quarta-feira, 31 de março de 2010

A ÉTICA DOS APACHES

‘DITABRANDA’ UMA REVOLUÇÃO À ‘BRASILEIRA’

Por Cel Eng R/1 Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 31 de Março de 2010

"(...) a democracia brasileira deve afeiçoar-se às exigências de nossas condições sociais e não às exigências de sociedades alienígenas". (Emílio Garrastazu Médici)

- Le Brésil n’est pas um pays sérieux

Frase atribuída ao presidente francês Charles André Joseph Pierre-Marie De Gaulle, por ocasião da crise diplomática entre Brasil e França em 1962. A apreensão de embarcações francesas que pescavam lagostas em águas territoriais brasileiras teria irritado Charles Gaulle levando-o a afirmar que ‘o Brasil não era um país’. Na realidade o autor da frase é o embaixador brasileiro na França, Carlos Alves de Souza Filho. O embaixador depois de discutir com De Gaulle a questão da ‘guerra da lagosta’, relatou ao jornalista Luiz Edgar de Andrade, na época correspondente do ‘Jornal do Brasil’ em Paris o encontro, dizendo-lhe que falaram sobre o samba carnavalesco ‘A lagosta é nossa’ e das caricaturas que faziam do general De Gaulle, terminando a conversa com a seguinte frase: ‘Edgar, le Brésil n'est pas un pays sérieux’. O jornalista, por sua vez, encaminhou o despacho para o jornal e a frase acabou sendo outorgada a De Gaulle. Na época, a frase causou um profundo constrangimento aos brasileiros. Hoje, certamente, teríamos de nos calar e aceitá-la como verdadeira.

- 31 de Março - Com a palavra - a Mídia

“Seria rematada loucura continuarem as forças democráticas desunidas e inoperantes, enquanto os inimigos do regime vão, paulatinamente, fazendo ruir tudo aquilo que os impede de atingir o poder. Como dissemos muitas vezes, a democracia não deve ser um regime suicida, que dê a seus adversários o direito de trucidá-la, para não incorrer no risco de ferir uma legalidade que seus adversários são os primeiros a desrespeitar”. (O Globo de 31 de março de 1964)

“(...) Além de que os lamentáveis acontecimentos foram o resultado de um plano executado com perfeição e dirigido por um grupo já identificado pela Nação Brasileira como interessado na subversão geral do País, com características nitidamente comunistas”. (Correio do Povo de 31 de março de 1964)

“O Exército e os desmandos do Presidente".

Se a rebelião dos sargentos da Aeronáutica fora suficiente para anular praticamente a eficiência da Arma, a subversão da ordem na Marinha assumia as dimensões de um verdadeiro desastre nacional”. (Estado de São Paulo de 31 de março de 1964)

“Aquilo que os inimigos externos nunca conseguiram, começa a ser alcançado por elementos que atuam internamente, ou seja, dentro do próprio País. Deve-se reconhecer, hoje, que a Marinha como força organizada não existe mais. E há um trabalho pertinaz para fazer a mesma coisa com os outros dois ramos das Forças Armadas”. (Folha de São Paulo de 31 de março de 1964)

“Basta! Não é possível continuar neste caos em todos os setores. Tanto no lado administrativo como no lado econômico e financeiro”. (Correio da Manhã de 31 de março de 1964).

“É cedo para falar dos programas administrativos, da Revolução. Mas é incontestável que um clima de ordem substituiu o que dominava o País, onde nem mesmo nas Forças Armadas se mantinham nos princípios de rígida disciplina hierárquica que as caracterizam”. (Folha de São Paulo de 31 de março de 1964)

- 31 de Março - Com a palavra - Lula Inácio Lula da Silva

Depoimento de Luiz Inácio Lula da Silva, em 03/04/1997, a Ronaldo Costa Couto e publicado no livro Memória ‘Viva do Regime Militar. Brasil: 1964-1985 - Editora Record 1999’.

“(...) o regime militar impulsionou a economia do Brasil de forma extraordinária. (...) Se houvesse eleições, o Médici ganhava. E foi no auge da repressão política mesmo, o que a gente chama de período mais duro do regime militar. A popularidade do Médici no meio da classe trabalhadora era muito grande. Ora, por quê? Porque era uma época de pleno emprego. Era um tempo em que a gente trocava de emprego na hora que a gente queria. Tinha empresa que colocava perua para roubar empregado de outra empresa (...)”
“(...) acho que há uma coisa que a gente tem de levar em conta. Depois do Juscelino, que estabeleceu o Plano de Metas, os militares tinham Planos de Metas. O Brasil vai do jeito que Deus quer. Não existe projeto de política industrial, não existe projeto de desenvolvimento. E os militares tiveram, na minha opinião, essa virtude. Ou seja, pensar o Brasil enquanto Nação e tentar criar um parque industrial sólido. indústrias de base, indústrias de setor petroquímico (...). Isso, obviamente, deu um dinamismo. É por isso que os exilados, quando voltaram tiveram um choque com o Brasil. Porque o Brasil, nesse período, saiu de um estado semi-industrial pra um estado industrial (...)
Dois em Cena

31 DE MARÇO - HÁ 46 ANOS O BRASIL LIVROU-SE DE UMA DITADURA!

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Hoje completam 46 anos desde que os valorosos militares tomaram o poder das mãos de incompetentes que estavam prestes a entregar o país para o comunismo.
Muito se falou sobre esse movimento, uns chamam de golpe, outros de ditadura e eu, de verdadeiro movimento pró Brasil.
Homens valorosos que lutaram contra um bando de comunistóides apoiados pela Rússia, CÚba e China. Palhaços que queriam jogar o Brasil em uma ditadura do proletariado.
Mas os militares não foram ditadores?
Para os que perderam o golpe sim.
Não existia outra alternativa no momento a não ser a retomada do controle por meios de um golpe de estado. Golpe esse, que criou vários orfãos da ditadura, e muitos milionários pós ditadura, os tais "perseguidos políticos" que hoje gozam de pensões nababescas às custas do couro do povo que eles tanto defendem. Esses mesmos que hoje estão aí clamando por justiça, muitos deles estiveram envolvidos com a luta armada e também tem as mãos sujas de sangue. Sangue de inocentes que foram, mortos em nome de LA Revolución!
Sequestros, torturas, mortes, roubos, assaltos, assassinatos e tantos outros atos de violência contra uma nação, tudo em nome da luta contra a ditadura.
Mas que luta é essa que quer tirar uma ditadura para colocar outra ainda mais cruel e sanguinária?
Homenagem aos verdadeiros brasileiros. blog do Mascate

