domingo, 21 de março de 2010
A EDUCAÇÃO APODRECEU E O BBB É A ESCÓRIA DO PENSAMENTO HUMANO
“O objetivo dos Altos é continuar onde estão. O objetivo dos Médios é trocar de lugar com os Altos. O objetivo dos Baixos, isso quando tem um objetivo – pois uma das características marcantes dos Baixos é o fato de estarem tão oprimidos pela trabalheira que só a intervalos mantém alguma consciência de toda e qualquer coisa externa a seu cotidiano.” (George Orwell, in “1984”)
Por Elenilson Nascimento
Os temas renitentes nas últimas semanas na imprensa brasileira foram o imbróglio envolvendo o jogador Adriano, atacante do Flamengo, que teve a noiva protagonizando um barraco fenomenal numa noite de verão e fúria, invadindo um baile funk numa favela do Rio, apedrejando carros dos amigos do “Imperador” e agredindo fisicamente o próprio, rendendo abordagens impressas e televisivas multitemáticas.
Mas esse mundo do futebol, onde até bem pouco tempo cobrar bom comportamento dos jogadores era algo passível de ridicularização, os anunciantes não querem mais ter a sua imagem associada àqueles que sucumbem a crises e escândalos, com raras exceções (*Ronaldo Gorducho que o diga!). Não é a toa que nunca foi tão comum a volta murcha de jogadores brasileiros que não se “adaptam”(?) à vida lá fora e, principalmente, às demandas dos clubes que os levam a preços estratosféricos, enquanto muitos talentos continuam renegados à permanecerem no anonimato da insignificância em campinhos de barro.
E sob a aura dos contratos que assinaram, falar na privacidade de um Adriano da vida que não vai treinar é risível aqui na LC. Não por acaso, bastou a sessão apedrejamento encenada pela noiva e seu posterior sumiço – com direito a novamente dizer que vai abandonar o futebol - para que uma patrocinadora varejista de derivados do petróleo desistisse de contrato publicitário milionário de R$ 400 mil com o atleta. E como escreveu Malu Fontes: “Assim como piloto de F1 não pode, por contrato, voar de asa delta ou fazer rapel, jogador estrelado não pode protagonizar barraco passional em baile funk na favela e não aparecer no clube no dia seguinte”.
Mas os temas de pautas nas redações continuam cheios de verve. O “Caso Isabella” voltou às páginas da imprensa com o julgamento que começa nessa segunda-feira, 22/03, do casal Nardoni acusado do crime. O papa RatOzinger pediu desculpas por abusos cometidos pelos bispos da Irlanda, acusados de terem encoberto, durante décadas, casos de abusos sexuais contra crianças. O maluco que se dizia Jesus, Cadu, matou o cartunista Glauco e o seu filho Raoni.
Também foi divulgado que as cidades de Goiânia, Fortaleza e Belo Horizonte figuram entre as que têm maior desigualdade de renda do mundo. E cadê Salvador? Liam, do Oasis, diz que odeia o U2 e o Coldplay. Ele é o que mesmo? Michele Obama vira boneca de porcelana. Jogadores de futebol quebram tabus e exibem afetividade sem preconceito nos estádios com dançinhas cada vez mais bizarras, beijos – até mesmo na boca -, abraços apertados e roça-roça que não assustam mais ninguém.
E para fechar: o Lula, megalomaniaco do parque, estaria agora considerando a possibilidade de suceder Ban Ki-moon no cargo de secretário-geral da ONU. E pelo visto, além de só ficar fazendo campanha fora de hora para a Dilma, a sua prioridade dessa vez é a ONU. Os deveres dele como presidente já acabaram? Parece que sim, pois foi divulgado essa semana que o governo atual deixará para o próximo uma conta estimada em R$ 35,2 bilhões, referente a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) contratadas entre 2007 e 2010 e que não serão executadas nem pagas na atual gestão.
Usado pelo governo Lula para “turbinar” a cabeça dos imbecis sobre a candidatura da Dilma, o PAC tem problemas de gestão que se refletem na execução das obras. Mas ninguém comenta! Como não consegue cumprir prazos de execução, o governo acumula uma conta bilionária que o sucessor de Lula terá de assumir. Belo presente! Os chamados "restos a pagar" do PAC já somavam R$ 25 bilhões na primeira semana de março, mas devem crescer ainda mais até o fim do mandato.
O PERDIDO DO BIAL – Mas as revistas, os jornais, a internet – cada vez mais ditadora (*veja o que aconteceu com o meu blog) - o mundo da música e a indústria cultural não vêem nada demais em celebrar seus ícones da pá virada e com seus cérebros no pinico. Essa semana mesmo, a capa da revista “Rolling Stone” trouxe ninguém menos do que o perdido do Pedro Bial.
Bial aparece escovando os dentes na capa da revista com a chamada “Tudo que a TV não mostra”, e com a boca cheia de espuma. À publicação, Bial disse que o reality global é “profundo” e “bobo”, ao mesmo tempo. Mas coisas como o “BBBosta” vivem de paradoxos, por isso pira tanto as torcidas e os posts em blogs clandestinos. É. Realmente deve ser profundo pra caramba mesmo!
O apresentador, que outrora já foi um poeta muito bom, sempre busca citações de última tentando (inutilmente) fazer o público e aqueles “vermes inúteis” que ele ainda chama de dos “guerreiros” – leia isso – pensarem em seus discursos de paredão. Nessa edição da revista ele até filosofou: “Gosto de ser o ‘moralista da nação’ para resgatar o sentido da palavra: moralismo é acreditar que a moral é suficiente para que o homem seja bom”.
Mas toda vez que se anuncia uma nova versão do “BBBosta” ou programas similares, penso que o escritor George Orwell deve se revirar no túmulo diante do seu notável “1984” – clique aqui e leia a resenha e baixe o filme –, um dos melhores livros políticos do século XX, ao lado do seu também “A Revolução dos Bichos” – leia aqui também – ser usado como “inspiração” para, como diziam os críticos de cinema do passado, “mixórdias inqualificáveis” como o “Big Brother Brasil”.
A ironia é que lixos culturais como o “BBBosta” - aberração cultural – se prestam à tarefa de manter na ignorância milhões de pessoas que poderiam usar o tempo que perdem assistindo ao saco de baboseiras do programa, orquestrado por Boninho e cia., lendo um bom livro como o “1984” que continua atualíssimo, apesar de ter sido publicado em 1949 quando o mundo assistia à Guerra Fria e a escalada nuclear. Hoje vivemos outras guerras! E o pior: com a população na total ignorância!
Um dos trechos mais marcantes de “1984” é quando o personagem Winston lê trechos de um livro proibido pelo regime daquela sociedade totalitária em que vive – inspirada no stalinismo. É a “Teoria e prática do coletivismo oligárquico” escrito pelo inimigo número 1, o dissidente Emmanuel Goldstein. A forma didática foi descrita no livro para falar da luta de classe. Não essa luta propagandeada pela a gangue do PT.
Mas Orwell constata que ao longo da história da Humanidade, sempre existiram três tipos de pessoas no mundo: “as Altas, as Médias e as Baixas” que se subdividiram de várias maneiras e têm variado em diversas épocas, “mas a estrutura primordial da sociedade jamais foi alterada”.
Orwell, ao contrário do Bial, assinalou que os objetivos desses três grupos são inconciliáveis: “O objetivo dos Altos é continuar onde estão. O objetivo dos Médios é trocar de lugar com os Altos. O objetivo dos Baixos, isso quando tem um objetivo – pois uma das características marcantes dos Baixos é o fato de estarem tão oprimidos pela trabalheira que só a intervalos mantém alguma consciência de toda e qualquer coisa externa a seu cotidiano -, é abolir todas as diferenças e criar uma sociedade na qual todos os homens sejam iguais”. Perceberam o lance da coisa?
Nesse quadro, um conflito básico se repete ao longo da história, diz Goldstein/ Orwell: “Durante longos períodos os Altos parecem ocupar o poder de forma absolutamente inabalável, porém mais cedo ou mais tarde sempre chega o dia em que eles perdem ou a confiança em si mesmos ou a capacidade de governar com eficiência – ou as duas coisas. São derrubados pelos Médios, que angariam o apoio dos Baixos fingindo lutar por liberdade e justiça”.
Pois é. A “Rolling Stone” bem que poderia ter feito uma matéria de capa com um cara mais interessante. Que tal o Dr. Ricardo Chemas (foto acima)? Mas se você, senhor Baixo, nunca ouviu falar do Chemas... Então, clica aqui!
