quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

CERTIDÃO DE NASCIMENTO - NOVO MODELO

Os cartórios vão passar a emitir um novo modelo de certidão de nascimento a partir de 1º de janeiro. O documento vai seguir um padrão nacional, que tem o objetivo de ser mais simples e seguro.
A certidão de nascimento é o primeiro documento na vida de uma pessoa. É o que lhe garante cidadania. Apesar disso, estima-se que, só no ano passado, quase 250 mil crianças deixaram de ser registradas no país.
O novo documento possui o número de matrícula que identifica o cartório, o ano, o livro e a folha na qual foi feito o registro. O número poderá ser acessado pela internet e será reconhecido em todo o país.
Certidão de nascimento grátis reduz índice de registros atrasados, diz IBGE STJ autoriza transexual a mudar nome e sexo na certidão de nascimento.
Outra novidade é que, agora, existe apenas um espaço para filiação, que pode ter só o nome da mãe ou do pai. Dados como a profissão dos pais não são necessários. Já o tamanho pode ser o tradicional ou um menor.
A certidão também deve incluir o número da declaração emitida pela maternidade. Dessa maneira, deve ser mais fácil comparar o número de pessoas que nasceram e as que foram registradas. A primeira emissão é gratuita.

VÃ ESPERANÇA...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

NOVA IDENTIDADE COMEÇA MUDANÇAS EM 2010

O ano de 2010 deve começar com mudanças nos documentos dos brasileiros. O Instituto Nacional de Identificação (INI), órgão ligado à Polícia Federal, espera que nos próximos dias, antes do fim do ano, seja publicado o decreto para implementação do novo Registro de Identidade Civil (RIC).
O documento vai reunir os números de todos os documentos de registro dos cidadãos, como CPF, Carteira de Trabalho, Carteira Nacional de Habilitação e Título de Eleitor – além do Registro Geral. Com a publicação do decreto, a expectativa é de que o cadastro para a emissão das novas carteiras de identidade comece em janeiro.
Ao solicitar o RIC, o cidadão passará pelos procedimentos habituais para obter a carteira de identidade, com coleta de digitais, fornecimento de dados pessoais e assinatura. A diferença, segundo a Polícia Federal, é que o processo será totalmente informatizado, garantindo um cadastro nacional biométrico.
O novo cartão terá um sistema complexo de tecnologia que inclui microchip e dados gravados a laser no documento. O objetivo é evitar falsificações e permitir maior agilidade na transmissão de dados sobre uma pessoa em todo o território nacional. Os órgãos regionais deverão receber estações de coleta e transferir os dados para o órgão central em Brasília, que por sua vez emitirá a nova identidade.
Espera-se que a partir do terceiro ano de implementação do projeto, 80 mil pessoas possam ser cadastradas por dia, alcançando a meta de 20 milhões de cidadãos por ano. Em nove anos, cerca de 150 milhões de brasileiros devem ter o novo RIC.
Fonte: Agência Brasil

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

ENTREVISTA - MURILO MELLO FILHO

Testemunha da história política do Brasil

José Reinaldo Marques - 27/05/2000

Repórter obstinado, Murilo Mello Filho entrevistou algumas das mais importantes personalidades mundiais, como Eisenhower, Kennedy, Nixon, Reagan — quando presidentes dos Estados Unidos —, De Gaulle e Giscard d´Estaing. Também fez reportagens com Fidel Castro, Che Guevara, Perón e Evita, o cientista Albert Sabin e, em meio à cobertura da guerra do Vietnã, Ho-Chi-Min.

O jornalista gosta de lembrar que foi testemunha de grandes e decisivos momentos da nossa história política, tendo participado da cobertura de muitos episódios que transformaram a vida nacional, como a deposição de Getúlio Vargas, a construção de Brasília, a renúncia de Jânio Quadros e o calvário de Juscelino Kubitschek.

Nesta entrevista, Murilo Mello Filho fala de sua carreira desde o início em Natal, Rio Grande do Norte, aos 12 anos de idade, até seu ingresso na Academia Brasileira de Letras, mais de meio século depois. Suas palavras são um testemunho precioso de um período complexo da História do País.