LUTA CONTRA A SUBVERSÃO


Gen de Exército Augusto HELENO Ribeiro Pereira
Palavras do Gen Ex Heleno, por ocasião da passagem de função, do Gen Vilela para o Gen Facioli, no dia 30 de março, no QGEx, em Brasília.
"ANTES DE CUMPRIR O SCRIPT GOSTARIA DE APROVEITAR O MOMENTO E A DATA PARA REVERENCIAR OS COMPANHEIROS QUE AJUDARAM A DERROTAR A LUTA ARMADA E IMPEDIRAM QUE O BRASIL SEGUISSE O EXEMPLO DE CUBA, DA CORÉIA DO NORTE, DE ANGOLA, DA ALBÂNIA E DA UNIÃO SOVIÉTICA.
HOJE, FORA DO CONTEXTO, É FÁCIL FALAR SOBRE ABUSOS NA LUTA CONTRA A SUBVERSÃO.
COMO DEVERIAM TER AGIDO AS FORÇAS LEGAIS ?
NA COLÔMBIA, “COINCIDENTEMENTE”, A GUERRA SUBVERSIVA SE INICIOU À MESMA ÉPOCA DA QUE AQUI ECLODIU.
QUANDO SURGIRAM OS PRIMEIROS FOCOS DE GUERILHA, O ESTADO COLOMBIANO VACILOU EM TOMAR DECISÕES DURAS.
O RESULTADO SÃO MAIS DE 40 ANOS DE GUERRA CIVIL, QUASE 50.000 MORTOS, QUASE 200 VEZES MAIS DO QUE AQUI.
SAIBAM, OS QUE NOS CONDENAM, MUITOS DELES EX-TERRORISTAS E EX-GUERRILHEIROS, HOJE OCUPANDO ALTOS POSTOS DA REPÚBLICA, E QUE JAMAIS DEFENDERAM IDEAIS DEMOCRÁTICOS, QUE NOSSA PAZ TEVE UM PREÇO. ELA É UM LEGADO DAQUELES QUE CUMPRIRAM SUA MISSÃO E NÃO FUGIRAM AO DEVER, NEM À LUTA."

E agora, general Jobim, vai exonerar também ou vai botar a viola no saco?

Do site A Verdade Sufocada

terça-feira, 30 de março de 2010

OLHO NA HISTÓRIA

Líder nazista com mais de 90% de popularidade nos anos 30, na Alemanha;
Seu pessoal gostava de incendiar os livros;
Chefe do Partido Nacional Socialista do Trabalhador Alemão;
A tática política de seu partido era a violência, o desprezo e o deboche para com os adversários;
Era anti-burguês;
Megalomaníaco, drogava-se;
Criou uma ilusão e enganou completamente um povo;
O sistema que o sustentou era 'democrático', com o Congresso alemão inteiramente dominado;
Queria se perpetuar no poder;
Controlava o judiciário;
Esnobava e fazia pouco do Exército;
Não era confiável diplomaticamente;
Comandava forças paramilitares.

PERGUNTA: LEMBRA ALGUÉM?

Todos sabem o fim que ele levou, e o sofrimento que trouxe para o seu povo.

Cuidado, a História se repete!

GREVE DA "APEOESP" É POLÍTICA PRIMITIVA!


