sexta-feira, 30 de abril de 2010

CATÓLICOS E JUDEUS RELANÇAM DIÁLOGO SOBRE PIO XII

Historiadores católicos respondem a 47 perguntas

Por Jesús Colina

http://www.cnbb.org.br/site/images/stories/pioxii.jpgCIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 30 de abril de 2010 (ZENIT.org).- Representantes e historiadores católicos e judeus relançaram o diálogo, que oficialmente fora interrompido em julho de 2001, sobre a figura de Pio XII e sua relação com o povo de Israel, em particular durante o Holocausto.

Os participantes no encontro, entre os quais havia vários rabinos, organizado pela fundação Pave the Way Foundation, foram saudados publicamente por Bento XVI ao final da audiência geral dessa quarta-feira.

O encontro, que prosseguiu com as questões que em 2001 se propunha enfrentar a suspensa Comissão Judaico-Católica de Historiadores, não tinha caráter oficial, mas sim acadêmico.

Nas sessões de debate de dois dias, entre 23 e 24 de abril, ofereceram-se respostas a 47 das perguntas que aquela Comissão tinha lançado ao suspender suas atividades.

Responderam as perguntas o padre Peter Gumpel S.J., historiador e postulador da causa de beatificação de Pio XII, Matteo Napolitano, professor de História das Relações Internacionais na Universidade de Molise (Itália); Andrea Tornielli, correspondente no Vaticano do jornal Il Giornale, Ronald Rychlak, professor na Mississippi State University, e Michael Hesemann, historiador e escritor alemão.

Todas as respostas foram integralmente gravadas pela agência H2onews.org (www.h2onews.org) e serão entregues à Comissão Yad Vashem, a autoridade nacional de Israel para a recordação dos mártires e heróis do Holocausto, e serão transmitidos na página da internet da Pave the Way foundation Website (http://www.ptwf.org).

O fundador desta instituição, o judeu nova-iorquino Gary Krupp, explicou a ZENIT que no encontro com o Papa participaram rabinos e representantes judeus de comunidades dos EUA, Israel, Austrália e Suíça, que “quiseram manifestar-lhe sua solidariedade, com a Igreja Católica e com o Santo Padre, por causa dos ataques por parte de alguns meios de comunicação”.

“Também discutimos uma iniciativa apoiada pela Santa Sé de dedicar a noite de sexta-feira a um jantar com a família. O rabino Shmuley Boteach e a Fundação Pave the Way são os promotores desta iniciativa dedicada à família", conclui Krupp.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A POLÍTICA DO ANTICRISTO

Por Nadir Cabral

Dois eventos cruciais na História dessa civilização, explicam ou confundem ainda mais algumas pessoas, dentre elas a que vos escreve. São os anos de 1968 e 1989. Em 1968 os jovens franceses promoveram um verdadeiro quebra-quebra nas ruas da cidade de Paris para protestarem contra os valores vigentes. No ano seguinte, com o advento do Festival de Woodstock, decretou-se o fim das regras morais e dos valores mais caros advogados pela cultura cristã. As drogas ganharam a juventude de modo desenfreado. Não poderia ser diferente.

Para conseguirem se entregar a todas as perversões, os jovens que ainda guardavam do senso comum, algum sentimento de respeito por si mesmos e pelo que receberam através da educação familiar, se valeram do uso indiscriminado de entorpecentes para “criar” coragem de se entregarem às mais vis paixões. Mas qual a ideologia que os alimentava? Suas reivindicações eram legítimas? Os revolucionários pertenciam e serviam a que tipo de orientação política? O que trouxeram de bem e de bom para o mundo?

Tempos de guerra fria. Interessante que todos os que pesquisaram e escreveram sobre essa época de rupturas, de Zuenir Ventura a Eric Hobsbawm, admitem que as mudanças impostas por esses movimentos, implicavam numa total destruição de tudo o que era válido antes. Hobsbawum afirma que os movimentos jovens de 1968, não receberam a “coordenação direta” dos partidos comunistas, mas todos os líderes revolucionários haviam pertencido às fileiras comunistas.

Mas, chega o ano de 1989 e cai o muro de Berlim, a última resistência comunista do Ocidente queda-se vencida. O mundo respirou aliviado. A ameaça comunista desapareceria por completo. Será? O comunismo é um fenômeno, em meu medíocre entendimento, que vai muito além das fronteiras mentais dos revolucionários que pretendem transformar o mundo a partir do aniquilamento das classes sociais.

É algo demoníaco capaz de distorcer o entendimento, minar as resistências e acomodar consciências de tal maneira que as façam repousar tranqüilas num verdadeiro ninho de serpentes.
Nem se trata aqui de comunismo clássico. Evidente que não. Os comunistas do passado deixaram um rastro de cem milhões de mortos. É de Marx o entendimento de que “As classes e as raças fracas demais para conduzir as novas condições da vida devem deixar de existir. Elas devem perecer no holocausto revolucionário”. Isso significa que “o Socialismo advogou publicamente o genocídio dos séculos XIX e XX”.

Trata-se, sim, de uma modalidade de comunismo de mentes. Nivelamento de pensamento, de “valores”, ou de ausência de valores, nivelamento de conceitos, de linguagem, a “novilíngua”, a completa perversão da sexualidade (no livro “Admirável Mundo Novo”, o sexo era livre e os seres humanos não eram concebidos, eram “decantados”), o desmantelamento da capacidade de aprendizagem, a destruição da escola, a dominação ampla, geral e irrestrita de tudo o que é mídia de massa e o mais ignominioso processo de desinformação, em poucas palavras, a confusão de mentes.

Ninguém é capaz de emitir opinião sobre determinado assunto. O bombardeio de informação ao estilo Goebbels, desorienta as pessoas de tal forma, que em nenhum círculo de debates se consegue concluir alguma coisa sobre determinado tema. Para eles “A verdade não é o que corresponde a um estado objetivo, mas o que pode ter aplicação útil e eficaz numa situação dada”. A mentira passou a ser a verdade.

No projeto gramscista de destruição da individualidade está estampado o ataque, que em meu entender se enquadra nas “três regras não escritas do sistema educacional”, do Dr. A. C. Portinari Greggio. Quais sejam: “a primeira reconhecia que os indivíduos nascem com diferentes graus de inteligência. A segunda, que a inteligência pode ser cultivada, mas sua falta não pode ser compensada pela educação. A terceira aconselhava: se o ótimo é 100 mas o possível é 20, façam-se pelo menos os 20. Eis que surge a “regra de ouro do igualitarismo: se não der 100 para todos que todos fiquem no zero”.

Voltamos “à estaca zero”. 1989 não começou por aqui. Ainda há mentes na América Latina suficientemente desonestas e mal intencionadas que insistem num projeto que não deu certo em lugar nenhum do planeta.

Quem falou que essa gente não gosta do capitalismo? Adoram o luxo, o poder, o dinheiro. Querem o mundo a seus pés. Isso não foi diferente na União Soviética. Stálin só fazia as refeições diárias se fossem servidas nas porcelanas do Czar. É a mais perfeita caricatura da falsidade.
Como não tenho a pretensão de ser “politicamente correta”, afirmo sem pestanejar: Cristo é uma nuvem de fumaça vulcânica na aeronave comunista. Com Cristo eles não podem decolar. Permanecem no chão.

E por falar em Cristo, porque não lembrar São Mateus, cap. IV, versos 1-11. O demônio exerceu dupla função na “Tentação de Jesus”: a de tentador e a de acusador. Teólogo, o diabo tem uma missão: afrontar Deus.Induz-nos à queda, para se regozijar em acusar a Deus que nos criou à Sua imagem e semelhança.

Mas a parede vazia também é religião, disse o padre Paulo Ricardo, certa vez. Eles têm seus deuses, não tenham dúvida disto.A “bíblia” dos “pastores da nova religião” tem como santos, Antonio Gramsci. Herbert Marcuse, Sartre, Kinsey, Adorno, Simone de Beauvoir, e, como não poderia deixar de ocupar o seu devido lugar no panteão comunista mundial, o ancestral de todos, Karl Marx. Mas como conseguiram tantos fiéis no Brasil?

A resposta está na sabotagem psicológica que globalistas midiáticos vêm praticando há anos. E como se dá isso? Através da “guerra psicológica a qual consiste em “mudar a percepção da realidade de cada indivíduo, até ao ponto de, apesar da abundância de informações, ninguém será capaz de chegar às conclusões corretas no interesse de defenderem-se a si próprios, suas famílias, suas comunidades, seu país”. (Yuri Bezmenov, ex agente da KGB.)

E é pra duvidar? Criminosos como Che Guevara, Mao Tsé Tung, Stalin, Lenine, são, na atualidade, homenageados e tratados “sem a menor reflexão crítica” acerca de suas performances assassinas e genocidas no passado. Onde estão os rostos dos milhões de mortos pelo Nacional Socialismo alemão? Estampados nas camisas dos jovens universitários do Brasil? Onde estão os rostos dos inocentes que foram assassinados aos milhares na Floresta de Katyn a mando da KGB de Stalin? Onde estão as faces das vítimas do bando do Che? Ninguém dá notícia. A juventude desinformada adora os criminosos e involuntariamente desprezam as suas vítimas inocentes.

Assistindo a um documentário sobre “Revolução Cultural”, descobri, através da entrevista de Yuri Bezmenov, que o gigantesco processo de lavagem cerebral que pretendiam desde àquela época é lento e dividido em quatro etapas básicas: “a primeira é a de desmoralização e se leva de 15 a 20 anos para corromper moralmente uma nação. Por que tanto tempo? Porque esse é o número mínimo de anos necessário para educar uma geração de estudantes no país de seu inimigo exposto à ideologia de seu inimigo. Bezmenov continua: “O resultado pode-se ver, que a maioria das pessoas que se graduaram nos anos de 60 – desistentes ou intelectuais semi-idiotas – estão agora ocupando posições de poder no governo, no serviço público, nas empresas, na grande mídia e no sistema educacional”.

Diante de tanto descalabro moral, de tanta farsa intelectual e de tanta fraude contra a consciência, pergunta-se: onde reencontrar o fio, o “cordão de Ariadne”, para sairmos desse labirinto demoníaco ao qual fomos atirados? Onde encontrar um fio de luz que possa nos reconduzir ao verdadeiro sentido de “ser humano”?

Certa vez, meu filho adolescente se sentiu suficientemente rebelde para comprar uma camiseta com o rosto de Che Guevara estampado no peito. Fiz dela pano de chão. Assassinos não podem servir de modelos para jovens.
A destruição das bases morais e civilizacionais da sociedade, os ataques à Igreja Católica, orquestrados pelas mídias do mundo todo, só confirmam o que os pesquisadores cristãos vêm descobrindo e publicando nos últimos anos, ou seja, existe um ataque sistemático que imperceptivelmente vem minando com a resistência humana à mentira e ao engano.

É um processo, de certo modo irreversível, uma vez que só se sentindo enganado, ludibriado é que o indivíduo se levanta contra o agressor. Acontece que todos estão acomodados em seus “mundinhos” e não podem perceber que há algo errado e o que é pior, demoníaco nessa orquestração.

Contudo, sem encontrar nenhum espaço de divulgação, já que todos os veículos de comunicação se prestam a servir aos interesses de grupos pertencentes a essa modalidade ocidental de comunismo e, claro, de completo ódio ao cristianismo e aos valores cristãos, já que o “deus” dos comunistas, a História, e os santos, é o que Comte apregoava, os “heróis revolucionários”, impossível se torna, portanto, competir com tais santidades.

Mas é assim mesmo. Assistimos assombrados que de modo muito estranho, atualmente, quando o tema é Deus, parece-nos que o discurso fica pesado, penoso, e isso ocorre não em razão de nossas convicções que são verdadeiramente sinceras, mas, sobretudo, porque “Deus”, tornou-se um tema “politicamente incorreto”.

Antes, havia algumas coisas nesse mundo que eram consideradas “fora de mercado”. Hoje não mais. As consciências, a dignidade humana, a individualidade, a responsabilidade, a honestidade, tudo, tudo mesmo está na feira da perversão para ser comercializado a qualquer preço. Querem um exemplo? A sexualidade. Antes era um drama privado. As pessoas se davam ao respeito em tratar essas questões com a devida “proteção do espaço da discrição”. Hoje a intimidade sexual das pessoas virou espetáculo e assunto de “filósofos de botequins”. Tente dormir com um barulho desses. Ligue a televisão e procure por valores como a honra, o respeito, o cumprimento da palavra, a sacralidade do sexo. É possível que te decepciones a ponto de atirar teu aparelho de TV escada abaixo.

Todavia para a esmagadora maioria o negócio é: Deixe rolar. Deixe Acontecer. Está tudo normal.
Assim, não reflita sobre o mundo em que vives e experimentes não podar as videiras e veja o que colherás no próximo ano. Apenas galhos sem frutos. O mundo vazio. A infelicidade. A morte da alma.

(A AUTORA É JURISTA E PROFESSORA DE ÉTICA
Do site: Levante-se Brasil

TOP! TOP! TOP! PT


A revista Time divulgou a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo nas categorias “líderes”, “heróis”, “artistas” e “pensadores”, a exemplo do que faz todo ano. E, a exemplo do que faz todo ano, não há um ranking — isto é, não existe “O” primeiro.
Assim, é falsa como nota de R$ 3 ou de US$ 150 a informação de que Luiz Inácio Lula da Silva é “A” personagem mais influente da política. É “uma” delas. Pode-se até achar isso uma grande coisa, claro!, mas os frêmitos lulo-petista-nacionalistas com o “primeiro lugar” são injustificáveis.
No release em que a revista divulga os nomes, por exemplo, Lula é o nº 13, não o nº 1. O G1 traz a informação do departamento de Relações Púbicas da Time: “Os editores da revista consideraram que seria mais interessante colocar o texto de Michael Moore sobre Lula como o primeiro, o que não significa que exista um ranqueamento”.
E, diga-se, NUNCA HÁ!
Mas não adianta! Eles não se contêm. De posse da informação errada, o Estadão indagou a Celso Amorim como ele via Lula “em primeiro” na lista da Time. Com a modéstia habitual — e Amorim é um tipo particular que consegue ser arrogante também em lugar do outro —, respondeu:
“Para vocês é uma surpresa?
Não parou por aí. Indagado se isso ajudava Lula a obter algum posto em fóruns internacionais — fala-se na secretaria-geral da ONU —, respondeu:
“O presidente Lula é maior do que isso”.
O mundo já se tornou pequeno para o Guia Genial das Esferas. Por isso Lula se referiu à Terra, certa feita, como “planetinha”.
Os lulistas poderiam estar satisfeitos com o fato de Lula integrar a lista. Mas estão fazendo festa por aquilo que nunca existiu. Poderiam ser caipiras bem-comportados que vão à missa com roupa de domingo. Seria até bonitinho! Mas preferem entrar na igreja de esporas.

Link para a matéria original

DEIXE QUE DEUS SEJA EM VOCÊ

Em um momento de dor, inicialmente, questionamos a Deus o por que? Depois começamos a pensar e pensar sobre aquilo e percebemos que não damos conta daquele momento, desgaste emocional, noites em claro, nós perdemos a fome, ficamos sem coragem, sem ânimo e sem fé.
Isso ocorre com todos, nos vimos sem escolhas e nos aborrecemos, nos isolamos e nos modificamos, para viver o problema.
Perdemos a identidade, a personalidade e passamos a ser o "problema".
O problema fica maior do que nós mesmos e começa a nos gerenciar. O nosso espelho reflete a grandeza do problema e até atraímos pessoas com problemas semelhantes.
Cuidamos do problema como se ele fosse um animal de estimação, que chega pequeno e com a medida que alimentamos o animalzinho ele vai crescendo de forma rápida e inesperada e quando percebemos já está um animal adulto.
Muitas vezes o tal problema chega para ficar pouco tempo, mas o nosso apego é tão grande que não deixamos ele ir embora, e assim ficamos com medo de dizer para o problema sair de nossas vidas.
Alguém, me disse assim alguns dias atrás:
“Eu disse a Deus que eu não dou conta desse assunto, com outras coisas eu consigo, mas nesse caso eu não consigo”, eu disse a pessoa, que ela só não dava conta daquele assunto porque ela havia resolvido focar apenas a tal situação e que os outros setores da vida dela já estavam nas mãos de Deus e aquele fato estava nas mãos dela e ela havia agarrado forte e não desejava soltar, para colocar nas mãos do Senhor.
Agimos assim o tempo todo, mas com as dores dos fatos ocorridos observaremos que o problema enquanto no centro de nossas vidas não deixará de ser problema, mas quando o nosso centro for Deus, a proporção disso em nós será bem menor.
Devemos permitir que “Deus Seja em nós”, que Ele Seja em todos os nossos setores, em todas as nossas angústias, em todas as nossa enfermidades, devemos permitir que Deus Seja por nós. “Normalmente sofremos nas áreas onde não deixamos Deus agir.”
Se agirmos corretamente perante as situações, esse agir é o mistério da ação de Deus em nós, considerando que nossas atitudes e escolhas são corretas, pois foram guiadas por Deus, não podemos ficar sofrendo com nenhuma ação, aparentemente injusta, que não venha de Deus, afinal Deus já nos livrou pelas nossas boas atitudes.
Devemos escolher como enxergar os fatos e as situações, eu particularmente não posso dizer que tenho problema, eu sim, tenho o meu dia a dia e minhas batalhas do cotidiano, mas dizer que eu tenho um problema é muita injustiça com as bênçãos que Deus derrama sobre a minha vida todos os dias.
Mensageiro da Paz

quarta-feira, 28 de abril de 2010

QUAL É A ´SUA´REALIDADE???

Obs.: O presente artigo é um pouco longo, mas creio que vale a pena ser lido. Ao final, disponibilizamos um mini-dicionário para as palavras do texto que vierem seguidas de (*). Eventuais notas pessoais sobre o texto estarão em vermelho negrito itálico.

Por Ubiratan Iorio
Adaptado por Artur Eduardo


Quem, movido por alguma recôndita premência do espírito, sentir necessidade de compreender o mundo – e, por inclusão, o Brasil – moderno precisa ler duas obras inexcedíveis em acuidade, bom senso e erudição e que, adicionalmente, servem de aviso, como um grande semáforo vermelho a piscar apontando para perigos à frente. Refiro-me aos livros "A Rebelião das Massas" e "Hitler e os Alemães", respectivamente, do filósofo espanhol José Ortega y Gasset, publicado em 1930, e do também filósofo alemão Eric Voegelin, que reúne onze preleções proferidas no verão de 1964 na Universidade Ludwig Maximilian de Munique.
O primeiro talvez seja mais conhecido – ou menos desconhecido - aqui no Brasil, mas ambos são pontos de partida obrigatórios para a compreensão daquilo que um “caipira-pira-pora”, em linguagem tosca, porém educado sob valores morais sólidos, exprimiria como “Eta mundo doido, sô!”. Com efeito, a quem quer que não tenha abdicado de valores transcendentais, parece que nosso velho planeta está de pernas para o ar, com o aspecto de uma casa com todos os móveis revirados, gavetas abertas, roupas em desalinho nos armários, sujeira em todos os cômodos, quadros tortos nas paredes e poeira abundante. O “certo” e o “errado” ganharam aspas, o belo passou a ser rejeitado e o feio a ser glorificado, o pudor a vício e o despudor a virtude, o recato a caretice e a libidinagem a estilo de vida, por imposição dos ditames do relativismo moral e da ditadura politicamente correta, que vem levando há décadas as massas a comportarem-se como manadas de porcos correndo para o abismo, mas sem a consciência de estarem correndo para o abismo e – o que não é menos grave – achando que não estão correndo para a própria destruição, mas para a libertação e a salvação.
Não pretendo escrever neste artigo uma resenha sobre os dois magníficos livros, nem muito menos um ensaio, mas acredito que seja interessante pinçar alguns pontos comuns a ambos, com o objetivo de levar o leitor à reflexão e, talvez, a uma compreensão isenta sobre os terríveis problemas da sociedade atual. Problemas de que nem remotamente as massas parecem dar-se conta.
O que Gasset (foto) escreveu sobre a Europa no último capítulo da "Rebelião..." e que qualifica como o “teorema central do ensaio” – de que o Velho Continente (Europa) teria esquecido a moral – hoje, decorridos quase oitenta anos, infelizmente, podemos reescrever aplicando à sociedade ocidental: nossa sociedade ficou sem moral! E meditar na atualidade das palavras do grande filósofo espanhol: “Não é que o homem-massa menospreze uma moral antiquada em benefício de outra emergente, mas que o centro de seu regime vital consiste precisamente na aspiração a viver sem sujeitar-se a moral alguma”, ao que aduz que seria ingênuo acusar um indivíduo médio de hoje de falta de moral, uma vez que, ao invés de soar como uma acusação, uma afirmativa desse tipo adquire ares de lisonja, a tal ponto chegou o nível de imoralismo. Basta uma ligeira leitura a qualquer caderno dito “cultural” de qualquer jornal, ou um giro com o controle remoto pelos canais de TV, ou um olhar para as nossas universidades, ou uma ligeira análise do comportamento de políticos e de magistrados, para verificarmos a atualidade dessa afirmativa.
Mais do que enxergar a crise da sociedade de hoje como um pretenso dilema entre gerações, civilizações ou mesmo entre sistemas morais distintos, um “moderno” e o outro “ultrapassado”, o que chama a atenção na obra de Gasset é que ele vê o homem-massa como um ser inteiramente independente de moral - que, para Gasset, é, em qualquer circunstância, “consciência de serviço e obrigação”.

Voegelin (foto), ao analisar as razões que permitiram que o nacional-socialismo chegasse ao poder a Alemanha e perpetrasse tantas barbaridades, faz uso freqüente das expressões primeira realidade e segunda realidade, criadas por Robert Von Musil e desenvolvidas por Heimito Von Doderer. Existe uma realidade – a primeira – imanente ao homem, mesmo quando este perde a razão, tanto no campo fenomenológico da noética(*) como no prisma pneumático do espírito, como componentes da realidade que o auxiliam a ordenar a própria existência. Mas, ao negar tal axioma(*), nem por isso ele deixa de ser homem, pois, embora sua imagem da realidade seja equivocada, ela não perde a forma de realidade, o que significa que ele ainda é um homem, com todo o direito a fazer declarações a respeito das ordens do mundo, mesmo quando a força que o orienta para o ser divino se perde. Mas, ao substituir a ordem real por uma pseudo-ordem, o homem já não vive na realidade, mas em uma falsa imagem da realidade, ou segunda realidade que, no entanto, ele crê – e, em geral, tanto mais quanto menor for o seu nível intelectual - ser a realidade genuína. (Obviamente que o dr. Ubiratan fala como um pensador secular, mas aqui eu acrescentaria à frase "tanto quanto menor for o seu nível intelectual E, PRINCIPALMENTE, ESPIRITUAL. Haja vista que, como o próprio autor destaca, o problema é de ordem essencialmente "pneumática", ou seja, "espiritual.).
Quando essa postura pneumopática(*), de distorção do pneuma, da essência espiritual, acontece, surgem duas realidades: a primeira, em que vive o homem ordenado com a transcendência de sua vida e a segunda, habitada pelo homem doente pneumaticamente e que, necessariamente, entra em choque permanente com a outra, conflito que se manifesta na construção de sistemas, já que, como a realidade não tem o caráter de um sistema, então um sistema é necessariamente sempre falso e, quando pretende retratar a realidade, só consegue se manter mediante trapaças intelectuais, como em Marx (foto, à esq.) e Nietzsche, por exemplo. A verdade é que, como observou Voegelin, “o homem está pneumopático, está doente do espírito, e o caso agora se complica ainda mais pelo fato de ele estar ciente dessa trapaça, como é muito claro, por exemplo, em Nietzsche, que fala explicitamente desse problema”.
Mas, se Marx e Nietzshe (foto, à dir.) sabiam que estavam trapaceando (Nietzsche, que conhecia perfeitamente a realidade verdadeira de Pascal e sabia que a sua era uma imagem falsa, vivia freqüentemente a tensão entre a realidade trapaceada que ele buscava e a que ele admirava em Pascal), o mesmo não se pode afirmar das trapaças pequeno-burguesas, ou, na linguagem de Ortega y Gasset, do logro cego em que vivem as massas. O homem-massa, com quem você, leitor, esbarra diariamente no seu prédio, na TV, no seu emprego, na universidade, em passeatas e em todos os lugares, apenas mente e, muitas vezes, com uma boa-fé tão grande que gera o fenômeno da honestidade compacta, que resulta dos conflitos entre a primeira e a segunda realidades, em níveis intelectuais relativamente mais baixos. (É verdade. O caso aqui é de ´desconhecimento´ daquilo que o circunscreve. Alheio ao problema, o homem é ´massificado´. O problema, contudo, transcende quaisquer ordens sociológicas: aqueleque que fazem os sistemas descritivos das sociedades estão, em última análise, igualmente ´massificados´).