ABI OnlineFale sobre sua infância e sua família.
Murilo Mello Filho — Nasci em Natal, no Rio Grande de Norte, filho de Hermínia e Murilo Mello, telegrafista de quem herdei não apenas o nome, mas também um legado de muito trabalho e honradez. Minha infância foi pobre, ao lado de seis irmãos mais moços. Estudei no Colégio Marista de Natal, com a implantação em minha pessoa de um sentimento de dignidade e gratidão que tem norteado toda a minha vida.
ABI OnlineQue lembranças o senhor tem desse período?
Murilo — Lembro-me bem da revolução em Natal, em 23 de novembro de 1935, quando pela primeira vez uma república comunista se instalou na América Latina. Os revolucionários, liderados por um sargento, um músico e um sapateiro, dominaram a cidade durante quatro dias e chegaram a imprimir uma única edição do jornal A Liberdade, antes de serem sufocados pelas tropas do Exército que acorreram do Ceará e da Paraíba.
ABI OnlineO senhor estreou cedo no jornalismo, aos 12 anos de idade. Como isso aconteceu?
Murilo — Comecei no Diário de Natal, quando ainda usava calças curtas, com Djalma Maranhão, escrevendo um comentário esportivo e ganhando um salário de 50 mil réis por mês. Depois, fui trabalhar no jornal A Ordem, com Otto Guerra, Ulysses de Góes e José Nazareno de Aguiar, e em A República, com Luís da Câmara Cascudo. Ainda na minha cidade, trabalhei também nas rádios Educadora e Poti.
ABI OnlineQuando completou 18 anos, o senhor se mudou para o Rio de Janeiro. Por quê?
Murilo — Vim para o Rio convicto de que em Natal, onde não havia então uma só faculdade, não existiam maiores horizontes para um jovem disposto a enfrentar os perigosos desafios da vida.
ABI OnlineChegando ao Rio, o senhor foi logo trabalhar como jornalista?
Murilo — Não, comecei a trabalhar num escritório de advocacia e me inscrevi na Faculdade de Direito que ficava na Rua do Catete. Achava que advocacia e jornalismo eram duas profissões que se completavam, porque ambas eram faladas e dependiam muito das relações humanas. Mas, depois de formado, percebi que não seria nem um bom advogado e nem um bom jornalista se quisesse ser as duas coisas ao mesmo tempo.
ABI Online E depois?
Murilo — Assim que cheguei ao Rio, eu me inscrevi no Dasp, para fazer um concurso de datilógrafo do Ministério da Marinha; fui aprovado e em seguida passei também para um concurso do IBGE. Ao mesmo tempo, comecei a me oferecer em todos os jornais cariocas para que me testassem e soubessem se eu prestava ou não. Apesar de existirem então mais de 30 periódicos, somente o Correio da Noite me deu uma oportunidade na reportagem marítima.
ABI OnlineO senhor sentiu muita diferença entre o trabalho no Rio e o que havia feito em Natal?
Murilo — Sim, claro, o impacto foi muito grande. Eu vinha de uma província com muitas limitações e poucos recursos para enfrentar um jornalismo moderno e adiantado no Rio, que naquela época tinha 33 jornais. Tive que fazer um esforço enorme para me readaptar e enfrentar a rivalidade e a concorrência, que era feroz.
ABI OnlineDo Correio da Noite o senhor foi parar na Tribuna da Imprensa, com Carlos Lacerda.
Murilo — O Lacerda ligou para mim, dizendo que havia lido minhas reportagens e que gostaria que eu fosse trabalhar com ele. Estive na Tribuna de 1952 a 1959 e me envolvi naquelas campanhas todas dele: contra o Mendes de Morais, contra o lenocínio no Mangue, contra o jogo do bicho e até contra o jornal Última Hora e Getúlio Vargas.
ABI OnlineO senhor trabalhou no Jornal do Commercio, com Santiago Dantas e Assis Chateaubriand; e no Estadão, com Julio de Mesquita Filho e Prudente de Moraes, neto. Quais foram os seus melhores momentos nesses periódicos?
Murilo — Houve momentos gratificantes, mas também vivi outros traumatizantes, como o suicídio de Vargas, após longo processo de crise política e militar. Às oito da manhã daquele dia, aqueles que lutavam contra ele se consideravam vitoriosos com o seu pedido de licença. Meia hora depois, porém, passaram de vitoriosos a grandes derrotados.
ABI OnlineEm que ano o senhor foi para a revista Manchete?
Murilo — Trabalhei lá durante 47 anos, desde a fundação, em abril de 1952, até o seu fechamento em 1999, quando faliu. Foi uma grande escola de jornalismo e cultura. Dez membros da ABL passaram pelos quadros profissionais da Manchete: Josué Montello, Raimundo Magalhães Júnior, Antônio Houaiss, Lêdo Ivo, Otto Lara Resende, Arnaldo Niskier, Carlos Heitor Cony, Afonso Arinos, filho, Cícero Sandroni e eu, além de outros quatro que não foram acadêmicos simplesmente porque não quiseram: Fernando Sabino, Rubem Braga, Henrique Pongetti e Paulo Mendes Campos.
ABI OnlineO senhor também dirigiu a sucursal da revista em Brasília.
Murilo — Como diretor da sucursal de Manchete, fui para Brasília no início de sua construção, em 1957, com minha mulher Norma e um filhinho de três meses. Não havia praticamente nada lá, comemos o pão que o diabo amassou, não gosto nem de me lembrar. Sou membro do Clube do Candango, que até hoje reúne os fundadores da cidade.
ABI OnlineMas nessa época o senhor ainda trabalhava na Tribuna da Imprensa.
Murilo — Eu já era repórter político da Manchete e chefe da seção política da Tribuna da Imprensa quando o Juscelino foi pela segunda vez a Brasília e me convidou para ir também. Apesar da posição do jornal e do Lacerda, que lhe moviam uma guerra implacável, ele sempre me tratou com muita deferência.
ABI OnlineEntão o senhor acompanhou de perto o sonho de JK de instalar a Capital Federal no Planalto Central?
Murilo — Sim. Eu via o entusiasmo dele. No dia seguinte à nossa chegada, às quatro da manhã ele já estava batendo na porta dos nossos quartos para irmos ver as obras. Apontava e dizia: “Aqui vai ser a Câmara, ali vai ser o prédio do Supremo Tribunal Federal...”
ABI OnlineQual foi a sua reação?
Murilo — Voltei para o Rio, reuni os Bloch — o Adolpho, os sobrinhos todos — e disse: “Vamos entrar nessa, porque o homem é doido e vai construir Brasília.” Dois meses depois, comecei a viajar para acompanhar a construção da Capital e a publicar na Manchete, toda semana, uma reportagem sobre as obras. O Adolpho comprou máquinas novas e a revista começou a crescer, aumentando a tiragem.
ABI OnlineO senhor era amigo pessoal do Presidente Juscelino?
Murilo — Guardo desse homem ótimas recordações. Ele fez um Governo de liberdade e de respeito. Não gostava do Lacerda porque este queria derrubá-lo, mas respeitava o seu direito de escrever contra ele o que bem quisesse. JK dizia sempre: “Deus poupou-me o sentimento do medo. Mas poupou-me também o sentimento da vingança.”
ABI Online O senhor também deu aulas de Jornalismo na UnB.
Murilo — Foram cinco anos muito instigantes, durante os quais, a convite de Oscar Niemeyer, lecionei Técnica de Jornalismo, com Pompeu de Souza, na minha primeira e última experiência como professor. Até recebi um manifesto dos estudantes para ficar.