Prestem a atenção no vídeo acima, pois ele é a prova empírica do que falei no texto anterior sobre a greve dos “professores” de São Paulo. Na verdade a greve é política e nem 3%, na verdade 1% - segundo cálculos da secretaria - da categoria aderiu à greve. Um tanto está dando aula, outro tanto está curtindo férias antecipada, enquanto os soldados da APEOESP queimam livros – o que é lamentável também.
Vejam no vídeo que os valentes armaram palanques para proferir seus discursos e, embaixo, uma corruptela de militantes do PSTU, PC do B, CUT, APEOESP, UNE e do PT completaram o circo. Essa gente, na hora H, se une, o esquerdismo deles variou no tempo, entendem? O PT virou gente grande, "esquerda da raia graúda", mas os nanicos estalinistas, "esquerda raia miúda", apesar de baterem em Lula, estão sempre apostos para ajudá-lo.
Agora, a missão dos militantes é gerar arruaça nas ruas e desestabilizar o governador de São Paulo. Observem nas palavras da presidente da APEOESP, o desespero de uma mulher em trabalho de parto verbal, ela grita: “Serra você não vai ganhar está escrito nas estrelas” . Que poetisa, não? Depois dessa, já poderia ir para academia brasileira de letras, como Collor foi, sem ter escrito um livro – pior seria se escrevessem!
A virulência de Maria Izabel gritando: “fora Serra” e “Dilma, Dilma” é coisa assombrosa. Nada contra as preferências deste pessoal, mas ao método. Usar a categoria dos professores para encampar uma política primitiva, violenta, nazista e criminosa, é inaceitável. Queimaram livros, deram pauladas na cabeça de uma policial, jogaram objetos no governador e não representam os professores, mas militantes. E ainda tem gente que fala como se a categoria estivesse em ação, e não está.
As pessoas deixam se levar pela solidariedade aos professores que, de fato, são mal remunerados, mas deve-se ter parcimônia e olhar os problemas que envolvem a educação no conjunto e não partidarizar a crítica: fazê-lo, é o mesmo que tentar patinar na lama. Os problemas da educação possuem raízes históricas profundas, são complexos e não podem ser reduzidos a uma batalha de militantes contra o nada. Sem levarmos em conta a complexidade do dilema, somos ingênuos, diletantes ou pior ainda, vagabundos morais com interesses ideológicos escusos – como a turma da APEOESP!
O que os sindicatos e partidos de extrema esquerda estão fazendo pessoal, é política! E política primitiva, já conhecida. Política da qual, quando os caciques do PT precisam, fazem uso - é só verem José Dirceu entusiasmado com a militância de rua, no final dos anos 90. Ele, inteligente como é, assim como Lula, sabe que estes tolos são fracos intelectualmente e suas ideologias insanas, mas nas ruas, são úteis, por isso Lula e o PT fazem uso deles quando precisam. A famosa, massa de manobra, entendem?
Nada mais primitivo que apelar para violência e atacar em bando. Pergunto aos professores: vocês se sentem representados por estes senhores? Os interesses políticos deles não estão dissonantes demais das reais pretensões dos professores? O que Dilma tem a ver com o peixe, se o governo federal paga menos que o governo de SP aos professores? Mais: se o ensino técnico de São Paulo, entre 2003 e 2009, recebeu 58% de matrículas contra 11% do governo federal, por que Dilma está na jogada como salvadora? Por que nunca fazem greve contra o governo Lula? Por que não pediram impeachment de Lula no mensalão de 2005 e no governo FHC, a qualquer suspiro do mesmo, pediam um "fora FHC"? Por que se indignam com Arruda e com José Dirceu curtem um esbirro de revolução patética?
Ficam as questões para vocês pensarem e entenderem que não se trata de defender José Serra e seu partido, mas o bom senso, coisa que estes queimadores de livro não têm!
Vejam no vídeo abaixo, Maria Izabel falando aos “mirritantes” que o objetivo deles é varrer o PSDB de São Paulo, assim como acabar com a candidatura de Serra. Até aí tudo a ver com as reivindicações dos professores, né? Mas o que a divã do esquerdismo reacionário primitivo não contava é que, na pesquisa Datafolha divulgada sábado, Serra abriu 9 pontos de vantagem sobre Dilma - vai ver estava escrito nas estrelas. Ao menos a pesquisa está escrita e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E hoje, para delírio dos parteiros verbais de Maria Izabel, saiu uma pesquisa para governador do Estado de São Paulo e, adivinhem, os “mirritontos” representam minoria no Estado: uma minoria barulhenta com complexo de PCC, só isso, não varrem nada além da própria sujeira para debaixo do próprio tapete. Na pesquisa, Geraldo Alckmin, do PSDB, aparece com 53% contra 13% de Mercadante, candidato mais provável do PT e fabricador de dossiês de aloprados – os “mirritontos” nunca fizeram protestos contra isso.
A corrupção deles eles varrem para debaixo do tapete, quando é a corrupção dos outros, eles partem para grita, na falta de corrupção no PSDB e em figuras como Fernando Henrique Cardoso, Geraldo Alckmin e José Serra, eles partem para o “fora”, o “varrer”, o “quebrar”. Mero recurso retórico ensinado nas bicas de seus partidos. Embalados pelas palavras de ordem: queimam livros, jogam contra o governador, pedras, cadeiras, laranjas, como fizeram com Mário Covas em 1999, que os enfrentou e os humilhou, politicamente, perante o Brasil.

Esta gente é treinada nas biqueiras de seus partidos. A esquerda da raia miúda é treinada para fazer escândalo, quando os esquerdistas da raia graúda - como o PT - precisam deles, dão migalhas – pior, públicas – e esses asseclas do neonazismo comunista aprontam suas selvagerias. É o MST destruindo pés de laranja, casas, seqüestrando e assassinando famílias no campo e a APEOESP queimando livros nos centros urbanos. Tudo isso, com anuência do PT, de Lula e Dilma. A campanha petista já começou, pois a ralé petista margem à esquerda, todos teleguiados pelo Partido Universal do Reino de Marx, já estão agindo nas ruas: começaram queimando livros, amanhã, estarão queimando pessoas. Lamentável!

APEOESP: BRAÇO ARMADO DO "PT".

Esta imagem resume a política primitiva encampada pela APEOESP – o tal sindicato dos professores de São Paulo.

O sindicato da APEOESP está no volante desta greve ilegítima e política dos professores em São Paulo: é ilegítima porque aderiram apenas 3% da categoria. É política porque a intenção conspícua do sindicato é atingir o governador José Serra e favorecer o PT.

Sei o quanto este texto vai me custar, mas não ligo a mínima para “nariz torcido” ou patrulha ideológica, não vou entrar nesse jogo maniqueísta de professores, os bonzinhos, de um lado, e, de outro, o governador do Estado de São Paulo oprimindo a classe dos professores.

Desafio os valentes a apresentarem um plano de carreira para professores – de qualquer Estado do Brasil - melhor que o de São Paulo. E mais: o governo federal, logo, o governo Lula e postulado governo Dilma, paga menos aos professores que o governo de São Paulo. Por que a trupe da APEOESP não apóia uma greve federal?

Reconheço que os salários dos professores estão abaixo do esperado, mas esta greve foca a crítica no governo Serra por razões partidárias e não debate as questões no seu conjunto.

A questão é: o Brasil universalizou tarde sua educação. Ao contrário do Chile, que expandiu o ensino há muitas décadas, o Brasil universalizou a educação apenas nos anos 90, sobretudo, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Com o aumento do acesso em um país grande e complexo como o nosso, novos problemas surgiram e afetam a qualidade do ensino até hoje.

Com mais alunos na rede, aumentou a demanda por professores, os governos tiveram que construir mais escolas, investir mais em materiais escolares etc. Para piorar, algumas escolas são cercadas por uma realidade social multifacetada e explosiva e, às vezes, se deparam com situações policialescas. São problemas inerentes à formação social do Brasil, não foram plantados por governo tucano e nem petista.

