quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A confissão de Lula desmonta o palavrório complicado do doutor



O presidente Lula nunca foi um preso político da ditadura.
Em abril de 1980, não havia ditadura.
Por Augusto Nunes

A ultradireita fora neutralizada pelo presidente Ernesto Geisel, o general João Figueiredo não era um tirano. Como atesta a entrevista acima, gravada em 1997, Lula foi apenas hóspede involuntário do hotel-cadeia instalado pelo delegado Romeu Tuma nas dependências do Departamento de Ordem Política e Social, o DOPS.
É verdade que, durante 31 dias, não dormiu em casa, ficou fora das assembléias dos metalúrgicos em greve e nâo pôde zanzar por portas de fábricas.
Mas o gerente do estabelecimento levou-0 várias vezes ao hospital onde a mãe agonizava, chamou um dentista para atendê-lo de madrugada, não confiscou o aparelho de rádio e permitiu que lesse jornais na sala do carcereiro.


É o tipo da cadeia com que sonha todo engaiolado.
Lula já estava em liberdade, tinha fundado o PT, virado presidente do partido e começava a preparar-se para a disputa do governo de São Paulo quando foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional e perdeu tanto o comando do sindicato quanto os direitos sindicais.
Na prática, foi proibido de fazer o que já não o interessava.
Pois a soma desses castigos pareceu suficiente a Peterson de Paula Pereira, procurador da República no Distrito Federal, para considerar muito acertada a promoção do castigado a perseguido da ditadura e anistiado político com direito a aposentadoria excepcional.
A decisão, que confirmou o benefício concedido em 1993, sepultou a denúncia encaminhada ao Ministério Público Federal pelo deputado estadual Eliseu Gabriel da Silva Júnior, do PSDB paulista.
O parlamentar afirma que se trata de um favorecimento injusto.

O procurador discordou em juridiquês castiço:


Após perquirição dos autos e abreviada súmula daquilo que pertine ao objeto desta representação, não havendo afetação a nenhum interesse público ou direito indisponível a ser guarnecido, promovo o arquivamento dos presentes autos ante a inexistência do interesse de agir”.
Basta reler o palavrório do doutor e rever o vídeo para chegar-se à tradução em língua de gente: deixa o presidente embolsar em paz a mesada que não merece.

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