ABI OnlineO senhor trabalhou na extinta TV Rio, no programa “Congresso em revista”. Foi uma boa experiência trabalhar em televisão?
Murilo — Comecei a trabalhar no canal 13 uma semana depois de ele entrar no ar. Dos três blocos do programa de meia hora, um chamava-se “O assunto da semana” e o outro, “Os ausentes da semana”, com base na freqüência dos deputados publicada no Diário Oficial. Havia ainda um terceiro bloco, “O parlamentar da semana”, com entrevistas com deputados e senadores que tivessem se destacado.
ABI OnlineFalando de sua intimidade com políticos, o senhor escreveu no Jornal do Commercio sobre uma viagem a Cuba, acompanhando Jânio Quadros, que renunciou pouco depois. Que história foi essa?
Murilo — Quando Jânio ainda era candidato, Vasco Leitão da Cunha ofereceu-lhe uma recepção na embaixada brasileira em Havana, repleta de refugiados políticos. Fidel Castro chegou de Sierra Maestra com Guevara e os dois começaram a contar para o Jânio várias histórias. Presenciei toda a conversa do princípio ao fim e ouvi o Fidel dizer o seguinte: “Imagine, Dr. Jânio, que quando nós entramos aqui na cidade, há seis meses, queríamos nacionalizar uma empresa norte-americana e o Dr. Manuel Urritia, que nós havíamos designado para Presidente da República, era contra; queríamos encampar um banco estrangeiro, e ele se opunha. O senhor sabe o que eu fiz, Dr. Jânio? Renunciei ao meu posto de Primeiro-ministro. No que renunciei, o povo veio para esta praça, na frente desta embaixada, acampando aqui três dias e três noites, exigindo a minha volta.”
ABI OnlineE qual foi a reação de Jânio?
Murilo — Na viagem de volta ele era outro Jânio. Chamou-me no último banco do avião, com um copo de uísque sem gelo entre as duas mãos, e falou: “Murilo, você viu o que o primeiro-ministro fez? Ele renunciou e o povo foi para a rua exigir a sua volta.”
ABI OnlineO senhor acha que isso teve alguma influência no episódio da renúncia dele?
Murilo — Olha, hoje eu tenho absoluta certeza que aquilo ficou martelando na cabeça do Jânio e influenciou a sua decisão, pois, quando renunciou, ele vinha de Brasília e, ao chegar no aeroporto de Cumbica, indagava aos berros dentro do avião: “E o povo? Onde é que está o povo que não veio me buscar?”
ABI OnlineComo jornalista político, o senhor privou da intimidade de muitos presidentes brasileiros. Como foi sua relação com os militares?
Murilo — Com muito afastamento, neutralidade e alguma desconfiança. Eu os julgava com muita severidade, considerando as perseguições injustas e as cassações que eles promoveram — sobretudo Juscelino e outros tantos líderes que não mereciam ser cassados.
ABI OnlineMesmo estando em Brasília no primeiro ano do golpe, o senhor conseguia manter distância dos governantes militares?
Murilo — Eu tinha um princípio: eles passam e eu fico como jornalista. Por que é que eu vou fazer o jogo deles?
ABI OnlineNa sua opinião, qual Presidente brasileiro soube usar melhor a mídia e foi hábil no trato com os repórteres?
Murilo — Sem dúvida o Juscelino, não só pela sua obra, que fez o Brasil progredir 50 anos em cinco, mas também pela empatia pessoal. JK era um homem jovial e dinâmico, que deu ao País novos padrões de desenvolvimento.
ABI OnlineSomente há pouco, com dois anos e meio de Governo, o Presidente Lula concedeu sua primeira coletiva. Como o senhor analisa a relação dele com os veículos de comunicação?
Murilo — Eu nem sei por que ele adiou tanto esse primeiro contato. Por sua longa trajetória no movimento sindical, Lula sabia de sua habilidade para tratar os jornalistas. Não perdeu nada e saiu-se bem na primeira coletiva. Só espero que este êxito estimule maior freqüência.
ABI OnlineO senhor pertence a uma geração de jornalistas — da qual também fazem parte Carlos Castello Branco e Villas-Bôas Corrêa, entre outros — que é considerada uma das mais importantes do jornalismo político brasileiro. Por quê?
Murilo — Porque fomos testemunhas presentes e atuantes do período de 1950 a 1960, quando a Câmara dos Deputados se reunia no Palácio Tiradentes. Com a construção de Brasília, tudo se transformou.
ABI OnlineQue fato marcante o senhor poderia destacar daquela época?
Murilo — Nós que fazíamos a cobertura da Câmara presenciamos os virulentos discursos de Vieira de Melo contra Carlos Lacerda e os ataques de Afonso Arinos contra Getúlio. Foi um período de grande talento oratório. Depois aconteceram o suicídio de Getúlio Vargas, a eleição de Juscelino e sua trepidante atuação na Presidência. Havia também a violenta oposição da UDN, que radicalizava e não perdoava falhas do Governo.
ABI OnlineQual o discurso que mais lhe chamou a atenção?
Murilo — O de Afonso Arinos, em que ele dizia: “Como homem, falo ao homem Getúlio Vargas. Falo ao cidadão para que não hesite um só momento em deixar o Governo que ele não soube honrar.” Mais tarde o Afonso Arinos fez questão de que o seu discurso nunca mais fosse lembrado. Dez dias depois o Getúlio se suicidou e ele achava que a sua fala contribuíra com o gesto desesperado do Presidente.
ABI OnlineO senhor também foi correspondente de guerra, no Vietnã e no Camboja. Qual a imagem mais o marcou nesse período?
Murilo — O que vi foi a mais estúpida das situações. Homens miúdos levando pesados morteiros nas costas, caminhando grandes distâncias debaixo da terra e respirando por canudos de bambu. De repente, lançavam os seus morteiros contra os tanques norte-americanos e assim destruíram a maior máquina de guerra do mundo.
ABI OnlineEm 1999, o senhor se elegeu para a cadeira nº 20 da ABL. Foi o jornalismo que lhe abriu as portas da Academia?
Murilo — Entre as benesses que o Jornalismo me proporcionou está o ingresso na Academia Brasileira de Letras. Eu costumava freqüentar as reuniões dos acadêmicos com seus fardões, juntamente com os companheiros Diolindo do Couto e o Gilberto Amado. Um dia eu disse para o Mauritônio Meira, também jornalista e recém-chegado do Maranhão: “Quem sabe se algum dia eu não vou chegar aqui?” Cinqüenta anos depois, aqui estou eu.
ABI Online Qual a sua relação com a Associação Brasileira de Imprensa?
Murilo — Eu pertencia ao Conselho Deliberativo, no qual eu tive a alegria de conviver com muitos colegas jornalistas com os quais fiz amizade. Eram ótimas companhias.
ABI OnlineEm que estágio se encontra o jornalismo brasileiro?
Murilo — Está ingressando numa era inteiramente nova, mais investigativa. Há um material vastíssimo a explorar e as revistas estão investindo mais nessa vertente, a exemplo da IstoÉ e da Carta Capital.
ABI Online O senhor considera que a nova geração está dando conta do recado?
Murilo — Não há dúvida de que os jovens repórteres estão empenhados em se afirmar e têm pela frente ambientes propícios para isso. O fato de as próprias empresas de comunicação criarem cursos de capacitação de pessoal recém-formado mostra que elas estão se consolidando e aponta na direção do sucesso.
Fonte: ABI- Associação Brasileira de Imprensa.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

