sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Um Rio de Luzes no Aeroporto de Madri



As imagens passam de forma veloz. Nelas, um rio de luzes indo e vindo no ar e na terra. São imagens que encantam os olhos de quem as vê.
A sequência está em Vimeo e também em HD (alta definição) com excelente reprodução em tela grande. Aumente a tela do computador e veja que beleza da recriação de como é a vida no aeroporto de Madri. Tudo «em câmera rápida».

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Morre o empresário Olavo Setubal, do Itaú

Morreu, ontem de manhã, o banqueiro Olavo Setubal, o grande empreendedor do grupo Itaúsa – Banco Itaú, Deca, Duratex, Itautec. Estava com 85 anos.
Perfil de Olavo Setubal
Com a premissa de que não se cresce sem assumir riscos, o banqueiro e empresário Olavo Egydio Setubal assumiu o comando do Itaú no final dos anos 50. Na diretoria-geral, liderou o crescimento do banco, antes com atuação restrita ao Estado de São Paulo e com apenas 31 pontos de atendimento.

Já nos anos 70, chegou ao posto de segunda maior instituição financeira do País e hoje conta com mais de 2,8 mil agências em todo o Brasil e presença no exterior.

Antes de virar banqueiro, o paulistano Setubal foi empresário. Nascido em 16 de abril de 1923, se formou em engenharia na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em 1945. Dois anos depois, fundou a Deca com o amigo e também engenheiro Renato Refinetti. O sucesso no empreendimento fez com que o seu tio, Alfredo Egydio de Souza Aranha, o convidasse para trabalhar na instituição financeira fundada por ele em 1945, o Banco Central de Crédito S.A.

Esse banco incorporou, em 1964, o Itaú, que antes pertencia a um grupo de empresários mineiros. Na ocasião, passou a ser conhecido como Banco Federal Itaú S.A. e Setubal ficou no cargo de diretor-geral. Outras instituições foram incorporadas durante a gestão do banqueiro, mas ele nunca conseguiu levar o grupo ao posto de maior banco privado do País.

Setubal considerava que o maior banco privado do Brasil era fruto do gênio de seu fundador, Amador Aguiar, e o Itaú, fruto de uma lógica racional. Para ele, o futuro dirá se os frutos dos gênios conseguem resistir a várias gerações, enquanto os frutos da lógica sempre sobreviverão.

Não foi só na expansão do Itaú que Setubal atuou. Também ajudou na administração da Duratex, que pertencia ao seu tio e na época enfrentava dificuldades financeiras. Hoje, a Deca faz parte do grupo Duratex, que pertence à holding Itaúsa.


Administração pública

Além de banqueiro e empresário, também foi político. Em 1975, sob indicação do governador Paulo Egidio Martins, assumiu a Prefeitura de São Paulo, posto que ocupou até 1979. Nesse período, se orgulha de ter investido no transporte público, que considerava um ponto fundamental de sua gestão. Inaugurou a segunda fase da linha norte-sul do metrô e iniciou as obras da leste-oeste. Além disso, passou o Metrô e a Comgás para as mãos do Estado e unificou vários departamentos de trânsito do município em uma única secretaria, a de Vias Públicas. Dizia que administrar a cidade era algo fantástico, mas que dava muito mais trabalho do que presidir um banco. E brincava que a remuneração era bem mais baixa.

Em 1979, retornou ao Itaú como diretor-presidente, cargo que ocupou até 1985, quando foi convidado para ser ministro das Relações Exteriores no governo José Sarney. A partir dessa data, se afastou definitivamente da direção do banco. Ao sair do governo federal, no ano seguinte, foi pré-candidato pelo PFL ao governo de São Paulo em 1986. Sem ser escolhido pelo partido, abandonou a carreira política. Assumiu a presidência do Conselho de Administração do Itaú naquele ano e também o comando da Itaúsa. Passou a presidir o conselho da holding em abril de 2001.

Rotina

Desde 1994, Roberto Egydio Setubal, o quarto de seus sete filhos, atuava como presidente-executivo do Itaú. Até ficar doente e ser internado, ia todos os dias no prédio-sede do banco, no bairro do Jabaquara, onde aconselhava seu filho e também almoçava constantemente com diretores do banco. A rotina só não era cumprida quando viaja ao exterior. Costumava passar dois meses por ano fora do país.

Sobre o Brasil, Olavo Setuba avaliou de que o País tinha nas últimas décadas melhorado em vários aspectos, menos na segurança pública, e que era importante avançar sempre de forma lenta, mas continuamente. Defensor da estabilidade monetária, temia e adoção de propostas "mágicas" com o intuito de resolver todos os problemas existentes. Na avaliação do banqueiro, era preciso buscar a melhor distribuição de recursos possíveis, sem ser idealista.

*Com informações da Agência Estado

Carlinhos Veiga no Viola Brasil - Pagode em Brasília


Carlinhos Veiga e sua banda se apresentam no programa Viola Brasil, do violeiro Chico Lobo. Mostram aqui um arranjo particular de "Pagode em Brasília", uma canção referência no cenário da música caipira brasileira. A banda de Carlinhos (viola caipira e voz) é formada por Sandro Araújo (percussão), Enos Marcelino (sanfona) e Pedro Veiga (baixolão).

PEDRO DA VEIGA ESTÁ NA HISTÓRIA


Pedro da Veiga participou dos acontecimentos marcantes de Campo Mourão - Paraná

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A PUBLICIDADE NO BRASIL


PEQUENAS DITADURAS, GRANDES NEGÓCIOS, ENORMES MENTIRAS

Com satisfação li o artigo de Sergio Malbergier na Folha on-line de 24/07. Sergio Malbergier põe o dedo na ferida da Publicidade no Brasil.
No recente IV Congresso de Propaganda, João Roberto Marinho e Roberto Civita, criticaram a Censura do TSE (revogada posteriormente) pelas entrevistas promovidas com a prefeiturável Marta Favre, na Folha de São Paulo e na Veja: Ponto para o João Roberto
Porém,durante todo o Congresso, nenhuma palavra a respeito da ética que deveria nortear a atuação de publicitários, quando o assunto marketing eleitoral. Marcos Valério e Duda Mendonça, salvo engano são publicitários e nos últimos anos se envolveram em todos os tipos de negócios ilícitos: Marcos Valério, com o caixa 2 do Petê, recentemente mas, passando pelo caixa 2 do então candidato Azeredo (aquele que quer calar a Internet) e Duda Mendonça, com o caixa 2 de Marcelo Alencar (1997) e altamente comprometido com caixa 2 do Petê que elegeu - queira elle ou não - Lulla.
Estranho mundo da Publicidade que exige o fim da Censura de um lado e permite ou se locupleta com corruptos de toda espécie, que desviam o dinheiro que falta ao SUS, na Educação e na Segurança. São pequenas ditaduras como essa que dão força moral ao nosso pequeno aprendiz de ditador, para sonhar com a perpetuação no poder; pessoalmente ou com algum preposto.
Agora, falta aparecer um jornalista, não comprometido ideologicamente com o poder ou corrompido pelo governo, que comece a desvendar o estranhíssimo mundo de outra ditadura: a das pesquisas. Essas pesquisas encomendadas, ou por amigos do pesquisado ou - no caso de São Paulo - por inimigos do pesquisado, são altamente suspeitas e, no meu entender, visam apenas a justificar o resultado final de uma eleição que será, novamente, comandada - onde o Rei tiver mais interêsse - por computadores.
E por falar em ditaduras, os traficantes do Rio também têm os seus candidatos preferidos. Esses empreendedores do vício exercem, livremente, todo o seu poder intimidatório para influenciar os Sem Segurança para elegerem os seus candidatos: VEJAM NO VÍDEO ABAIXO E NA TRANSCRIÇÃO...(PV).
Alguns ganham eleição imputando aos rivais o fim do bolsa família, manipulando pesquisas ou dando uma "azeitada" nas urnas, outros usam uma AK-47 ou uma AR-15; é tudo uma questão de estilo.



Criminosos estariam pressionando eleitores na escolha do voto. Uma carta apreendida na Rocinha pode comprovar o envolvimento de traficantes com candidatos e até a Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados entregou uma série de denúncias à Polícia Federal.
O documento foi entregue em Brasília nesta quinta-feira
(Julho 24, 2008), mas as denúncias se referem às eleições no Rio. O presidente da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados, Raul Jungmann, esteve na Polícia Federal com um levantamento sobre a intimidação de eleitores em várias comunidades do Rio.
O relatório não foi detalhado, mas, segundo Jungmann, cerca de um milhão de cariocas estão sendo coagidos por traficantes ou milicianos que estão interferindo nas campanhas eleitorais. O deputado Raul Jungmann citou dois casos, Claudinho da Academia, presidente da Associação de Moradores da Rocinha e Jorginho, ex-presidente da Associação de Moradores do Alemão.
Ele fez um alerta sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC): “No caso específico da Polícia Federal, eu vim trazer informações a respeito de ameaças de morte, de territórios onde só um candidato pode participar e também uma preocupação: na Rocinha, hoje, e também no Alemão, onde a gente sabe que existem obras do PAC, candidatos como Claudinho, no caso da Rocinha, e Jorginho, no caso do Alemão, que são ligados ao tráfico, estão controlando, exercendo algum controle sobre as obras do PAC”.
Um documento encontrado pela polícia também pode confirmar como agem os bandidos. Na operação feita nesta quinta-feira de manhã na Rocinha, a polícia apreendeu uma carta na casa do traficante que comanda a venda de drogas no morro.
Os agentes acreditam que seja a ata de uma reunião. Nela, os criminosos fazem uma exigência: total apoio da comunidade a um candidato da favela.
De acordo com a polícia, o documento é endereçado a várias lideranças da Rocinha. Os traficantes chegam a dizer que não vão aceitar a derrota e que outros candidatos não devem fazer campanha no morro.
Os criminosos dizem também que quem não comparecer nas reuniões será buscado em casa. “Eles estão pedindo apoio a uma determinada pessoa e ela vai ter todos os votos daquela região com uma força política bem forte“, explica o delegado Ronaldo Oliveira.
O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) confirmou que tem recebido denuncias de ameaças aos eleitores e não só sobre o tráfico de drogas.
Essa semana, a polícia prendeu em flagrante o deputado estadual do Partido Democratas (DEM), Natalino Guimarães, acusado de chefiar uma milícia em Campo Grande, na Zona Oeste. Ele é irmão de outro político também preso pelas mesmas acusações, Jerominho Guimarães, que é vereador pelo PMDB e está na cadeia desde dezembro do ano passado.
Juntos, os irmãos controlariam mais de 30 comunidades, segundo a polícia, mas eles dizem que são inocentes.

O TRE diz que a intimidação de eleitores e candidatos pode dar até quatro anos de prisão e o político envolvido pode perder os direitos.
“É uma questão de política de segurança pública e realmente agora, no período eleitoral, está tomando uma proporção inaceitável. Por isso, solicitamos o apoio da Polícia Federal que a quem compete investigar a prática de crimes eleitorais”, afirmou Luiz Márcio Pereira, coordenador de propaganda do TRE.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, esteve no Rio em uma reunião na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele disse que a Polícia Federal vai investigar todas as denúncias. “Isso é dessa situação de anomalia que tem nessas regiões. Isso precisa ser combatido e a Polícia Federal está a disposição do tribunal para fazer as investigações que forem necessárias”, declarou Tarso Genro.

Claudinho da Academia, candidato a vereador pelo PSDC, não foi encontrado para falar sobre o caso. Jorginho do SOS, vereador do DEM candidato a reeleição, negou qualquer envolvimento com traficantes.

A Polícia Civil informou que vai encaminhar o documento apreendido na casa de um bandido da Rocinha à Polícia Federal.

A Secretaria Estadual de Obras declarou que não tem conhecimento de nenhuma ligação dos funcionários do PAC com traficantes, mas, se ficar comprovado qualquer tipo de envolvimento, eles serão cortados do programa.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O QUE É GRAMSCISMO?

Para quem nunca ouviu falar dele, Gramsci foi um teórico comunista italiano que preconizou, em suas "obras", a revolução comunista sem sangue. Segundo as suas teorias, a tomada do poder pelos vermelhos poderia se dar após a conquista de Universidades, sindicatos e imprensa, promotoria pública e juízes. É o que vemos aqui no Brasil.

O primeiro passo, criar um partido que não tenha na sigla a palavra socialismo e nem comunismo, criaram o PT cujo nome poderia soar como musica para os trabalhadores de fábricas e comércio.

O segundo passo, dominar os sindicatos, afinal de contas é o partido representaria os operários trabalhadores.

O terceiro passo, fazer a cabeça dos professores que são formadores de opiniões, para isso usar-se-ia os dirigentes de sindicatos da categoria.

O quarto passo, a imprensa, a estratégia era fazer com que os professores fariam a cabeça dos alunos de determinados cursos como a de comunicação e economia, seriam os alvos preferenciais dos doutrinadores.

O quinto passo, a promotoria publica, os promotores alienados fariam denuncias vazias contra os seus inimigos, caluniariam, abririam ações sem fundamentos, pediriam entrevistas a mídia para denunciar, alguns até mesmo ficaram famosos por causa disso.

O sexto passo, conquistar os juízes que poderiam dar ganho de causa para os seus aliados, conseqüentemente não punindo ninguém que seja da esquerda. (veja como tem se comportado certos juizes do supremo).

Embora não tenham ainda atingido o seu real objetivo, posso dizer que já estão fazendo grande estrago, acredito que nem todo o povo cairá neste embuste chamado gramscismo, ainda bem.

Um dos maiores motivos para a não consolidação total do gramscismo é a divisão entre as esquerdas, não são unidos, os chefes brigam e abrem novos partidos dizendo que o seu é mais socialista do que os outros, quando estão no poder se dividem, os descontentes acusam os que ficam de neoliberais como se fosse verdadeira a afirmativa.

