sábado, 28 de março de 2009

Padrão Inatingível de Beleza


Com mais de 2 milhões de livros vendidos no Brasil, Augusto Cury retrata neste livro o cotidiano de mulheres que sofrem caladas as conseqüências de uma cruel realidade do mundo moderno: a ditadura da beleza.
Apoiando-se em sua vasta experiência como psiquiatra e pesquisador, Cury dá um grito de alerta contra essa forma de opressão que vem deixando mulheres, adolescentes e até crianças tristes, frustradas e doentes.
Influenciadas pela mídia e preocupadas em corresponder aos inatingíveis padrões de beleza que são apresentados, milhares de mulheres mutilam sua auto-estima - e, muitas vezes, seus corpos - em busca da aceitação social e do desejo de se tornarem iguais às modelos que brilham nas passarelas, na TV e nas capas de revistas.
Ao tratar de um tema tão atual, este livro faz com que o leitor se identifique imediatamente com os personagens e sua luta por uma vida mais plena e feliz, em que cada pessoa se sinta livre para ser o que é, sem se envergonhar de sua aparência ou tentar ser igual a ninguém. Uma vida em que todas as pessoas descubram que a verdadeira beleza está dentro de nós.

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Entrevista com Dr. Augusto Cury
Ao site Canção Nova - cancaonova.com
Dr. Augusto Cury

Psiquiatra e um dos escritores mais lidos no Brasil fala do Padrão Inatingível de Beleza

cancaonova.com: É correto afirmar que há pessoas bonitas e feias?

Dr. Augusto Cury: É totalmente incorreto afirmar isso! Toda pessoa tem uma beleza única e particular. Aliás, um dos maiores crimes, na atualidade, tem sido um crime no inconsciente, levando as pessoas a acreditar que, pelo fato de elas não estarem dentro dos padrões de beleza estabelecidos pela mídia, os quais colocam modelos magérrimos, esquálidos, e muitas vezes, doentios de acordo com o padrão "ametina", e pelo fato de não se identificarem com este padrão de beleza, as pessoas acabam se sentindo feias, excluídas, não amadas e não valorizadas. Eu gostaria que cada pessoa que acessasse o portal tivesse a plena convicção de que, do ponto de vista psiquiátrico e psicológico, há uma beleza única e insubstituível em cada ser humano, tanto psíquica quanto fisicamente.

cancaonova.com: O que ou quem criou este Padrão Inatingível de Beleza (PIB) na mente das pessoas e com quais interesses?

Dr. Augusto Cury: Quem criou este padrão foi o sistema capitalista, o qual também trouxe algumas vantagens importantes, porque nos deu liberdade dentro da liberdade democrática para ir e vir e se expressar; mas, infelizmente, também trouxe algumas seqüelas gravíssimas, dentre as quais a síndrome PIB (Padrão Inatingível de Beleza), sendo que o sistema nos impõe a exceção genética, pois, apenas uma em cada dez mil mulheres tem o contorno do nariz, dos olhos, do rosto, do quadril que é completamente diferente da média das mulheres, e fazem isso para vender produtos e serviços, e essas mulheres acabam arquivadas no inconsciente das pessoas pelo fenômeno RAM (Registro Automático da Memória), que vai arquivar uma imagem que se tornará uma janela "killer", ou seja, uma zona de conflito que assassina o prazer de viver, a tranqüilidade, a serenidade, a relação com a auto-imagem, então, daí o fato de o sistema capitalista em todos os meios de comunicação, seja no cinema de Hollywood, nas TVs, nas revistas femininas, no marketing de modo geral usar a exceção genética: modelos magérrimos.

cancaonova.com: O que isso gerou nas mulheres em geral?

Dr. Augusto Cury: Isso gerou um "cárcere interior", o maior cárcere de todos os tempos, uma prisão no único lugar que deveríamos ser livres. E os números são assustadores, gostaria que as pessoas tivessem a consciência de que - como eu abordo em meu último livro "A ditadura da beleza e a revolução das mulheres" - mais de um bilhão de mulheres estão doentes, elas rejeitam uma área do corpo, têm baixíssima auto-estima, sofrem de ansiedade, angústia, mau humor porque não conseguem se enxergar belas, de modo que procuram de maneira desesperada o corpo que não têm, e querem ser o que não são, não conseguindo perceber que a vida é um espetáculo único, imperdível e insubstituível.

cancaonova.com: Qual o seu objetivo ao escrever este livro?

Dr. Augusto Cury: O livro "A ditadura da beleza e a revolução das mulheres", que está no DAVI (Departamento de Audiovisuais da Canção Nova) e que está ajudando a Canção Nova contando com a sua pequena contribuição para o financiamento de suas despesas, saiu do fundo da minha alma, visto que apesar de ser considerado o escritor mais lido do Brasil, eu não estou totalmente feliz, porque o que adianta ter milhões de leitores, se há centenas de milhões de pessoas infelizes na terra: com depressão, anorexia nervosa, emagrecendo igual aos famintos da África, embora tenham a mesa farta; morrendo de fome ou de bulimia; provocando vômitos depois que comem, porque têm sentimentos de culpa por medo de engordarem, enfim, tendo uma auto-estima dilacerada?
Então, eu me pergunto o que adianta ser um escritor tão lido se a sociedade está doente, de maneira que o meu objetivo ao escrever este livro não foi por causa de fama, não é por causa da questão financeira, é para ajudar a humanidade! Nesta obra, falo do Homem que mais defendeu as mulheres de todos os tempos: Jesus Cristo. Porque Ele fez das prostitutas rainhas e levou a condição das mulheres no mais alto patamar da dignidade, reconhecendo nelas o valor de seres humanos.

Na sociedade capitalista as mulheres que aparentemente conquistaram o direito de votar, de trabalhar, de estudar, etc. foram massacradas por este padrão doentio de beleza que entrou no inconsciente e as aprisionou por dentro. Aliás, não apenas a elas, como também a adolescentes, visto que dezenas de milhões de adolescentes em todo o mundo estão desenvolvendo depressão, não poucos desenvolvendo idéias de suicídio e até mesmo praticando-as, tudo porque têm uma relação péssima consigo mesmos.
Eles compram roupas, tênis caros e tantos objetos e, estão cada vez mais infelizes quando andam no rigor da moda procurando ter uma auto-estima elevada e uma felicidade sólida, mas o que acontece é que o resultado disso tudo é muito superficial e pobre, de modo que se tornam insatisfeitos, angustiados e não adquirem a verdadeira felicidade, porque não perceberam que cada ser humano é uma estrela viva e única no teatro da existência.

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