São as massas de Gasset exercendo o seu domínio. Honestidade, tal como pontualidade, frugalidade e outros atributos, são virtudes secundárias, ou seja, em poucas palavras, alguém pode ser honesto para com o seu chefe, que é um político corrupto, ou freqüentar pontualmente a missa dominical (ou culto) e, durante o resto da semana, envolver-se em atos de corrupção, ou, ainda, poupar com vistas a aplicar um grande golpe no futuro... Um exemplo de honestidade compacta é a crença generalizada de que, se João é pobre, é porque Pedro é rico e, portanto, de que o Estado deve tirar do segundo para “distribuir” para o primeiro. (Esta é a essência das sociedades comunistas e do plano global parecido com o ´Nacional-Socialismo´ hitleriano. Esta é a tendência, sem dúvida alguma, proposta pelos ícones do globalismo e defensores do governo mundial, na atualidade.).
Em outras palavras, a partir da segunda metade do século XIX e em especial no século passado, ocorreu uma enorme alteração da ênfase na representação do que é a realidade. No dizer de Voegelin, “a realidade da razão e do espírito, que se revela nas experiências noética [ou seja, que buscam apreender a percepção] e pneumática, desaparece, e em seu lugar a ênfase é transferida para a experiência do mundo das coisas na existência espaço-temporal”. Porém, mesmo que os símbolos de transcendência sejam seriamente deformados e desacreditados, a ordem verdadeira, autêntica, genuína do ser, permanece inalterada. Mesmo que Hegel, Marx e Nietzsche “matem” Deus e proporcionem mil explicações sobre a sua morte, o Criador permanecerá eterno e o homem, com toda a sua arrogância e com toda a ténica moderna, terá que continuar lidando com a sua vida marcada pela criaturalidade e pela morte. Quando a fantasia, seja da concupiscência, seja do poder, seja do dinheiro pelo dinheiro muda a ênfase da realidade, ela cria uma falsa imagem da realidade, da primeira realidade. E quando o homem busca viver na segunda realidade, tentando inutilmente transformar-se de "imago Dei"(*) em imago hominis(*), explodem os conflitos e os dilemas com a primeira realidade que, por ser a autêntica, é uma ordem cuja existência é contínua e é inescapável.
Surgem, então, quatro conseqüências entre as quais se debate o homem atual, em um processo de diátese que se origina de sua tentativa de ser auto-suficiente. A primeira é que o vácuo que necessariamente aparece entre as duas realidades precisa ser preenchido com o simbolismo da segunda realidade, dado que a primeira não pode ser abolida. Isto explica os apocalipses e as visões revolucionárias da História do mundo imanente de Kant, Condorcet, Comte e Marx, entre outros.
A segunda é uma enorme desilusão, já que o homem, ao tentar exterminar algo que não pode ser eliminado – a primeira realidade - e ao imputar-lhe o caráter de falsa realidade, vê-se na obrigação de viver a vida sem qualquer obrigação de transcendência e a buscar a negação do espírito. O resultado é o terrível sentimento do abandono por Deus.A terceira é a destruição da imago Dei, ou seja, a desumanização do homem, com a conseqüente fantasia do homem novo de Marx e do super-homem de Nietzsche.

E a quarta é que, ao negar as experiências noéticas e pneumáticas do ser, o homem degenera o próprio sentido de sua vida, passando a preencher com realidades inexistentes fenômenos como os do poder, dinheiro, fama, conflitos, instinto, classe, interesse, religião, nação e raça.
Eis, em síntese, as duas realidades a que se referiu Voegelin, bem como a vida vulgar do homem massificado de Gasset.
Agora, a triste realidade a que aludi no título deste despretensioso artigo: é evidente que o mundo em que estamos vivendo neste início do século XXI está submerso na segunda realidade. A sociedade está doente espiritualmente, o relativismo moral aboliu o pneuma, as ideologias desfiguraram a noese da boa fenomenologia e parece que cada homem, com raríssimas exceções, pensa – ou pensa que pensa, já que não lhe ensinaram a pensar por conta própria – como todos os demais. Como dizem os bandidos que infestam o Rio de Janeiro, “está tudo dominado”... O livro de Voegelin mostra claramente como tal estado de estupidificação proporcionou a ascensão de Hitler ao poder e os enormes crimes contra a humanidade, cometidos pelos nacional-socialistas, com a complacência da sociedade alemã.
Com o comunismo, não foi diferente. Gramsci, que era um homem culto, moldou uma segunda realidade e ensinou como deveria ser espalhada pelo mundo inteiro. Assim, há uma enorme massa de “gramscianos honestamente compactos” que nem sabem quem foi Il Gobbo.
No Brasil, a segunda realidade está confortável e democraticamente instalada nos três poderes, sem que as massas sequer desconfiem do que está acontecendo. Cabe aos que se recusam a se deixarem massificar, aos que pensam por conta própria e, conseqüentemente, enxergam mais à frente, dar o sinal de alerta. No artigo do mês anterior, apontei diversos perigos às liberdades individuais que pairam sobre a sociedade brasileira. Quem quiser refletir sobre isto, que o faça. Não podemos nos deixar lançar, como porcos em desabalada carreira ao abismo. E – pior – sem perceber que há mentes pneumopáticas, que vivem na segunda realidade, pensando em lançar o Brasil no abismo.

Fonte: Farol da Democracia




Ubiratan Iorio é doutor em Economia e fundador do site "Farol da Democracia Representativa"




Dicionário

  • Axioma: Sentença ou proposição que não é provada mas é tida como óbvia para a construção de uma teoria.
  • Imago Dei: Crença humana baseada na revelação do divino, por exemplo, nas Sagradas Escrituras (Bíblia), que o homem foi criado, e por isso é, a ´imagem de Deus´.
  • Imago Hominis: O homem reiventando-se a si mesmo de acordo com os estereótipos daquilo que o próprio homem cria para si. ´O homem à imagem do homem´.
  • Noética: De "Nous", "Mente" (grego). Na Filosofia da Linguagem diz-se "A condição de perguntar, deliberar, pedir razões, exercer uma capacidade de exame e investigação.".
  • Pneumopática: Neologismo do autor a fim de referir-se à doença do espírito.

LENDA REVISITADA

Itacueretaba é o antigo nome de Vila Velha (cidade extinta de pedra). Localizada à margem direita do Tibagi (Rio do Pouso) na ondulada Ibeteba (planície) dos Campos Gerais, o local foi escolhido pelos nativos para ser o Abaretama (terra dos homens), onde era localizado o Itaimareru (precioso tesouro), a Assembleia Legislativa dos primeiros viventes do Paraná .

Tendo a proteção de Tupã, o Itaimareru era cuidadosamente vigiado por uma legião de
[Tupã.jpg]Apiabas (varões), eleitos entre os representantes de todas as tribos para desempenhar a honrosa missão. Os Apiabas (o que seriam os atuais deputados) tinham remuneração em ouro e pedras preciosas, recebiam todas as distinções e regalias, desfrutavam de uma vida régia, cercados de escravos fornecidos e alimentados pelo Itaimareru.

Aos Apiabas, porém, era vedado o contato com as mulheres, mesmo que fossem de suas próprias tribos. Tupã, porco chauvinista, ensinava que as mulheres, estando de posse do segredo de Abaretama, o revelariam aos quatro ventos e, chegada a notícia aos ouvidos dos inimigos, estes tomariam o tesouro para si. Assim, se o tesouro fosse perdido, o onipotente Tupã deixaria de resguardar o seu povo e lançaria sobre eles as maiores das desgraças.

Alguns ativos e bravos, outros nem tanto, os Apiabas em sua maioria eram filhos de poderosos caciques. Aos privilegiados do Itaimareru cabia colher as flores nos jardins, vigiar os servos e zelar para que não houvesse pecado naquele recanto sagrado.

Numa certa época, Dhui (Cabelo Bonito) fora escolhido para Presidente de Defesa dos Apiabas. Como todos os outros, tinha sido preparado desde a mais tenra idade para essa sagrada missão. Dhui, entretanto, não desejava seguir o celibato. Seu sangue achava-se perturbado pelo feminil fascínio: era um Cunharapixara (mulherengo).

As tribos antropófagas dos territórios distantes, ao terem conhecimento da vulnerabilidade do Cabelo Bonito, de pronto resolveram aproveitar-se da situação e escolheram, entre suas donzelas, a que deveria tomar o coração da autoridade Apiaba para lhe arrebatar o segredo.

A escolhida foi Aracê Poranga (Aurora Bonita). Não foi difícil à virgem dos lábios de mel conseguir a atenção do fogoso Dhui. Pouco a pouco, Aracê o entrelaçou na sua habilidosa teia de tal modo que ele ficou aos seus pés. A insidiosa já havia entrado no Abaretama com o consentimento de Dhui, que não teve como resistir-lhe ao desejo, pois a bela era uma digna descendente de Eva, e o vaidoso Dhui possuía o fogo de
Adão.

Numa tarde primaveril, quando os Ipês (árvores de casca) já florescidos deixavam cair uma chuva de ouro pelos campos, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de Uirucuri (licor de butiás) para embebedá-lo; mas o amor já dominava sua razão e ela também bebeu da taça e assim dormiram à sombra do Ipê, pecaminosamente entrelaçados.

Tupã vingou-se desencadeando um terremoto que abalou os Campos Gerais. A fúria do porco chauvinista convulsionou-se dentro do solo, com a terra em transe, as coxilhas trouxeram a morte e a dor. A Abaretama completamente destruída tornou-se de pedra, o tesouro aurífero fundiu-se e liquidificou-se, e os dois amantes castigados ficaram estendidos um ao lado do outro, petrificados. Ao lado do casal restou o símbolo de tanta desgraça: a Taça de Pedra!

E, quando ali passamos, o vento murmura a última frase de Aracê:

- Xê pocê ô quê! (Dormirei contigo!).


E foi assim que Abaretama tornou-se Itacueretaba.

