quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Liberace Show - 1969

TICO TICO NO FUBÁ - Zequinha de Abreu

L I B E R A C E
Nascido em West Allis, Wisconsin em 1919, Walter/Wladziu Valentino Liberace era um dos 3 filhos de um casal muito musical. O pai italiano, Salvatore, era trompetista e tocava na banda do conhecido John Phillip Sousa e a mãe, polonesa, era pianista. Os irmãos George e Angie também eram dotados para as artes.

Tudo parecia levar Liberace ao caminho da música clássica, quando o pianista polonês Ignace Paderewski visitou a família. Impressionado com tanto talento e brilho, indicou Walter para uma bolsa de estudos no Wiscosin Conservatory of Music, mas ele continuou a receber aulas particulares. Foi Florence Bettray Kelly, do staff de Paderewski que cuidou da carreira clássica de Liberace dos 14 aos 20 anos, quando tornou-se solista da Orquestra Sinfônica de Chicago.

Em 1940, passou a tocar no Salão Persa do Plaza Hotel de Nova York e, sete anos depois - ainda orientado pela equipe de Paderewsk - voltou aos palcos mas já com sua marca pessoal: um piano de cauda decorado com candelabros e sem os dois prenomes. Apenas Liberace.

Em 1950, atuou no filme "South Sea Sinner," com Shelley Winters.

Uma noite, quando se apresentava no San Diego Del Coronado Hotel, estava na platéia um produtor de TV, Don Fedderson, que percebeu o potencial comercial de Liberace e o levou para participar de um programa onde cobriria a ausência do acompanhante de Dinah Shore.

Ícone Kitsch
A audiência cresceu de tal forma que o programa rendeu-lhe dois prêmios Emmy. A carreira na TV deslanchou e Liberace ganhou espaço para ter seu próprio programa, exibido para uma cadeia de 217 emissoras e retransmitido para 20 países. A grande empatia com os fãs e o desembaraço com que se comunicava o tornaram o primeiro ídolo mediático. Processou jornais e revistas que insinuavam sua homossexualidade.

Em 1953, fez temporadas com casas lotadas no Carnegie Hall e Madison Square Garden, superando recordes de público também no Hollywood Bowln e no Chicago's Soldiers Field. Audiências de mais de cem mil pessoas nos tempos pré-pré-pré-pré-pré globalização eram consideradas milagrosas.

Em 1955, atuou no filme "Sincerely Yours". Colecionava pianos e, consta, comprou um que pertenceu a Chopin.

Voltando ao seu fiel público televisivo em 1960, fez várias series de shows na cadeia ABC e, oito anos depois, trabalhou na Inglaterra e na Austrália, onde se tornou um ídolo. Escreveu um livro sobre culinária, que teve sete edições. Em 1976, a Editora Grosset & Dunlap publicou sua autobiografia.

Quatro vezes, de 1976 a 1979, foi escolhido tecladista do ano pelo respeitado Contemporary Keyboard Magazine.

Liberace voltou à televisão em 1978 com seu show especial para a CBS, relançado em 1979.

Fundação e Museu

Em 1976, Liberace inaugurou a organização sem fins lucrativos “Liberace Foundation for the Performing and Creative Arts” , em Las Vegas, que oferece bolsas de estudo e cursos de especialização para jovens talentos garimpados em high schools e universidades dos Estados Unidos. Também cuida dos licenciamentos envolvendo a figura do artista e, no seu site, vende produtos personalizados, como os tênis em forma de teclados, bolsas, carteiras de notas, replicas das roupas e jóias do pianista, coleção de CDs, vídeos e DVDs e…….candelabros de todas as formas e tamanhos.

Liberace faleceu em 4 de fevereiro de 1987.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

ARROZ PARBOILIZADO


A palavra parboilizado teve origem na adaptação do termo inglês parboiled, proveniente da aglutinação de partial + boiled, ou seja, "parcialmente fervido".
Não se trata de arroz parafinado, ou colado, como muitos pensam. O processo de parboilização baseia-se no tratamento hidrotérmico a que é submetido o arroz em casca, pela ação tão somente da água e do calor, sem qualquer agente químico.
A parboilização é realizada através de três operações básicas:
1. Encharcamento: o arroz em casca é colocado em tanques com água quente por algumas horas. Neste processo, as vitaminas e sais minerais que se encontram na película e germe, penetram no grão à medida que este absorve a água.
2. Gelatinização: Processo Autoclave - o arroz úmido é submetido a uma temperatura mais elevada sob pressão de vapor, ocorrendo uma alteração na estrutura do amido. Nesta etapa, o grão fica mais compacto e as vitaminas e sais minerais são fixados em seu interior.
3. Secagem: O arroz é secado para posterior descascamento, polimento e seleção.
Suas vantagens são:Rico em vitaminas e sais minerais, devido ao processo de parboilização;Quando cozido, fica sempre soltinho;Rende mais na panela;Requer menos óleo no cozimento;Pode ser reaquecido diversas vezes, mantendo suas propriedades;Alto grau de higiene no processo de industrialização;Conserva-se por mais tempo.
O Brasil detém a tecnologia de parboilização mais avançada do mundo!

Fonte: Novas do Gatto

Barril de Chope (1937)

Big Brother - completa perda do pudor

Programas como Big Brother indicam a completa perda do pudor, ausência de noção do que cabe permanecer entre quatro paredes. Desfazer-se a diferença entre o que deve ser exibido e o que deve ser ocultado. Assim, expõe-se ao grande público a realidade íntima das pessoas por meios virtuais, com absoluto desvelamento das zonas de exclusividade. A privacidade passa a ser vivida no espaço público.

O Big Brother Brasil, a Baixaria Brega do Brasil, faz de todos os telespectadores voyeurs de cenas protagonizadas na realidade de uma casa ocupada por pessoas que expõem publicamente suas zonas de vida mais íntima, em busca de dinheiro e sucesso. Tentei acompanhar o programa. Suportei apenas dez minutos: o suficiente para notar que estes violadores da própria privacidade falam em péssimo português obviedades com pretenso ar pascaliano, com jeito ansioso de serem engraçadamente profundos.

Mas o público concede elevadas audiências de 35 pontos e aciona, mediante pagamento da ligação, 18 milhões de telefonemas para participar do chamado "paredão", quando um dos protagonistas há de ser eliminado. Por sites da internet se pode saber do dia-a-dia desse reino do despudor e do mau gosto. As moças ensinam a dança do bumbum para cima. As festas abrem espaço para a sacanagem geral. Uma das moças no baile funk bebe sem parar. Embriagada, levanta a blusa, a mostrar os seios. Depois, no banheiro, se põe a fazer depilação. Uma das participantes acorda com sangue nos lençóis, a revelar ter tido menstruação durante a noite. Outra convivente resiste a uma conquista, mas depois de assediada cede ao cerco com cinematográfico beijo no insistente conquistador que em seguida ridiculamente chora por ter traído a namorada à vista de todo o Brasil. A moça assediada, no entanto, diz que o beijo superou as expectativas. É possível conjunto mais significativo de vulgaridade chocante?

Instala-se o império do mau gosto. O programa gera a perda do respeito de si mesmo por parte dos protagonistas, prometendo-lhes sucesso ao custo da violação consentida da intimidade. Mas o pior: estimula o telespectador a se divertir com a baixeza e a intimidade alheia. O Big Brother explora os maus instintos ao promover o exemplo de bebedeiras, de erotismo tosco e ilimitado, de burrice continuada, num festival de elevada deselegância.

O gosto do mal e mau gosto são igualmente sinais dos tempos, caracterizados pela decomposição dos valores da pessoa humana, portadora de dignidade só realizável de fixados limites intransponíveis de respeito a si própria e ao próximo, de preservação da privacidade e de vivência da solidariedade na comunhão social. O grande desafio de hoje é de ordem ética: construir uma vida em que o outro não valha apenas por satisfazer necessidades sensíveis.

Proletários do espírito uni-vos, para se libertarem dos grilhões da mundialização, que plastifica as consciências.

Miguel Reale Júnior, advogado, professor titular da Faculdade de Direito da USP, membro da Academia Paulista de Letras.

Artigo do Prof. MIGUEL REALE JÚNIOR sobre o "BBB"

O Estado de São Paulo, 02 de fevereiro de 2009

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O que é agnotologia?

Quando informação demais significa menos conhecimento.

Você já ouviu falar em agnotologia? Trata-se do estudo da construção da ignorância. É um fenômeno que tem afetado grande parte do mundo e pouco é observado.

O estudo mostra que quanto mais informação temos, menos sabemos. Há alguns anos o problema era o contrário: a falta de informação. No entanto, como
tudo em excesso faz mal (até água), informação demais pode, ao invés de informar, desinformar.

2008, afinal, foi um dos anos mais quentes ou mais frios dos útlimos tempos?

O processo de construção da ignorância acontece porque existem dezenas de estudos sobre o assunto e muitos que contradizem informações de outros. Com isso a sociedade fica em dúvida sobre alguns fatos.

As pessoas que têm conhecimento sobre o fênomeno da agnotologia chegam a se aproveitar disso para lançar mentiras e, propositalmente, confudir o povo. A matéria publicada na edição 71 da Revista da Semana dá o exemplo dos republicanos. Eles gastaram milhões para passar a mensagem de que o democrata Barack Obama era muçulmano.

Pessoas ignorantes, portanto, não são mais aquelas que não estudam ou que não procuram se informar, mas sim aquelas que se informam demais e não organizam a enchente de conteúdo na sua cabeça a afim de ligar idéias e fundamentos. A solução é saber onde encontrar a informação certa.

Os meios de comunicação, sem dúvida, ajudam na construção da ignorância. Eles, porém, também podem ajudar a desmontar as falsas verdades.

“Já passamos pela revolução da informação. Está na hora da revolução da desinformação. [...] Saber o que pensávamos saber parece ter se tornado o grande desafio dos dias de hoje.”

fonte: Blogddi

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

OLHA O CARNAVAL AÍ, GENTE!!!

O Brasil é conhecido como o "país do carnaval" e, como bons brasileiros, devemos saber um pouco sobre essa festa que contagia muita gente daqui e de diversas partes do mundo.

HISTÓRIA E ETIMOLOGIA

Para alguns pesquisadores o Carnaval tem raízes históricas que remontam aos bacanais e a festejos similares em Roma; alguns historiadores mais ousados chegam mesmo a relacionar o Carnaval a celebrações em homenagem à deusa Ísis ou ao deus Osíris, no Antigo Egito. Outra corrente acredita que a festa iniciou-se com a adoção do calendário cristão.

A festa carnaval teve seus primeiros relatos em Roma XI. Em Roma havia uma festa, a Saturnália, em que um carro no formato de navio abria caminho em meio à multidão, que usava máscaras e promovia as mais diversas brincadeiras. Essa festa foi incorporada pela Igreja Católica, e segundo alguns a origem da palavra Carnaval é carrum navalis (carro naval). Essa etimologia, entretanto, já foi contestada. Atualmente a mais aceita é a que liga a palavra "Carnaval" à expressão carne levare, ou seja, afastar a carne, uma espécie de último momento de alegria e festejos profanos antes do período triste da quaresma.

Em 1091 a data da Quaresma foi definitivamente estabelecida pela Igreja Católica; como consequência indireta disso, o período de Carnaval se estabeleceu na sociedade ocidental, sofrendo, entretanto, certa oposição da Igreja, na Europa. Embora alguns papas tenham permitido o festejo, outros o combateram vivamente, como o Papa Inocêncio II.

À seqüência do Renascimento o Carnaval adotou o baile de máscaras, e também as fantasias e carros alegóricos. Ao caráter de festa popular e desorganizada juntaram-se outros tipos de comemoração e progressivamente a festa foi tomando o formato atual.

O Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar que tem suas origens na Antiguidade e recuperadas pelo Cristianismo, que começava no dia de Reis (Epifania) e acabava na Quarta-feira de cinzas, às vésperas da Quaresma. O período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne nada vale" dando origem ao termo "Carnaval". Durante o período do Carnaval havia uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo, de acordo com seus costumes. O Carnaval moderno, feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.

CARNAVAL NO BRASIL

Quem trouxe o carnaval ao Brasil foram os portugueses, por volta de 1750. Nessa época, a festa era chamada de entrudo, palavra que vem do latim introitu e significa entrada, pois a comemoração começava na entrada (início) da Quaresma.

Mais tarde, surgiram as máscaras, as fantasias e as marchinhas. A serpentina (de origem francesa) e o confete (de origem espanhola) que enfeitam os bailes de salão chegaram ao Brasil em 1892.

Algumas fantasias, como as de Pierrô, Colombina, Arlequim e Rei Momo são bastante tradicionais, principalmente nos bailes de salão. Mas, mesmo com todo o sucesso desses bailes, o carnaval de rua é cada vez mais procurado e ainda preserva parte do folclore brasileiro.

Desde o início do carnaval brasileiro, muitas pessoas o comemoram nas ruas. Foram assim que apareceram os blocos e os cordões, grupos que cantavam músicas próprias e que deram origem às escolas de samba.


CARNAVAL EM CAMPO MOURÃO

“Campo Mourão, a exemplo das cidades brasileiras, também comemora a festa do Carnaval. No sábado houve o desfile de rua dos blocos pela ordem: bloco "Dinâmica", na categoria Iniciante e o enredo "Carnaval Alegre e Sadio". Em seguida os blocos, "União Cidade Nova" com o enredo, " Meio Ambiente-Vida que te quero viva"; BUp´s, "Vamos para a avenida Desfilar e Carnavalizar- Uma História de Criança-Bup´s 10 anos" e depois, o "Cai Nessa", com o enredo - "A comunicação está no Ar. Se liga que o Cai Nessa vai passar- homenagem aos 50 anos da Rádio Colmeia".

Eu que sempre fui avesso a essa festança, tive o privilégio de participar no carro alegórico do “Cai Nessa”, juntamente com os companheiros radialistas: Coronel Bastião, nascido Benedito Ferreira de Freitas, apresentador do seu "Rancho do Coronel Bastião", Joãozinho Batista, um dos técnicos de som mais antigos do rádio brasileiro, Pedro Teixeira e, Eloi Bonkóski, representando seu pai Erwin, que foi proprietário da Colmeia na década de 1960, sendo homenageado pelo grupo dirigente do bloco, capitaneado pelo Birão Rodrigues.

Confesso que foi uma surpresa agradável, em cima do carro alegórico, desfilando pela Avenida Irmãos Pereira. Lá de cima vendo a multidão aos lados da passarela, identificando muitos conhecidos que nos aplaudiam, em homenagem aos 50 anos da Rádio Colméia, da qual tive a honra de ser o seu primeiro locutor, foi para mim uma satisfação inusitada integrar o cortejo carnavalesco deste ano.

Realmente a emoção foi incontida, que resumo nos versos deste poema de Mena Moreira:

No carnaval,
Quero tirar a máscara
Me despir da fantasia de palhaço
Que exibo o ano inteiro!
Quero, de cara limpa,
Cair na folia
Viver a alegria
Dos três dias
Quero esquecer que sou palhaço
De uma sociedade massificada
De valores deturpados
Verdades mascaradas
Sentimentos massacrados
Pessoas manuseadas...
No carnaval!?...
Quero esquecer tudo isso...
Me abrir em sorriso
Afinal, pelo menos três dias,
Ser feliz é preciso!...”

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Carnavalescos homenageiam a Rádio Colmeia

"A comunicação está no Ar. Se liga que o CAI NESSA vai passar - homenagem aos 50 anos da Rádio Colmeia". Este é o enredo do Bloco Cai Nessa, capitaneado por Birão Rodrigues, que promete sacudir a avenida neste sábado à noite em Campo Mourão no Carnaval 2009. A Avenida Irmãos Pereira será palco de uma das maiores festas populares da "Capital do Centro Oeste do Paraná".

Trata-se de uma homenagem justíssima à primeira emissora mourãoense, destaque no livro "Campo Mourão – Centro do Progresso" do historiador, pesquisador, radialista Pedro da Veiga, nas páginas 167, 168 e 169-(citação de Ilivado Duarte em seu blog).

Instalada por Otávio Rotille, a Rádio Colmeia de Campo Mourão, com o prefixo ZYS-63, iniciou suas atividades, ainda em caráter experimental, no dia 20 de agosto de 1958, tendo como fucionários pioneiros: Pedro da Veiga (primeiro locutor contratado), Prof. Hainz Ravache, Aroldo Tissot e José Ambrósio Neto (de Maringá, primeiro gerente da emissora) locutores; Elza Brizola Maciel, programadora; Eloy Maciel, cronista e comentarista esportivo; Oswaldo Moraes e Raimundo Spaki, técnicos de som: Carlos Marek, radiotelegrafista do Correio, que captava o noticiário externo e repassava para divulgação através do Jornal Falado "O MUNDO EM FÓCO", noticioso da época da Colmeia e Natália Domanski, secretária.

Roberto Brzezinski (Prefeito), J. Ambrósio Neto, Pedro da Veiga, Olivier Borgo Neves,
Elza Brizola Maciel, Oswaldo Moraes, Aroldo Tissot, Natália Domanski e
Antonio Teodoro de Oliveira - Natal de 1958 - confraternização

da Rádio Colmeia, ainda em caráter experimental.


Elza Brizola Maciel (discotecária) e Eloy Maciel
cronista e comentarista esportivo


No dia 02 de agosto de 1959, deu-se a inauguração oficial da Rádio Colmeia, funcionando na Rua Brasil, esquina com a Avendia Irmãos Pereira, Edifício Gênero, sob a direção do Senhor Olivier Borgo Neves, arrendatário da Rádio, mais tarde as instalçoes foram deslocadas para a mesma Rua na esquina com a Avenida Capitão Indio Bandeira, no Edifício Mourão e, depois, para o Edifício do Cine Plaza (hoje Igreja Universal), o
nde se encontram instalados novamente hoje os seus estúdios e escritórios, transferidos do Edifício Antares.

Luiz Gonçalves e Pedro da Veiga
(brindando no dia da inauguração da Rádio Colmeia)


Em 1962, a Rádio Colmeia passou a pertencer ao Senhor Erwin Bonkoski, proprietário da Rádio Colombo de Curitiba, designando Dona Elza Brizola Maciel para dirigi-la, e mais tarde Doracy Scorsato passou a gerenciá-la.
Atualmente o
controle acionário dessa empresa radiodifusora encontra-se em mãos de um grupo, tendo à frente a Senhora Hozana Tezelli.

1970-radialistas em confratenização: Pedro da Veiga, Erwin Bonkoski, Doracy Scorsato,
Brasilisio Pereira de Lima (Zé Mané), Wille Bathke Jr. e Antonio Reinisz.


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

MOURÃOENSE QUE BRILHA

Vanina Macowski Durski Silva
Eis uma mourãoense que brilha, filha de meu amigo Juma Durski, neta dos saudosos pioneiros João (Janguito) Durski Silva e Nicolau Macowski, com os quais mantivemos laços de amizades.