De qualquer forma a tática é usada a todo o momento, em todo o lugar. A única maneira de neutralizar tal coisa é tornar conhecido suas táticas e bloqueá-las no início antes que se torne uma rede sem fim. Paralelamente ensinar a doutrina liberal com mais massividade, usando as mesmas táticas desde que sejam licitas. (Por Klauck Soares) in: http://causaliberal.com.br/

Antonio Gramsci nasceu em 23 de janeiro de 1891 em Ales, província de Cagliari, na Ilha de Sardegna, na parte mais pobre e mais atrasada da Itália, filho de gente humilde ao qual só duras privações permitiram o estudo na Universidade de Turim, onde em 1915 aderiu ao socialismo, no mesmo ano em que Benito Mussolini saiu das fileiras do partido socialista para entrar nas do nacionalismo reacionário e belicoso, que seria depois o berço do fascismo. Enquanto o renegado sonhava, nas trincheiras, sua futura ditadura, o jovem Gramsci organizou em 1917 a greve dos operários de Turim contra a continuação da guerra. Restabelecida, precariamente, a paz européia, e entrando a Itália numa fase de graves perturbações sociais, Gramsci fundou o semanário Ordine Nuovo que reuniu em breve os mais avançados intelectuais da península. Organizou os Consigli di fabbrica que, em momentos de greve, ocuparam fábricas e usinas, preparando-se para administrá-los. Em abril de 1920 dirigiu a greve geral. No Congresso do Partido Socialista Italiano em Livorno, em janeiro de 1921, foi Gramsci o líder da ala radical que saiu, constituindo-se como Partido Comunista Italiano. Foi o primeiro secretário-geral desse partido, que o elegeu deputado e do qual fundou o órgão jornalístico, o diário L'Unità. Enquanto isso, fortaleceu-se cada vez mais a ditadura fascista, que ainda tolerava a existência do Parlamento para oferecer ao estrangeiro o espetáculo de uma democracia simulada. Mussolini conseguiu vencer a crise mais grave do seu regime, a indignação moral do país inteiro depois do assassinato de Matteoti. Só então, o terrorismo iniciou, sem freios, a opressão totalitária. Os mandatos dos deputados oposicionistas foram cassados. Perdida a imunidade parlamentar, Gramsci foi preso em 8 de novembro de 1926 e confinado na ilha de Ustica, perto de Palermo. Alguns meses depois, transportaram-no de volta, algemado, para Roma. Processo perante o Tribunal especial. O Promotor falou com franqueza: "Devemos", dizia aos juízes, "inutilizar por 20 anos esse cérebro perigoso": a 20 anos de reclusão na Penitenciária de Turi, perto de Bari, foi Gramsci condenado. Submeteram-no a um regime severo, embora permitindo-lhe escrever cartas e notas, permissão da qual nasceu a imponente obra desse espírito encarcerado. Mas em 1933 os sintomas da tuberculose dos ossos tornaram-se evidentes. A doença fez progressos rápidos. Enfim, as autoridades fascistas não quiseram que o preso morresse como mártir dentro dos muros do cárcere. Gramsci foi solto três dias antes do desenlace. Morreu em 27 de abril de 1937 numa clínica particular em Roma. Foi sepultado no Cemitério dos Ingleses, à sombra da Pirâmide de Cestio, perto do túmulo de Keats. Uma coroa de verdes permanentes, com fita vermelha, indica o lugar em que dormem seus pobres restos mortais.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Yes, Nós Somos de Esquerda

Sem medo de ser felizes fomos à Pequim e reeditamos nos jogos nossos fracassos

Em poucas palavras Jean-François Revel, no prefácio da magistral obra de Carlos Rangel, Do Bom Selvagem ao Bom Revolucionário, mostrou a trajetória de séculos da América Latina: “A história da América Latina prolonga a contradição que lhe deu origem. Oscila entre as falsas revoluções e as ditaduras anárquicas, a corrupção e a miséria, a ineficácia e o nacionalismo exacerbado”.

Sem dúvida, essa apropriada análise feita por Revel, em 1976, não se alterou em essência. E é uma realidade da qual o Brasil, com algumas nuanças e diferenças, também faz parte.

Essa história de fracassos e frustrações é confrontada com uma humilhação adicional: o êxito quase indecente para os latino-americanos, dos Estados Unidos. Acrescente-se que a incapacidade para construir Estados democráticos modernos e economias prósperas conduziu a América Latina à tendências revolucionárias, muitas de cunho esquerdista e capitaneadas por lideranças populistas, que trouxeram a seus países mais fracasso e miséria.

Para citar alguns exemplos lembremo-nos da revolução mexicana de 1911, do socialismo peruano de 1969-1974, do justicialismo peronista que arruinou a então próspera Argentina e a mais marcante de todas: a revolução cubana que destruiu a economia da Ilha e a manteve sob o totalitarismo implacável de Fidel Castro. Este, porém, se tornou o símbolo da desforra contra os Estados Unidos e, apesar das atrocidades que cometeu contra os que ousaram contestar seus métodos soviéticos, encarnou o mito do “bom revolucionário”, a figura que encanta o imaginário coletivo latino-americano, ou seja, uma espécie de D. Quixote do comunismo de terceiro-mundo, enquanto o sanguinário e psicopata Che Guevara é até hoje louvado um Cristo laico.

Fidel foi e é a desforra contra o sucesso insuportável dos Estados Unidos. Por isso, yes, orgulhosamente somos todos de esquerda, o que inclui o glorioso governo petista. O maldito império norte-americano só serve para fazermos cursos, turismo, tratamento de saúde, compras. Milhões de brasileiros se evadem para lá viver, trabalhar, ganhar em dólar, esse excremento do diabo. Mas não sabemos o porquê disto já que o Brasil de hoje, sob o governo de Lula da Silva, se converteu num paraíso onde o trabalho é abundante, só existem classes alta e média e a Saúde e a Educação são exemplos magníficos para o mundo.

No momento a grande sensação é a Olimpíada de Pequim. Afinal, a China encarna um império de esquerda. Á bem da verdade a China é capitalista na economia e comunista na política, modelo sonhado para nós pelo ex-revolucionário teórico, ex-ministro, ex-deputado e ainda todo-poderoso das sombras, José Dirceu. Quem sabe chegamos lá no terceiro mandato.

Portanto, não importa se a China viola direitos humanos com sua tradicional crueldade. Também não interessa se a China, com milhares de execuções por ano, é responsável por mais da metade das execuções que ocorrem em todo planeta, se deixa bebês do sexo feminino morrendo nas sarjetas, se tortura crianças desde bem pequenas para que se tornem os atletas perfeitos das Olimpíadas com um falso sorriso afivelado no rosto.

O trajeto da tocha olímpica pelo mundo foi marcado por protestos, especialmente com relação ao Tibete, o que para brasileiros deve ter soado como algo desconhecido ou sem interesse. Será que algum compatriota se perguntou diante da repressão chinesa aos protestos em prol do Tibete, pelo menos porque diabos aquilo estava acontecendo?

Poucos no Brasil devem saber que no Tibete o genocídio perpetrado pelos chineses foi marcado por requintes de atrocidade sinistra e as mortes violentas atingiram uma proporção mais numerosa do que em qualquer outro território do conjunto chinês. Segundo o Dalai-Lama, “os tibetanos não foram apenas fuzilados, foram espancados até a morte, crucificados, queimados vivos, afogados, mutilados, mortos por inanição, estrangulados, enforcados, cozidos em água fervente, enterrados vivos, esquartejados ou decapitados” (O Livro Negro do Comunismo). Também, centenas de milhares de tibetanos tornaram-se prisioneiros em campos de concentração e mais de 170.000 morreram no cativeiro. Além disto, houve o genocídio cultural com a destruição de templos e de seus manuscritos seculares, afrescos, estátuas, relíquias, tudo destroçados pela brutalidade chinesa.

Os protestos havidos durante a passagem da tocha, que no Brasil não veio, tentaram relembrar ao mundo esses horrores e os infelizes tibetanos que ainda vivem subjugados no seu país de neve e de deuses. Isto, porém, não nos interessa porque, yes, nós somos de esquerda. Sem medo de ser felizes fomos à Pequim e reeditamos nos jogos nossos fracassos e frustrações históricos expressos nos pífios resultados obtidos.