A terra se fendeu: são as grutas que encontramos próximas à Vila Velha e o tesouro fundido é a Lagoa Dourada, a qual, quando o sol lhe bate em cheio, ainda reflete o brilho aurífero. Dhui e Aracê ainda hoje restam estendidos lado a lado, circundados dos ipês amarelos de São Luiz do Purunã. E os sobreviventes guardiões do Itaimareru, para que a fúria de Tupã não os alcançasse, ofereceram em troca o sangue de alguns bodes expiatórios.

Dante Mendonça (27/4/2010) O Estado do Paraná.

Cartunista Solda

CLIPAGEM DE JORNAIS DE ONTEM

27/04 - O jogo duplo do Planalto no trato com os sem-terra
 Análise: (*)-Rui Nogueira - O Estado de S.Paulo
Em Brasília existem duas orientações para pautar a relação do governo Lula com os movimentos dos sem-terra.
Para o trato público, em geral - audiências, solenidades, entrevistas e discussões sobre políticas estatais -, segue-se a regra da "não criminalização dos movimentos sociais", o discurso de que nenhum governo deu "tanta atenção" e "dialogou tanto" com os sem-terra, nenhum outro presidente tirou e botou tantos bonés do MST, Contag e outras associações de agricultores com ou sem terra e sem-terra que não querem terra, mas engrossam o movimento pró-socialismo do líder João Pedro Stédile
A ordem, igualmente genérica, é preservar ao máximo a "relação fraterna" com os sem-terra, "não satanizar" os seus líderes. Mas é tudo uma política de relações públicas.
Quando os sem-terra viram as costas e pegam os elevadores de saída, quando os ministros e secretários aliviam os nós das gravatas e desabotoam o primeiro botão dos colarinhos, aí vem o desabafo e a ordem: ir enrolando os sem-terra, não deixar de exercer a boa convivência, espargir uns trocados que mantenham os movimentos ativos, distribuir umas cestas básicas e apressar a inscrição no Bolsa-Família. E nada além disso porque o governo sabe que assentar, assentar e assentar a reboque das novas invasões equivale a jogar dinheiro num buraco sem fundo.
O governo fala em investir nos assentamentos dos verdadeiros agricultores, fala em recheá-los com o melhor em matéria de assistência técnica e fala em convênios com a Embrapa e outros órgãos que possam dar independência econômica às famílias. Fala, a portas fechadas, mas não tem coragem de admitir junto às lideranças do MST que esse é o desejo.
Stédile sabe desse jogo duplo do governo. É por isso que, vez ou outra, ele desce a língua contra o próprio governo Lula. E quando se sente acuado leva o movimento a descer a língua e o braço em invasões que são, na prática, o preço do jogo duplo que o Planalto é obrigado a pagar.
(*)-RUI NOGUEIRA É CHEFE DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

27/04 - Guerrilha teria enviado dinheiro às Farc
 Jamil Chade, CORRESPONDENTE / GENEBRA - O Estado de S.Paulo
Três paraguaios com status de refugiado dado pelo governo brasileiro estariam transferindo 30% do que arrecadam com os sequestros no Paraguai para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A ONU promete investigar o caso e determinar por que o Brasil concedeu refúgio aos três.
A acusação do envolvimento dos refugiados com as Farc faz parte do pacote de informações que o Paraguai entregou ontem à ONU, pedindo que ela pressione o Brasil a mudar sua posição. Ontem mesmo, a organização pediu informações para seu representante no Brasil sobre o caso.
Há seis anos, os paraguaios Juan Arrom, Anuncio Martí e Víctor Colmán, ex-integrantes do grupo guerrilheiro Exército do Povo Paraguaio (EPP), receberam refúgio do Brasil, benefício concedido pelo Conselho Nacional de Refugiados (Conare). Com a proteção, eles não podem ser extraditados para o Paraguai. Assunção alega que os três são fundadores do EPP e coordenam as atividades do grupo no Brasil.
Dois deles moram em Curitiba e o outro, em Campo Grande. No sábado, o Congresso paraguaio aprovou, a pedido do presidente Fernando Lugo, o estado de exceção em cinco Departamentos (Estados), para facilitar o combate ao EPP.
Ontem, diplomatas paraguaios se reuniram com o alto comissário de refugiados da ONU, Antonio Guterres, ex-presidente de Portugal.
Agora, Guterres pedirá que seu representante no Brasil prepare um relatório sobre o caso para que se esclareçam os motivos que levaram o País a conceder o status de refugiado.
"É urgente retificar o erro do Brasil, que deu status de refugiado a essas pessoas", disse Carlos Fleitas, diretor do departamento legal da chancelaria paraguaia. Falando ao Estado, ele qualificou a decisão brasileira de "grave violação". "A condição de refugiado não pode significar impunidade", alertou. "Pedimos uma revisão da decisão. Temos provas de que não são perseguidos políticos, mas criminosos."

27/04 - Sanções dos Estados Unidos afetariam o Brasil
 Rigorosas sanções unilaterais dos EUA afetariam o Brasil
Andrea Murta -Washington
Folha de São Paulo
Uma nova lei de sanções unilaterais que o Congresso dos EUA prepara contra o Irã deverá ter efeito devastador para empresários de vários países, inclusive do Brasil. A lei está em processo de harmonização das versões já aprovadas na Câmara e no Senado e poderá barrar negócios nos EUA até a quem faz parte de grupos no exterior indiretamente ligados a setores energéticos iranianos.
As novas sanções atingem qualquer grupo ou empresa que fornecer "bens, serviços, tecnologia, informação ou apoio" que poderiam facilitar a exportação, importação, manutenção ou expansão de produtos ligados ao setor energético. Aí estão incluídas "construção, modernização ou reparo" de instalações.
As atividades na mira das sanções vão além das ligadas ao petróleo: chegam a recursos de gás natural, navios petroleiros e de transporte de gás natural e produtos para construir ou manter oleodutos e gasodutos.
Quem financia ou garante a venda, o aluguel ou a oferta geral de tais bens e serviços, seja por parte de matrizes, subsidiárias ou afiliadas, pode ser alvo das punições. Até agências de crédito à exportação são vulneráveis. A maior parte das sanções incide sobre transações acima de US$ 200 mil.
Dependendo da interpretação da lei, há margem para sancionar uma empresa que, por exemplo, participar de terraplanagem de área por onde passe um gasoduto, ou venda medidores de pressão usados em tubulações do setor
A Câmara de Comércio dos EUA e vários outros grupos empresariais enviaram carta a congressistas no último dia 30 criticando a legislação. Calculam-se em US$ 25 bilhões as perdas anuais mínimas em exportações americanas e em 210 mil a eliminação de empregos, se as sanções forem aprovadas.
Isso porque quem for sancionado será virtualmente cortado das relações econômicas dos EUA: ficará impedido de fazer transações comerciais em moeda estrangeira com o país e de transferir créditos e pagamentos por meio de qualquer instituição financeira americana.
Questionado pela Folha, o chanceler Celso Amorim disse desconhecer efeitos para brasileiros. Mas afirmou que "sanção unilateral é mais contraproducente ainda [do que sanções multilaterais]". "Além de ineficazes, acabam criando resistências aos EUA. Espero que isso não ocorra, mas é um problema interno dos EUA."
Fontes ligadas ao meio empresarial brasileiro consultadas pela Folha afirmaram que, se exportadores do país ainda não estão alarmados, deveriam estar. As sanções deverão impactar o comércio de eletroeletrônicos, ferramentas, máquinas e equipamentos, produtos siderúrgicos e químicos, serviços financeiros, tecnologia da informação, telecomunicações, transporte marítimo e outros.
Neste mês, o Ministério do Desenvolvimento levou ao Irã representantes de setores como construção civil, máquinas e equipamentos (inclusive para exploração mineral), veículos, infraestrutura e aeronáutica.
A Petrobras, frequentemente associada ao Irã, poderá ter de atentar para as novas leis. Na semana passada, a empresa apareceu em lista do governo dos EUA de 41 empresas estrangeiras com atividades no setor energético do Irã nos últimos cinco anos. A estatal afirma, porém, já ter encerrado sua atuação no Irã.
A harmonização das leis da Câmara e do Senado deverá ser concluída em cerca de um mês, quando o texto final será enviado para a Casa Branca.
27/04 - Tempo quente no Paraguai
 Paraguai envia mil militares a 5 províncias em estado de exceção para combater grupo pró-Farc
Flávio Freire - O Globo
Brasiguaios na linha de fogo da guerrilha
Sob fortes temores de desrespeito aos direitos humanos e uma enxurrada de críticas dentro e fora do governo, o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, enviou ontem mil policiais e militares num plano de emergência para sufocar as atividades da guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP), ligada às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A medida foi anunciada após o decreto de um estado de exceção em cinco departamentos (estados) do norte do país - inclusive em áreas próximas à fronteira com o Brasil -, levando medo aos cerca de 300 mil brasileiros que vivem na região, os chamados brasiguaios, responsáveis por 80% da economia local com o cultivo e exportação de grãos.
- Aqui, os brasileiros são imigrantes estrangeiros e com uma situação econômica muito boa, então é normal que tentem nos prejudicar. Provavelmente, os brasileiros serão vítimas desses guerrilheiros - disse a advogada Vilma Dias de Oliveira. - Não sabemos o poder de fogo real deles - diz ela, que vive há 30 anos em Ernandaria, na região da fronteira com o Brasil
EPP faz sequestros extorsivos
Morador de Santa Rosa de Araguari, em San Pedro, Valídio Eschenberger planeja aumentar a segurança particular em torno de sua propriedade de 150 hectares para se proteger:
- Por enquanto, ninguém mexeu com a gente, mas eles (do EPP) parecem muito perigosos. Estamos trabalhando tranquilamente, mas já nos reunimos (com outros brasiguaios) para aumentar nossa segurança.
A crise começou na semana passada, quando o EPP assassinou três civis e um policial num assalto à fazenda Santa Adélia, em Concepción, a 420 km de Assunção, numa provável tentativa de roubar gado. O grupo armado se autoproclama marxista-leninista e acusa o presidente Fernando Lugo de representar a oligarquia sem se importar com a necessidade de uma reforma agrária no Paraguai. Em dois anos, a milícia sequestrou dois fazendeiros e cobrou US$700 mil de resgate. Analistas acreditam que seus cerca de 100 integrantes agem mais pela delinquência do que pela ideologia, mas documentos comprovando sua ligação com as Farc - de onde teriam recebido armamento pesado e treinamento militar - colocaram o governo de Assunção em estado de alerta.
Com o envio de tropas à região, o governo espera capturar, pelo menos, 25 guerrilheiros. Mas, aumentando o clima de tensão, ontem, duas organizações camponesas e uma das principais centrais sindicais do país anunciaram que não respeitarão o estado de exceção.
Previsto para durar 30 dias, o estado de exceção foi decretado nos departamentos de Amambay, San Pedro, Alto Paraguai, Presidente Hayes e Concepción, onde se concentra toda a produção de maconha do Paraguai. O decreto suspende todas as garantias constitucionais nas cinco províncias e permite ao Exército promover detenções e transferências sem a necessidade de ordem judicial - o que despertou a ira de grupos de defesa dos direitos humanos.
- Peço respeito aos direitos de trabalhadores humildes. Muitos conhecem detalhes do EPP, mas não denunciam por medo - advertiu o prefeito de Horqueta, Jorge Centurión.
O episódio deixou ainda mais exposta a crise interna do governo paraguaio. Ontem, o vice-presidente Federico Franco - líder do partido Liberal Radical Autêntico (PLRA) , maior aliado da coalizão - desafiou Lugo, afirmando que seu interesse não era combater o EPP. Diante das insinuações, o vice-presidente foi obrigado a prestar esclarecimentos ao Congresso.
- Jurei sobre a Bíblia respeitar a Constituição e as leis. Esse compromisso com o povo me obriga a ser prudente. Por isso, a postura crítica. Sempre disse que os membros do EPP são criminosos - recuou Franco.
No que pode ser a primeira retaliação do EPP, ontem à noite, o senador liberal Robert Acevedo, um dos políticos que denunciaram o tráfico de drogas no norte do Paraguai, sofreu um atentado em Amambay. Atiradores atacaram o veículo em que viajava e, segundo o jornal "ABC", duas pessoas que estavam com ele morreram. O senador foi levado em estado grave ao hospital.
De: A Verdade Sufocada

