- Conheci o Jair ainda menino, eu tabalhava na Prefeitura, no Departamento Administrativo na época, e ele sempre me visitava, com aquele peculiar interesse pelas coisas históricas, pedindo cópias de documentos e de fotos do acervo da municipalidade, eu sempre o atendi em suas reivindicações e hoje vejo a recompensa pela divulgação desse material que no decorrer dos anos ele foi coletando.
- O Jair está galgando os degraus da escada de seu idealismo, concretizando seu sonho em divulgar as coisas de nossa terra paranista. Dando mais uma passo nessa gloriosa jornada, lança, na próxima quarta feira dia 15, o livro - "Palácio Iguaçu: coragem de realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto", ganhando notoriedade pelo feito que enobrece a comunidade mourãoense, seus familiares e os amigos que o estimulam para seguir avante com essa inestimável garra pela historiografia paranista, legando aos pósteros conhecimentos sobre aqueles que ajudaram a desbravar sertões, construindo o porvir, como disse, Castro Alves, Poesias Escolhidas, p. 110 “Era o porvir — em frente do passado”.
- Veja abaixo o que diz a Agência Estadual de Notícias:
O historiador Jair Elias dos Santos Júnior, de Campo Mourão, lança às 13h30 desta quarta-feira (15), no Salão Nobre da Assembléia Legislativa o livro “Palácio Iguaçu: coragem de realizar de Bento Munhoz da Rocha Netto”. Além de contar a história das cinco décadas do edifício, o livro traz depoimentos de dona Flora Camargo Munhoz da Rocha, a grande responsável pela montagem do Palácio, hoje em reformas.
A edição do livro foi aprovada pela Comissão de Editoração da Secretaria de Estado da Cultura, composta por doze membros da comunidade paranaense. A presidência é da secretária da Cultura, Vera Maria Haj Mussi.
Dona Flora lembrou o trabalho que teve para mobiliar o imóvel, desde o dia em que seu marido Bento Munhoz da Rocha mostrou a planta do Palácio Iguaçu. “Não foi brincadeira o que batalhei. Corri junto com o decorador Julio Senna atrás de móveis, lustres, tapetes, tecidos para estofamento e cortinas.” Ela citou o exemplo de uma cadeira comprada no Rio de Janeiro e que serviu de modelo para as usadas no salão de banquetes. “Pelo preço da aquisição da cadeira-modelo, em Curitiba fabricavam seis iguais. Escolhi louças, talheres, cristais, toalhas. As fotos dos governadores, desde Zacarias, foram reproduzidas em telas a óleo, pelo retratista húngaro Antônio Medgassy”, conta dona Flora.
O Paraná, antes de Bento Munhoz da Rocha Netto, era um estado agrário, com uma população pequena e dispersa, sem estradas pavimentadas, energia e com comunicações insuficientes. As fortes geadas de 1951 e 1953 levaram muitos paranaenses à ruína, mas não abalaram as intenções de Bento de formar uma identidade para o Estado.
Ele prosseguiu com o seu sonho e concentrou sua energia na construção do Centro Cívico. A oposição definiu as obras como os “palácios santuários” e “faraônicas”, que deixavam de atender outras necessidades do Paraná. Bento também enfrentou pesadas críticas dos cafeicultores, que achavam que o dinheiro gasto na edificação do Centro Cívico deveria ser investido nas necessidades do Norte do Estado. “Coragem de realizar”. Esta frase, segundo Jair Elias, foi mencionada em várias reportagens que abordaram a construção do Centro Cívico no período de 1951 a 1954.
HISTÓRIA – Com 13 capítulos, o livro mostra as intenções e os erros que foram cometidos durante a construção do Centro Cívico. “Felizmente os anos dourados de Bento e as obras do Centro Cívico não foram vítimas de concorrências viciadas, aditivos contratuais suspeitos e nem superfaturamento. Corrupção não foi a marca do Centro Cívico”, explica o historiador Jair Elias.
O livro traz também o histórico dos palácios Rio Branco e São Francisco, sedes do governo anteriores; a construção do Centro Cívico; a inauguração do Palácio Iguaçu (com detalhes de bastidores) e os discursos feitos nas solenidades.
Dois capítulos especiais mostram fotografias de todos os atos históricos e posses dos governadores que utilizaram o edifício para governar o Estado. A vida de Bento Munhoz também é mostrada com fotos desde sua infância até sua morte, em 1973.
O trabalho de pesquisa de Jair Elias levou 14 meses e foi feito com recursos próprios. Com mais de 300 páginas, o livro envolveu dezenas de paranaenses e de instituições de pesquisa, entre eles a família Munhoz da Rocha, o Museu da Imagem e do Som, o Círculo de Estudos Bandeirantes, a Biblioteca Pública do Paraná e a Casa da Memória.
REFORMA – Desde a sua inauguração, em dezembro de 1954, o Palácio Iguaçu não recebia reformas significativas, e parte dos projetos originais da obra foi perdida. Foram levantadas as condições do prédio e as propostas de reformas, em 2007, pela comissão técnica presidida pelo secretário de Obras Públicas, Julio Araújo Filho, e composta pelo superintendente técnico Cornelius Unruh, pelos arquitetos Edson Klotz e Leila Levandoski e pelo assessor especial da Casa Civil, Álvaro Rychuv.
As atividades consistiram em elaborar as plantas baixas, cortes, elevações, implantação, tabelas de esquadrias, cadastramento de ambientes e levantamento fotográfico. Só então foi elaborado o estudo preliminar como proposta para a reforma, com soluções de projeto, materiais e acessibilidade. No início de outubro, foi licitada a elaboração dos projetos arquitetônicos executivo e complementares de engenharia, com valor máximo de R$ 530 mil. Enquanto o antigo prédio é reformado, a sede do governo do Paraná está transferida para o Palácio das Araucárias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário