quinta-feira, 17 de julho de 2008

UVA & VINHO

Vinho com prescrição médica

Aparício Torreli, o finado Barão de Itararé, já advertia: o fígado faz muito mal à bebida. Tal fato pode ser comprovado na farta literatura que, desde a Magna Grécia, relata as propriedades medicinais da bebida, em especial do vinho. Hipócrates, o pai da medicina, já o prescrevia como panacéia para a cura dos mais diversos males. Estudioso da medicina hipocrática, Galeno foi além e decifrou, há quase dois mil anos, as propriedades farmacológicas e terapêuticas do vinho.

Quando, no século VII, o alquimista Geber ( Jabir Ibn Hayyan) inventou o alambique, imediatamente surgiram metáforas como elixir da vida, água da vida, spirit e acqua-vitae para qualificar o produto final de seu invento, o álcool. Paracelso aprofundou os estudos sobre a grande descoberta dos alquimistas islâmicos e influenciou outro prêmio nobel da medicina medieval, Arnaldus de Villa Nova, que retomou os estudos de Galeno e compilou o maior tratado sobre as propriedades medicinais do vinho já existente, o Liber de Vinis.

Atualmente, a opinião científica é unânime em afirmar os benefícios terapêuticos do vinho. Desde os anti-oxidantes presentes nos taninos, até o resveratrol, substância também presente nos tintos que aumenta a potência muscular e reduz o esforço cardíaco. Sobre o resveratrol, em pesquisa publicada no site
www.cell.com, diz o especialista em biologia celular e molecular, Johan Auwerx: " O resveratrol faz de você um atleta sem nenhum esforço ou exercício." Hipócrates e Galeno não teriam ido tão longe.

O fato é que tenho sido acometido de insistentes dores de cabeça após ingerir certas doses de vinho. Diante da receita prescrita por Hipócrates, Galeno, Geber, Paracelso e outros fundadores da moderna medicina, tendo a concordar com o nobre Barão de Itararé quanto à natureza do problema: a cabeça tem me feito mal ao vinho.

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