursivamente durante a campanha quanto a se considerarem
inteiramente preparados para se tornarem prefeito e vereadores desde o primeiro
momento.
Um novo governo – que necessariamente
não é o mesmo que um governo novo – prescinde de um tempo para ganhar
visibilidade, e na essência ser um novo modo de gestão. Especificamente a
prudência compreensivelmente maior se refira aos “marinheiros de primeira
viagem” e não aos que já exercem o cargo ou tenham uma larga experiência
administrativa.
Os reeleitos como prefeito podem e
devem ser cobrados, como exemplo casos do Cláudio Gotardo e Célia Cabrera de
Paula, respectivamente mandatários de Boa Esperança e Campina da Lagoa, não
existem motivos para dar qualquer tempo a eles, é cobrar desde já, e levar em
conta se existe na prática diferenças entre continuidade e continuísmo.
Em termos de Campo Mourão, a prefeita
já ocupou uma secretaria municipal além da presença constante, influência e
responsabilidade inerentes ao fato de ser vice-prefeita atual. Agora em janeiro
será com ela, terá voz ativa, o poder de agir, a personalidade de administrar
segundo os seus próprios métodos, convicções, motivações e responsabilidade.
Independentemente da herança, de ser o
continuar de uma gestão ou a ruptura político-eleitoral e ainda a considerar a
realidade de cada municipalidade, se é preciso “dar tempo ao tempo”, é
absolutamente razoável que seis meses é o suficiente para que aplausos e
apoiamentos; críticas ou descrenças definitivas façam todo o sentido para ambos
os casos.
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