terça-feira, 27 de abril de 2010

PALMAS O 'APARTHEID' DE BAGÉ II

Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS

“A mestiçagem unifica os homens separados pelos mitos raciais. A mestiçagem reúne sociedades divididas pelas místicas raciais e grupos inimigos”. (Gilberto de Mello Freyre)

Volto ao tema, pressionado pela ‘ameaçadora Nota de apoio ao Quilombo de Palmas’. É impressionante se verificar como a busca de privilégios justificados por matizes epiteliais ganham contornos radicais e modificam as relações harmônicas que devem existir entre cidadãos brasileiros. Nosso país sempre foi apontado como exemplo de integração racial e uma salutar miscigenação racial que vem ao longo dos tempos criando uma nova raça, a raça brasileira. Imaginem qual seria o resultado do exame do DNA mitocondrial da população brasileira. Constataríamos que a ‘MAIORIA’ e não a ‘minoria’ tem sangue negro ou indígena. Vamos reproduzir um parágrafo do livro do jornalista Leandro Narloch baseado em pesquisas científicas e não ideológicas.

“Em 2.000, um estudo do laboratório Gene, da Universidade Federal de Minas Gerais, causou espanto ao mostrar que 33% dos brasileiros que se consideravam brancos têm DNA mitocondrial vindo de mães índias. (...) Esses números sugerem que muitos índios largaram as aldeias e passaram a se considerar brasileiros”. (NARLOCH)

Nota de apoio ao Quilombo de Palmas

Porto Alegre segunda-feira, 26.04.2010

Nós Quilombolas da Rede Quilombos do Sul, na Região Campanha representados pela FACQRS- Federação de Comunidades Quilombolas do Estado do RS e nacionalmente pela Coordenação Nacional de Comunidades Rurais Quilombolas (CONAQ) reafirmamos a luta histórica e de resistência secular das Comunidades Quilombolas no Brasil (...)

Os mesmos que organizam um documento chamado o ‘Apartheid de Bagé’, que condena o segmento ruralista da primeira a última linha, acusando o laudo antropológico da Comunidade de Palmas realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul de falso, manifestando por escrito suas opiniões fascistas e criminosas, daqueles que não querem perder seus privilégios mantidos ao longo da história deste país, as custas da exploração dos negros e negras no campo e na cidade. (...)

Desta forma, esperamos que a hóstia seja proibida para os 50 fazendeiros, e todos os seus apoiadores como o Sr Hiram com toda sua IRA (...) que a Polícia Federal exerça seu poder de Polícia sobre quem descumprir a Lei (Leve um Fazendeiro ao Menos para o Xilindró) no exercício pleno de Proteção as Comunidades Quilombolas (...)

... e sobretudo o ataque fascista e racista como é o documento intitulado o “Palmas, o ‘apartheid’ de Bagé” - de autoria do Sr Hiram Reis e Silva, Coronel Engenheiro, Professor do CMPA (Colégio Militar de Porto Alegre) o qual também tomaremos providencias”.

As minorias radicais

Basta que não se concorde com o posicionamento das ‘ditas minorias’ para ser taxado de radical ou fascista. Serão eles os únicos donos da verdade? Nas mais de trezentas palestras que fiz nos últimos dez anos faço uma preleção do saudável caldeamento racial que gera, na nossa terra, os mais belos matizes de todos os continentes. Estes movimentos segregacionistas que apartam irmãos pela cor da pele não tem autoridade moral para acusar quem quer que seja de racista, pois eles é que estão fomentando este tipo de reação tão indesejada na sociedade moderna. O documento não menciona, intencionalmente, a reação dos negros, de Palmas, cujas glebas viriam a fazer parte do tal ‘Quilombo’. Estes pequenos produtores são contra a criação do ‘Quilombo’ pois tem certeza de que no final de tudo o fruto de seu suado trabalho irá parar no bolso dos fabricantes de ‘Quilombos’.

Você é branco? Cuide-se!

Ives Gandra da Silva Martins

Hoje, tenho eu a impressão de que o ‘cidadão comum e branco’ é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.

Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles!

Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior. (...)

Aos ‘quilombolas’, que deveriam ser apenas os descendentes dos participantes de quilombos, e não os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito. (...)

E são tantas as discriminações, que é de perguntar: de que vale o inciso IV do art. 3º da Lei Suprema?

Como modesto advogado, cidadão comum e branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço, nesta terra de castas e privilégios”.

Jornalista Leandro Narloch

Revista Veja - Edição 2087 - 19/11/2008

Narloch mostra no seu livro como o viés ideológico pode tentar, de qualquer maneira, ferindo todos os princípios éticos, se sobrepor à pesquisa documental dos fatos.