Os problemas da educação são complexos, tem raízes históricas. Dizer que o governo de São Paulo quer destruir a educação é coisa de ignorante ou oportunista. O governador José Serra entregou novas apostilas aos estudantes, livros dos professores e os livros didáticos. Criou a prova de temporário dando chances para jovens formados e dirimindo, em partes, o problema da demanda. E, os não-efetivos, com tempo de serviço, foram preservados.

O governador passou a contratar e remunerar por mérito, como faz qualquer país civilizado. Criou a prova de mérito que dá aumento de até 25% aos professores que se classificam entre as primeiras posições. Com o tempo, os professores podem chegar a receber R$ 6.270 por mês. E tem os bônus nos finais de ano, que são pagos a professores de escolas que alcançam boa nota no IDESP. Em São Paulo, tudo é balizado no mérito.

Para muitos, este modelo de remuneração cria um ambiente de competitividade entre professores e os desmobilizam. Onde estão os professores mobilizados que a prova desmobilizará? Esta greve mesmo, não conta nem com 3% de apoio da categoria. Lugar de professor é dando aula, greve só pune o aluno que fica a ver navios. E mais: desde quando é função do Estado mobilizar professores, cara pálida? Estado tem que exigir produtividade e eficiência dos mesmos e remunerá-los bem. Pagar pouco mais de sete reais/hora aula não é o ideal, mas remunerar por mérito é um grande avanço. Pagar apenas por tempo de serviço e apoiar incompetentes é nivelar por baixo; é punir os alunos.

Muitos professores se queixam de não ter tempo de estudar para as avaliações, por isso, não conseguem passar nas provas de efetivo ou tirar notas altas nas provas de temporário. Ora, se um sujeito não domina nem o básico sobre a matéria que leciona tem mais é que sair da profissão mesmo – para o bem dos alunos.

Por outro lado, o Estado deve dar condições de trabalho aos professores - e aí está o ponto. Têm escolas em que é impossível trabalhar, o ambiente externo é hostil e a hostilidade é transferida para dentro das escolas. O poder público tem obrigação de instalar a ordem onde não tem. Os problemas estruturais da educação não param aí, são problemas nacionais, vão muito além da questão salarial e das fronteiras de São Paulo.

No entanto, a greve não tem conteúdo, não debate a questão estrutural das escolas e reduz o certame à questão salarial. Propõe um reajuste de 34% que dinamitaria o orçamento do Estado e feriria a Lei de Responsabilidade Fiscal. O que eles querem é fazer arruaça em ano de eleição: por que não fizeram greve ano passado? A APEOESP, assim como o MST, a CUT e a UNE são apêndices do governo Lula e do PT. Em concomitância com a greve, Marta Suplicy e Mercadante apareceram nas TVs e nas rádios defendendo à greve. Ato concatenado, não?

A prova de que a greve é meramente política é que a líder da APEOESP, Maria Izabel, nas ruas, disse que o objetivo da greve é quebrar a espinha dorsal do governo tucano. A candidata petista Dilma Roussef abraça Maria Izabel em palanques e apóia suas investidas em São Paulo. Ou seja, a candidata petista ainda não esqueceu a política esquerdista primitiva que tem como método a violência e o revanchismo.

Seguindo os passos dos mentores, os grevistas atearam fogo nos novos materiais didáticos, ou seja, queimaram conhecimento e o dinheiro dos contribuintes. E, queimar livros é coisa de nazistas, Hitler mandava colocar fogo em livros. Os grevistas querem arruaça, violência, para depois acusar o governo de São Paulo de opressor, mas os opressores são eles que deram uma paulada na cabeça da policial (foto acima) e nem fizeram questão de socorrê-la. Na foto, um policial a salva.

São estes professores, menos de 3%, ressalta-se, que querem aumento salarial. São estes senhores que vão exigir disciplina dos alunos em sala de aula. Vocês acham justo o Estado pagar igualmente todos os professores sabendo que muitos são morosos, desqualificados ou, até mesmo, criminosos como estes da APEOESP?

Nada justifica a violência praticada por esta minoria de professores com complexo de PCC.

ENTREVISTA: "O MST É MASSA DE MANOBRA"

Gilberto Thums, procurador de JustiçaNo Abril Vermelho do ano passado, mês em que os movimentos sociais fazem protestos pela reforma agrária, os líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) contabilizaram como sua primeira vitória o isolamento político do procurador de Justiça do Ministério Público do Estado Gilberto Thums, 55 anos. O procurador ficou conhecido como “o homem que tentou criminalizar os movimentos sociais”.

O estigma foi por ter proposto a ilegalidade do MST e ter exigido o fechamento das escolas itinerantes em acampamentos de sem-terra para que os alunos de pais que lutam por um pedaço de terra fossem para a rede pública. Pressionado e sem apoio de colegas de trabalho, Thums encerrou sua cruzada contra o que considerava atos ilegais dos sem-terra.
Onze meses depois de desistir do choque frontal, ele diz que continua com as mesmas convicções, mas reconhece que cometeu um erro estratégico por entender, na ocasião, que o MST agia de maneira isolada.