Maria Lúcia Victor Barbosa
Graduada em Sociologia e Política e Administração Pública pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em Ciência Política pela UnB. É professora da Universidade Estadual de Londrina/PR. Articulista de vários jornais e sites brasileiros. É membro da Academia de Ciências, Artes e Letras de Londrina e premiada na área acadêmica com trabalhos como "Breve Ensaio sobre o Poder" e "A Favor de Nicolau Maquiavel Florentino". Criadora do Departamento de Desenvolvimento Social em sua passagem pela Companhia de Habitação de Londrina. É autora de obras como "O Voto da Pobreza e a Pobreza do Voto: A Ética da Malandragem" e "América Latina: Em Busca do Paraíso Perdido".
Site: www.parlata.com.br

Veja também uma importante entrevista com Maria Lúcia no Direto do Abismo

Chico Pinheiro entrevista Altamiro Carrilho


Sábado, 28/06/2008

Humor, talento e uma flauta: esta é a receita de longevidade do músico, aos 83 anos de idade e 74 anos de carreira. Ele, que viveu a Era de Ouro do chorinho, testemunha a vitalidade do gênero.


Getúlio Vargas: Temido ou amado?

A notável trajetória política de Getúlio Vargas que governou o Brasil durante duas décadas do século XX. Chegando ao poder numa revolução, mantendo-se através de um golpe, e retornando nos “braços do povo”, esse conjunto de circunstâncias singulares na história contemporânea mundial fazem de Getúlio Vargas uma das mais importantes, senão a mais destacada personalidade da história brasileira do período.
A Construção de um mito político
A ascensão de Getúlio Vargas ao poder no Brasil transformou-se no marco da renovação da cultura política das massas populares e foi responsável pela constituição de um mito histórico nacional cujas referências continuam presentes até hoje.

Deputado estadual em três mandatos; Deputado Federal entre 1923 e 1926; líder da bancada gaúcha na Assembléia Nacional; Ministro da Fazenda de Washington Luís; Governador do Rio Grande do Sul entre 1928 e 1929; Chefe do Governo Provisório entre 1930 e 1934; Presidente eleito pela Assembléia Nacional Constituinte em 1934; Ditador entre 1937 e 1945; e Presidente eleito pelo voto direto em 1950, Vargas terminou sua carreira política de modo violento e inusitado, através do suicídio em 24 de agosto de 1954.
Getúlio Vargas tornou-se referência no cenário político brasileiro não apenas em função da longa duração de seu poder à frente do executivo nacional, mas sobretudo pelas suas ações inéditas, originais e incomuns que marcaram a sua vida pública e transformaram o país. A exemplo do Príncipe, de Nicolau Maquiavel, Getúlio Vargas foi amado e temido. Sua biografia teve a marca do paradoxal e do contraditório.
Getúlio Vargas, o político gaúcho escolhido para representar a Aliança Liberal nas eleições presidenciais de 1930, nasceu em 19 de abril de 1883, em São Borja. Filho de uma família muito próspera, aos 15 anos Getúlio ingressou no serviço militar. Em 1904 iniciou a Faculdade de Direito em Porto Alegre, onde conheceu João Neves da Fontoura, Maurício Cardoso, Góes Monteiro, Eurico Gaspar Dutra e Firmino Paim Filho, com os quais fundou o Bloco Acadêmico Castilhista.
Exímio orador e colaborador do jornal O Debate, órgão da juventude castilhista, Getúlio Vargas destacou-se como herdeiro da boa tradição positivista local. Transformou-se em líder do Partido Republicano Riograndense na Assembléia Legislativa e revelou-se hábil negociador. Em meio à guerra civil de 1923, elegeu-se deputado federal e, três anos mais tarde, seu trabalho na Comissão de Economia e Finanças da Câmara Federal foi reconhecido pelo presidente Washington Luís, que o convidou para o Ministério da Fazenda. Logo veio sua indicação para representar o PRR nas eleições estaduais como candidato a governador. Em 25 de janeiro de 1928, Getúlio Vargas ocuparia o cargo de governador do Rio Grande do Sul.
O governador do Partido Republicano Riograndense, agremiação política que estava no poder desde a proclamação da República, não se contentava em ser apreciado apenas pelos seus correligionários. Getúlio convidou opositores do Partido Libertador para fazerem parte do governo e cuidava pessoalmente para que os articulistas do órgão oficial do PRR, o jornal A Federação, não insultassem a oposição. Fomentou o desenvolvimento da agricultura, da pecuária e do comércio estadual, amparou o charque e o arroz e apoiou o desenvolvimento tecnológico do trigo; fundou o Banco do Estado do Rio Grande do Sul e estimulou a criação da primeira empresa de aviação comercial do país, a Varig; buscou investimentos federais e estrangeiros e auxiliou no incremento da extração de carvão, na diminuição dos preços dos fretes, na criação de sindicatos de produtores; e foi implacável com a corrupção política, demovendo dos cargos àqueles que praticassem fraude eleitoral. Paradoxalmente, o próprio Getúlio cometera fraudes no tempo em que era assessor de Borges de Medeiros e presidente da Comissão de Verificação, responsável pelas listas eleitorais e contagem de votos.
Depois de governar o estado por um ano e meio, ele aceitaria, após alguma relutância, a tarefa de representar a Aliança Liberal nas eleições presidenciais de 1930. Uma inusitada disposição para a participação política percorreu o Brasil entre os anos de 1929 e 1930. A Aliança Liberal constituiu-se num forte indicativo da decadência do sistema oligárquico fechado e tradicional, onde persistiam práticas políticas excludentes: voto a cabresto, fraude e corrupção no processo eleitoral, poder dos coronéis e persistência de clientelismo político durante toda a Primeira República e predomínio político de setores ligados ao setor primário-exportador da economia.
Os grupos que se sentiram atraídos pelo discurso da Aliança Liberal eram muito heterogêneos; velhos oligarcas, quadros civis mais jovens, tenentes, operários e classes médias eram aqueles que se sentiam prejudicados pelo sistema oligárquico.
E embora Vargas pertencesse à mesma elite oligárquica encastelada no poder desde a proclamação da República, seu governo provisório foi marcado pela criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e do Ministério da Educação e Saúde Pública; pela promulgação de um novo Código Eleitoral, que dava direito de voto às mulheres; pela lei de sindicalização; a instituição de uma jornada de trabalho de 48 horas e outros temas onde se destacava o inédito encaminhamento dos problemas sociais do Brasil.
Depois de eleito presidente pela Assembléia Nacional Constituinte de 1934, perto do final desse mandato, Vargas não admitia deixar o poder, especialmente para seus mais ferozes adversários. Quando o país oscilava entre as propostas de socialismo do PCB de Luis Carlos Prestes e o integralismo da AIB de Plínio Salgado, Getúlio encomendou a Francisco Campos uma constituição fascista e deu um golpe de Estado em novembro de 1937, instaurando o Estado Novo. Uma ditadura que criou mecanismos originais de controle da oposição, através da censura e prisão, e promoveu a propaganda do regime. Ao mesmo tempo, criou a Lei do Salário Mínimo, organizou a Força Aérea Brasileira, o Correio Aéreo Nacional e negociou empréstimo norte-americano para construção da Usina de Volta Redonda. Titubeou em apoiar a democracia representada pelos Aliados na Segunda Guerra Mundial e deu motivos aos adversários políticos para derrubá-lo em 1945. Antes disso, criou os partidos que o trariam de volta ao poder, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido Social Democrático (PSD). Entre a renúncia em 1945 e a eleição presidencial de 1950, o movimento brasileiro mais contundente era o “queremismo” ou “queremos Getúlio”.
Eleito no final de 1950, com 48, 7% dos votos, Getúlio tomou posse em janeiro de 1951 e esse último mandato foi caracterizado por uma política marcadamente populista. Sua perspectiva nacionalista no que dizia respeito à lei de inversões estrangeiras desagradava os militares, os investidores internacionais e as elites brasileiras. A nomeação de João Goulart para o Ministério do Trabalho em 1953, sua proposição de aumento de 100% do salário mínimo e a execução dessa promessa em 1954, foram o estopim de uma crise anunciada. Desde o começo do mandato, assessores e familiares de Vargas eram acusados de tráfico de influência. A pressão da oposição e a ameaça de golpe militar somaram-se aos episódios que envolviam amigos e partidários de Vargas em atos ilícitos e resultaram no seu suicídio no dia 24 de agosto de 1954. As manifestações populares que se seguiram ao suicídio deram a dimensão exata do mito político no qual se transformaria o presidente Getúlio Vargas.