José Augusto Valente publicou em seu blog logística de transportes o artigo "Gestão do Transporte Colaborativo: uma nova ferramenta de auxílio à logística" de autoria de Vanina Macowski Durski Silva - Mestre Engenheira de Produção e doutoranda em Engenharia de Produção na área de Logística e Transporte pela UFSC, que abaixo transcrevemos.

Este estudo faz parte do desenvolvimento da tese da autora.


Gestão do Transporte Colaborativo: uma nova ferramenta de auxílio à logística.

A gestão da cadeia de suprimentos (GCS) atua na gestão das múltiplas relações ocorrentes na cadeia de suprimentos, isto é, nas redes de organizações envolvidas em criar serviços e produtos ao consumidor final. Quando se fala em cadeia de suprimento, se pensa imediatamente no fluxo de materiais formado por insumos, componentes e produtos acabados. Deste modo, considerando os diversos elos existentes na composição da cadeia logística, pode-se dizer que a atividade do transporte é uma das mais significativas da cadeia, pois é através do transporte que é possível sincronizar a disponibilidade de matéria prima no local certo para a produção, dos produtos finais nos centros de distribuição e posteriormente ao cliente final. A função do transporte, portanto, é buscar o equilíbrio nos processos de disponibilização dos produtos, procurando atender as datas e locais de entrega da melhor maneira possível.

Os trabalhos entre os participantes da cadeia de suprimentos historicamente apresentam conflitos nos canais de negociação, tentando cada elo minimizar seus custos próprios e assim, o ótimo isolado dos estágios individuais não leva ao ótimo global da cadeia de suprimentos. Uma solução para isso é a implementação de uma abordagem relativamente nova conhecida como gestão do transporte colaborativo (Collaborative Transportation Management-CTM) que pode ser obtida, por exemplo, através da inserção de um agente principal (operador logístico) na cadeia logística que organize as transações entre os elos existentes. Em geral as empresas implementam o CTM por 2 motivos principais: forças externas que guiam o mercado tais como competição e tendência atual e; intenções estratégicas individuais da firma, tais como desejo de compartilhar riscos, recursos do grupo e aumento da utilização dos recursos.

O operador logístico deve ser de confiança para poder ter acesso a dados restritos das empresas de manufatura, dentre eles o custo marginal de se atrasar ou adiantar a entrega da produção ao cliente final e, com isso ser capaz de elaborar um plano de roteirização, seja terrestre, aérea ou marítima, que realize o transporte da mercadoria entre um ponto de origem e outro de destino, passando ou não pelos demais pontos existentes no percurso e, definindo se há necessidade de descarregamento da mercadoria nestes pontos até que o próximo embarque seja realizado de modo que o custo de transporte do sistema seja minimizado.

Dado que existe demanda pelo transporte por parte de diferentes empresas, o operador logístico deve buscar na rede de transporte, o melhor arranjo para o sistema total, buscando o equilíbrio entre os ganhos de uma empresa e as perdas de outra; ou seja, a perda de uma empresa (seja em atrasos ou adiantamento do despacho) deve ser coberta pelos ganhos de outra. Por exemplo: deve-se considerar a taxa de chegada de contêineres nos navios das companhias de navegação, as capacidades existentes nos navios no intuito de verificar a probabilidade de conseguir atender a demanda por parte das empresas contratantes.

São várias as dificuldades e os fatores impactantes na decisão da escolha do modal e da companhia a ser utilizada para realizar o transporte internacional: tipos e valores de fretes, seguros, distância entre os portos, acordos entre empresas, tempo de percurso, etc. Assim, sendo a movimentação de mercadorias um dos itens da composição dos custos unitários do processo produtivo e os transportes marítimos a modalidade de transporte menos onerosa, podem eles constituir fator ponderável na diminuição dos custos, no aumento das vendas e, finalmente, na prosperidade econômica dos países, tanto mais que, de uma maneira geral, incidem eles em todas as fases do processo produtivo, que vai desde a movimentação da matéria-prima até a distribuição do produto acabado aos centros de consumo.

Existindo tais preocupações citadas anteriormente, faz-se imprescindível a gestão do transporte colaborativo entre as indústrias de manufatura, que necessitam transportar sua produção e, operador logístico, que será responsável por melhor distribuir as cargas nos navios e rotas de navegação.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Impressões luso brasileiras. Falar português

escrita221

por Andrei Barros Correia*
Procurador Federal

Pensei em chamar esse texto Lusofonia, mas seriam duas palavras muito parecidas, muito próximas. Dizem que as repetições de palavras devem ser evitadas, pois os efeitos estilísticos são ruins. A regra não deve ser assim tão absoluta e, se for, é desobedecida frequentemente. O primeiro período do texto fornece um exemplo.

Talvez a regra aplique-se às palavras menos comuns, ou cuja repetição é inevitável, mas continuo sem saber como delimitar a sua aplicação. O fato é que me pareceu melhor chamar a língua por seu nome próprio, o nome que serve a ela e à nação onde ela surgiu. De toda forma, a repetição evitada com a utilização de sinônimo termina resultando no mesmo e pode ter sido vã minha preocupação.

A língua está aqui a propósito do signiicado que tem para o povo que a utiliza. Ela pode ser muito mais que o código usado por um grupo para comunicar-se e ainda pode ser mais que um elemento comum de identificação desse povo. Pode ser indissociável desse povo, no sentir das pessoas. O português não é indissociável dos brasileiros, dos moçambicanos, dos angolanos, dos caboverdianos e, principalmente, dos timorenses.

Nós, brasileiros, somos, entre outras coisas, identificados pelo uso do idioma português, mas ele não é originalmente nosso, não foi nossa criação. Talvez pertençamos mais a ele, que ele a nós. Antes que se vejam motivos para me acusar de alguma comparação desfavorável aos recebedores do idioma, quero advertir que não vai aqui algum juízo de valor dessa espécie. Os norte-americanos, por exemplo, ainda são a nação mais poderosa do mundo e poderiam ser objeto da mesma abordagem.

Leia texto completo

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

DIA DO REPÓRTER

16 de Fevereiro

Parabéns a essa valorosa classe que presta relevantes serviços a comunidade.

Repórter

A informação é um bem público e, por isso, deve passar por uma triagem que garanta a sua plena veiculação, atendendo a interesses públicos.

Por isso, o repórter deve ser um profissional guiado pela ética e preocupado com a veracidade das notícias que circulam.

O processo de criação de uma reportagem, além de criativo, tem uma técnica que parte do princípio de um público diverso terá contato com tais informações.

Dessa maneira, o repórter deve escrever de maneira simples, que se aproxime de uma população inteira, mas que não seja simplista, respeitando as regras gramaticais e semânticas.

O jornalismo nasceu na mídia impressa, mas hoje se estabelece em diversos meios de mídia eletrônica.

Portanto, o repórter pode trabalhar tanto no rádio como na televisão e, ultimamente, até mesmo na internet.

Na elaboração de notícias para divulgação, o repórter deve priorizar a atualidade da notícia, assim como divulga-la com objetividade, desvinculando o jornalismo da literatura.

A ética do repórter não está ligada somente com a precisão e veracidade da informação, mas também com o respeito à privacidade, intimidade, honra e imagem das pessoas.

Documentos como a Declaração da Unesco sobre os Media (1983) proclamam os princípios essenciais em que assentam a liberdade de imprensa e o direito à informação.

Neles se reconhece que o direito à informação, à livre expressão e à crítica fazem parte das liberdades fundamentais do ser humano; que o direito dos cidadãos à informação precede o conjunto dos deveres e direitos dos jornalistas; que a responsabilidade dos jornalistas para com o público se sobrepõe a qualquer outra responsabilidade, em particular perante os seus empregadores e os poderes públicos, e que a missão de informar comporta limites que os próprios jornalistas devem, espontaneamente, impor a si próprios.

Fonte: www.cidadaopg.sp.gov.br

MÚSICA BOA PRA CURTIR!


California Dreaming

THE MAMAS & THE PAPAS


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Os novos corruptos

Texto muito interessante publicado pelo escritor Ferreira Gullar. Para aqueles que acham que a ruindade, malvadeza e corrupção são inerentes ao homem desde o seu nascimento, e quem sabe desde a embriogênese.



A conclusão é que o Brasil parece tão pródigo em corruptos quanto é em craques de futebol.
A CORRUPÇÃO entre nós está mudando. Essa é a impressão que tenho. Não me arvoro a entendido no assunto mas, até onde consigo perceber, de alguns anos para cá, a corrupção passou a apresentar características muito especiais. Não diria que ela evoluiu, porque, como se sabe, arte não evolui e, conforme se deduz do célebre livro atribuído ao padre Manuel da Costa, escrito no século 17, há uma arte de furtar, como há uma arte de corromper em que, aliás, como ele já observava, os políticos são mestres.Não saberia dizer, com segurança, se se rouba mais hoje do que ontem, embora a impressão que se tem, pelo que a mídia noticia, é de que a corrupção aumentou muito. Há, porém, que observar que essa é uma impressão ilusória. Argumenta-se que, atualmente, a Polícia Federal ampliou o combate a esse tipo de crime, decorrendo daí a falsa impressão de que se rouba mais agora do que se roubava antes. Na verdade, segundo aqueles observadores, o que aumentou foi o combate a ela, ou seja, em termos relativos, a roubalheira se mantém a mesma.Pode ser e pode não ser. São palpites, creio, já que desconheço algum estudo mais aprofundado do tema capaz de nos dizer quanto roubavam os ladrões do passado e quanto roubam os de hoje. Se for verdade que já se roubava, antes, tanto quanto agora, devemos tirar o chapéu aos ladrões de outrora, por conseguirem tão invejáveis resultados com tão pouca tecnologia e muito menos dinheiro. Afirmo isso porque, nada entendendo desse tipo de arte, a intuição me diz que o roubo e a corrupção crescem na razão direta da riqueza produzida, da grana que entra nos cofres públicos, se bem que, em casos extremos, rouba-se até moeda do pires do mendigo, ou seja, mal comparando, de prefeituras do interior que não arrecadam nem o suficiente para pagar o funcionalismo.Estou convencido de que o cara nasce ladrão, como nasce pianista ou jogador de futebol. Nisso concordo com o mestre Machado, para quem não é a ocasião que faz o ladrão: a ocasião faz o furto; o ladrão já nasce feito. A conclusão é que o Brasil parece tão pródigo em corruptos quanto em craques de futebol. Pena é que aqueles prefiram continuar atuando no país.Mas, se de fato, como a arte, a corrupção não evolui, apenas muda, cumpre observar que, nestes últimos anos, ela nos tem revelado facetas inusitadas. E isso se deve, justiça seja feita, à indiscutível contribuição do PT, que, como se sabe, nasceu para mudar o Brasil. Se não mudou as relações de propriedade, instaurando o socialismo, inventou pelo menos uma nova maneira de apropriar-se do dinheiro público, ou de fazê-lo impunemente.A inovação, no entanto, vai além disso, como se viu no caso do mensalão, quando uma complicada rede de transações financeiras e "laranjas" tornou possível ao governo comprar deputados de sua própria base. Na hora em que o escândalo pôs as falcatruas à mostra, os dirigentes petistas -a começar pelo próprio presidente Lula- disseram que não sabiam de nada, ou que eram despesas não-contabilizadas, ou que assinaram um papel sem saber que se tratava de um empréstimo.Não menos surpreendente foi o episódio do hotel Íbis, em São Paulo, quando a Polícia Federal prendeu, em 2006, dois petistas com R$ 1,7 milhão. O dinheiro era para comprar um dossiê contra José Serra, então candidato a governador. Com essa falcatrua estavam comprometidos desde o presidente do PT até um assessor especial do presidente da República, sem falar em seu churrasqueiro. Donde saíra aquela montanha de dinheiro?Ninguém sabia, nem mesmo -ou, aliás, principalmente- o sujeito que o trouxera na mala. A esse novo tipo de corrupto sem memória, que Lula chamou de aloprado, prefiro chamar mesmo de cara-de-pau.Nessa mesma linha de neocorrupção, deu-se recentemente o vazamento do dossiê que a Casa Civil da presidência de República preparara com as despesas do governo FHC. No começo, a Dilma afirmou que não havia dossiê nenhum, enquanto o ministro da Justiça o reduziu à condição de mero conceito. Depois, havia, mas era obra de algum inimigo do governo infiltrado no Planalto. Finalmente, a Polícia Federal descobriu que ele fora elaborado por altos funcionários do governo e que havia sido vazado, nada mais nada menos que pelo senhor José Aparecido Nunes Pires, secretário de Controle Interno da Casa Civil. Provado que o dossiê saíra de seu computador, cuja senha só ele conhece, teve que admitir que o vazara, mas o fizera -vejam vocês- sem saber, sem querer, por simples distração! Que fofo, não?

