A proximidade do fim dos tempos
Por LICÍNIO CARPINELLI STEFANI
Adentrando no noticiário, ficamos assustados senão perplexos. Os acontecimentos do Rio de Janeiro, com as chuvas ininterruptas ocasionando deslizamentos nas encostas, desabando casas e soterrando famílias inteiras, alagamento das ruas e praças, impondo tragédias, faz-nos repensar para onde estamos caminhando.
Enchentes no Nordeste, com cidades inundadas, sem esquecer os nefastos deslizamentos nos declives ocasionados por chuvas incessantes, sucedidas preteritamente em Santa Catarina, colocando ao desabrigo e sem lar tantas famílias indefesas, mostradas derramando copiosas lágrimas pelo estado de penúria decorrente.
Sem ainda esquecermos das habituais enchentes da capital paulista secundada da mudança de clima que está ocorrendo em todo Brasil. O tsunami na Tailândia, com a água do mar invadindo terra firme, destruindo casas, edifícios, dizimando animais e ocasionando a morte de cerca de 230 mil pessoas e anunciando que a calmaria dos oceanos se extinguiu.
A destruição no Haiti, com o tremor de terra atingindo um dos países mais pobres do globo, reduzindo sua capital a escombros, criando situação famélica e matando 250 mil cidadãos.
O abalo sísmico no Chile, país preparado para tal hecatombe, eis que há algumas décadas já sofrera outro mais contundente, mas, do qual não pôde evitar uma extensa tragédia, com casas desabando, linhas de energia cortadas, interrupção do fornecimento de água, mortandade expressiva e invasão de sua costa litorânea por tsunami.
Quando refletíamos sobre essas catástrofes, elas redobraram. Um terremoto na China, com cerca de 2.000 mortes, tudo secundado das funestas notícias, desabamento de casas, soterramento de pessoas, destruição das plantações, mortes de animais, interrupção dos serviços essenciais...
E, concomitantemente, o despertar do vulcão Eyjafjallajokull na Islândia, país de imensas geleiras. O gelo derretido eleva o nível do mar e a fumaça tóxica, escura, elevada a cerca de 9 mil metros de altura, de milhares de quilômetros de extensão, está sendo conduzida pelo vento, levando partículas de silício e vidro para diversas regiões da Europa, impedindo o transporte aéreo, ameaçado em sua segurança, com a interrupção das atividades de mais de 82 mil voos. E tudo isso sem contar da possibilidade do vulcão entrar em erupção e ocasionar inigualável catástrofe.
Recentemente, cientistas e vulcanistas alertaram que o Vesúvio, na Itália, próximo da populosa cidade de Nápolis, dá sinais de vida, este mesmo vulcão que no passado distante soterrou as cidades de Herculanum e Pompeia, o que mais ainda faz aumentar nossas preocupações, como ainda se mostravam temerosos com possíveis desdobramentos, sinistros, da extensíssima fenda de São Fernando Valey, situada na Califórnia, EUA, regiões densamente povoadas; como da elevação do nível do mar, por causa do aquecimento global, o que ameaça as cidades costeiras de inundações marítimas, como ocorreu em Nova Orleans, EUA, com 1.500 mortes decorrentes do furacão Katrina. De guerras não se necessita falar muito.
A humanidade sempre esteve em beligerância. Quando ela não é de um país contra outro, ela é interna, fratricida, tribal, senão objeto de terrorismo ou de golpes militares, com milhares de mortos.
Os exemplos estão por aí como no Afeganistão, Iraque, Paquistão, Israel, Coreia, África... O sinal de alerta já foi aceso. Vamos refletir. Eis o que nos diz o evangelho sobre o fim dos tempos, com a proximidade da volta de Jesus: Lc 21:9,11,25 "Quando ouvirdes falar de guerras e tumultos... Haverá grandes terremotos por várias partes, fomes e pestes... Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas.
Os homens definharão de medo, na expectativa dos males que devem sobrevir a toda a terra". Será que já não é tempo de repensarmos nossa conduta e nos situarmos prontos, como alguém que nada tem a temer decorrente de seu proceder? Vamos meditar, nos ajustar e, enfim, nos preparar, pois os sinais são significativos e o pior cego é aquele que não quer ver.
LICÍNIO CARPINELLI STEFANI é desembargador aposentado e advogado.
liciniocarpinelli@cfadvocacia.com.br
fonte A GAZETA
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