As empresas tradicionais de conteúdo, sobretudo os jornais e TVs, sempre deram apoio ideológico e foram o cabo eleitoral maior do PT. E agora? Agora vão saber que alimentar revolucionários é como alimentar jibóia: ela cresce e come o dono.
O gesto mais notável da nova fase do processo pode ser plenamente visto na política internacional. A visita do presidente do Irã foi emblemática, feita contra qualquer critério de razoabilidade. Estamos diante de algo como Hitler fez nos anos trinta, de um eixo Brasília-Teerã-Pequim, sem nenhum constrangimento, ostensivo contra a política dos EUA. Nesse eixo incluo também a França, país que também desempenhou o papel mais ridículo da história da Segunda Guerra. De novo vemos os fatos se repetirem.
A medição de força está agora a acontecer em Honduras. Hoje a matéria de capa da Folha de S. Paulo trouxe o presidente Lula declarando que não reconhecerá as eleições próximas, porque seu aliado Zelaya não foi reconduzido ao poder. Isso significa que provavelmente o Foro de São Paulo vai se engajar na derrubada do novo governo. Agora ficará claro para Obama que terá que tomar posição contra o Foro, terá que entrar em conflito. Será que teremos que esperar que o Partido Republicano retome o controle da Casa Branca ou Obama passará a agir realisticamente? Aposto na segunda hipótese.
O fato é que só os EUA têm poder para deter o processo deslanchado na América Latina, sob a liderança do PT. A nova fase trouxe também uma novidade: a vaidade. O senso de perigo dos revolucionários desapareceu. Agora as decisões serão mais rápidas e os erros acontecerão inevitavelmente, sendo o maior deles subestimar o poderio norte-americano. Historicamente quem o fez quebrou a cara. Lula e sua gente estão dispostos a pagar para ver.
Como pano de fundo do processo temos a crise mundial se desenrolando, bem como a agonia do dólar. E também a tentativa de consolidação do governo mundial. Vejo uma realidade prenhe de violência, que aponta para a guerra. Se as coisas derem errado e se não houver reações das forças políticas internas, pela primeira vez em século poderemos ter um cenário de conflitos bélicos envolvendo o Brasil em solo latino-americano. Um perigo. Bem sabemos como se entra em conflitos assim, mas nunca como deles saímos.
Ora, a via eleitoral deixou de ser obstáculo ao caminho do PT, que não hesita em usar o poder de Estado contra os inimigos. Hoje as manchetes dão conta da investigação da Polícia Federal contra o governador do GDF, José Roberto Arruda. Nenhuma força política está a salvo dos revolucionários. Obviamente que a ação policial de hoje deve ser compreendida dentro do contexto da sucessão, local e nacional. A classe política está refém do PT.
Em São Paulo, único pólo capaz de segurar um pouco as coisas, vemos a tolice da dupla José Serra/Gilberto Kassab com a sua elevação do IPTU. Não perceberam ainda que não haverá como se contrapor aos revolucionários usando das mesmas bandeiras deles. Teriam que marcar posição no campo político oposto. Bem sabemos que nem sabem mais fazer isso. Todo mundo viciou no socialismo. Não há espaço nesse campo para dois senhores e o PT é o dono exclusivo dessa bandeira. Ou seja, temos de um lado a má fé e, do outro, a burrice ajudando no processo revolucionário em curso.Publicado originalmente com o título "O limite do Foro de São Paulo".
Um comentário:
Parabéns pela reportagens, pena que o pvo esta embebecidos com vale, bolsa etc.Gostaria de fazer uma pergunta a onde estava a CUT , CGT, FORÇA SINDICAL. MST e estudantes em 2005 como o MENSALÃO DA NOSSA TURMA PT
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