“O novo nome do Brasil é República da Censura"

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O Professor de Ética da UNICAMP, Roberto Romano, escreve artigo condenando a censura à imprensa, em defesa de Adriana Vandoni e Fabio Pannunzio e cita trecho de meu pronunciamento no Senado:

“Depois do cala-a-boca aplicado ao jornal O Estado de São Paulo, alguns blogues foram silenciados no Brasil. Deles, o mais importante é o Prosa & Política, de Adriana Vandoni, proibida de emitir opiniões, o que é garantido na Constituição. Cito Alvaro Dias, em discurso na tribuna: “A censura à imprensa é abominável e faz escola porque da censura ao jornal O Estado de S. Paulo decorreu a censura, por exemplo, do blog da economista Adriana Vandoni, do Mato Grosso, imposta por um juiz local. A outra consequência foi a censura a um blog do jornalista Fábio Pannunzio, imposta por um juiz do Paraná (…). Portanto, fazem escola os censores da modernidade. Os censores, lamentavelmente, estão presentes no momento em que gostaríamos de ver a censura sepultada definitivamente. Não imaginávamos que ela pudesse retornar como retorna nos dias de hoje. A liberdade de imprensa é essencial para a garantia das demais liberdades; se a liberdade da imprensa está comprometida, as demais falecem. E, obviamente, se não nos arvorarmos em defensores da liberdade de imprensa estaremos perdendo o direito de exigir liberdade para as nossas ações.”(16/12/2009). Escandaliza notar que, entre os críticos da censura ditatorial, a maioria hoje se cala, por medo ou conivência.” Aqui a íntegra do artigo

Do blog do Alvaro Dias

F E L I Z N A T A L

Essa noite será uma noite muito especial, estaremos comemorando o Natal, reuniões de família, ceias, troca de presentes, dentre outros costumes natalinos, mas a noite de Natal representa muito mais.

Nessa noite tão especial, comemoramos o nascimento do menino Jesus, filho do pai todo poderoso, que veio a terra para pagar com sua vida por nossos pecados.

Vamos comemorar com nossa família e amigos o nascimento desse grandioso homem chamado Jesus.

A todos os amigos, seguidores e visitantes deste blog, desejamos um Natal repleto de alegria, saúde e muita Paz!!!

Feliz Natal!!!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

O SALDO DA CONFECOM

Custeada com recursos oficiais e contando com a participação majoritária de assessores de imprensa de sindicatos e de órgãos públicos, a 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom) foi encerrada com uma série de recomendações ideologicamente enviesadas que, se transformadas em lei, restringiriam a liberdade de informação e criariam obstáculos à ação da iniciativa privada no setor, a pretexto de promover o "controle público, social e popular" das atividades jornalísticas.

Das mais de 1,5 mil propostas apresentadas, a Conferência aprovou 672. Dentre as que se caracterizam por seus propósitos dirigistas, usando conceitos vagos e critérios dúbios, se destacam, por exemplo, as que sugerem a elaboração de um código de ética para a prática do jornalismo, a volta da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão, a implantação de um "tribunal de mídia" para coibir "supostos desrespeitos" a movimentos sociais, a imposição de restrições à propriedade de veículos de comunicação por uma mesma empresa e a fixação de limites para a formação de redes nacionais de tevê, além da redução do limite do capital externo em empresas de comunicação.

Do mesmo pacote de propostas dirigistas constam sugestões para a imposição de cotas na programação das televisões, a aprovação de uma Lei de Imprensa que assegure a "pluralidade de versões em reportagens controversas" e o estabelecimento de mecanismos de fiscalização das obrigações fiscais e trabalhistas das empresas de comunicações - função que já é exercida pela Receita Federal e pelas Delegacias do Trabalho. E, em nome do chamado "controle social", sindicatos, associações comunitárias e ONGs poderiam ter acesso às contas das empresas privadas de comunicação.

Como era esperado, a 1ª Confecom serviu de palco para nova tentativa de criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ). Concebida por jornalistas vinculados a órgãos públicos, apoiada por determinados setores do governo Lula e justificada com base em argumentos corporativos e ideológicos, a proposta foi, desde o início, rechaçada pela sociedade civil, juntamente com a sugestão de criação da Agência Nacional do Cinema e Audiovisual - outro órgão estatal destinado a intervir na produção cultural. Na primeira tentativa, a justificativa foi a de que o País necessitava de um órgão paraestatal destinado a assegurar a "qualidade da informação". Agora, a justificativa é de que é preciso um órgão corporativo que atue como intermediador entre a imprensa e as pessoas que se sentem prejudicadas pelo noticiário.

Em meio a um sem-número de lugares-comuns politicamente corretos, alguns participantes da 1ª Confecom também tentaram defender suas "boquinhas". Eles querem que o governo destine parte da publicidade oficial para veículos alternativos comunitários e, na velha tradição dos cabides de emprego, reivindicam a expansão do sistema público de comunicação e a recriação das delegacias regionais do Ministério das Comunicações nos Estados.

Essas ominosas propostas aprovadas pela 1ª Confecom, além de expressar a vontade de grupelhos políticos, corporações profissionais e máquinas sindicais azeitadas à custa de dinheiro público, colidem com os dispositivos da Constituição que asseguram a liberdade de informação e a livre-iniciativa em todas as atividades econômicas. Foi por ter certeza de que o resultado da Confecom não poderia ser muito diferente disso que seis das oito entidades que representam as empresas de comunicação se recusaram a comparecer.

Com a representatividade comprometida pela agressiva atuação de grupos que invocam o controle social almejando ser "comissários do povo", a 1ª Confecom terminou de forma melancólica. Baseadas nas velhas cartilhas da esquerda, as medidas sugeridas, se forem postas em prática, levariam a um regime político em cujo âmbito os jornais não têm redações, alimentando-se apenas de sinopses escritas por amanuenses de confiança do poder. Ao avaliar o evento, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, disse que ele não teve caráter mandatório e que as propostas são programáticas, devendo ser filtradas pelo governo para a escolha das que poderão ser convertidas em projetos de lei. O governo agiria mais sensatamente se mandasse todas elas para a lata do lixo.
O ESTADÃO

GELAAAAAAADA!!!


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

NATAL GAÚCHO


Eis que surge lá no fundão da estância,
após se entreverar por várias coxilhas mundo afora,
loco de buenacho, o indio Noel !
Montadito em sua charrete cheia de presentes,
que mais parece um mascate vindo do Uruguai,
para novamente celebrar o nascimento do piazito do peito,
gaudério dos pampas, chamado Jesus.
Filho da Dona Maria, pinguancha flor de rezadeira
e do Seu José, um carpinteiro loco de bom.
Piazito, que veio prá salvá toda a indiada
perdida pelas carreiras da vida!
Que neste Natal ele traga paz,
saúde e prosperidade a todos,
maragatos, ximangos, prendas e viventes
de todas as várzeas e coxilhas.
"Que o amor rebordeie pelos potreiros deste chão!"
E pra ti, um baita quebra costela, tchê !

Um 2010 tri legal, e que pra ti, vivente,
seja um ano espraiado e de muitos pilas na guaiaca,
muito fandango de galpão,
muito peão faceiro e endinheirado
e tudo mais que existe de bueno !

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O PAPEL NEFASTO DA CNBB

CNBB: Uma organização comunista revolucionária que precisa ser extinta.

A CNBB não tem nenhuma autoridade na hierarquia da Igreja Católica. Ela é um “poder paralelo” sem legitimidade, portanto, para o bem da Igreja ela precisa ser extinta.
Saiba mais a respeito lendo a entrevista, clicando aqui.

Igreja Cat  lica   Chave de S  o Pedro - Igreja Cat  lica   Chave de S  o Pedro
CARTA ENCÍCLICA DIVINI REDEMPTORIS
DE SUA SANTIDADE PIO XI
SOBRE O COMUNISMO ATEU

Veja acessando AKI

sábado, 19 de dezembro de 2009

LADRÕES SERÃO EXPULSOS DA IGREJA SOB O CHICOTE

"Pois também os que levam na Igreja uma vida de desordem, os que procuram fazer da casa de Deus um covil de ladrões, estando ela em seu poder, também esses não poderão destruir este templo. Virá o tempo em que serão expulsos sob o chicote dos seus pecados." (Santo Agostinho,Sermão sobre o Salmo 130, § 3)

Santo Agostinho

Santo Agostinho
“A soberba é a mãe de todos os hereges”

JÁ DIZIA DOM SIGAUD...

O bispo que me crismou - em Jundiaí do Sul - PR paróquia de São Francisco de Assis, pertencente à Diocese de Jacarezinho.

D. Geraldo de Proença Sigaud, SVD (1909-1999), arcebispo emérito de Diamantina-MG, antítese de D. Hélder Câmara. Postagem completa a respeito dos padres subversivos disponível no blogue Adversus Haereses.
Ver também a carta pastoral de D. Geraldo, Socialismo: Cavalo de Tróia a serviço do comunismo, acessível na página do TERNUMA na internet.

Quanta falta faz um bispo desse na CNB do B!

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

ARMAS DA LIBERDADE

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 17 de dezembro de 2009

A coisa mais óbvia, na análise da História e da sociedade, é que, quando a situação muda muito, você já não pode descrevê-la com os mesmos conceitos de antes: tem de criar novos ou aperfeiçoar criticamente os velhos, para dar conta de fatos inéditos, não enquadráveis nos gêneros conhecidos.

É patético observar como, já em plena fase de implantação do governo mundial, os analistas políticos, na universidade ou na mídia, continuam oferecendo ao público análises baseadas nos velhos conceitos de ´"Estado nacional", "poder nacional", "relações internacionais", "livre comércio", "democracia", "imperialismo", "luta de classes", "conflitos étnicos" etc., quando é claro que nada disso tem grande relação com os fatos do mundo atual.

Os acontecimentos mais básicos dos últimos cinquenta anos são: primeiro, a ascensão de elites globalistas, desligadas de qualquer interesse nacional identificável e empenhadas na construção não somente de um Estado mundial mas de uma pseudocivilização planetária unificada, inteiramente artificial, concebida não como expressão da sociedade mas como instrumento de controle da sociedade pelo Estado; segundo, os progressos fabulosos das ciências humanas, que depositam nas mãos dessas elites meios de dominação social jamais sonhados pelos tiranos de outras épocas.

Várias décadas atrás, Ludwig von Bertalanffy (1901-1972), o criador da Teoria Geral dos Sistemas, ciente de que sua contribuição à ciência estava sendo usada para fins indevidos, já advertia: "O maior perigo dos sistemas totalitários modernos é talvez o fato de que estão terrivelmente avançados não somente no plano da técnica física ou biológica, mas também no da técnica psicológica. Os métodos de sugestionamento em massa, de liberação dos instintos da besta humana, de condicionamento ou controle do pensamento desenvolveram-se até alcançar uma eficicácia formidável: o totalitarismo moderno é tão terrivelmente científico que, perto dele, o absolutismo dos períodos anteriores aparece como um mal menor, diletante e comparativamente inofensivo."

Em L'Empire Écologique: La Subversion de l'Écologie par le Mondialisme (1998), Pascal Bernardin explicou em maiores detalhes como a Teoria Geral dos Sistemas vem servindo de base para a construção de um sistema totalitário mundial, que nos últimos dez anos, definitivamente, saiu do estado de projeto para o de uma realidade patente, que só não vê quem não quer. Mas von Bertalanffy não se referia somente à sua própria teoria. Ele fala de "métodos", no plural, e o cidadão comum das democracias nem pode fazer uma idéia da pletora de recursos hoje postos à disposição dos novos senhores do mundo pela psicologia, pela sociologia etc. Se von Bertalanffy tivesse de citar nomes, não omitiria o de Kurt Levin, talvez o maior psicólogo social de todos os tempos, cujo Instituto Tavistock, em Londres, foi constituído pela própria elite global em 1947 com a finalidade única de criar meios de controle social capazes de conciliar a permanência da democracia jurídica formal com a dominação completa do Estado sobre a sociedade.