(Claudia Wassermann)
-Professora de História Contemporânea da América Latina na UFRGS e Doutora em História Social pela UFRJ-

A Carta-Testamento de Getúlio Vargas, na íntegra:

Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.

Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.

E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.

(Rio de Janeiro, 23/08/54 - Getúlio Vargas)
Carta de despedida (suposta versão verdadeira)

"Deixo à sanha dos meus inimigos o legado da minha morte. Levo o pesar de não haver podido fazer, por este bom e generoso povo brasileiro e principalmente pelos mais necessitados, todo o bem que pretendia. A mentira, a calúnia, as mais torpes invencionices foram geradas pela malignidade de rancorosos e gratuitos inimigos numa publicidade dirigida, sistemática e escandalosa. Acrescente-se a fraqueza de amigos que não me defenderam nas posições que ocupavam, a felonia de hipócritas e traidores a quem beneficiei com honras e mercês e a insensibilidade moral de sicários que entreguei à justiça, contribuindo todos para criar um falso ambiente na opinião pública do país, contra a minha pessoa. Se a simples renúncia ao posto a que fui elevado pelo sufrágio do povo me permitisse viver esquecido e tranqüilo no chão da pátria, de bom grado renunciaria. Mas tal renúncia daria ensejo para com fúria, perseguirem-me e humilharem. Querem destruir-me a qualquer preço. Tornei-me perigoso aos poderosos do dia e às castas privilegiadas. Velho e cansado, preferi ir prestar contas ao senhor, não de crimes que contrariei ora porque se opunham aos próprios interesses nacionais, ora porque exploravam, impiedosamente, aos pobres e aos humildes. Só Deus sabe das minhas amarguras e sofrimentos. Que o sangue de um inocente sirva para aplacar a ira dos fariseus. Agradeço aos que de perto ou de longe trouxeram-me o conforto de sua amizade. A resposta do povo virá mais tarde....
Getúlio Vargas "

sábado, 23 de agosto de 2008

Eleição - Maravilhas Naturais

As 7 maravilhas naturais do mundo
Amazon, River/Forest
BOLIVIA/ BRAZIL/ COLOMBIA/ ECUADOR/ FRENCH GUIANA/ GUYANA/ PERU/ SURINAME/ VENEZUELA

Você se lembra quando a gente votou para eleger as 7 maravilhas do mundo?
Pois agora, estão procurando eleger as 7 Maravilhas Naturais do mundo e todo internauta pode votar no endereço New7wonders.com. Entre os indicados do Brasil, estão o Pão de Açucar, Monte Roraima, Arquipélago de Fernando de Noronha, Quedas do Iguaçu e o rio Amazonas.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

CAMPO MOURÃO-Personalidades de sua História

Hoje inicio uma série, com a inserção de fotos de gente que ajudou e já partiu desta e daqueles que ainda estão entre nós, contribuindo com o desenvolvimento de CAMPO MOURÃO, inserindo seus nomes na história.

sábado, 16 de agosto de 2008

Dorival Caymmi "O que é que a bahiana tem"



O cantor e compositor Dorival Caymmi morreu neste sábado (16), aos 94 anos, no Rio. Ele nasceu em Salvador, em 30 de abril de 1914, filho do funcionário público Durval Henrique Caymmi e de Aurelina Cândida Caymmi, conhecida por Dona Sinhá.

A família Caymmi sempre foi ligada à música, já que seu pai tocava violão, bandolim e piano, e sua mãe gostava de cantar. Além de Caymmi, o casal teve outros três filhos: Deraldo, Diná e Dinair.

Aos seis anos, o menino Caymmi começou a freqüentar a Escola de Belas Artes, no Colégio de Dona Adalgisa. Estudou depois no Colégio Batista e, em 1926, concluiu o curso primário no Colégio Olímpio Cruz, todos na capital baiana. No ano seguinte entrou para o então ginásio, mas abandonou a escola para trabalhar no jornal "O Imparcial". Quando o jornal fechou, em 1929, ele teve que trabalhar como vendedor.

Primeira composição

Em 1933, Caymmi começou a compor marchinhas e toadas, como "No sertão", sua primeira composição. Em 1934, ele começou a ter aulas de violão com seu pai e com seu tio Cici. Em 1935, passou num concurso para escrivão da coletora estadual, cargo para o qual nunca foi nomeado. Foi nesse mesmo ano que ele começou a cantar, quando foi junto de seu primo Zezinho à Rádio Clube da Bahia. Também em 1935, ele prestou o serviço militar.

Em 1937, Caymmi resolveu ir tentar a vida no Rio de Janeiro, viajando num Ita, um pequeno navio de passageiros. Ele queria estudar jornalismo e trabalhar com desenho na então capital do país. Ele chegou a publicar seus desenhos na revista "O Cruzeiro".

Stella Maris

Um amigo o apresentou ao diretor da Rádio Tupi, Teófilo de Barros Filho, que gostou muito da voz grave do jovem Caymmi e resolveu contratá-lo. Em 1939, conheceu num programa de calouros na Rádio Nacional a sua futura mulher, a cantora Stella Maris (cujo nome real é Adelaide Tostes), quando ela cantava "Último desejo", música de Noel Rosa.

Eles se casaram em 1940 e tiveram três filhos: Dinair (Nana), nascida em 1941, Dorival (Dori), nascido em 1943, e Danilo Cândido, nascido em 1948. Todos eles se tornaram grandes nomes da música popular brasileira. Em 1943, Caymmi perdeu sua mãe. Nesse mesmo ano, passou a freqüentar o curso de desenho na Escola de Belas Artes no Rio de Janeiro.

Em 1953, foi inaugurada em sua homenagem a praça Dorival Caymmi, em Itapuã, bairro soteropolitano. Dois anos mais tarde, mudou-se com a família para São Paulo, lá vivendo por cerca de um ano e depois retornou ao Rio. Caymmi tem seis netos, Stella Teresa, Denise Maria e João Gilberto (filhos de Nana), João Vítor (filho de Dori) e Juliana e Gabriel (filhos de Danilo).

Caymmi era amigo de outro baiano famoso: o escritor Jorge Amado, morto em 2001. Como eram parecidos fisicamente, os dois costumavam ser confundidos um com o outro por fãs. Os dois compuseram juntos a música "É Doce Morrer no Mar".

Homenagens

Em 1968, ganhou do governo da Bahia uma casa na Praia de Ondina, em reconhecimento a sua importância para a cultura brasileira. Em 1972, foi agraciado no Palácio do Itamaraty (Brasília) com a comenda da Ordem do Rio Branco, em Grau de Oficial. Foi também agraciado com a comenda da Ordem do Mérito da Bahia.

