segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

LULA, O MAIS APLAUDIDO ENGANADOR PROGRESSISTA

por José Brechne (*)


"Há uma certa satisfação em atingir os níveis mais baixos da política, porque podemos nos desfazer da hipocrisia e do falso palavreado"
Ralph Waldo Emerson


Antes de Celso Amorim, a diplomacia brasileira foi considerada a melhor. O Itamaraty foi um exemplo de moderação e inteligência para lidar com as questões internacionais.

Não foi sempre assim. Em tempos mais longinquos, o Brasil conquistou territórios de todos aqueles que possuia fronteiras. A guerra era o seu forte. Mas sendo o maior, mais rico e populoso país do Cone Sul, aprendeu a dosar seu poder.

Com um governo progressista, o retrocesso era inevitável. A secreta aproximação de Amorim e seu contraparte iraniano, Manouchehr Mottaki, no rastro de uma coletânea de mentiras, absurdos e negociações ilegais, a serem denunciados oportunamente na ONU e EUA, afundará o Brasil na lama.

Ahmadinejad viajou à Brasília em busca de apoio para seu programa nuclear e em troca do seu respaldo ao Brasil para se tornar um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Esta é a aposta para 13 acordos subscritos, enquanto o Irã, com ou sem o Brasil, continuará com o seu plano armamentista. O Brasil, por outro lado, perde suas possbilidades de tomar parte do Conselho ao aliar-se com o regime mais repressivo e perigoso do Oriente Médio, e que acaba de confiscar o Prêmio Nobel da Paz do dissidente Shirin Ebadi, homenageado em 2003.

Obviamente, nada do que está acontecendo é obra do acaso. Durante seus anos no cargo, Lula não tomou nenhuma providência na tríplice fronteira contra o narcotráfego, o contrabando de armas, e o do envio do dinheiro resultante destas operações aos terroristas do Hezbollah, obedientes a Teerã.

Lula não é nenhum moderado, como simula. Se não conseguir implementar a fundo as ideias que pregou por décadas, é porque o Brasil é maior do que Lula.

Ele se limitou a aplicar medidas populistas que roerão seu país no médio prazo. Uma das mais controvertidas é o subsídio do Estado às mães solteiras, quando há milhões de crianças abandonadas e que devem se tornar delinquentes ou se prostituirem para sobreviver.

O presidente da décima economia não poderia fazer o país perder sua preponderância comercial. Isso é para Chávez e Kirchner. O Brasil é uma outra história. No seu solo existem milhares de empresas multinacionais que exportam globalmente, proporcionando mão de obra a dezenas de milhões de pessoas. O Brasil é parte do BRIC, o conglomerado formado por economias em rápido crescimento como a Rússia, Índia e China, e que buscam eliminar a hegemonia dos E.U.A.

Por isso Lula faz um discurso socialista, mas mantem o sistema capitalista intacto. Esse é o segredo do sucesso de sua aplaudida política progressista. Mas o seu coração é marxista como sempre foi.

Não deixa, no entanto, de causar espanto, que concluindo seu mandato, mas tirando proveito de uma popularidade que não goza nenhum outro mandatário, tenha decidido dar um passo tão temerário ao receber de braços abertos Ahmadinejad.

Sem dúvida, sente-se confiante da continuidade do seu partido no poder. Deve ter numerosos propósitos futuros para com seu sócio, e nenhum deve ser lisonjeiro.

Sua chefe de gabinete, conselheira dileta e escolhida para sucedê-lo, Dilma Rousseff, é vermelha até o pescoço. Ex-guerrilheira, membro da Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, do Comando de Libertação Nacional, da Política Operária, foi condenada a três anos de prisão nos anos 70, por roubar a casa do governador de São Paulo, Adhemar de Barros.

Se Dilma Rousseff chegar ao poder, o eixo Irã-Brasil-Venezuela se tornará mais ousado.

Os aiatolás são exatamente o oposto ao Brasil. Os brasileiros amam a liberdade, são tolerantes, despreocupados, desfrutam de prazeres carnais, praias de nudismo, e estilos de vida alternativos, que são puníveis com a morte no Irã. O Brasil e o Irã são socialmente incompatíveis. É por isso que seu governo quer eliminar os vistos entre os dois? Será que eles querem promover o turismo? Será que os iranianos virão tomar sol de tangas?


Que esconde
Lula e seu partido por trás deste consorcio anti-natural? Onde pensam chegar os liberais latino-americanos aliando-se com as mentes mais estreitas, despóticas e assassinas do mundo? Será que eles pensam que podem dominar o continente de forma totalitária, sob a égide da falsa democracia populista e permanecer indefinidamente no poder?

O carinho de Lula pelos bolivarianos tem sido reportada pelos jornais. Mas sua amizade com os extremistas muçulmanos não foi tão difundida, em que pese o Partido dos Trabalhadores ter estreitos vínculos com o Hamás há muito tempo.

A súbita revelação do romance entre o Brasil e o Irã é o acontecimento político mais grave que ocorreu até agora nessa parte do mundo.

A assinatura de acordos entre Ahmadinejad e Lula é o culminar de políticas meticulosamente planejadas. Se houver um confronto armado entre a Venezuela e a Colômbia, o Brasil finalmente terminará por exteriorizar de que lado estará. E quem está com o Irã, Chávez e as FARC, está contra a metade da populaçao latinoamericana, contra os Estados Unidos, a União Européia e a liberdade.

(*) Jose Brechner (Cochabamba, Bolívia, 1954) é um analista de política internacional, consultor político e jornalista.

Seus artigos são regularmente publicados em prestigiados jornais , como Los Tiempos, Correo del Sur e La Prensa, da Bolívia, El Nuevo Herald, nos Estados Unidos, La Nacion, de Costa Rica,, La Prensa, do Panamá, El Comercio, do Peru, Diario de Yucatán e El Periódico, da Guamemala, La Prensa, da Nicarágua, El Veraz de Porto Rico e El Diario de Hoy de El Salvador, além de blogs como Liberdade Digital, da Espanha, Diário de America, nos EUA e El Reloj, de Israel.

Fonte: http://www.uruguayinforme.com/news/04122009/04122009_jose_brechner.php

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