Zumbi dos Palmares

http://www.pco.org.br/banco_arquivos/causaoperaria/imagens/456_p2.jpg“Os novos estudos sobre Palmares concluem que o quilombo, situado onde hoje é o estado de Alagoas, não era um paraíso de liberdade, não lutava contra o sistema de escravidão nem era tão isolado da sociedade colonial quanto se pensava. O retrato que emerge de Zumbi é o de um rei guerreiro que, como muitos líderes africanos do século XVII, tinha um séquito de escravos para uso próprio. ‘É uma mistificação dizer que havia igualdade em Palmares’, afirma o historiador Ronaldo Vainfas, professor da Universidade Federal Fluminense e autor do Dicionário do Brasil Colonial. ‘Zumbi e os grandes generais do quilombo lutavam contra a escravidão de si próprios, mas também possuíam escravos’, ele completa. Não faz muito sentido falar em igualdade e liberdade numa sociedade do século XVII porque, nessa época, esses conceitos não estavam consolidados entre os europeus. Nas culturas africanas, eram impensáveis. Desde a Antiguidade e principalmente depois da conquista árabe no norte da África, a partir do século VII, os africanos vendiam escravos em grandes caravanas que cruzavam o Deserto do Saara. Na época de Zumbi, a região do Congo e de Angola, de onde veio a maioria dos escravos de Palmares, tinha reis venerados como se fossem divinos. Muitos desses monarcas se aliavam aos portugueses e enriqueciam com a venda de súditos destinados à escravidão. (...)

[ATgAAACNNvXAYDDOKULqf87RdBADdqS5H5dzSHZKdvmI6von2yGGyI6zeVrAMADaohgWbt1mwiIdDQXjI1YbRvH-MgFcAJtU9VBPiUCTEBS3vDQSN282v1B6YjcoTQ[1].jpg]A imaginação sobre Zumbi foi mais criativa na obra do jornalista gaúcho Décio Freitas, amigo de Leonel Brizola e do ex-presidente João Goulart. No livro ‘Palmares: A Guerra dos Escravos’, Décio afirma ter encontrado cartas mostrando que o ‘herói’ cresceu num convento de Alagoas, onde recebeu o nome de Francisco e aprendeu a falar latim e português. Aos 15 anos, atendendo ao chamado do seu povo, teria partido para o Quilombo. As cartas sobre a infância de Zumbi teriam sido enviadas pelo padre Antônio Melo, da vila alagoana de Porto Calvo, para um padre de Portugal, onde Décio as teria encontrado. Ele nunca mostrou as mensagens para os historiadores que insistiram em ver o material. A mesma suspeita recai sobre outro livro se, ‘O Maior Crime da Terra’. O historiador Cláudio Pereira Elmir procurou por cinco anos algum vestígio dos registros policiais que Décio cita. Não encontrou nenhum. ‘Tenho razões para acreditar que ele inventou as fontes e que pode ter feito o mesmo em outras obras’, disse-me Cláudio no fim de 2.008. O nome de Francisco, pura cascata de Décio Freitas, consta até hoje no Livro dos Heróis da Pátria da Presidência da Republica”. (NARLOCH)

NARLOCH Leandro. Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil - 2009 – Brasil – São Paulo - Editora LeYa.

Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva

Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA) Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)

Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS) Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional

Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br

E-mail: hiramrs@terra.com.br

A POLÍTICA EXTERNA QUE O LULA/PT SABEM FAZER

lula terroristas

A raça vermelha que nos (des)governa,acaba de alcançar mais uma conquista " inédita" na história das relações exterios brasileiras e de sua política externa em geral.

O Paraguai,aquele mesmo que fez o Lula rasgar todas as cláusulas do contrato de Itaipu, agora apresentou denúncia contra o Brasil, junto a um dos orgãos da ONU.

O Ministério das Relações Exteriores do Paraguai apresentou, nesta segunda-feira (26), requerimento formal ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), denunciando o governo brasileiro no caso em que três foragidos da justiça do país vizinho encontram-se refugiados no Brasil.

Os foragidos são os militantes esquerdistas Juan Arrom, Anuncio Martí e Víctor Colmán, no Brasil desde 2004, sob alegação de perseguições políticas promovidas pelo Estado paraguaio, que acusa-os de envolvimento em sequestros e, mais recentemente, da formação de um esquadrão guerrilheiro.

“O governo nacional reivindica a soberania jurídica sobre este tema, já que considera que nenhuma instituição estrangeira pode constituir-se em uma instância supranacional que prive o Estado paraguaio do julgamento dos atos delitivos cometidos dentro do âmbito de sua jurisdição e competência”, argumenta a nota entregue ao ACNUR.

No documento, assinado pelo chanceler Héctor Lacognata, solicita-se a intermediação do organismo para que a Comissão Nacional para os Refugiados (CONARE), do Brasil, reveja sua decisão de conceder refúgio aos foragidos e dê via livre à extradição de Arrom, Martí e Colmán ao Paraguai.

A Chancelaria paraguaia pretende, também, levar o caso à Organização dos Estados Americanos (OEA). Em ambos casos, porém, o papel do ACNUR ou da OEA resume-se à emissão de pareceres consultivos, não podendo, de forma alguma, interferir nas resoluções internas da CONARE.

Assim, sabendo que os " cumpanhero" estão protegidos, o Lula deixa que o Brasil seja denunciado e ridicularizado em orgãos de instância mundial.

Para nossa sorte, a data de validade dessa corja vermelha , está chegando ao fim.

O Brasil pode mais.

Serra neles.

PARA DILMA E CIA, MENTIR É QUESTÃO MENOR.

Agora mesmo, no twitter, Dilma Rousseff decretou que falsificar a sua biografia é uma questão menor. Que mentir sobre o seu passado é uma questão menor. Que cometer estelionato biográfico é uma questão menor. Que basta que a vítima, devedora dos cofres públicos, pressionada pela fiscalização e pelos tribunais, concorde com o "roubo" da sua imagem, para a questão ficar menor. É bom que se diga, como prova definitiva da má fé e do mau caratismo, que a foto falsificada estava lá no Blog da Dilma há mais de uma semana. Ninguém corrigiu porque o objetivo era mesmo mistificar, enganar, mentir,mostrar a guerrilheira e terrorista anistiada, que pegou em armas, equiparada a uma artista que apenas lutava por liberdade de expressão. Na falta de uma mísera foto sobre o seu passado obscuro e tenebroso, pois passou a juventude na clandestinidade ou na cadeia, depois buscando um auto-exílio, a solução criativa foi "roubar" a foto de alguém que tivesse alguma semelhança com ela. Mas tudo isto, agora, segundo Dilma Rousseff, virou uma questão menor. Assim como foi uma questão menor a mentira sistemática em relação ao diploma que ela nunca teve. Ou a mentira sobre agenda que não tinha registro da reunião para defender interesses de um Sarney corrupto, acossado pela Polícia Federal. Ou a mentira sobre a criação de um Dossiê para atacar Dona Ruth Cardoso. Na verdade, o que temos, hoje, é uma candidata menor. Menor de caráter. Menor de biografia. Menor de capacidade. Menor de moral. Menor de tudo. Uma candidata de mentira, que tornou a mentira uma marca pessoal e intransferível... Os problemas de Norma Bengell com a Justiça vem desde 2003.

Veja matéria do Estadão.

A FARSA

Celso Ming O Estado de S. Paulo

Difícil discordar do ex-governador José Serra. O Mercosul é uma farsa e, tal como está, é um peso morto para o Brasil.

Há anos que Serra tem manifestado esse ponto de vista. Mas só agora, na condição de candidato da oposição à Presidência com boas possibilidades de vitória nas próximas eleições, sua opinião começa a ser levada em conta.

O Mercosul nasceu como área de livre comércio, o primeiro estágio de uma integração econômica. Uma área de livre comércio é aquela em que não há barreiras alfandegárias para o fluxo de mercadorias. Elas transitam de um sócio do bloco para o outro, como um carregamento de geladeiras cruza as fronteiras entre São Paulo e Minas.

Mas, em 1995, quatro anos depois de ter nascido, foi alçado à condição de união aduaneira. Esse é o estágio seguinte, em que não só há livre circulação de mercadorias, mas há união comercial, o que exige adoção da mesma política comercial entre os membros. Isso significa que as tarifas alfandegárias cobradas na entrada de produtos dos países de fora do bloco têm de ser as mesmas. Consequência inevitável desse princípio é o de que os tratados comerciais são negociados em conjunto.

O problema é que o Mercosul não consegue nem mesmo ser uma área de livre comércio. Não só há tarifas alfandegárias entre os membros, como a todo momento o comércio entre Brasil e Argentina, por imposição da Argentina e, às vezes, do Brasil, está sujeito a travas, proibições e limitações. O principal argumento argentino é de que "não há simetria" de condições econômicas entre os dois países e que, por isso, o produto argentino precisa ser protegido da competição aniquiladora da mercadoria brasileira.

Não compensa sequer questionar a qualidade da argumentação argentina. Se não há condições nem para se ter uma área de livre comércio, menos ainda haverá para que o Mercosul seja uma união aduaneira.

E, no entanto, o Brasil não pode ampliar seu mercado para exportações porque, na condição de integrante de uma união aduaneira formal, não pode negociar isoladamente com outros países. Tem de arrastar consigo Argentina, Uruguai e Paraguai. Tratados comerciais exigem aberturas recíprocas de mercado. Se a Argentina não aceita nem sequer a abertura do seu mercado para o produto brasileiro, muito menos a aceitará para países ainda mais competitivos. Enquanto o resto do mundo negocia bilateralmente, o Brasil fica estrangulado em sua política comercial porque a Argentina veta toda iniciativa de negociação comercial.

