José Augusto Valente publicou em seu blog logística de transportes o artigo "Gestão do Transporte Colaborativo: uma nova ferramenta de auxílio à logística" de autoria de Vanina Macowski Durski Silva - Mestre Engenheira de Produção e doutoranda em Engenharia de Produção na área de Logística e Transporte pela UFSC, que abaixo transcrevemos.
Este estudo faz parte do desenvolvimento da tese da autora.
Gestão do Transporte Colaborativo: uma nova ferramenta de auxílio à logística.
A gestão da cadeia de suprimentos (GCS) atua na gestão das múltiplas relações ocorrentes na cadeia de suprimentos, isto é, nas redes de organizações envolvidas em criar serviços e produtos ao consumidor final. Quando se fala em cadeia de suprimento, se pensa imediatamente no fluxo de materiais formado por insumos, componentes e produtos acabados. Deste modo, considerando os diversos elos existentes na composição da cadeia logística, pode-se dizer que a atividade do transporte é uma das mais significativas da cadeia, pois é através do transporte que é possível sincronizar a disponibilidade de matéria prima no local certo para a produção, dos produtos finais nos centros de distribuição e posteriormente ao cliente final. A função do transporte, portanto, é buscar o equilíbrio nos processos de disponibilização dos produtos, procurando atender as datas e locais de entrega da melhor maneira possível. Os trabalhos entre os participantes da cadeia de suprimentos historicamente apresentam conflitos nos canais de negociação, tentando cada elo minimizar seus custos próprios e assim, o ótimo isolado dos estágios individuais não leva ao ótimo global da cadeia de suprimentos. Uma solução para isso é a implementação de uma abordagem relativamente nova conhecida como gestão do transporte colaborativo (Collaborative Transportation Management-CTM) que pode ser obtida, por exemplo, através da inserção de um agente principal (operador logístico) na cadeia logística que organize as transações entre os elos existentes. Em geral as empresas implementam o CTM por 2 motivos principais: forças externas que guiam o mercado tais como competição e tendência atual e; intenções estratégicas individuais da firma, tais como desejo de compartilhar riscos, recursos do grupo e aumento da utilização dos recursos. O operador logístico deve ser de confiança para poder ter acesso a dados restritos das empresas de manufatura, dentre eles o custo marginal de se atrasar ou adiantar a entrega da produção ao cliente final e, com isso ser capaz de elaborar um plano de roteirização, seja terrestre, aérea ou marítima, que realize o transporte da mercadoria entre um ponto de origem e outro de destino, passando ou não pelos demais pontos existentes no percurso e, definindo se há necessidade de descarregamento da mercadoria nestes pontos até que o próximo embarque seja realizado de modo que o custo de transporte do sistema seja minimizado. Dado que existe demanda pelo transporte por parte de diferentes empresas, o operador logístico deve buscar na rede de transporte, o melhor arranjo para o sistema total, buscando o equilíbrio entre os ganhos de uma empresa e as perdas de outra; ou seja, a perda de uma empresa (seja em atrasos ou adiantamento do despacho) deve ser coberta pelos ganhos de outra. Por exemplo: deve-se considerar a taxa de chegada de contêineres nos navios das companhias de navegação, as capacidades existentes nos navios no intuito de verificar a probabilidade de conseguir atender a demanda por parte das empresas contratantes. São várias as dificuldades e os fatores impactantes na decisão da escolha do modal e da companhia a ser utilizada para realizar o transporte internacional: tipos e valores de fretes, seguros, distância entre os portos, acordos entre empresas, tempo de percurso, etc. Assim, sendo a movimentação de mercadorias um dos itens da composição dos custos unitários do processo produtivo e os transportes marítimos a modalidade de transporte menos onerosa, podem eles constituir fator ponderável na diminuição dos custos, no aumento das vendas e, finalmente, na prosperidade econômica dos países, tanto mais que, de uma maneira geral, incidem eles em todas as fases do processo produtivo, que vai desde a movimentação da matéria-prima até a distribuição do produto acabado aos centros de consumo. Existindo tais preocupações citadas anteriormente, faz-se imprescindível a gestão do transporte colaborativo entre as indústrias de manufatura, que necessitam transportar sua produção e, operador logístico, que será responsável por melhor distribuir as cargas nos navios e rotas de navegação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário