sexta-feira, 19 de março de 2010

SÃO JOSÉ, PROTETOR DA IGREJA CATÓLICA

Plinio Corrêa de Oliveira

Imagem de São José "El Parlero" (Toledo, Espanha) (*)

Há várias invocações de São José que poderíamos considerar. Eu creio que, dessas invocações, depois das que dizem diretamente respeito a Nosso Senhor Jesus Cristo, nenhuma é mais bonita do que “Protetor da Igreja Católica”.

Protetor de algo é, de algum modo, um símbolo daquilo que se protege. Os senhores considerem, por exemplo, alguém que é guarda da rainha [da Inglaterra, Elisabeth II]. Este, de algum modo, toma em si algo da realeza da rainha; é uma honra ser guarda da rainha! Escolhem-se para serem guardas da rainha os indivíduos mais capazes, os que tiveram maior coragem, os que nas guerras provaram maior dedicação à coroa inglesa. Estes são os convidados para serem os guardas da rainha.

Se é uma honra ser guarda da rainha, se é uma honra ser guarda do Papa, então que honra é ser guarda da Santa Igreja Católica!

Exceção feita de Nossa Senhora que é Mãe da Igreja, ninguém pode se comparar à Igreja Católica. Nem qualquer Anjo ou todos os santos considerados cada um separadamente tem a dignidade da Igreja Católica. Porque a Igreja envolve todos os santos e Ela é a fonte da santidade desses santos e, portanto, um santo nunca pode ter a dignidade igual à da Igreja Católica.

* A envergadura moral do esposo de Nossa Senhora e Pai adotivo do Menino Jesus...

Os senhores imaginem, portanto, o que é o santo que é o Padroeiro da Igreja Católica! Ele tem que ser algo de tão alto, de tão excelso que, por assim dizer, tem que ser o reflexo da Igreja que ele guarda! Para estar proporcionado a Ela, tem que ter o reflexo da Igreja que guarda.

Podemos considerar que a envergadura espiritual de São José - enquanto co-idêntico com o espírito da Igreja Católica, enquanto sendo exemplar prototípico e magnífico da mentalidade, das doutrinas, do espírito da Igreja Católica - só se pode medir por esse outro critério: é o fato dele ser Esposo de Nossa Senhora e proporcionado, portanto, a Nossa Senhora; ser o Pai adotivo do Menino Jesus e, portanto, proporcionado ao Menino Jesus!

Se quisermos ter uma idéia da alma de São José, do espírito de São José, seria preciso imaginar tudo quanto a gente pensa da Igreja Católica, toda a grandeza da Igreja, toda a simplicidade da Igreja, toda a dignidade da Igreja, toda a afabilidade da Igreja, toda a sabedoria da Igreja, toda a imensidade da Igreja, tudo quanto se pudesse dizer da Igreja Católica e imaginar isto realizado num homem! E então teríamos a fisionomia moral de São José!

Devemos imaginar, pelo menos, o perfil moral desse Santo: a castidade de São José, sua pureza ilibadíssima. E devemos nos aproximar dele com respeito, com veneração e pedir-lhe que nos conceda aquilo que tanto desejamos receber.

* O que pedir a São José em sua festa?

Cada um se pergunte a si próprio - num exame de consciência de um minuto - qual é a graça que quer pedir a São José por ocasião da festa de hoje. A primeira das graças a pedir seria a da devoção a Nossa Senhora; outra, a graça de refletir tão bem o espírito da Igreja Católica quanto esteja nos desígnios da Providência ao nos ter criado e ao nos ter conferido o santo Batismo; podemos pedir a pureza, a despretensão... podemos pedir tudo. Podemos escolher cada uma dessas coisas ou pedir todas essas coisas no seu conjunto.

Às vezes, é bom a gente pedir uma coisa só, se a graça nos leva a pedir uma coisa só. Às vezes, é bom pedirmos tudo, porque há momentos em que a graça nos leva a sermos audaciosos e a pedir muita coisa ao mesmo tempo.

E então hoje, na festa de São José, conforme o movimento da graça interior em cada um de nós, devemos pedir alguma coisa a ele. E se não soubermos bem o que pedir a São José, dizer a ele: “Meu bom São José, dai-me Vós aquilo de que preciso... uma vez que nem sequer sei o que me convém.” Eu acredito que, no mais alto dos Céus, ele sorrirá e dará, com bondade, alguma graça muito bem escolhida. E com isto fica nossa.



(*) Imágenes de San José en las fundaciones de Santa Teresa de Jesús: (...) Es notable, a este respecto, el dato que [ Santa Teresa de Jesús ] llevaba consigo en todas sus fundaciones una imagen de bulto de San José, que recibía el título de "San José del Patrocinio", y, cuando el P. Pedro Fernández la nombró Priora del convento de la Encarnación en 1571, y ella supo de la terrible negativa de la mayoría de las monjas para recibirla, llevó consigo esta imagen y el día de la toma de posesión, al tiempo que colocaba la imagen de la Virgen en la silla prioral, la acomodó en la silla subprioral; esta imagen luego le parlaría todo lo que las monjas hacían, que por eso se le llamó el Parlero, y de tanto hablar quedó con la boca abierta milagrosamente. (SECRETARIATUS GENERALIS PRO MONIALIBUS O.C.D. - ROMAE - PROYECTO DE REFLEXIÓN TEOLÓGICO ESPIRITUAL DE LAS MONJAS CARMELITAS DESCALZAS - SAN JOSE FUNDADOR Y PADRE DEL CARMELO TERESIANO).

A D V E R T Ê N C I A

O presente texto é adaptação de transcrição de gravação de conferência do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira a sócios e cooperadores da TFP, e não foi revisto pelo autor. Se o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira estivesse entre nós, certamente pediria que se colocasse explícita menção a sua filial disposição de retificar qualquer discrepância em relação ao Magistério da Igreja. É o que fazemos aqui constar, com suas próprias palavras, como homenagem a tão belo e constante estado de espírito: As palavras "Revolução" e "Contra-Revolução", são aqui empregadas no sentido que lhes dá o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em seu livro "Revolução e Contra-Revolução", cuja primeira edição foi publicada no Nº 100 de "Catolicismo", em abril de 1959. “Católico apostólico romano, o autor deste texto se submete com filial ardor ao ensinamento tradicional da Santa Igreja. Se, no entanto, por lapso, algo nele ocorra que não esteja conforme àquele ensinamento, desde já e categoricamente o rejeita”.

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