COMO É BELA A NATUREZA

A Origem do Confessionário

Curiosidade
Quem é católico já conviveu, pelo menos uma vez na vida, com o uso do confessionário. Alguém sabe a origem dele?

A confissão na Igreja Católica é praticada desde o século IV, mas o confessionário não existia até o século XVI depois do cisma protagonizado por Martinho Lutero.

A reforma protestante questionava este sacramento, até que o Concílio de Trento (1545-1563), convocado pelo papa Paulo III, quis reafirmar sua importância. E, para tanto, ordenou a confissão dos pecados antes da comunhão, desenhando-se um lugar específico na igreja onde fazê-lo e para receber a absolvição.


Fonte: Antena Paranóica

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A POLÍTICA

Ralph Waldo Emerson
por Ralph Waldo Emerson (1803-1882), líder do movimento transcedentalista,
foi talvez o mais importante filósofo americano do século XI
X.

Ao lidar com o Estado, temos de nos lembrar de que suas instituições não são autóctones, embora existissem antes de nascermos; de que não são superiores ao cidadão; de que cada uma delas foi no passado um ato de um único homem: toda lei e costume foram os recursos de um homem para enfrentar algum caso particular; de que todas são imitáveis, são alteráveis; podemos fazer tão bem quanto; podemos fazer melhor. A sociedade é uma ilusão para o jovem cidadão. Ela jaz diante dele em repouso austero, com certos nomes, homens e instituições enraizados como árvores de carvalho em seu centro, em torno do qual todos se arrumam da maneira como podem. Mas o velho estadista sabe que a sociedade é fluida; não existem essas raízes e centros; mas qualquer partícula pode, de repente, tornar-se o centro do movimento e obrigar o sistema a girar à sua volta, como homens de vontade firme, como Pisístrato ou Cromwell, fazem por um tempo, e homens da verdade, como Platão ou Paulo, fazem para sempre. Mas a política apóia-se em bases necessárias e não pode ser tratada com leviandade. Repúblicas abundam em civis jovens, que acreditam que as leis fazem a cidade, que modificações graves na política e modos de viver, e ocupações da população, que o comércio, a educação e a religião podem ser objeto de votações; que qualquer medida, não obstante seja absurda, pode ser imposta a um povo, contanto que você consiga vozes suficientes para torná-la uma lei. Mas os sábios têm ciência de que leis descabidas são cordas frágeis, que rompem quando esticadas; de que o Estado deve seguir e não guiar o caráter e o progresso do cidadão; rapidamente desvencilha-se do maior usurpador; e apenas o que se constrói sobre Idéias está firme para sempre; e de que a forma de governo que prevalece é a expressão do cultivo que existe na população que a permite. A lei é apenas um memorando. Somos supersticiosos e apreciamos um pouco a lei: sua força é o quanto de vida há no caráter dos homens viventes. A lei encontra-se lá para dizer: “ontem chegamos a esse e àquele acordo, mas o que vós pensais desse artigo hoje?” Nossa lei é uma moeda, na qual estampamos nosso próprio retrato: logo ele se torna irreconhecível e, com o tempo, voltará à casa da moeda. A natureza não é uma democracia, nem uma monarquia limitada, mas, sim, uma tirania, e não se deixará enganar ou ter reduzida nem uma porçãozinha de sua autoridade pelo mais atrevido de seus filhos: à medida que a mentalidade pública abre-se a mais inteligência, o código é visto como bruto e gago. Ele não fala articuladamente, e deve-se fazê-lo falar assim. Enquanto isso, a educação da mentalidade geral nunca para. As fantasias do verdadeiro e simples são proféticas. O que a delicada juventude poética sonha, reza e pinta hoje, mas evita o ridículo de dizer em voz alta, há de ser em breve as resoluções dos órgãos públicos, em seguida há de ser levado a cabo como ressentimentos e cartas de direitos em meio a conflitos e guerras, então há de ser leis e instituições triunfantes por séculos, até que dê lugar, por sua vez, a novas orações e pinturas. A história do Estado esboça em traços grosseiros o progresso do pensamento e segue a certa distância a delicadeza da cultura e da aspiração.

A teoria da política, que tem dominado a mente dos homens e que tem sido expressa por eles da melhor maneira que podem em suas leis e em suas revoluções, considera as pessoas e a propriedade como os dois objetos para cuja proteção o governo existe. Quanto às pessoas, todas têm direitos iguais, em virtude de serem idênticas em natureza. Esse interesse, é claro, com todo o seu poder, exige uma democracia. Enquanto os direitos de todos como pessoas são iguais, em virtude de seu acesso à razão, seus direitos no tocante à propriedade são bastante desiguais. Um homem possui suas roupas, e outro possui um condado. Essa contingência, dependendo, em primeiro lugar, da capacidade e virtude das partes, as quais se apresentam em variados graus, e, em segundo lugar, da herança, não se distribui igualmente, e seus direitos, é claro, são desiguais. Os direitos individuais, universalmente os mesmos, exigem um governo moldado com base no povo: a propriedade exige um governo moldado com base nos proprietários e no fato de possuir. Labão, que tem rebanhos e manadas, deseja que sejam protegidos por um segurança nas fronteiras, por medo de que os midianitas levem-nos embora, e paga impostos com esse fim. Jacó não tem rebanhos nem manadas, e não teme os midianitas, e não paga imposto algum ao segurança. Parecia adequado que Labão e Jacó tivessem os mesmos direitos de escolher o segurança que protegerá as pessoas, mas que Labão, e não Jacó, escolhesse o segurança que vigiará as ovelhas e o gado. E, se surgir uma questão a respeito do estabelecimento de seguranças adicionais ou torres de vigia, Labão e Isaac, e aqueles que têm de vender parte de seu rebanho para comprar proteção para os outros, não julgariam isso melhor, e com mais direito, do que Jacó, que, por ser jovem e viajante, come do pão deles e não do seu próprio pão?

Na sociedade mais primitiva, os proprietários construíam a própria riqueza, e contanto que se tratasse de algo relativo aos possuidores de maneira direta, nenhuma opinião se levantaria em qualquer comunidade equitativa se não a de que a propriedade devia fazer as leis para a propriedade, e as pessoas, as leis para as pessoas.

Mas a propriedade passa pela doação ou herança àqueles que não a criam. A doação, no primeiro caso, transforma o bem em verdadeira propriedade do novo dono, assim como o trabalho o fez do primeiro dono: no segundo caso, da herança, a lei transforma-a em propriedade, que será válida na visão de cada homem de acordo com a avaliação que faz da tranquilidade pública.