Em 1984, recebeu, em comemoração de seus 70 anos, inúmeras homenagens, tais como: a edição de um CD duplo e de um álbum de desenhos patrocinado pela Funarte (Rio de Janeiro); a outorga da comenda da "Ordem das Artes e das Letras da França"; a outorga da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho (Brasília) e a outorga do título de doutor honoris causa da Universidade Federal da Bahia (Salvador). Em 1985, inaugurou a avenida Dorival Caymmi na capital baiana. Em 2001, com quase 90 anos, Caymmi voltou a compor para a televisão.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira


sexta-feira, 15 de agosto de 2008

TUDO MUDOU...

Nascemos nos anos 30, 40 e 50... foi barra para mudar todos os conceitos de várias gerações. Faz apenas 50 anos que apareceu a televisão, o chuveiro elétrico, a declaração dos direitos humanos e a revista Playboy.
Casar era pra sempre, sustentar filhos era somente até quando eles conseguissem emprego, as certezas duravam a vida toda e os homens eram os primeiros a serem servidos na mesa de jantar. As avós eram umas velhinhas, hoje, essas mulheres de 40 ou 50 anos viraram um "mulherão". Todos nos vestimos como nossos filhos. Não existem mais velhos como antigamente. Essa foi uma geração que mudou tudo.
Culpa da guerra, da pílula, da internet, da globalização, do muro de Berlim, da televisão e da tecnologia. Até morrer ficou diferente. Na minha rua havia um velhinho que morria aos poucos. Ficou uns dez anos morrendo e isto aconteceu logo depois de completar 57 anos. Hoje se morre com 80 ou aos 90 e é um vapt-vupt.
Com a pílula, a mulher teve os filhos que quis e ela sempre quis poucos. Como não conseguimos mais sustentar uma família, elas foram à luta e saíram para poder pagar a comida congelada, a luz e o telefone. Se a coisa não vai bem: é fácil a separação, difícil é pagar a pensão. Na realidade, as mães são solteiras com doze anos. Depois serão chefes de família, com muitos filhos de muitos pais.
Em 50 anos tiraram a filosofia da educação básica, e como o pensamento era reprimido pela revolução, tudo virou libertação. Pedagogia da libertação, Teologia da libertação, Psicologia da libertação. Deu no que deu. Burrice liberada. Burrice eleita. Para as pessoas de mais de 50 anos, palhaço era o Carequinha. Hoje o povo inteiro é meio palhaço, meio pateta. Ladrão era o Meneghetti e o Bandido da Luz Vermelha; hoje os ladrões tomaram conta dos palácios, da Câmara Federal e de uma cidade que não existia, chamada Brasília.
Ângela Guadagnin dançaria só na zona do baixo meretrício. Presidente da República era alfabetizado. Experiência com feijão e algodão germinando a gente fazia na escola primária e não em vôo espacial, pago a 12 milhões de dólares.

Movimento social era reunião dançante. Dia da mentira não era data nacional. Piercing quem usava era índio botocudo. Tatuagem era em criminoso do bas fond. Mansão do lago era algo de filme de terror e não lugar onde ministro divide dinheiro.
Caseiro não era mais ético do que ministro.
Quadrilha era dança junina e não razão de existir de partido político. O Clube dos Cafajestes eram uns inofensivos playboys cariocas e não um País inteiro.
As pessoas de mais de 50 estão assim meio tontas, mas vão levando. Fumaram e deixaram de fumar. Beberam whisky com muito gelo, hoje tomam água mineral Foram marxistas até descobrir quem eram Harpo, Chico e Groucho, e que o marxismo é um grande engodo.
Ninguém tem mais certeza de mais nada e a única música dos Beatles a tocar é "Help".
Pára Brasil, que os caras de mais de 50 anos querem descer!!!
Ao ler esta mensagem dá um aperto no coração só de pensar que tudo isso é verdade! Que a nossa realidade está de fazer vergonha! E o pior, será que alguém sabe o que é "vergonha"?

* Autor desconhecido *

Faça Você Mesmo o Nó de sua Gravata

Eu até hoje não sei dar nó em gravata.
Se você também não sabe, aqui está um vídeo que,
apesar de ser em espanhol,
ajuda a gente fazer direitinho um nó.

JOÃO MOHANA - médico, escritor e padre

A 12 de agosto de 1995, falecia o médico, escritor e Padre João Mohana que, a convite do amigo, Bispo Dom Eliseu Simões Mendes, esteve em Campo Mourão em 1973 proferindo palestras para casais, já que o seu tema preferido para elaboração de livros versava sobre a família.
Lembro-me dessa sua passagem por aqui, assisti suas palestras, na época eu era Diretor Administrativo da Prefeitura, gestão Dr. Renato Fernandes Silva, e fui encarregado de comprar um presente para o ilustre conferencista, adquirimos na Livraria Roma, do nosso saudoso amigo José Roberto Teixeira Pinto, um lindo porta-livros executado em pedras semipreciosas brasileiras.