Leia a seguir trechos da entrevista:

Zero Hora – Depois de enfrentamento com o MST, o senhor disse que estava jogando a toalha por entender que havia sido encurralado pelos simpatizantes do movimento. Na ocasião, relatou que conversas suas haviam sido gravadas e que uma pessoa havia tentando atropelá-lo. Como está a sua vida hoje?
Gilberto Thums –
A minha vida está bem mais tranquila. Estou cuidando dos crimes praticados pela chinelagem. Com esses, ninguém se importa, não faltam recursos e tenho plena liberdade para trabalhar.
ZH – Se tivesse oportunidade de voltar no tempo, o senhor faria tudo novamente. Pediria a ilegalidade do MST e o fim das escolas itinerantes nos acampamentos?
Thums –
Faria tudo novamente. Só não cometeria o erro que custou o meu isolamento e o estigma de ser apontado como a pessoa que queria criminalizar os movimentos sociais. Fui ingênuo.
ZH – Qual foi o erro?
Thums –
Eu tratei a questão de uma maneira geral. Achei que o MST fosse a cabeça pensante de um esquema esquerdista que tinha como finalidade tomar o poder pisando na Constituição. Estava errado. O MST é massa de manobra de um sistema operado por pessoas muito inteligentes e poderosas.
ZH – Quem são essas pessoas?
Thums –
Eu não sei. Mas, ao primeiro passo dado na direção de identificá-las, que foi a ação que colocaria o MST na ilegalidade, fomos soterrados por uma avalancha de críticas, que nos imobilizou.
ZH – O senhor está falando da esquerda?
Thums –
Ser de esquerda ou direita não é contra a lei. Estou falando de grupos radicais que se instalaram dentro da esquerda e que se envolveram em operações criminosas. Cito dois casos que envolveram o MST em setembro de 2009: a invasão do prédio do Incra, em Porto Alegre, onde desapareceram equipamentos, e a destruição de pés de laranjeiras de uma fazenda no interior de São Paulo, a Fazenda Santo Henrique, em Borebi (São Paulo). Quem apontar esse pessoal, como eu fiz, é tachado de nazista e de querer criminalizar os movimentos sociais.
ZH – Na sua opinião, não existem pessoas que necessitam de auxílio no movimento?
Thums –
Claro que existe. Jamais fui ou seria contra aquela pessoa que se organizou e está lutando pelos seus direitos. Sou contra os que praticam crimes previstos na Constituição.
ZH – O senhor é descrito como sendo uma pessoa de direita. Essa sua cruzada contra o MST não é ideológica?
Thums –
Defendo o direito de propriedade que está previsto na Constituição.
ZH – O João Pedro Stedile, um dos líderes do MST, afirmou que as suas ações contra o movimento são ideológicas por estarem baseadas em informações fornecidas por um relatório feito pelo então coronel Waldir João Reis Cerutti, que durante a ditadura militar (1964-1985) se infiltrou entre os sem-terra usando o codinome de Toninho do Incra. O senhor concorda?
Thums –
Tenho 50 volumes de documentos contendo informações que pedi sobre as atividades do MST. Elas vieram de várias fontes, entre elas o coronel Cerutti, o professor Zander Navarro, que foi aliado do movimento durante muitos anos, além de outras. São dados concretos. Stedile é uma pessoa inteligente, articulada e está tentando desqualificar o meu trabalho.
ZH – O senhor tem ideia de como transita o dinheiro público dentro das organizações que orbitam ao redor do movimento?
Thums –
Pelas coisas que recolhi, tenho certeza que o dinheiro acaba financiando atividades do tipo Abril Vermelho (invasões de prédios, terras e trancamento de estradas).
ZH – Hoje o senhor é um espectador do movimento?
Thums –
Tal qual outras instituições públicas, dentro de um regime democrático, o Ministério Público é uma instituição politizada. Resta pouco espaço para uma pessoa com o meu pensamento. Mas estou me articulando com um pequeno grupo de resistência.
ZH – O senhor está planejando nova ação contra os sem-terra?
Thums –
No momento, não. Tenho convicção de que agi da maneira correta. Errei a estratégia da ação. Mas alguns coisas ficaram, como a proibição de marchas e de ações do movimento em oito municípios e o fim das escolas itinerantes. O Ministério Público Federal teve duas vitórias importantes agindo em pontos específicos, que foi conseguir a proibição de mais invasões da Granja Nenê, em Nova Santa Rita, e a apreensão de arroz plantado por arrendatários nos assentamentos da região. A estratégia é boa.
ZERO HORA

e Anti Foro de São Paulo.

domingo, 28 de março de 2010

AO DOUTOR DA VIDA, JOSÉ CARLOS FERREIRA

José Eugênio Maciel

“Não há consolo mais refinado na velhice do que a sensação de ter concentrado toda a força de nossa juventude em obras que jamais envelhecerão”Schopenhauer

Quando finda a vida terrena principia o brilhar de uma luz que vem da eternidade para iluminar a retrospectiva da própria trajetória daquele que a percorreu, caminho que se poderá, ao trilhá-lo, reviver os exemplos marcantes e inesquecíveis. É o refazer de um trajeto agora sem a companhia física de quem não mais está entre os vivos, ao mesmo tempo em que se encontrará presente pelo legado memorável que edificou.

O doutor José Carlos Ferreira pautou a vida dele seguindo fiel e naturalmente uma das mais destacadas ensinanças contidas no juramento realizado pelo pai da medicina, asseverou Hipócrates, “tratarei seus filhos como se fossem meus irmãos”. Sem precisar se enaltecer, muito pelo contrário, o doutor José Carlos primeiramente atendia a todos que vinham ao seu encontro ou aonde ele chegasse, sem fazer qualquer distinção, agindo com presteza, denodo e competência. Proporcionava aos seus pacientes a atenção e préstimos devidos.

Ao chegar aqui em 1950, quando Campo Mourão tinha somente três anos como Município, rapidamente foi se tornando conhecido como médico, bom de prosa, fraterno, foi enfim se afeiçoando ao então pequeno lugar. Pioneiro como cidadão e como profissional da medicina, aportou aqui oriundo do Rio Grande do Sul, nascido em Soledade em 1919 e tendo se formado médico em 1947 em Porto Alegre.