Admitida a farsa ou, se não isso, admitida a impotência do Mercosul, é preciso saber o que fazer com ele. Serra não entra em pormenores. Afirma apenas que é preciso flexibilizar os tratados, de maneira a permitir que o Brasil e os demais países que assim o desejarem possam fazer o que tem de ser feito.

Flexibilizar o Mercosul é um eufemismo para não ter de empregar a expressão mais crua. O Mercosul não precisa ser flexibilizado, precisa ser rebaixado. E não basta rebaixá-lo à condição de área de livre comércio. É preciso garantir que a área de livre comércio funcione.

Afora isso, não há futuro numa integração econômica entre países se não houver, ao mesmo tempo, convergência entre as políticas fiscal, monetária e cambial. Sem essa convergência, as tais assimetrias continuarão aumentando e, com elas, também a farsa.

Confira

Aumentou a deterioração das expectativas de inflação em 2010. Pela 14ª semana seguida, o mercado ajustou para cima suas projeções. Na média, passou a 5,41%. A meta é 4,5%.

Aí tem...

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ontem advertiu de que não se deve ler nas entrelinhas da ata do Copom o tamanho da dose dos juros que virá. Foi o suficiente para puxar as apostas para uma alta de até 1 ponto porcentual.

Aí não tem...

Enquanto isso, o ministro Guido Mantega avisa que essa inflação aí não é nem um pouco importante.
A FARSA-por SponHolz
http://www.prosaepolitica.com.br/wp-content/uploads/2010/04/00rs0426a.jpg

segunda-feira, 26 de abril de 2010

SERRA OU DILMA? A ESCOLHA DE SOFIA

"O maior castigo para aqueles que não se interessam por política, é que serão governados pelos que se interessam." -Arnold Toynbee-

Como vocês sabem, a escolha de Sofia é a história de uma mãe judia no campo de concentração nazista de Auschwitz, que é forçada por um soldado alemão a escolher entre o filho e a filha - qual será executado e qual será poupado. Se ela se recusasse a escolher, os dois seriam mortos. Ela escolhe o menino, que é mais forte e tem mais chances de sobreviver, porém nunca mais tem notícias dele.

A questão é tão terrível que o título se converteu em sinônimo de decisão quase impossível de ser tomada.

A seguir um artigo escrito em 18/12/2009 pelo economista Rodrigo Constantino. Autor de 5 livros. Escreve a coluna "Eu e Investimentos" do jornal Valor Econômico. É também colunista do jornal O Globo.

Membro-fundador do Instituto Millenium. Vencedor do prêmio Libertas em 2009, no XII Forum da Liberdade. Seu curriculum vai muito além, é extenso e respeitável.



“Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam.” (Edmund Burke)

Aécio Neves pulou fora da corrida presidencial de 2010. Agora é praticamente oficial: José Serra e Dilma Rousseff são as duas opções viáveis nas próximas eleições. Em quem votar? Esse é um artigo que eu não gostaria de ter que escrever, mas me sinto na obrigação de fazê-lo. Afinal, o futuro da liberdade está em jogo, sob grande ameaça. Nenhuma das opções é atraente. Nenhum dos candidatos representa uma escolha decente para aqueles que defendem as liberdades individuais. Será que há necessidade de optar? Ou será que o voto nulo representa a única alternativa?

Tais questões me levaram à lembrança do excelente livro O Sonho de Cipião, de Iain Pears, uma leitura densa que desperta boas reflexões sobre o neoplatonismo. Quando a civilização está em xeque, até onde as pessoas de bem podem ir, na tentativa de salvá-la da barbárie completa? Nas palavras do autor: “Usamos os bárbaros para controlar a barbárie? Podemos explorá-los de modo que preservem os valores civilizados ao invés de destruí-los? Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é melhor do que não assumir nenhum?”

Permanecer na “torre de marfim”, preservando uma visão ideal de mundo, sem sujar as mãos com um voto infame, sem dúvida traz conforto. Manter a paz da consciência tem seus grandes benefícios individuais. Além disso, o voto nulo tem seu papel pragmático também: ele representa a única arma de protesto político contra todos que estão aí, contra o sistema podre atual. Somente no dia em que houver mais votos nulos do que votos em candidatos o recado das urnas será ouvido como um brado retumbante, alertando que é chegada a hora de mudanças estruturais. Os eleitos sempre abusam do respaldo das urnas, dos milhões de eleitores que deram seu aval ao programa de governo do vencedor, ainda que muitas vezes tal voto seja fruto do desespero, da escolha no “menos pior”.

Mas existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das liberdades individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura idealista e de longo prazo não seja razoável. Será que não valeria a pena ter fechado o nariz e eliminado o Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista em 1933 na Alemanha, antes que Hitler pudesse chegar ao poder? Será que o fim de eliminar Hugo Chávez justificaria o meio deplorável de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário? São questões filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso.

Voltando à realidade brasileira, temos um verdadeiro monopólio da esquerda na política nacional. PT e PSDB cada vez mais se parecem. Ambos desejam mais governo. Ambos rejeitam o livre mercado, o direito de propriedade privada, o capitalismo liberal. Mas existem algumas diferenças importantes também. O PT tem mais ranço ideológico, mais sede pelo poder absoluto, mais disposição para adotar quaisquer meios – os mais abjetos – para tal meta. O PSDB parece ter mais limites éticos quanto a isso. O PT associou-se aos mais nefastos ditadores, defende abertamente grupos terroristas, carrega em seu âmago o DNA socialista. O PSDB não chega a tanto.

Além disso, há um fator relevante de curto prazo: o governo Lula aparelhou a máquina estatal toda, desde os três poderes, passando pelo Itamaraty, STF, Polícia Federal, as ONGs, as estatais, as agências reguladoras, tudo! O projeto de poder do PT é aquele seguido por Chávez na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, enfim, todos os comparsas do Foro de São Paulo. Se o avanço rumo ao socialismo não foi maior no Brasil, isso se deve aos freios institucionais, mais sólidos aqui, e não ao desejo do próprio governo. A simbiose entre Estado e governo na gestão Lula foi enorme. O estrago será duradouro. Mas quanto antes for abortado, melhor será: haverá menos sofrimento no processo de ajuste.

Justamente por isso acredito que os liberais devem olhar para este aspecto fundamental, e ignorar um pouco as semelhanças entre Serra e Dilma. Sim, Serra tem forte viés autoritário, apresenta indícios fascistas em sua gestão no governo de São Paulo, deseja controlar a economia como um czar faria, estou de acordo com isso tudo. Serra representa um perigo para as liberdades, isso é fato. Mas uma continuação da gestão petista através de Dilma é um tiro certo rumo ao pior. Dilma é tão autoritária ou mais que Serra, com o agravante de ter sido uma terrorista na juventude comunista, lutando não contra a ditadura, mas sim por outra ainda pior, aquela existente em Cuba ainda hoje. Ela nunca se arrependeu de seu passado vergonhoso; pelo contrário, sente orgulho. Seu grupo Colina planejou diversos assaltos. Como anular o voto sabendo que esta senhora poderá ser nossa próxima presidente?! Como virar a cara sabendo que isso pode significar passos mais acelerados em direção ao socialismo “bolivariano”?

Entendo que para os defensores da liberdade individual, escolher entre Dilma e Serra é como uma escolha de Sofia: a derrota está anunciada antes mesmo da decisão. Mesmo o resultado “desejado” será uma vitória de Pirro. Algo como escolher entre um soco na cara ou no estômago. Mas situações extremas demandam medidas extremas, e infelizmente colocam certos valores puristas em xeque. Anular o voto, desta vez, pode significar o triunfo definitivo do mal. Em vez de soco na cara ou no estômago, podemos acabar com um tiro na nuca.

Dito isso, assumo que votarei em Serra, mas não sem antes tomar um Engov. Meu voto é anti-PT acima de qualquer coisa. Meu voto é contra o Lula, contra o Chávez, que já declarou abertamente apoio a Dilma. Meu voto não é a favor de Serra. E, no dia seguinte da eleição, já serei um crítico tão duro ao governo Serra como sou hoje ao governo Lula. Mas, antes é preciso retirar a corja que está no poder. Antes é preciso desarmar a quadrilha que tomou conta de Brasília. Ainda que depois ela seja substituída por outra parecida em muitos aspectos. Só o desaparelhamento de petistas do Estado já seria um ganho para a liberdade, ainda que momentâneo.

Respeito meus colegas liberais que discordam de mim e pretendem anular o voto. Mas espero ter sido convincente de que o momento pede um pacto temporário com a barbárie, como única chance de salvar o que resta da civilização – o que não é muito.