Só para vocês fazerem uma ideia de até onde a coisa chega, os programas educacionais de quase todas as nações do mundo, em vigor desde há pelo menos vinte anos, são determinados por normas homogêneas diretamente impostas pela ONU e calculadas não para desenvolver a inteligência ou a consciência moral das crianças, mas para fazer delas criaturas dóceis, facilmente amoldáveis, sem caráter, prontas a aderir entusiasticamente, sem discussão, a qualquer nova palavra-de-ordem que a elite global julgue útil aos seus objetivos. Os meios usados para isso são técnicas de controle "não aversivas", concebidas para fazer com que a vítima, cedendo às imposições da autoridade, sinta fazê-lo por livre vontade e desenvolva uma reação imediata de defesa irracional à simples sugestão de examinar criticamente o assunto. Seria um eufemismo dizer que a aplicação em massa dessas técnicas "influencia" os programas de educação pública: elas são todo o conteúdo da educação escolar atual. Todas as disciplinas, incluindo matemática e ciências, foram remoldadas para servir a propósitos de manipulação psicológica. O próprio Pascal Bernardin descreveu meticulosamente o fenômeno em Machiavel Pédagogue (1995). Leia e descobrirá por que seu filho não consegue resolver uma equação de segundo grau ou completar uma frase sem três solecismos, mas volta da escola falando grosso como um comissário do povo, cobrando dos pais uma conduta "politicamente correta".

A rapidez com que mutações repentinas de mentalidade, muitas delas arbitrárias, grotescas e até absurdas, se impõem universalmente sem encontrar a menor resistência, como se emanassem de uma lógica irrefutável e não de um maquiavelismo desprezível, poderia ser explicada pelo simples adestramento escolar que prepara as crianças para aceitar as novas modas como mandamentos divinos.

Mas evidentemente a escola não é a única agência empenhada em produzir esse resultado. A grande mídia, hoje maciçamente concentrada nas mãos de mega-empresas globalistas, tem um papel fundamental na estupidificação das massas. Para isso, uma das técnicas de emprego mais generalizado hoje em dia é a dissonância cognitiva, descoberta do psicólogo Leon Festinger (1919-1989). Vejam como a coisa funciona. Se vocês lerem os jornais americanos de hoje, saberão que Tiger Woods, o campeão de golfe, um dos cidadãos americanos mais queridos dos últimos tempos, está agora sob bombardeio cerrado dos jornais e noticiários de TV porque descobriram que o coitado tinha umas amantes. Escândalo! Horror! A indignação geral ameaça cortar metade dos patrocínios do adúltero e excluí-lo do rol das "pessoas maravilhosas" que aparecem em anúncios de tênis, chicletes e dietas miraculosas. Mas há um detalhe: ao lado dos protestos contra a imoralidade do esportista aparecem ataques ferozes aos "extremistas de direita" que não aceitam o abortismo, o casamento gay ou a indução de crianças à deleitação sexual prematura. Os dois códigos morais, mutuamente contraditórios, são oferecidos em simultaneidade, como igualmente obrigantes e sacrossantos. Excitado e impelido a todos os desmandos sexuais, mas ao mesmo tempo ameaçado de character assassination caso venha a praticá-los mesmo em dose modesta, o cidadão angustiado reage por uma espécie de colapso intelectual, tornando-se um boboca servil que já não sabe orientar-se a si mesmo e implora por uma voz de comando. O comando pode ser oco e sem sentido, como por exemplo "Change!", mas, quando vem, soa sempre como um alívio.

Acusar os cientistas por esse estado de coisas é tão idiota quanto jogar nas armas a culpa dos homicídios. Homens como von Bertalanffy, Levin e Festinger criaram instrumentos que podem servir tanto para a construção da tirania quanto para a reconquista da liberdade. Nós é que temos a obrigação de tirar essas armas das mãos de seus detentores monopolísticos, e aprender a usá-las com signo invertido, libertando o nosso espírito em vez de permitir que o escravizem.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ÀS FAVAS COM A LIVRE IMPRENSA

Uma corrente contra a liberdade de informação percorre quase toda a América Latina, do México à Argentina

Sérgio Augusto - O Estado de S.Paulo


STF - Resumo da ópera: defesa acauteladora da
'honra e da intimidade' vale mais do que direito de informar


Por seis votos a três, o Supremo Tribunal Federal ratificou, na quinta-feira, a mordaça imposta ao Estado pelo desembargador Dácio Vieira no fim de julho, e este jornal continuou proibido de publicar reportagens sobre a Operação Barrica, que investigou o empresário Fernando Sarney, filho mais velho do senador José Sarney. Como hoje faz 41 anos que o Ato Institucional nº 5 foi assinado, já tem gente desconfiada de que dezembro, e não novembro (quando se decretou o Estado Novo, em 1937), talvez seja "o mais cruel dos meses" para a Justiça brasileira.

Ao pôr seu jamegão no AI-5, o então ministro do Trabalho, Jarbas Passarinho, cunhou este imortal desabafo: "Às favas com os escrúpulos de consciência"- e a ditadura militar atarraxou as cravelhas. Nada do mesmo teor foi dito durante ou após o julgamento de quinta-feira, mas uma frase do decano do STF, Celso de Mello, um dos três magistrados que não engoliram os argumentos de "inviolabilidade da honra e da intimidade" invocados pelo desembargador, não me sai da cabeça: "O poder geral de cautela é o novo nome da censura em nosso país".

Se bem entendi, o ministro quis dizer que o direito pleno à liberdade de expressão, consagrado pelo Supremo com a derrubada da Lei de Imprensa em abril, foi mandado às favas por seis dos seus colegas porque estes entenderam que a defesa acauteladora da honra e da intimidade, ainda que de réus com o lastro de indiciamentos de Fernando Sarney, vale mais que o seu, o nosso direito de ser plenamente informado sobre um caso que envolve os crimes de formação de quadrilha, gestão de instituição financeira irregular, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

Resumo da ópera: a liberdade de imprensa, ao contrário da honra e da intimidade, não é mais inviolável no Brasil. Haja vista as 16 decisões judiciais que, ao longo do último ano, amordaçaram periódicos de vários pontos do País.