O médico, escritor e padre João Mohana nasceu na cidade de Bacabal, interior do Maranhão, no dia 15 de junho de 1925. Seus pais, Miguel e Anice Mohana, eram cristãos libaneses maronitas. Alguns motivos contribuiram para que se mudassem para o Brasil, entre eles, perseguição dos turcos islamitas contra os cristãos libaneses maronitas e a área reduzida do Líbano.
Então resolveram se estabelecer nas cidades de Coroatá, Bacabal e Viana. Esta última foi o local onde João Mohana passou sua infância e grande parte da adolescência.
A juventude de Mohana foi marcada por fatos que revelaram precocemente sua liderança e solidariedade. Quando o arcebispo D. Carlos Carmelo realizou uma visita pastoral a Viana, o jovem João Mohana foi escolhido para saudá-lo. Vários espetáculos teatrais organizados na cidade tiveram a participação de João Mohana. Durante as férias do colégio, os estudantes eram convocados a participar de peças teatrais e show de variedades.
Na capital do Maranhão, os estudos ocorreram no Colégio São Luís e no Colégio Marista Maranhense. O irmão Mário o incentivou a ter noções de Psicologia, fundamental para o seu trabalho mais tarde. No decorrer de sua vida escolar, vários professores, como D. Zilda Dias, levaram-no a conhecer melhor a natureza humana através dos ensinamentos.
Arquivo
Mohana realizava pesquisas para obter livros antigos e romances famosos, fato que revela como seria desenvolvida a pesquisa em relação a "A Grande Música do Maranhão". Sempre foi criterioso. Rasgou romances que considerava imperfeitos, entre eles, "A Serra da Boa Esperança". Começou a fazer um fichário que revela sua disciplina e discernimento.
Mohana médico
No final da década de 40, por determinação de seu pai, cursou Medicina na Universidade Federal da Bahia com especialidade em Pediatria. Em São Luís, chegou a trabalhar junto com o Dr. Odorico Amaral de Matos no Departamento Estadual da Criança.
Em 1952 lançou seu primeiro livro, o romance "O Outro Caminho", pelo qual recebeu o prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras. Um livro original e, em alguns aspectos, autobiográfico. Apesar de ter sido obrigado a seguir Medicina, seu grande desejo era o sacerdócio. Este conflito médico/padre influenciou vários livros escritos por ele mais tarde.
No Maranhão desempenhou importante papel à frente da Ação Católica que tinha a presidência internacional de Luiggi Geda, e Tristão de Ataíde no âmbito nacional. Houve um redirecionamento em várias áreas e o aspecto cultural ganhou um impulso benéfico.
Após a morte do pai, entrou para o Seminário de Viamão, Rio Grande do Sul. Estava com 30 anos. No Rio de Janeiro, acontecia o XXXVI Congresso Eucarístico Internacional. Quase 2 anos depois da morte de Miguel Mohana, o jovem médico optou por "Um Outro Caminho". Escreveu até um artigo sobre o assunto. A qualidade de ser cauteloso contribuiu para preparar a mudança. A adaptação às normas do Seminário de Viamão foi resultado de um Trabalho Interior. Quando convidado a escrever sobre o cemitério da cidade, a sensibilidade anunciou o "Cemitério Interior". Um enfoque diferente que encantou a todos os seminaristas. Em 1960, tornou-se padre. O evangelho era pregado de forma atualizada e entusiasta.
O sucesso dos sermões era proveniente de seu conteúdo, espiritualidade e modernidade. Sua oratória empolgava o público. Milhares de pessoas participaram de cursos e seminários ministrados por ele em todo o Brasil.
Sua eleição para a Academia Maranhense de Letras ocorreu no dia 4 de abril de 1970. A posse, 4 meses depois, quando passou a ocupar a cadeira de No. 3.
Em 1975, o padre João Mohana fundou o movimento Juventude Universitária Autêntica Cristã (JUAC), com o objetivo de formar líderes. Movimentos que colaboraram para o desenvolvimento do Próximo e surgimento de lideranças. Este movimento colaborou para o desenvolvimento de jovens comprometidos com a cristandade.
A história de João Mohana continua. Lembranças, livros, sermões, orientações e exemplos. No dia 12 de agosto de 1995 partiu, mas cumpriu sua missão. Durante a doença, no final de sua existência, viveu tudo que colocou nos livros.
João Mohana na Internet mostra a modernidade de um homem que atingiu seus objetivos e continua atual porque soube aplicar, multiplicar e, sobretudo, compartilhar seus talentos com os jovens, os casais, os amigos, os irmãos...
Em 1957 durante uma entrevista ao Jornal "O Imparcial", João Mohana disse:
"Quero pedir aos moços maranhenses que lutem pela fidelidade à própria vocação. Que ao menos o desajustamento profissional seja evitado por um heroísmo individual, enquanto não é possível fazer mais que isso. E que os pais ajudem os filhos nessa opção, puxem a corda com eles. É uma maneira prática e bela de sabotar frustrações; o melhor tributo que se pode dar a um filho - abrir com lealdade e coragem a estrada que o levará ao lugar onde terá sol."

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Picanha Invertida do Mantelli

Dicas de churrasco

A Magia do Churrasco - Marcos Guardabassi
Não sou nenhum expert no assunto, muito pelo contrário. No máximo, tento fazer um churrasco, mas só quando não existe mais ninguém por perto com mais experiência. Mas se não sirvo para dar aulas de culinária, pelo menos achei um vídeo no qual o expert Marcos Guardabassi dá dicas de como comprar uma boa picanha para a próxima vez que você for fazer um churrasco.
Cuidado para não comer coxão-duro no lugar da picanha e boa sorte.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A Nova Carteira de Identidade dos Brasileiros

A nova carteira de identidade dos brasileiros - que deverá entrar em vigor em janeiro do ano que vem - vai reunir CPF, RG e título de eleitor em um só documento, e será chamada de RIC (Registro de Identidade Civil), a intenção é gerar um número nacional para todos os brasileiros.
Hoje, cada órgão que cuida do assunto nos estados produz um número diferente de carteira de identidade, o que possibilita uma pessoa a emitir o documento em diferentes regiões. Agora, as impressões digitais serão encaminhadas para o INI, que fará um único banco de dados.
O novo documento de identidade vai ter o tamanho de um cartão de crédito. A maior novidade é o chip, que armazena todas as informações da pessoa (como cor da pele, altura e peso) e também as impressões digitais.
A informação não é uma tinta, então nenhum reagente químico pode alterá-la, todos os dados são gravados a laser no corpo do documento.
A proposta é que, em nove anos todos os brasileiros tenham o novo registro, que vai acabar com o problema de homônimos (pessoas que têm o mesmo nome e números de registro diferentes), e principalmente com as fraudes.
Ítens de segurança como dispositivo anti-scanner, imagens ocultas e palavras impressas com tinta invisível, fotografia e impressão digital a laser e a possibilidade de armazenar no chip, informações trabalhistas, previdenciárias, criminais e o que mais for necessário, vem a ser o grande diferencial do novo documento. (
Fonte)