+ Clique abaixo e ouça também o comentário da jornalista Malu Fontes sobre as promessas que os Altos fazem aos Baixos no período eleitoral. E viva a democracia!
fotos: divulgação
podcast: Portal da Metrópole
Site de R. Chemas: http://www.ricardochemas.com/
Literatura Clandestina
Por Elenilson Nascimento
Os temas renitentes nas últimas semanas na imprensa brasileira foram o imbróglio envolvendo o jogador Adriano, atacante do Flamengo, que teve a noiva protagonizando um barraco fenomenal numa noite de verão e fúria, invadindo um baile funk numa favela do Rio, apedrejando carros dos amigos do “Imperador” e agredindo fisicamente o próprio, rendendo abordagens impressas e televisivas multitemáticas.
Mas esse mundo do futebol, onde até bem pouco tempo cobrar bom comportamento dos jogadores era algo passível de ridicularização, os anunciantes não querem mais ter a sua imagem associada àqueles que sucumbem a crises e escândalos, com raras exceções (*Ronaldo Gorducho que o diga!). Não é a toa que nunca foi tão comum a volta murcha de jogadores brasileiros que não se “adaptam”(?) à vida lá fora e, principalmente, às demandas dos clubes que os levam a preços estratosféricos, enquanto muitos talentos continuam renegados à permanecerem no anonimato da insignificância em campinhos de barro.
E sob a aura dos contratos que assinaram, falar na privacidade de um Adriano da vida que não vai treinar é risível aqui na LC. Não por acaso, bastou a sessão apedrejamento encenada pela noiva e seu posterior sumiço – com direito a novamente dizer que vai abandonar o futebol - para que uma patrocinadora varejista de derivados do petróleo desistisse de contrato publicitário milionário de R$ 400 mil com o atleta. E como escreveu Malu Fontes: “Assim como piloto de F1 não pode, por contrato, voar de asa delta ou fazer rapel, jogador estrelado não pode protagonizar barraco passional em baile funk na favela e não aparecer no clube no dia seguinte”.
Mas os temas de pautas nas redações continuam cheios de verve. O “Caso Isabella” voltou às páginas da imprensa com o julgamento que começa nessa segunda-feira, 22/03, do casal Nardoni acusado do crime. O papa RatOzinger pediu desculpas por abusos cometidos pelos bispos da Irlanda, acusados de terem encoberto, durante décadas, casos de abusos sexuais contra crianças. O maluco que se dizia Jesus, Cadu, matou o cartunista Glauco e o seu filho Raoni.
Também foi divulgado que as cidades de Goiânia, Fortaleza e Belo Horizonte figuram entre as que têm maior desigualdade de renda do mundo. E cadê Salvador? Liam, do Oasis, diz que odeia o U2 e o Coldplay. Ele é o que mesmo? Michele Obama vira boneca de porcelana. Jogadores de futebol quebram tabus e exibem afetividade sem preconceito nos estádios com dançinhas cada vez mais bizarras, beijos – até mesmo na boca -, abraços apertados e roça-roça que não assustam mais ninguém.
E para fechar: o Lula, megalomaniaco do parque, estaria agora considerando a possibilidade de suceder Ban Ki-moon no cargo de secretário-geral da ONU. E pelo visto, além de só ficar fazendo campanha fora de hora para a Dilma, a sua prioridade dessa vez é a ONU. Os deveres dele como presidente já acabaram? Parece que sim, pois foi divulgado essa semana que o governo atual deixará para o próximo uma conta estimada em R$ 35,2 bilhões, referente a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) contratadas entre 2007 e 2010 e que não serão executadas nem pagas na atual gestão.
Usado pelo governo Lula para “turbinar” a cabeça dos imbecis sobre a candidatura da Dilma, o PAC tem problemas de gestão que se refletem na execução das obras. Mas ninguém comenta! Como não consegue cumprir prazos de execução, o governo acumula uma conta bilionária que o sucessor de Lula terá de assumir. Belo presente! Os chamados "restos a pagar" do PAC já somavam R$ 25 bilhões na primeira semana de março, mas devem crescer ainda mais até o fim do mandato.
O PERDIDO DO BIAL – Mas as revistas, os jornais, a internet – cada vez mais ditadora (*veja o que aconteceu com o meu blog) - o mundo da música e a indústria cultural não vêem nada demais em celebrar seus ícones da pá virada e com seus cérebros no pinico. Essa semana mesmo, a capa da revista “Rolling Stone” trouxe ninguém menos do que o perdido do Pedro Bial.