A volta da censura, agora recauchutada com o adjunto "cautelar", não surgiu do nada, é fruto de "visões autoritárias" que ainda perduram no aparelho de Estado, na avaliação do ministro Ayres Britto, e segue a corrente anti-imprensa que percorre quase todo o continente, do México à Argentina, passando pela Venezuela (em apenas dez meses de governo, Hugo Chávez fechou 34 emissoras de rádio e estimulou 107 ataques a meios de comunicação e jornalistas, números dignos de uma ditadura militar) e pelas reiteradas críticas do presidente Lula ao ceticismo, ao "azedume" e à mania dos nossos jornalistas de fiscalizar, que audácia!, os três Poderes.

Perdi a conta de quantas vezes, em seus sete anos de governo, Lula gozou, desqualificou e deu maus conselhos aos profissionais da informação. A última foi na segunda-feira, durante a entrega de um prêmio conferido ao presidente por uma... revista. Um ato de indelicadeza, para dizer o mínimo.

Se o presidente se restringir, como deve se restringir, às agressões verbais, sairemos lucrando. Sorte nossa que, embora já tenha manifestado desejo de criar "algum mecanismo de controle externo da mídia", Lula ainda não foi contaminado pelo vírus do bolivarismo chavista, como Evo Morales e, de certo modo, Cristina Kirchner. Mas ele parece longe de compreender que a imprensa, como nos ensinou Millôr Fernandes, é oposição - "e o resto é armazém de secos & molhados".

Poucas vezes, em tempos de guerra ou paz, a liberdade de imprensa esteve tão ameaçada como agora. Em plena revolução digital, com os meios de comunicação cada vez mais sofisticados, abundantes, eficazes e pervasivos, uma conjura de forças políticas e econômicas, ideologias nacionalistas, fundamentalismos religiosos e criminalidade organizada se desdobra para evitar que a informação jornalística cumpra seu destino manifesto, que é buscar e transmitir sem restrições a verdade dos fatos. Com armas e métodos os mais variados, coagem, intimidam, censuram, prendem, agridem, torturam e até matam jornalistas.

É flagelo universal, mais frequente em regimes totalitários ou autoritários, como China, Irã, Eritreia, Cuba, Venezuela, e em democracias fragilmente consolidadas, como Rússia, México, Colômbia.

Em 3 de novembro o jornalista José Antuna foi estrangulado em Durango (México) por haver denunciado ligações da polícia com o tráfico de drogas. Sobre seu cadáver, os esbirros puseram um cartaz, com um recado intimidatório para os colegas de Antuna: "Foi nisso que deu eu escrever o que não devia. Cuidem bem de seus textos". Três semanas depois, nas Filipinas, 24 jornalistas foram trucidados, com mais 30 pessoas, num sequestro envolvendo um poderoso clã familiar de Mindanao.

Pela última contagem da ONG internacional Repórteres Sem Fronteira, chega a 178 o número de jornalistas presos injustamente no mundo inteiro; presos por terem escrito "o que não deviam". A China divide com o Irã a medalha de ouro da repressão à imprensa: 88 jornalistas encarcerados, 58 dos quais atuantes na blogosfera, entre eles o ativista de direitos humanos Hu Hia, cumprindo pena de três anos e meio por "incitar à subversão" em seus artigos online. Cuba vem logo atrás, com 24 jornalistas condenados a penas entre 14 e 22 anos. Seguem-se Mianmar, Turcomenistão, Coreia do Norte e Eritreia. Não é inexpressiva, nesse ranking, a posição do Marrocos (redações fechadas, jornalistas presos e obrigados a pagar multas extorsivas), da Argélia e da Tunísia.

No ranking exclusivo da repressão à internet, a campeã é a Arábia Saudita, seguida dos habituais suspeitos (Mianmar, China, Coreia do Norte, Cuba, Irã, Tunísia, Turcomenistão), reforçados pelo Egito, Usbequistão, Síria e Vietnã. Todos eles transformaram a rede numa vigiada intranet, inventando assim a blogosfera de segurança máxima.

Fonte: Estadão

JESUS - DIVINO E AMADO MESTRE!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

SAUDADE... É O AMOR QUE FICA!

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O que é saudade.pps
Artigo do Dr. Rogério Brandão - Médico oncologista clínico.
No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças, me entusiasmei com a oncologia infantil. Tinha, e tenho ainda hoje, um carinho muito grande por crianças. Elas nos enternecem e nos surpreendem como suas maneiras simples e diretas de ver o mundo, sem meias verdades.
Nós médicos somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de onipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos impulsiona, que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além. Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência, o que não é bom. Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses. Somos forçados a reconhecer nossos limites!
Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a frequentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria. Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pacientes, particularmente os das crianças, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.
Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim.
Meu anjo veio na forma de uma criança já com 11 anos, calejada porém por 2 longos anos de tratamentos os mais diversos, hospitais, exames, manipulações, injeções, e todos os desconfortos trazidos pelos programas de quimioterapias e radioterapia..
Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano! Mas via confiança e determinação. Ela entregava o bracinho à enfermeira, e com uma lágrima nos olhos dizia: faça tia, é preciso para eu ficar boa.
Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe. E comecei a ouvir uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.
Meu anjo respondeu:
- Tio, disse-me ela, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!
Pensando no que a morte representava para crianças, que assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei:
- E o que morte representa para você, minha querida?
- Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?
(Lembrei minhas filhas, na época crianças de 6 e 2 anos, costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exatamente assim.)
- É isso mesmo, e então?
- Vou explicar o que acontece, continuou ela: Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?
- É isso mesmo querida, você é muito esperta!
- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!
Fiquei "entupigaitado". Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem ação.
- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.
Emocionado, travado na garganta, contendo uma lágrima e um soluço, perguntei ao meu anjo: - E o que saudade significa para você, minha querida?
- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!
Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um dar uma definição melhor, mais direta e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!
Um anjo passou por mim...
Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos, nossa transcendência.
Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas me deixou uma grande lição, vindo de alguém que jamais pensei, por ser criança e portadora de grave doença, e a quem nunca mais esqueci. Deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.
Hoje, quando a noite chega e o céu está limpo, vejo uma linda estrela a quem chamo "meu anjo, que brilha e resplandece no céu. Imagino ser ela, fulgurante em sua nova e eterna casa.
Obrigado anjinho, pela vida bonita que teve, pelas lições que ensinastes, pela ajuda que me destes.
Que bom que existem saudades! O amor que ficou é eterno.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

LULA, O MAIS APLAUDIDO ENGANADOR PROGRESSISTA

por José Brechne (*)


"Há uma certa satisfação em atingir os níveis mais baixos da política, porque podemos nos desfazer da hipocrisia e do falso palavreado"
Ralph Waldo Emerson


Antes de Celso Amorim, a diplomacia brasileira foi considerada a melhor. O Itamaraty foi um exemplo de moderação e inteligência para lidar com as questões internacionais.

Não foi sempre assim. Em tempos mais longinquos, o Brasil conquistou territórios de todos aqueles que possuia fronteiras. A guerra era o seu forte. Mas sendo o maior, mais rico e populoso país do Cone Sul, aprendeu a dosar seu poder.

Com um governo progressista, o retrocesso era inevitável. A secreta aproximação de Amorim e seu contraparte iraniano, Manouchehr Mottaki, no rastro de uma coletânea de mentiras, absurdos e negociações ilegais, a serem denunciados oportunamente na ONU e EUA, afundará o Brasil na lama.

Ahmadinejad viajou à Brasília em busca de apoio para seu programa nuclear e em troca do seu respaldo ao Brasil para se tornar um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Esta é a aposta para 13 acordos subscritos, enquanto o Irã, com ou sem o Brasil, continuará com o seu plano armamentista. O Brasil, por outro lado, perde suas possbilidades de tomar parte do Conselho ao aliar-se com o regime mais repressivo e perigoso do Oriente Médio, e que acaba de confiscar o Prêmio Nobel da Paz do dissidente Shirin Ebadi, homenageado em 2003.

Obviamente, nada do que está acontecendo é obra do acaso. Durante seus anos no cargo, Lula não tomou nenhuma providência na tríplice fronteira contra o narcotráfego, o contrabando de armas, e o do envio do dinheiro resultante destas operações aos terroristas do Hezbollah, obedientes a Teerã.

Lula não é nenhum moderado, como simula. Se não conseguir implementar a fundo as ideias que pregou por décadas, é porque o Brasil é maior do que Lula.

Ele se limitou a aplicar medidas populistas que roerão seu país no médio prazo. Uma das mais controvertidas é o subsídio do Estado às mães solteiras, quando há milhões de crianças abandonadas e que devem se tornar delinquentes ou se prostituirem para sobreviver.

O presidente da décima economia não poderia fazer o país perder sua preponderância comercial. Isso é para Chávez e Kirchner. O Brasil é uma outra história. No seu solo existem milhares de empresas multinacionais que exportam globalmente, proporcionando mão de obra a dezenas de milhões de pessoas. O Brasil é parte do BRIC, o conglomerado formado por economias em rápido crescimento como a Rússia, Índia e China, e que buscam eliminar a hegemonia dos E.U.A.

Por isso Lula faz um discurso socialista, mas mantem o sistema capitalista intacto. Esse é o segredo do sucesso de sua aplaudida política progressista. Mas o seu coração é marxista como sempre foi.

Não deixa, no entanto, de causar espanto, que concluindo seu mandato, mas tirando proveito de uma popularidade que não goza nenhum outro mandatário, tenha decidido dar um passo tão temerário ao receber de braços abertos Ahmadinejad.

Sem dúvida, sente-se confiante da continuidade do seu partido no poder. Deve ter numerosos propósitos futuros para com seu sócio, e nenhum deve ser lisonjeiro.

Sua chefe de gabinete, conselheira dileta e escolhida para sucedê-lo, Dilma Rousseff, é vermelha até o pescoço. Ex-guerrilheira, membro da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, do Comando de Libertação Nacional, da Política Operária, foi condenada a três anos de prisão nos anos 70, por roubar a casa do governador de São Paulo, Adhemar de Barros.

Se Dilma Rousseff chegar ao poder, o eixo Irã-Brasil-Venezuela se tornará mais ousado.

Os aiatolás são exatamente o oposto ao Brasil. Os brasileiros amam a liberdade, são tolerantes, despreocupados, desfrutam de prazeres carnais, praias de nudismo, e estilos de vida alternativos, que são puníveis com a morte no Irã. O Brasil e o Irã são socialmente incompatíveis. É por isso que seu governo quer eliminar os vistos entre os dois? Será que eles querem promover o turismo? Será que os iranianos virão tomar sol de tangas?


Que esconde
Lula e seu partido por trás deste consorcio anti-natural? Onde pensam chegar os liberais latino-americanos aliando-se com as mentes mais estreitas, despóticas e assassinas do mundo? Será que eles pensam que podem dominar o continente de forma totalitária, sob a égide da falsa democracia populista e permanecer indefinidamente no poder?

O carinho de Lula pelos bolivarianos tem sido reportada pelos jornais. Mas sua amizade com os extremistas muçulmanos não foi tão difundida, em que pese o Partido dos Trabalhadores ter estreitos vínculos com o Hamás há muito tempo.

A súbita revelação do romance entre o Brasil e o Irã é o acontecimento político mais grave que ocorreu até agora nessa parte do mundo.

A assinatura de acordos entre Ahmadinejad e Lula é o culminar de políticas meticulosamente planejadas. Se houver um confronto armado entre a Venezuela e a Colômbia, o Brasil finalmente terminará por exteriorizar de que lado estará. E quem está com o Irã, Chávez e as FARC, está contra a metade da populaçao latinoamericana, contra os Estados Unidos, a União Européia e a liberdade.

(*) Jose Brechner (Cochabamba, Bolívia, 1954) é um analista de política internacional, consultor político e jornalista.

Seus artigos são regularmente publicados em prestigiados jornais , como Los Tiempos, Correo del Sur e La Prensa, da Bolívia, El Nuevo Herald, nos Estados Unidos, La Nacion, de Costa Rica,, La Prensa, do Panamá, El Comercio, do Peru, Diario de Yucatán e El Periódico, da Guamemala, La Prensa, da Nicarágua, El Veraz de Porto Rico e El Diario de Hoy de El Salvador, além de blogs como Liberdade Digital, da Espanha, Diário de America, nos EUA e El Reloj, de Israel.

Fonte: http://www.uruguayinforme.com/news/04122009/04122009_jose_brechner.php