O Paraná e este rincão mourãoense eram desde então o porto seguro. Aceitou o desafio de uma época em que tudo estava por ser feito, barreiras enormes careciam ser transpostas, notadamente no âmbito da assistência médica. Mas não faltaram ao doutor José Carlos o desprendimento e empenho necessários para exercer o seu mister. E as adversidades não eram as do hospital de madeira e de limitado instrumental cirúrgico, a maioria das pessoas morava no campo, atendê-las era uma longa viagem por estreitas estradas atravessando rios sem pontes, atolando no barro ou enfrentando poeira. Quantas foram as vezes em que ele nem bem chegava em casa e novamente saía para outro chamado, sem se abater, redobrado pelo ânimo, pois a doença não tem hora e circunstâncias predeterminadas. Nos atendimentos que fez ao longo da vida, era notável a bondade e apreço que tinha com os seus pacientes e mesmo nos momentos mais difíceis mantinha a sua fibra sem deixar a si próprio e consequentemente a quem ele estivesse assistindo, esmorecer.

Uma das suas características era o conhecimento que amealhou com dedicação e que não se limitou às lides profissionais, o ser humano era para ele alvo de estudo. A fonte era os livros que lia, as viagens que fazia e o saber ouvir com atenção incomum.

Para o doutor José Carlos Ferreira estar próximo do ser humano era insuficiente, ainda que importante. Para ele o ideal sempre foi o de estar junto dos seus semelhantes, em comunhão e partilha, em generosidade e solidariedade.

Foto Dr. José Carlos Ferreira - acervo Pedro da Veiga.













foto de Rubens Bathke-HOSPITAL S. PEDRO-03.10.1957-acervo: Pedro da Veiga

O EXEMPLO DE LULA

Deu em O Globo-Merval Pereira

O descaso com que o presidente Lula trata as condenações que recebeu do Tribunal Superior Eleitoral resume bem o estado de complacência moral em que o país se debate, gerando o esgarçamento de seu tecido social com graves repercussões.

Está se impregnando na alma brasileira uma perigosa leniência com atos ilegais, que acaba tendo repercussões desastrosas no dia-a-dia do cidadão comum, que passa a considerar a “esperteza” como um atributo importante para vencer na vida.

Em vez de usar seu imenso prestígio junto ao eleitorado para dar o exemplo de cidadania, de respeito às leis, o presidente Lula vem, não é de hoje, confrontando publicamente as instituições que considera obstáculos a seus objetivos políticos, não apenas os meios de comunicação, a chamada “mídia”, mas principalmente órgãos encarregados da fiscalização dos atos governamentais.

Já em 2008, em Salvador, chegou a dizer um palavrão em público criticando a lei eleitoral que dificulta suas viagens pelo país.

Àquela altura ele já desdenhava das possíveis punições, fingindo ensinar ao povo como deve se comportar para não ferir a lei eleitoral.

Quando a torcida organizada começa a gritar o nome da ministra Dilma, ele se faz de desentendido: “(...) a gente não pode transformar num ato de campanha. É um ato oficial, é um ato institucional. (...) vocês viram que eu, por cuidado, não citei nomes. Vocês é que, de enxeridos, gritaram nomes aí. Eu não citei nomes”.

Igualzinho ao que continua fazendo, mesmo depois de multado.

Nos comícios, não é raro o presidente criticar o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público, por supostos entraves que imporiam à execução de obras, e chegou até mesmo a defender a alteração da Lei das Licitações, uma legislação que foi criada depois dos escândalos do governo Fernando Collor, exatamente para coibir a corrupção.

“Aqui no Brasil se parte do pressuposto de que todo mundo é ladrão”, disse o presidente certa vez, com a mesma atitude complacente com que trata os “mensaleiros” e os “aloprados”.

Lula se incomoda quando os organismos institucionais atuam para fazer o contraponto exigido pela democracia, que é o sistema de governo de pesos e contrapesos para controlar o equilíbrio entre os Poderes.

Se existe uma legislação que impede um determinado ato seu, ele tenta superá-la com a maioria parlamentar que obteve à custa da divisão do governo em verdadeiros feudos partidários.

O exemplo mais recente é o projeto de lei que transforma os recursos do programa Territórios da Cidadania, que leva a regiões do interior projetos de educação, saúde, saneamento básico e ação fundiária, em transferência obrigatória da União para cidades com menos de 50 mil habitantes, mesmo havendo inadimplência financeira com o Governo Federal, o que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O caráter político da medida pode ser compreendido quando se sabe que 90% das Câmaras de Vereadores estão instaladas em municípios de menos de 50 mil habitantes.

O Tribunal de Contas da União (TCU) é uma vítima recorrente da obsessão de Lula, que o acusa constantemente de atrasar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Para Lula, de fato “quem governa é o TCU, que diz que obra pode ser realizada”.

O incômodo é tão grande que chega a existir no Congresso, incentivado pelo governo, um projeto que reduz os poderes do Tribunal de Contas da União (TCU) na fiscalização, com o objetivo de impedir que o TCU paralise obras públicas, mesmo que a fiscalização encontre indícios de irregularidades graves.

Enquanto não consegue seu objetivo de neutralizar a ação do TCU, Lula vai desmoralizando suas decisões. Recentemente inaugurou a primeira parte da ampliação e modernização da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), obra apontada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como suspeita, um dos quatro empreendimentos da Petrobras que não poderiam receber dinheiro público em 2010 por possíveis irregularidades.

A impugnação do TCU foi incluída na Lei Orçamentária para 2010, mas recebeu o veto presidencial, que garantiu a continuidade das obras. A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou o veto.

Na ocasião, fez comício e tudo, com sua candidata Dilma Rousseff a tiracolo, como sempre, e usando os trabalhadores como desculpa para ter ultrapassado a decisão do TCU. “Quem vai assumir as responsabilidades e explicar para as famílias dos 24 mil trabalhadores que tudo bem, a obra foi suspensa e a gente volta mais tarde?”, discursou Dilma, defendendo a decisão do chefe, de quem não discorda “nem que a vaca tussa”, como já disse uma vez..

Foi o TCU, um órgão do Poder Legislativo, por exemplo, que levantou os gastos exorbitantes dos cartões corporativos e exigiu maior transparência nas prestações de contas.