Não se considerou fácil, contudo, incorporar o princípio imediatamente reconhecido, de que a propriedade deveria fazer as leis para a propriedade, e pessoas para as pessoas: uma vez que as pessoas e a propriedade misturam-se em todas as transações. Por fim, pareceu resolvido que a distinção devida era a de que os proprietários deveriam ter poder de escolha mais amplo do que os não-proprietários, conforme o princípio espartano de “chamar aquilo que é justo de igual; não aquilo que é igual de justo”.

Esse princípio não parece mais tão auto-evidente como parecia em tempos passados, em parte, porque surgiram dúvidas a respeito de um possível excesso de peso concedido pelas leis à propriedade, e essa estrutura conferida aos nossos costumes, que permitia que os ricos usurpassem os pobres e mantivessem-nos pobres; mas, principalmente, porque há uma sensação instintiva, embora obscura e ainda inarticulada, de que toda a constituição da propriedade, sobre os títulos de posse atuais, é injuriosa, e sua influência sobre as pessoas, deteriorante e degradante; de que, na verdade, o único interesse digno da consideração do Estado são as pessoas: de que a propriedade sempre seguirá as pessoas; de que o fim mais elevado do governo é a cultura dos homens: e se os homens podem ser educados, as instituições compartilharão do seu desenvolvimento, e o sentimento moral escreverá a lei da terra.

Se não é fácil determinar a equidade dessa questão, o perigo é menor ao tomarmos nota de nossas defesas naturais. Somos protegidos por guardas melhores do que a vigilância desses magistrados que normalmente elegemos. A sociedade sempre se compõe, em sua maior parte, de pessoas jovens e tolas. Os mais velhos, que não se deixaram enganar pela hipocrisia de cortes e estadistas, morrem sem deixar sabedoria alguma aos seus filhos. Eles acreditam nos seus próprios jornais, como seus pais acreditavam na sua idade. Com essa maioria tão ignorante e iludível, os Estados logo caminhariam para a ruína, mas existem limitações, além das quais a loucura e ambição dos governantes não podem ir. As coisas têm as suas leis, assim como os homens; e as coisas não aceitam não serem levadas a sério. A propriedade será protegida. O milho não crescerá, a não ser que seja plantado e adubado; mas o lavrador não o plantará ou o cultivará, a não ser que a probabilidade de que ele possa cortá-lo e colhê-lo seja de 100%. Sob quaisquer formas, as pessoas e a propriedade têm de ter e terão seu justo domínio. Elas exercem seu poder tão firmemente quanto a matéria exerce sua atração. Esconda um grama de terra com a maior astúcia possível, divida-o e subdivida-o; derreta-o em forma líquida, converta-o em gás; ele sempre pesará um grama: sempre atrairá e resistirá a outra matéria, na exata proporção do peso de um grama; – e os atributos de uma pessoa, sua inteligência e sua energia moral, exercerão, sob qualquer lei ou tirania a desvanecer, sua força devida, – se não abertamente, então ocultamente; se não pela lei, então contra ela; com direito, ou pela força.

É impossível precisar os limites da influência pessoal, uma vez que as pessoas são órgãos de força moral ou sobrenatural. Sob o domínio de uma idéia, que se apodera das mentes das multidões, como a liberdade civil, ou o sentimento religioso, os poderes das pessoas não estão mais sujeitos a estimativas. Uma nação de homens unanimemente empenhados na liberdade, ou na conquista, pode facilmente confundir a aritmética dos estadistas, e realizar ações extravagantes, fora de toda proporção quanto aos seus meios; como os gregos, os sarracenos, os suíços, os americanos e os franceses fizeram.

De maneira semelhante, cada partícula de propriedade encerra sua própria atração. Um centavo representa certa quantidade de milho ou outra commodity. Seu valor está nas necessidades do animal homem: uma certa quantidade de calor, pão, água, terra. A lei pode fazer o que quiser ao dono da propriedade, mas o justo poder deste continuará unido ao centavo. A lei pode, em uma louca monstruosidade, dizer que todos devem ter poder, exceto os donos de propriedade: que eles não poderão votar. No entanto, por uma lei superior, a propriedade escreverá, ano após ano, todos os regulamentos que digam respeito à propriedade. O não-proprietário será o escrivão do proprietário. O que os possuidores desejarem fazer, todo o poder da propriedade fará, seja por meio da lei, ou então a despeito dela. É claro, falo de todas as propriedades, não apenas dos grandes imóveis. Quando os ricos são vencidos nos votos, como frequentemente acontece, é a riqueza conjunta dos pobres que excede suas posses. Todo homem possui algo, mesmo que seja apenas uma vaca, ou um carrinho de mão, ou seus braços, e assim pode dispor dessa propriedade.

A mesma necessidade que protege os direitos da pessoa e da propriedade contra a maldade ou loucura do magistrado determina a forma e os métodos de governo, que são peculiares a cada nação, e à sua formação mental, e de modo algum transferíveis a outros estados de sociedade. Nesse país, somos bastante vaidosos de nossas instituições políticas, que são singulares por terem surgido, ao alcance da memória dos homens de hoje, do caráter e condição do povo, os quais elas ainda exprimem com fidelidade suficiente, – e nós ostentosamente as preferimos a qualquer outra na história. Elas não são melhores, mas apenas mais adequadas a nós. Podemos ser sábios em afirmar a vantagem do modelo democrático nos tempos modernos, mas a outros estados de sociedade, em que a religião consagrou o modelo monárquico, esse e não aquele era conveniente. A democracia é melhor para nós, porque o sentimento religioso do tempo atual concilia-se melhor com ela. Democratas natos, não estamos de modo algum habilitados a julgar a monarquia, que, aos nossos pais vivendo na idéia monárquica, também era relativamente correta. Mas as nossas instituições, embora consoantes com o espírito da época, não estão isentas dos defeitos práticos que depreciaram outras formas. Todo Estado real é corrupto. Bons homens não têm de obedecer às leis demasiadamente bem. Que sátira sobre o governo pode igualar-se à severidade da censura encerrada na palavra “política”, que agora há séculos significa “astúcia”, insinuando que o Estado é um ardil?