HORÁCIO AMARAL


Nesta madrugada, durante o temporal que desabava, lembrei-me de duas ocorrências que abalaram a nossa comunidade, a chuva de granizo que desabou sobre Campo Mourão em 25 de setembro de 1971 e o trágico acidente, do dia 07 de agosto de 1974, exatos 34 anos atrás, que vitimava o "Prefeito Escola" - Dr. Horácio Amaral. Perdi o sono e fiquei a devanear sobre a amizade que nos unia, lembrando-me das palavras de Amado Nero, de que "aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós", alegres recordações me vieram a mente, das reuniões que realizávamos todos os finais de semana, percorrendo o interior do município, quando Luiziana e Farol ainda eram distritos administrativos, inaugurando escolas, meta de seu governo que inebriava-o. Eu era o condutor dos cerimoniais de todas as solenidades da Prefeitura e era sempre uma satisfação de alegria anunciá-lo para usar da palavra, que ele sabia manusear com facilidade, prendendo a atenção dos ouvintes. Em um discurso póstumo, perante sessão do Rotary Clube Campo Mourão, do qual fazia parte, tive a oportunidade de prestar minha última homenagem ao distinto homem público e meu grande amigo, sócio honorário daquele clube de serviço, traçando um leve perfil de sua personalidade. "Esse homem dedicou parte de sua vida em benefício do semelhante, do seu próximo, da nossa comunidade. E, quando se lançou numa campanha para defender os interesses do nosso querido Paraná, foi arrancado do nosso meio de maneira trágica e violenta. Mas falemos mais intimamente do companheiro que nos deixou: Filho de Ângelo Amaral, de saudosa memória e de Ernestina Amaral, HORÁCIO AMARAL, nasceu em Mallet, neste Estado, no dia 25 de junho de 1927. Fez o curso primário na cidade natal, no Grupo Escolar “Dário Velozzo”. Após o curso primário, foi aluno do Seminário São Vicente de Paulo, na cidade de Irati, onde ficou por mais de um ano. Em 1934 iniciou o curso ginasial no Colégio “Regente Feijó”, de Ponta Grossa e, em 1946, transferiu-se para Curitiba, onde continuou os estudos no Colégio Estadual do Paraná, onde fez o curso clássico. Logo a seguir começou os estudos na Faculdade de Direito, formando-se advogado em 1954. HORÁCIO AMARAL, sempre levou vida de estudante pobre. Tanto isso é verdade que de 1943 a 1954, trabalhou em várias atividades para poder prosseguir em seus estudos, tais como: balconista, ferroviário, bancário, professor, viajante comercial, etc. Em 1954, quando cursava o último ano de Direito transferiu-se para a cidade de Assai, onde foi eleito vereador e presidente da Câmara Municipal, exercendo também o cargo de Prefeito daquela cidade, realizando excelente administração. Radicado em CAMPO MOURÃO há muitos anos, HORÁCIO AMARAL foi Prefeito do nosso Município no período de 1969 a 1972. Sua família, constituída pela dedicada esposa, Dona Déa Amaral e pelos filhos Ângela, Alba e Horácio, sempre teve ele como grande líder, bom esposo e afetuoso pai". E prossegui falando de seu governo frente a Prefeitura: "HORÁCIO teve um período administrativo em Campo Mourão, marcado por grandes realizações que perpetuarão a sua memória. Dentre elas podemos destacar a recuperação de escolas e o aumento da rede de estabelecimentos de ensino na Zona Rural, pois seu desejo era o de ver todas as crianças com seus livros debaixo do braço, rumando para as escolas, recebendo por isso o título de “PREFEITO ESCOLA”. Na sua administração foi incentivada a criação da Faculdade de Ciências e Letras (hoje uma grande realidade). Também foi inaugurado o Mercado Municipal, que agregou o comércio feirante do Município Modelo do Paraná. Os Distritos Administrativos ganharam estádios para a prática esportiva e receberam a rede de energia elétrica. A sede do Município teve ampliada a sua rede de eletricidade e de esgoto. O Grupo Escolar Dom Bosco, no Lar Paraná, o Ginásio (extensão) do Distrito de Farol, foram realizações em sua administração. O asfaltamento da cidade foi ampliado em dezenas de quilômetros quadrados a mais. A atenção para com as estradas municipais era muito grande o que caracterizava a sua administração. Os agricultores eram unânimes e afirmavam que as estradas mais bem cuidadas da região pertenciam a Campo Mourão. Esse nosso companheiro marcou sua administração, com honestidade, capacidade e espírito de luta pelos interesses dos munícipes. Com equilíbrio e imparcialidade, procurou elevar cada vez mais o nome de Campo Mourão no cenário estadual e nacional". Lembro-me, já com a voz embargada, que ainda disse: "Meus companheiros, o que mais me comove, e creio que emociona a todos, é que o maior sonho de HORÁCIO AMARAL era o de ser Deputado Estadual. Havia delineado esse projeto há quase dez anos, cultivando ESSE IDEAL com todo carinho e dedicação. Quando estava há apenas quatro meses para alcançar essa sua mais alta aspiração, foi tirado de nosso convívio. Um homem dedica quase toda sua existência cultivando um ideal, um objetivo e quando está prestes a realizá-lo, falece em condição trágica". Hoje, no aniversário de sua partida, presto esta homenagem a esse grande vulto que passou pela História de Campo Mourão, como disse lá no Rotary "ao inesquecível HORÁCIO AMARAL, homem simples que estendia a mão a todos que o procurava, um homem humilde que sabia entender as pessoas, homem prestativo que, acima de tudo e como rotariano, “DEU DE SI SEM PENSAR EM SI”. "De vez em quando a eternidade sai do teu interior e a contingência substitui-a com o seu pânico. São os amigos e conhecidos que vão desaparecendo e deixam um vazio irrespirável. Não é a sua ‘falta’ que falta, é o desmentido de que tu não morres." (Ferreira, Vergílio).

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

SOLJENITZINE

Faleceu Alexandre Soljenitzine, um dos maiores escritores russos. A sua biografia coincide fortemente com a história do seu povo no século XX e no início do séc. XXI, diria mesmo que se trata de um dos seus espelhos mais fiéis.

Soljenitzine combateu na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi ferido e condecorado, tal como milhões soldados soviéticos. Tal como milhões de cidadãos soviéticos, passou pelos campos de concentração estalinistas por, em cartas a um amigo, criticar o ditador José Estaline.

Após doze anos de GULAG, Soljenitzine vai dar aulas para uma escola da província russa, iniciando, paralelamente, a sua atribulada carreira literária. Em 1962, a publicação do seu conto "Um dia na vida de Ivan Denissovitch" provocou um autêntico abalo na vida literária e social do seu país.

Depois voltaram novamente as perseguições e o desterro, desta vez para o Ocidente, onde Soljenitzine publica as suas obras mais revelantes "O Pavilhão dos Cancerosos", "O Arquipélago de GULAG", etc., etc.

O escritor russo foi daqueles que viram cair o inimigo que combatia: o comunismo, e regressaram ao seu país. Nesta luta, Soljenitzine ganhou o respeito de todas as vítimas e adversários do estalinismo.

Soljenitzine regressou em 1994, mas não se envolveu diretamente na luta política, tendo optado pelo papel de profeta que vive retirado na sua casa da província e que revela as suas idéias e propostas através das suas obras. O escritor tentou encontrar uma fórmula para reconstruir, relançar a sua Rússia. Não é por acaso que uma das suas primeiras obras depois do regresso se intitula: "Como reorganizar a Rússia?".

E, neste campo, a sua herança é muito contraditória. Soljenitzine, por paradoxal que pareça, tentou encontrar o futuro da Rússia, a idéia nacional, no regresso a instituições pré-revolucionárias, ou seja, que existiram até 1917. Nesse sentido, o escritor teve o apoio dos monárquicos e ultra-conservadores. Na sua obra "Duzentos Anos Juntos", o escritor repete um dos erros do governo pré-revolucionário russo ao embarcar no anti-semitismo.

Mas é essa linha do pensamento que o leva também a apoiar a guerra na Tchetchénia e, posteriormente, a política de Vladimir Putin.

À primeira vista, parece uma aliança estranha: Soljenitzine, vítima dos serviços secretos soviéticos (KGB) e Putin, representante desses serviços. Mas não é o caso, porque a base dessa aliança está noutro plano: no renascimento e no engrandecimento da Rússia.

Os antigos dissidentes soviéticos e políticos liberais não lhe podem perdoar esse passo, mas Soljenitzine e Putin representam os pensamentos, os anseios da maioria da população.

Por enquanto, ainda é cedo para avaliar a extensa herança cultural, filosófica, literária deixada por Alexandre Soljenitzine. Tal como todos os escritores geniais, ele é problemático, complexo.

Distinguido com o Nobel, não foi a Estocolmo recebê-lo

Nascido a 11 de Dezembro de 1918 no Cáucaso, Soljenitsin aderiu aos ideais revolucionário bolcheviques daquele tempo, estudou Matemática e tomou parte como artilheiro na II Guerra Mundial, contra o III Reich. Dos campos de batalha, em 1941, aos campos de concentração, em 1945, foi um passo, por ter ousado criticar a competência bélica do ditador Estaline. Libertado em 1953, foi exilado para a Ásia Central, onde começou a escrever, viajando depois para Riazan, a duas centenas de quilômetros de Moscovo, para ser professor.

O sucessor de Estaline, Nikita Khrutchev, deu "luz verde" à publicação - na revista "Novy Mir" - de "Um Dia na Vida de Ivan Denissovitch", relato do quotidiano de um recluso nos gulag, editado a 18 de Novembro de 1962. Uma onda de choque sacudiu a Rússia e a comunidade internacional, que abriu os olhos para uma realidade até então desconhecida. Tinha caído um tabu. Soljenitsin continuou a escrever, mas livros como "O Pavilhãos dos Cancerosos", ou "O Primeiro Círculo", tiveram de ser publicados clandestinamente e no estrangeiro.

O Nobel da Literatura foi-lhe atribuído em 1970, mas declinou ir recebê-lo a Estocolmo com receio de não poder regressar à Rússia, então sob o pulso de Brejnev. Uma nova onda de entusiasmo varreu o mundo, para fúria do Kremlin, que expulsou Soljenitsin para o Ocidente, tendo-se radicado finalmente em Vermont, nos EUA.

Fonte: O Público
e blogdasanta