Outro órgão que se defronta com sérias críticas presidenciais é o IBAMA. Ainda em 2007 aconteceu a citação aos bagres, que ficaria famosa como demonstração da veia ecológica do presidente Lula.

Em reunião com o Conselho Político, o presidente não escondeu a sua irritação com o Ibama por causa da demora na concessão de licença ambiental para construção de usinas hidrelétricas no Rio Madeira.

“Agora não pode por causa do bagre, jogaram o bagre no colo do presidente. O que eu tenho com isso? Tem que ter uma solução”.

Dois anos depois, Lula estava em Copenhagen, na reunião do clima, no papel de defensor da ecologia. Mas esta é uma outra história de esperteza dessa auto-proclamada metamorfose ambulante.

do blog do Noblat

REINCIDENTE "PACAS"


LULA RÍ DAS LEIS BRASILEIRA
blgog Voluntários da Pátria

A COLISÃO ENTRE UM POLÍTICO SEM GRANDEZA E UM ESTADISTA

Traídos pela indiferença ultrajante do Itamaraty, afrontados pela infame hostilidade do presidente da República, presos políticos cubanos e dissidentes em liberdade vigiada endereçaram ao presidente da Costa Rica o mesmo pedido de socorro que Lula rechaçou. Fiel à biografia admirável, Oscar Arias nem esperara pela chegada do apelo (que o colega brasileiro ainda não leu) para colocar-se ao lado das vítimas do arbítrio. Já estava em ação ─ e em ação continua.


Arias escreveu sobre o tema no jornal espanhol El País. O confronto entre o falatório de Lula e trechos do artigo permite uma pedagógica comparação entre os dois chefes de governo:

LULA: “Lamento profundamente que uma pessoa se deixe morrer por fazer uma greve de fome. Vocês sabem que sou contra greve de fome porque já fiz greve de fome”.


AUGUSTO NUNES

ARIAS: “Uma greve de fome de 85 dias não foi suficiente para convencer o governo cubano de que era necessário preservar a vida de uma pessoa, acima de qualquer diferença ideológica. Não foi suficiente para induzir à compaixão um regime que se vangloria da solidariedade que, na prática, só aplica a seus simpatizantes. Nada podemos fazer agora para salvar Orlando Zapata, mas podemos erguer a voz em nome de Guillermo Fariñas Hernández, que há 17 dias está em greve de fome em Santa Clara, reivindicando a libertação de outros presos políticos, especialmente aqueles em precário estado de saúde”.

LULA: “Eu acho que a greve de fome não pode ser utilizada como pretexto para libertar pessoas em nome dos direitos humanos. Imagine se todos os bandidos presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”.

ARIAS: “Seria perigoso se um Estado de Direito se visse obrigado a libertar todos os presos que decidirem deixar de alimentar-se. Mas esses presos cubanos não são como os outros, nem há em Cuba um Estado de Direito. São presos políticos ou de consciência, que não cometeram nenhum delito além de opor-se a um regime”.

LULA: “Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos”.

ARIAS: “Não existem presos políticos nas democracias. Em nenhum país verdadeiramente livre alguém vai para a prisão por pensar de modo diferente. Cuba pode fazer todos os esforços retóricos para vender a ideia de que é uma “democracia especial”. Cada preso político nega essa afirmação. Cada preso político é uma prova irrefutável de autoritarismo. Todos foram julgados por um sistema de independência questionável e sofreram punições excessivas sem terem causado danos a qualquer pessoa”.

LULA: “Cada país tem o direito de decidir o que é melhor para ele”.

ARIAS: “Sempre lutei para que Cuba faça a transição para a democracia. (…) O governo de Raúl Castro tem outra oportunidade para mostrar que pode aprender a respeitar os direitos humanos, sobretudo os direitos dos opositores. Se o governo cubano libertasse os presos políticos, teria mais autoridade para reclamar respeito a seu sistema político e à sua forma de fazer as coisas”.

LULA: “Não vou dar palpites nos assuntos de outros países, principalmente um país amigo”.

ARIAS: “Estou consciente de que, ao fazer estas afirmações, eu me exponho a todo tipo de acusação. O regime cubano me acusará de imiscuir-me em assuntos internos, de violar sua soberania e, quase com certeza, de ser um lacaio do império. Sem dúvida, sou um lacaio do império: do império da razão, da compaixão e da liberdade. Não me calo quando os direitos humanos são desrespeitados. Não posso calar-me se a simples existência de um regime como o de Cuba é uma afronta à democracia. Não me calo quando seres humanos estão com a vida em jogo só por terem contestado uma causa ideológica que prescreveu há anos. Vivi o suficiente para saber que não há nada pior que ter medo de dizer a verdade”.

Oscar Arias é um chefe de Estado. Lula é chefe de uma seita com cara de bando.

Arias é um pensador, conhece a História e tenta moldar um futuro mais luminoso. Lula nunca leu um livro, não sabe o que aconteceu e só pensa na próxima eleição.

Arias é justo e generoso. Lula é mesquinho e oportunista.

Arias se guia por princípios e valores. Lula menospreza irrelevâncias como direitos humanos, liberdade ou democracia.

O artigo do presidente da Costa Rica, um homem digno, honra o Nobel da Paz que recebeu. A discurseira do presidente brasileiro, um falastrão sem compromisso com valores morais, tornou-o tão candidato ao prêmio quanto Fidel, Chávez ou Ahmadinejad.

A colisão frontal entre o que Lula disse e o que Arias escreveu escancarou a distância abissal que separa um político sem grandeza de um estadista.

Lord em Cara Nova no Congresso

sábado, 27 de março de 2010

PALÁCIO DO PLANALTO: PRESIDÊNCIA GASTA R$ 3 MILHÕES PARA COMPRA DE NOVO MOBILIÁRIO

Leandro Kleber
Do Contas Abertas

Na reta final das obras de restauração do Palácio do Planalto, previsto para ser reaberto em 21 de abril, aniversário de Brasília, a Secretaria de Administração da Presidência da República empenhou (reservou em orçamento) R$ 3 milhões para a compra de novo mobiliário. Na lista estão 1.150 cadeiras, 102 poltronas, 16 sofás e 54 mesas que levam as assinaturas do arquiteto Oscar Niemeyer e do designer Sergio Rodrigues (clique aqui para ver detalhes de todos os móveis).

O item mais caro é uma mesa com a marca Oscar Niemeyer, no valor de R$ 26,5 mil. O móvel é de “madeira especial, para reunião, em formato ‘U’, com módulos de saída para microfones, revestimento externo em folha de madeira wengue natural, internamente revestida em folha de madeira curupixa, acabamento com fundo em poliuretano”, entre outras características descritas na nota de empenho emitida pela PR na última quarta-feira para a realização da despesa.

Também na lista dos mais caros estão nove sofás de espera desenhados por Sergio Rodrigues, empenhados pela PR por R$ 12,3 mil cada. Os itens são de “estrutura em imbuia maciça com almofadas soltas sobre chassis de molas horizontais estofadas em espuma de poliuretano e revestimento em couro natural preto primeira linha (flor integral)”.

Duas empresas serão as responsáveis por fornecer o material: a Lin Brasil Indústria e Comércio de Móveis LTDA, à qual a PR reservou R$ 2,6 milhões, e a Teperman Design Comércio Móveis Representações LTDA, para a qual a Presidência comprometeu R$ 396,7 mil.

Para prestar os serviços, as entidades não precisaram passar pelo processo de licitação porque, segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil, a Comissão de Curadoria responsável pela restauração “priorizou artistas da época da construção do Palácio do Planalto, Oscar Niemeyer e Sergio Rodrigues, que estão vivos e têm a comercialização de seus móveis com exclusividade”. “Portanto, não haveria concorrência em uma licitação. Esses móveis são complementares aos que foram resgatados [originais do Palácio]”, informa a assessoria.

Para o professor do Departamento de Arquitetura da Universidade da Brasília (UnB) Cláudio Queiroz, os preços dos móveis adquiridos pela Presidência não estão caros. Segundo ele, designers renomados no país costumam cobrar esses valores. “É claro que alguns móveis do Planalto que vieram da antiga capital [Rio de Janeiro] não podem ser descartados, pois são patrimônio histórico. Mas o Planalto é uma obra moderna tombada como patrimônio cultural, e não histórico. Isso faz com que ele possa sofrer alterações estruturais sem perder o tombamento”, afirma.

Quanto à restauração do Planalto, Queiroz afirma que a obra é pertinente. “É uma pena que prédios públicos no Brasil, mesmo sendo país de terceiro mundo, não recebam manutenção regularmente”, lamenta.

"Móveis antigos deveriam ser mantidos"

Já para o cientista político Lúcio Castelo Branco, os móveis do Palácio do Planalto não deveriam ser trocados, pois, segundo ele, são tombados como patrimônio cultural. “Os móveis do palácio não podem ser substituídos. O mobiliário tombado deve ser utilizado por todos os presidentes da República: os do passado, presente e futuro. Substituí-lo é um desrespeito à lei e à República e um atropelamento total da cultura nacional”, afirma.

Segundo Castelo Branco, os móveis do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, foram usados por diversos presidentes da República e não foram substituídos. “Essa situação do novo mobiliário no Planalto me faz lembrar alguns diplomatas brasileiros que, talvez por vaidade, assim que assumem os postos, mandam reformar as embaixadas como lhes convir, mesmo que elas já tenham passado por manutenção recente. Esses gastos são feitos com recursos públicos, nosso dinheiro”, diz.

Ele é “totalmente” a favor da restauração do Planalto, pois acredita que a instalação era muito precária. “Na época dos governos Sarney e Itamar, por exemplo, o palácio era uma vergonha, cheio de defeitos em itens como ar-condicionado. Parecia a UnB hoje, infelizmente. A reforma é necessária, mas não desse jeito que está sendo feita [em referência ao novo mobiliário]”, conclui.

Comissão de Curadoria

Segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil, os R$ 3 milhões reservados para a compra dos móveis complementa o que a Comissão de Curadoria do Palácio do Planalto não conseguiu no trabalho de resgate de móveis originais que foi feito em toda a administração pública federal. “A Comissão, criada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2009 com o objetivo de ambientar o Palácio do Planalto e harmonizar a reforma do mobiliário original da época da construção, conseguiu, inclusive, a doação de mais de 400 itens da Câmara dos Deputados e do Senado Federal”, afirma.

De acordo com a assessoria, o planejamento de restauração do Planalto previa a compra dos móveis, “mas o projeto apresentado pelo escritório de Oscar Niemeyer partia de móveis contemporâneos de designers estrangeiros e estava orçado, em preço de partida, em R$ 6,5 milhões”. No entanto, segundo a assessoria, a Comissão de Curadoria decidiu que o Palácio do Planalto, sede do governo brasileiro, deve ser vitrine de produtos nacionais, no caso mobiliário brasileiro modernista, em razão da restauração.

Quanto ao preço da mesa de reuniões desenhada por Niemeyer (R$ 26,5) e dos sofás de Rodrigues (R$ 12,3 mil), a assessoria afirma que o primeiro item foi feito exclusivamente para o Salão Oval e os sofás são de imbuia maciça e forrados em couro de primeira qualidade. “O preço tanto de um como de outro está abaixo do preço de mercado para móveis com esse padrão de qualidade de materiais. Sergio Rodrigues, inclusive, abriu mão de seus direitos autorais, o que possibilitou que a Lin Brasil praticasse um preço abaixo do que praticaria normalmente”, argumenta a assessoria.

Ainda segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil, se for preciso, obras de complementação no Palácio do Planalto serão executadas nas semanas seguintes à comemoração dos 50 anos de Brasília.

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