Vista áerea do sinuoso Rio Juruá. Quanto menos floresta, menos água é devolvida à atmosfera. Foto: Dida Sampaio/AE |
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
UMA HERÓICA MISSÃO
Hiram Reis e Silva, Ipixuna, AM, 09 de janeiro de 2013.
Chegamos a remar quase 100 km em um único dia tendo
em vista os grandes vazios demográficos no Rio Juruá e as poucas pesquisas que
aí tivemos oportunidade de realizar. As margens inundadas e pródigas em piuns
determinaram uma mudança de rotina de somente aportarmos no nosso destino
depois de remar uma média de 8h30 diárias ou quando precisássemos coletar
informações sobre as comunidades. A ingestão d’água ou alimento foi feita no
meio do rio com o propósito de evitar o assédio desses terríveis insetos. As
comunidades ribeirinhas são formadas por verdadeiros heróis e na acepção
literal da palavra e não naquela que a mídia sensacionalista prima em empregar.
Os “heróis midiáticos” não seriam capazes de suportar uma semana se quer o
desafio cotidiano das barrancas da bacia do Juruá.
A histórica insalubridade da região agravada pela
falta de políticas publicas de longo prazo que melhorem as condições de vida da
população tem provocado um êxodo continuo para os grandes aglomerados urbanos,
o grande número de eleitores concentrados nessas regiões faz com que os
politiqueiros de plantão não se preocupem com a rarefeita população marginal de
cujo voto não dependem, absolutamente, para se eleger. A Amazônia precisa com
urgência de um ministério que trate de suas endêmicas e seculares questões.
Carece de planos plurianuais e não de medidas emergenciais que atendam apenas
as necessidades eleitoreiras momentâneas de seus idealizadores e que não
solucionam os problemas que se arrastam há décadas, quero deixar aqui patente
meu apreço por estes homens e mulheres que nos acolheram no seio de suas casas
e comunidades, partilharam suas refeições conosco, nos contaram suas histórias
de vida e ouviram emocionados nossos relatos conquistando por fim nossos
corações e mentes.
Movimento Pró-Acre
A proximidade física de Guajará e de Ipixuna,
municípios do sul do Amazonas criaram uma dependência extrema ao Estado do Acre
através de Cruzeiro do Sul, e está ligado ao resto do país, ainda que
precariamente pela BR 364. A distância dos grandes centros do Estado do
Amazonas, a dificuldade de atendimento as questões sanitárias e educacionais
agravadas pelos problemas de abastecimento no período da estiagem vem simulando
um movimento sutil que ambiciona que os municípios de Guajará e Ipixuna passem
a integrar o estado do Acre e não do Amazonas. É interessante verificar que um
estado que tanto lutou para que o Acre fosse integrado ao seu território se
veja agora envolvido num processo que coloca em risco sua própria integridade.
Ipixuna, AM (09.01.2013)
Pela primeira vez desde que iniciamos nossas
amazônicas expedições estamos encontrando sérias dificuldades logísticas e
consequentes implicações financeiras. A ausência de um suprimento de fundos
para arcar com as despesas de combustível com a lancha de apoio tem sido o item
mais preocupante. Felizmente, em Ipixuna, a promessa feita pelo empresário Sr.
Abraão Cândido se realizou e além de conseguirmos autorização para aportar
nossas embarcações no seu porto flutuante, fomos abastecidos com 115 litros de
combustível gratuitamente. Estes “ermos sem fim” determinam que só tenhamos a
possibilidade de abastecer daqui a 570 km em Eirunepé dificuldade que se
estende até a foz do Juruá. A quantidade de combustível que precisa ser carregada
a bordo aumenta consideravelmente o seu consumo. Este fator acrescenta uma
dificuldade maior ainda a essa já tão complexa e difícil missão de descer de
caiaque os 3000 km do Juruá e os 900 km de sua foz, pelo Solimões, até Manaus.
Mais uma vez agradecemos à pronta e gentil
acolhida, em Ipixuna de nossos caros amigos da Polícia Militar do Estado do
Amazonas, na pessoa do seu comandante o Primeiro Tenente Rodney Barros
Ferreira, que providenciou hotelaria, abrindo mão de seu próprio quarto no
hotel e o de um de seus auxiliares para nos acomodar, além de providenciar três
refeições diárias aos membros da expedição durante esses dois dias de
permanência na sua cidade. Faço votos para que em Uirunepé tenhamos a ventura
de encontrar outros amigos de mesmo quilate.
Mais uma vez fazemos um apelo desesperado a nossos
investidores para que continuem colaborando, cada um dentro de suas posses,
para que possamos cumprir a meta de chegar a Manaus. Aqueles que ainda não
conhecem nosso projeto peço que visitem o Blog:
Investimento em Soberania
Conta Bancária de Hiram Reis e Silva
Banco do Brasil (001)
Agência: 4 8 4 8 - 8
Conta Corrente: 117 889 - X
CPF: 415 408 917 04
Endereço: Rua Dona Eugênia, 1227
CEP 90630-150 - Porto Alegre - RS
Telefones: (51) 3508 6265 / (51) 9234 2378
E-mails: hiramrs@terra.com.br
hiramrsilva@gmail.com
Livro do Autor
O livro “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o
Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS –
PUCRS e na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br). Para
visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre
(CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Membro
da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS); Membro
do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador
Emérito da Liga de Defesa Nacional.
E-mail: hiramrs@terra.com.br
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