terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Impressões luso brasileiras. Falar português

escrita221

por Andrei Barros Correia*
Procurador Federal

Pensei em chamar esse texto Lusofonia, mas seriam duas palavras muito parecidas, muito próximas. Dizem que as repetições de palavras devem ser evitadas, pois os efeitos estilísticos são ruins. A regra não deve ser assim tão absoluta e, se for, é desobedecida frequentemente. O primeiro período do texto fornece um exemplo.

Talvez a regra aplique-se às palavras menos comuns, ou cuja repetição é inevitável, mas continuo sem saber como delimitar a sua aplicação. O fato é que me pareceu melhor chamar a língua por seu nome próprio, o nome que serve a ela e à nação onde ela surgiu. De toda forma, a repetição evitada com a utilização de sinônimo termina resultando no mesmo e pode ter sido vã minha preocupação.

A língua está aqui a propósito do signiicado que tem para o povo que a utiliza. Ela pode ser muito mais que o código usado por um grupo para comunicar-se e ainda pode ser mais que um elemento comum de identificação desse povo. Pode ser indissociável desse povo, no sentir das pessoas. O português não é indissociável dos brasileiros, dos moçambicanos, dos angolanos, dos caboverdianos e, principalmente, dos timorenses.

Nós, brasileiros, somos, entre outras coisas, identificados pelo uso do idioma português, mas ele não é originalmente nosso, não foi nossa criação. Talvez pertençamos mais a ele, que ele a nós. Antes que se vejam motivos para me acusar de alguma comparação desfavorável aos recebedores do idioma, quero advertir que não vai aqui algum juízo de valor dessa espécie. Os norte-americanos, por exemplo, ainda são a nação mais poderosa do mundo e poderiam ser objeto da mesma abordagem.

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