sábado, 16 de agosto de 2008

Dorival Caymmi "O que é que a bahiana tem"



O cantor e compositor Dorival Caymmi morreu neste sábado (16), aos 94 anos, no Rio. Ele nasceu em Salvador, em 30 de abril de 1914, filho do funcionário público Durval Henrique Caymmi e de Aurelina Cândida Caymmi, conhecida por Dona Sinhá.

A família Caymmi sempre foi ligada à música, já que seu pai tocava violão, bandolim e piano, e sua mãe gostava de cantar. Além de Caymmi, o casal teve outros três filhos: Deraldo, Diná e Dinair.

Aos seis anos, o menino Caymmi começou a freqüentar a Escola de Belas Artes, no Colégio de Dona Adalgisa. Estudou depois no Colégio Batista e, em 1926, concluiu o curso primário no Colégio Olímpio Cruz, todos na capital baiana. No ano seguinte entrou para o então ginásio, mas abandonou a escola para trabalhar no jornal "O Imparcial". Quando o jornal fechou, em 1929, ele teve que trabalhar como vendedor.

Primeira composição

Em 1933, Caymmi começou a compor marchinhas e toadas, como "No sertão", sua primeira composição. Em 1934, ele começou a ter aulas de violão com seu pai e com seu tio Cici. Em 1935, passou num concurso para escrivão da coletora estadual, cargo para o qual nunca foi nomeado. Foi nesse mesmo ano que ele começou a cantar, quando foi junto de seu primo Zezinho à Rádio Clube da Bahia. Também em 1935, ele prestou o serviço militar.

Em 1937, Caymmi resolveu ir tentar a vida no Rio de Janeiro, viajando num Ita, um pequeno navio de passageiros. Ele queria estudar jornalismo e trabalhar com desenho na então capital do país. Ele chegou a publicar seus desenhos na revista "O Cruzeiro".

Stella Maris

Um amigo o apresentou ao diretor da Rádio Tupi, Teófilo de Barros Filho, que gostou muito da voz grave do jovem Caymmi e resolveu contratá-lo. Em 1939, conheceu num programa de calouros na Rádio Nacional a sua futura mulher, a cantora Stella Maris (cujo nome real é Adelaide Tostes), quando ela cantava "Último desejo", música de Noel Rosa.

Eles se casaram em 1940 e tiveram três filhos: Dinair (Nana), nascida em 1941, Dorival (Dori), nascido em 1943, e Danilo Cândido, nascido em 1948. Todos eles se tornaram grandes nomes da música popular brasileira. Em 1943, Caymmi perdeu sua mãe. Nesse mesmo ano, passou a freqüentar o curso de desenho na Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro.

Em 1953, foi inaugurada em sua homenagem a praça Dorival Caymmi, em Itapuã, bairro soteropolitano. Dois anos mais tarde, mudou-se com a família para São Paulo, lá vivendo por cerca de um ano e depois retornou ao Rio. Caymmi tem seis netos, Stella Teresa, Denise Maria e João Gilberto (filhos de Nana), João Vítor (filho de Dori) e Juliana e Gabriel (filhos de Danilo).

Caymmi era amigo de outro baiano famoso: o escritor Jorge Amado, morto em 2001. Como eram parecidos fisicamente, os dois costumavam ser confundidos um com o outro por fãs. Os dois compuseram juntos a música "É Doce Morrer no Mar".

Homenagens

Em 1968, ganhou do governo da Bahia uma casa na Praia de Ondina, em reconhecimento a sua importância para a cultura brasileira. Em 1972, foi agraciado no Palácio do Itamaraty (Brasília) com a comenda da Ordem do Rio Branco, em Grau de Oficial. Foi também agraciado com a comenda da Ordem do Mérito da Bahia.

Em 1984, recebeu, em comemoração de seus 70 anos, inúmeras homenagens, tais como: a edição de um CD duplo e de um álbum de desenhos patrocinado pela Funarte (Rio de Janeiro); a outorga da comenda da "Ordem das Artes e das Letras da França"; a outorga da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho (Brasília) e a outorga do título de doutor honoris causa da Universidade Federal da Bahia (Salvador). Em 1985, inaugurou a avenida Dorival Caymmi na capital baiana. Em 2001, com quase 90 anos, Caymmi voltou a compor para a televisão.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira


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