O sindicato da APEOESP está no volante desta greve ilegítima e política dos professores em São Paulo: é ilegítima porque aderiram apenas 3% da categoria. É política porque a intenção conspícua do sindicato é atingir o governador José Serra e favorecer o PT.
Sei o quanto este texto vai me custar, mas não ligo a mínima para “nariz torcido” ou patrulha ideológica, não vou entrar nesse jogo maniqueísta de professores, os bonzinhos, de um lado, e, de outro, o governador do Estado de São Paulo oprimindo a classe dos professores.
Desafio os valentes a apresentarem um plano de carreira para professores – de qualquer Estado do Brasil - melhor que o de São Paulo. E mais: o governo federal, logo, o governo Lula e postulado governo Dilma, paga menos aos professores que o governo de São Paulo. Por que a trupe da APEOESP não apóia uma greve federal?
Reconheço que os salários dos professores estão abaixo do esperado, mas esta greve foca a crítica no governo Serra por razões partidárias e não debate as questões no seu conjunto.
A questão é: o Brasil universalizou tarde sua educação. Ao contrário do Chile, que expandiu o ensino há muitas décadas, o Brasil universalizou a educação apenas nos anos 90, sobretudo, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Com o aumento do acesso em um país grande e complexo como o nosso, novos problemas surgiram e afetam a qualidade do ensino até hoje.
Com mais alunos na rede, aumentou a demanda por professores, os governos tiveram que construir mais escolas, investir mais em materiais escolares etc. Para piorar, algumas escolas são cercadas por uma realidade social multifacetada e explosiva e, às vezes, se deparam com situações policialescas. São problemas inerentes à formação social do Brasil, não foram plantados por governo tucano e nem petista.
Os problemas da educação são complexos, tem raízes históricas. Dizer que o governo de São Paulo quer destruir a educação é coisa de ignorante ou oportunista. O governador José Serra entregou novas apostilas aos estudantes, livros dos professores e os livros didáticos. Criou a prova de temporário dando chances para jovens formados e dirimindo, em partes, o problema da demanda. E, os não-efetivos, com tempo de serviço, foram preservados.
O governador passou a contratar e remunerar por mérito, como faz qualquer país civilizado. Criou a prova de mérito que dá aumento de até 25% aos professores que se classificam entre as primeiras posições. Com o tempo, os professores podem chegar a receber R$ 6.270 por mês. E tem os bônus nos finais de ano, que são pagos a professores de escolas que alcançam boa nota no IDESP. Em São Paulo, tudo é balizado no mérito.
Para muitos, este modelo de remuneração cria um ambiente de competitividade entre professores e os desmobilizam. Onde estão os professores mobilizados que a prova desmobilizará? Esta greve mesmo, não conta nem com 3% de apoio da categoria. Lugar de professor é dando aula, greve só pune o aluno que fica a ver navios. E mais: desde quando é função do Estado mobilizar professores, cara pálida? Estado tem que exigir produtividade e eficiência dos mesmos e remunerá-los bem. Pagar pouco mais de sete reais/hora aula não é o ideal, mas remunerar por mérito é um grande avanço. Pagar apenas por tempo de serviço e apoiar incompetentes é nivelar por baixo; é punir os alunos.
Muitos professores se queixam de não ter tempo de estudar para as avaliações, por isso, não conseguem passar nas provas de efetivo ou tirar notas altas nas provas de temporário. Ora, se um sujeito não domina nem o básico sobre a matéria que leciona tem mais é que sair da profissão mesmo – para o bem dos alunos.
Por outro lado, o Estado deve dar condições de trabalho aos professores - e aí está o ponto. Têm escolas em que é impossível trabalhar, o ambiente externo é hostil e a hostilidade é transferida para dentro das escolas. O poder público tem obrigação de instalar a ordem onde não tem. Os problemas estruturais da educação não param aí, são problemas nacionais, vão muito além da questão salarial e das fronteiras de São Paulo.
No entanto, a greve não tem conteúdo, não debate a questão estrutural das escolas e reduz o certame à questão salarial. Propõe um reajuste de 34% que dinamitaria o orçamento do Estado e feriria a Lei de Responsabilidade Fiscal. O que eles querem é fazer arruaça em ano de eleição: por que não fizeram greve ano passado? A APEOESP, assim como o MST, a CUT e a UNE são apêndices do governo Lula e do PT. Em concomitância com a greve, Marta Suplicy e Mercadante apareceram nas TVs e nas rádios defendendo à greve. Ato concatenado, não?
A prova de que a greve é meramente política é que a líder da APEOESP, Maria Izabel, nas ruas, disse que o objetivo da greve é quebrar a espinha dorsal do governo tucano. A candidata petista Dilma Roussef abraça Maria Izabel em palanques e apóia suas investidas em São Paulo. Ou seja, a candidata petista ainda não esqueceu a política esquerdista primitiva que tem como método a violência e o revanchismo.
Seguindo os passos dos mentores, os grevistas atearam fogo nos novos materiais didáticos, ou seja, queimaram conhecimento e o dinheiro dos contribuintes. E, queimar livros é coisa de nazistas, Hitler mandava colocar fogo em livros. Os grevistas querem arruaça, violência, para depois acusar o governo de São Paulo de opressor, mas os opressores são eles que deram uma paulada na cabeça da policial (foto acima) e nem fizeram questão de socorrê-la. Na foto, um policial a salva.
São estes professores, menos de 3%, ressalta-se, que querem aumento salarial. São estes senhores que vão exigir disciplina dos alunos em sala de aula. Vocês acham justo o Estado pagar igualmente todos os professores sabendo que muitos são morosos, desqualificados ou, até mesmo, criminosos como estes da APEOESP?
Nada justifica a violência praticada por esta minoria de professores com complexo de PCC.
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