domingo, 19 de outubro de 2008

História do Palácio Iguaçu

Estivemos, quarta feira da semana passada, dia 15 de outubro em Curitiba, na Assembléia Legislativa, participando do lançamento do livro Palácio Iguaçu: "coragem de realizar" de Bento Munhoz da Rocha Netto (fac-símile da capa ao lado), de autoria do amigo Jair Elias dos Santos Júnior, realizado no Salão Nobre do Centro Legislativo 'Presidente Anibal Khuri' , que contou com a nossa participação na feitura de sua apresentação, com o seguinte:


PREFÁCIO

Ao folhearmos a presente obra vamos deparando com uma atrativa e singela narrativa, imposta pelo jovem historiador Jair Elias dos Santos Júnior, de uma magnífica estrutura literária, que vai se avolumando com a dissertação de fatos impressionantes que mobilizaram políticos e técnicos até ao mais simples operário, envolvidos com o desiderato de solidificar para a posteridade um acervo concreto, marcando indelevelmente o desígnio preconcebido pelo ilustre estadista, então Governador do Estado do Paraná, Professor Bento Munhoz da Rocha Neto, delegando-nos um magnífico conjunto paisagístico arquitetônico, culminando com a construção do Palácio Iguaçu.

Tive o privilegio de conhecer o ilustre homem público e, por ocasião da inauguração do prédio da FUNDESCAM, hoje Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão, com muita honra conduzi o cerimonial e com muito orgulho, ainda guardo a gravação do seu discurso e daquela que foi sua última palestra, proferida no auditório da Câmara Municipal de Campo Mourão.

Com muita perspicácia e senso de responsabilidade, Jair Elias, pesquisou e entrevistou ilustres personalidades, inclusive a Senhora Flora Camargo Munhoz da Rocha, que comparece no livro com narrativas pitorescas dissertando sobre peripécias desenvolvidas em recepções de ilustres personalidades da vida política que visitavam Curitiba, recepcionados pelo governo do Estado.

O Centro Cívico começou a ser construído durante o governo de Bento Munhoz da Rocha Neto, para marcar a comemoração do centenário da emancipação política do Paraná, em 1953, com projeto do arquiteto David Xavier Azambuja que previa a construção de prédios para abrigar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em torno de uma esplanada, que serviria como espaço para manifestações públicas, o qual já havia sido previsto, na década de 1940, no primeiro plano urbanístico de Curitiba, elaborado pelo arquiteto francês Alfredo Agache.

Somente o Palácio Iguaçu e o Tribunal do Júri foram terminados a tempo das comemorações do centenário, em dezembro de 1953. Ao longo dos anos, o Centro Cívico foi ampliado com a construção da Assembléia Legislativa, o Palácio da Justiça, do Tribunal de Contas do Estado, do Fórum e da Prefeitura de Curitiba. O Centro Cívico inclui ainda o Edifício Humberto de Alencar Castelo Branco — atualmente ocupado pelo Museu Oscar Niemeyer — e os edifícios Caetano Munhoz e Affonso Alves.

O Palácio Iguaçu que o Bento sonhou, é um capítulo que nos relata os pormenores da obra idealizada e sonhada pelo governador, que o Jair conseguiu em suas pesquisas, ilustrando a obra, com o pensamento e os detalhes dos desejos do planificador do magnífico projeto, de ajuntamento de todos os órgãos públicos num determinado local, visando facilitar o trâmite do processo burocrático.

Trata-se de uma obra histórica, que nos traz felizes recordações e revelações de inusitados fatos da vida paranaense, captadas pelo jovem escritor Jair Elias dos Santos Júnior, que desponta no cenário paranaense como um lídimo narrador imparcial, preocupado pela recuperação da lide histórica de nossa terra, oferecendo um legado para a posteridade, dos fatos heróicos de nossos antepassados, enaltecendo o destemido afeto daqueles que se propugnaram pelo cumprimento do dever, levando avante o porvir de dias melhores, impulsionando o desenvolvimento. Bento Munhoz da Rocha Neto foi um desses baluartes em que se sustenta com firmeza a história do Paraná, a exemplo de tantos outros paranistas ilustres, cujos nomes merecem o nosso preito.

"Há vária gente que não gosta de evocar o passado. Uns por energia, disciplina prática e arremesso. Outros por ideologia progressista, visto que todo o passado é reacionário. Outros por superficialidade... Outros por falta de tempo... Como eu tenho pena deles todos... Porque o passado é a ternura e a legenda, o absoluto e a música, a irrealidade sem nada a acotovelar-nos... Todo o presente espera pelo passado para nos comover". (Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 5')

PEDRO DA VEIGA

Escritor-Historiador

Autor do livro “Campo Mourão Centro do Progresso”

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