Para reverenciar o Centenário da Imigração Japonesa, a Colônia Nipônica de Campo Mourão, encomendou ao Jair Elias dos Santos Júnior e André Felipe Pereira Martins, a elaboração de um compêndio de fatos relacionados com esse importante evento, marcando a militância nipo-brasileira no contexto socioeconômico e cultural de Campo Mourão.
Como veremos, os japoneses que vivem atualmente no Brasil têm uma bela história. Eles vieram para cá há cem anos num navio chamado "Kasato Maru", que trouxe as primeiras 165 famílias japonesas, 781 pessoas que sonhavam com uma vida melhor. Partindo em 28 de abril de 1908, do porto de Kobe, no Japão, depois de 52 dias, percorridas 21 mil milhas, o navio chega a 18 de junho de 1908 ao porto de Santos (litoral de São Paulo), marcando o início da imigração japonesa no Brasil.
Com o pressuposto de vencer em terra desconhecida, encaram o desafio de viver em uma nação de língua, clima e tradição completamente diferentes da milenar cultura oriental. Fugindo da crise econômica pela qual passava o Japão, esse grupo de sonhadores, chega ao Brasil deixando para trás a Pátria que naquela centúria passava por sérias dificuldades, era um país faminto, com miséria alarmante, predominando uma superpopulação descontrolada, com os campos cheios de desocupados, passando a fazer parte do vocabulário diário termos como: desemprego, inflação e fome, como narram Jair Elias e André Felipe, no decorrer desta obra de estafante pesquisa.
E, com a desenvoltura e trabalho dos nipônicos, essa fase foi superada e hoje o Japão é uma potência economicamente equilibrada, que recebeu a visita de dois prefeitos mourãoenses, Dr. Renato Fernandes Silva em 1974 e Rubens Bueno em 1993, integrando respectivamente a 2ª e a 22ª Missão Econômica Paraná-Japão.
Na atualidade, os japoneses se espalham por todo o Brasil e são reconhecidos como pessoas honestas e trabalhadoras, e conquistaram seu espaço na sociedade. A colônia emprestou ao Brasil seus costumes, conhecimentos e mão-de-obra e adotou o País como pátria de seus filhos. Hoje, os descendentes nipônicos são estimados em 1,5 milhão de pessoas e representam a maior comunidade japonesa fora do Japão.
Em suas pesquisas os autores encontram o vestígio do primeiro imigrante a pisar em terras mourãoenses, Kame-Iti Nakayama em 1949 e, em 1951, do primeiro agricultor de origem japonesa, Katsuiti Kobayashi.
Em 1959, já com um acentuado número de famílias é fundada a Associação de Moradores Japoneses de Campo Mourão, sob a presidência de Tsuneiti Takeda, ano em que também se inaugura a sede da entidade que abrigou a escola de língua japonesa e dez anos depois, 1969, era fundada a SONIBRAM.
Dentre tantas, recordamos de algumas famílias japonesas que contribuíram e contribuem com o desenvolvimento de Campo Mourão: Kobayshi, Taniguchi, Tanaka, Kakuda, Seki, Tanahashi, Nakamura, Kadota, Kuriki, Gondo, Takeda, Tsunada, Sassaki, Endo, Iritsu, Morimoto, Nishimura, Fukami, Nagai, Nakui, Okumura, Yamazaki, Shimada, Ueda, Takashima, Takassu, Yamada, Sato, Fukami, Nakuy, Casaui, Matsumi, Saga, Ikeda, Mori, Dói, Nakatami, Iritsu, Miasaki, Sazaki, Kunioshi...
Para celebrar e homenagear essa integração e o centenário da imigração japonesa é lançado o presente livro, para deixar marcada na história de Campo Mourão a influência de um povo que trouxe costumes e tradições orientais ao Brasil. Você gosta de sushi e shashimi? Pois é, são comidas tipicamente japonesas. E cantar no karaokê, você gosta? Essa também é uma tradição japonesa. O origami também é tradição deles. A origem da palavra é do japonês ori (dobrar) gami (papel), e quando juntamos as duas palavras a pronúncia fica origami. Nós conhecemos como dobradura.
Compulsando livros, jornais, documentos com lavraturas de atas e consultando membros da comunidade, é que foi possível a composição desta obra com o relato de fatos marcantes, relembrando a história de pioneiros que ajudaram a propulsionar o desenvolvimento de Campo Mourão, inserindo-se nos anais que um século depois a influência japonesa torna-se parte do Brasil.
PEDRO DA VEIGA
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