Bial aparece escovando os dentes na capa da revista com a chamada “Tudo que a TV não mostra”, e com a boca cheia de espuma. À publicação, Bial disse que o reality global é “profundo” e “bobo”, ao mesmo tempo. Mas coisas como o “BBBosta” vivem de paradoxos, por isso pira tanto as torcidas e os posts em blogs clandestinos. É. Realmente deve ser profundo pra caramba mesmo!
O apresentador, que outrora já foi um poeta muito bom, sempre busca citações de última tentando (inutilmente) fazer o público e aqueles “vermes inúteis” que ele ainda chama de dos “guerreiros” – leia isso – pensarem em seus discursos de paredão. Nessa edição da revista ele até filosofou: “Gosto de ser o ‘moralista da nação’ para resgatar o sentido da palavra: moralismo é acreditar que a moral é suficiente para que o homem seja bom”.
Mas toda vez que se anuncia uma nova versão do “BBBosta” ou programas similares, penso que o escritor George Orwell deve se revirar no túmulo diante do seu notável “1984” – clique aqui e leia a resenha e baixe o filme –, um dos melhores livros políticos do século XX, ao lado do seu também “A Revolução dos Bichos” – leia aqui também – ser usado como “inspiração” para, como diziam os críticos de cinema do passado, “mixórdias inqualificáveis” como o “Big Brother Brasil”.
A ironia é que lixos culturais como o “BBBosta” - aberração cultural – se prestam à tarefa de manter na ignorância milhões de pessoas que poderiam usar o tempo que perdem assistindo ao saco de baboseiras do programa, orquestrado por Boninho e cia., lendo um bom livro como o “1984” que continua atualíssimo, apesar de ter sido publicado em 1949 quando o mundo assistia à Guerra Fria e a escalada nuclear. Hoje vivemos outras guerras! E o pior: com a população na total ignorância!
Um dos trechos mais marcantes de “1984” é quando o personagem Winston lê trechos de um livro proibido pelo regime daquela sociedade totalitária em que vive – inspirada no stalinismo. É a “Teoria e prática do coletivismo oligárquico” escrito pelo inimigo número 1, o dissidente Emmanuel Goldstein. A forma didática foi descrita no livro para falar da luta de classe. Não essa luta propagandeada pela a gangue do PT.
Mas Orwell constata que ao longo da história da Humanidade, sempre existiram três tipos de pessoas no mundo: “as Altas, as Médias e as Baixas” que se subdividiram de várias maneiras e têm variado em diversas épocas, “mas a estrutura primordial da sociedade jamais foi alterada”.
Orwell, ao contrário do Bial, assinalou que os objetivos desses três grupos são inconciliáveis: “O objetivo dos Altos é continuar onde estão. O objetivo dos Médios é trocar de lugar com os Altos. O objetivo dos Baixos, isso quando tem um objetivo – pois uma das características marcantes dos Baixos é o fato de estarem tão oprimidos pela trabalheira que só a intervalos mantém alguma consciência de toda e qualquer coisa externa a seu cotidiano -, é abolir todas as diferenças e criar uma sociedade na qual todos os homens sejam iguais”. Perceberam o lance da coisa?
Nesse quadro, um conflito básico se repete ao longo da história, diz Goldstein/ Orwell: “Durante longos períodos os Altos parecem ocupar o poder de forma absolutamente inabalável, porém mais cedo ou mais tarde sempre chega o dia em que eles perdem ou a confiança em si mesmos ou a capacidade de governar com eficiência – ou as duas coisas. São derrubados pelos Médios, que angariam o apoio dos Baixos fingindo lutar por liberdade e justiça”.
Pois é. A “Rolling Stone” bem que poderia ter feito uma matéria de capa com um cara mais interessante. Que tal o Dr. Ricardo Chemas (foto acima)? Mas se você, senhor Baixo, nunca ouviu falar do Chemas... Então, clica aqui!
+ Clique abaixo e ouça também o comentário da jornalista Malu Fontes sobre as promessas que os Altos fazem aos Baixos no período eleitoral. E viva a democracia!
fotos: divulgação
podcast: Portal da Metrópole
Site de R. Chemas: http://www.ricardochemas.com/
Literatura Clandestina
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