A mesma necessidade benigna e a mesma ofensa prática aparecem nos partidos em que cada Estado divide-se, de oponentes e defensores da administração do governo. Partidos também se baseiam em instintos, e têm guias melhores aos seus fins modestos do que a sagacidade de seus líderes. Eles não têm nada perverso em sua origem, mas assinalam asperamente uma relação real e duradoura. Poderíamos, com a mesma sabedoria, censurar o vento do leste, ou o gelo, como um partido político, cujos integrantes, em sua maior parte, não conseguiam relatar suas posições, mas defendiam aqueles interesses em que se encontravam. Nossa discórdia com eles começa quando abandonam esse profundo fundamento natural na escolha de algum líder, e, obedecendo a considerações pessoais, lançam-se na manutenção e defesa de posições de maneira alguma pertencentes ao seu sistema. Um partido é eternamente corrompido pela personalidade. Ao passo que absolvemos a associação de desonestidade, não podemos estender a mesma caridade aos seus líderes. Elem recolhem as recompensas da docilidade e ardor das massas que dirigem. Em geral, nossos partidos são partidos de circunstância, e não de princípios; como o interesse da lavoura em conflito com o comercial; o partido dos capitalistas, e o dos operários; partidos que são idênticos em seu caráter moral, e que podem facilmente mudar de bases entre si, em apoio a muitas de suas medidas. Partidos de princípios, como seitas religiosas, ou o partido do livre-comércio, do sufrágio universal, da abolição da escravatura, da abolição de pena de morte, degeneram em personalidades, ou inspirariam entusiasmo. O defeito moral de nossos principais partidos nesse país (que pode ser mencionado como uma amostra satisfatória dessas sociedades de opinião) é que eles não se assentam nos fundamentos necessários e profundos que lhes são respectivamente de direito, mas se deixam incitar pelo apoio a medidas momentâneas e locais, de maneira alguma úteis para o bem comum. Dos dois maiores partidos, que, a essa altura, praticamente dividem a nação entre si, devo dizer que um possui a melhor causa e o outro contém os melhores homens. O filósofo, o poeta ou o homem religioso desejarão, é claro, depositar seu voto nos democratas, pelo livre-comércio, pela ampliação do sufrágio, pela abolição de crueldades legais no código penal e pela facilitação em todas as maneiras do acesso dos jovens e dos pobres às origens da riqueza e poder. Mas ele raramente pode aceitar as pessoas que o suposto partido popular propõe-lhe como representantes dessas liberalidades. Eles não acalentam intimamente os fins que dão ao termo “democracia” o quanto de esperança e virtude que existe nele. O espírito de nosso radicalismo americano é destrutivo e sem direção: não é amoroso; não tem fins divinos e ulteriores; mas é destrutivo apenas em razão do ódio e do egoísmo. Por outro lado, o partido conservador, composto da parte mais moderada, capaz e cultivada da população, é tímido, e defende tão-só a propriedade. Não vindica nenhum direito, não aspira a nenhum bem verdadeiro, não estigmatiza nenhum crime, não propõe nenhuma política generosa, não constrói, nem escreve, nem desenvolve as artes, nem promove a religião, nem instala escolas, nem encoraja a ciência, nem emancipa os escravos, nem ampara os pobres, ou os indígenas, ou os imigrantes. De nenhum dos partidos, quanto no poder, o mundo pode esperar nenhum benefício na ciência, arte ou humanidade proporcional aos recursos da nação.

Não perco a esperança em nossa república em razão desses defeitos. Não estamos à mercê de qualquer onda de acaso. Na briga entre partidos ferozes, a natureza humana sempre se acha acalentada, assim como se descobre nas crianças dos condenados de Botany Bay um sentimento moral tão saudável quanto em outras crianças. Cidadãos de estados feudais estão alarmados com a possibilidade de nossas instituições democráticas mergulharem na anarquia; e aqueles mais velhos e mais cautelosos entre nós estão aprendendo com os europeus a olhar nossa turbulenta liberdade com algum terror. Diz-se que, em nossa extrema liberdade de formular a Constituição, e no despotismo da opinião pública, não temos âncora; e um observador estrangeiro pensa que encontrou a salvaguarda na santidade do matrimônio entre nós; e outro pensa que a encontrou em nosso calvinismo. Fisher Ames expressou a segurança popular com mais argúcia, ao comparar a monarquia e a república, dizendo: “que uma monarquia é um navio mercante, que navega bem, mas que às vezes se choca com uma pedra e vai a pique; ao passo que uma república é uma balsa, que nunca afundaria, mas, no entanto, cujos pés estão sempre molhados.” Nenhuma forma pode ter qualquer importância perigosa, enquanto estivermos amparados pelas leis das coisas. Não faz diferença quantas toneladas de peso atmosférico pressionem nossas cabeças, contanto que a mesma pressão resista a elas dentro dos pulmões. Aumente a massa em mil vezes, que ela não pode começar a nos esmagar, enquanto a reação for igual à ação. O fato de dois pólos, de duas forças, centrípeta e centrífuga, é universal, e cada força, por sua própria atividade, gera a outra. Uma ampla liberdade gera uma consciência de ferro. Carência de liberdade, por meio do fortalecimento da lei e decoro, entorpece a consciência. A “Lei de Lynch” prevalece apenas onde há maior coragem e auto-subsistência nos líderes. Uma horda não pode ser permanente: o interesse de todos exige que ela não exista, e apenas a justiça satisfaz a todos.

Temos de confiar infinitamente na necessidade benéfica que brilha através de todas as leis. A natureza humana se expressa nelas tão caracteristicamente quanto em estátuas, ou músicas, ou rodovias, e um resumo dos códigos das nações seria uma transcrição da consciência comum. Os governos têm sua origem na identidade moral dos homens. A razão para um é vista como a razão por outro, e por todos os outros. Há uma medida intermediária que satisfaz a todos os partidos, sejam quantos forem, ou tão resolutos em si mesmos. Todo homem encontra uma sanção para suas afirmações e ações mais simples em decisões da sua própria mente, que ele chama de Verdade e Santidade. Nessas decisões, todos os cidadãos encontram um acordo perfeito, e apenas nelas; não naquilo que é bom para comer, bom para vestir, no bom uso do tempo, ou na quantidade de terra, ou de ajuda pública, que cada um tem direito de demandar. Os homens atualmente esforçam-se para aplicar essa verdade e justiça à medição da terra, à partilha de tarefas, à proteção da vida e propriedade. Seus primeiros esforços, sem dúvida, são bastante desastrados. Contudo, o direito absoluto é o primeiro governante; ou todo governo é uma teocracia impura. A idéia, com base na qual cada comunidade está visando a fazer e emendar suas leis, é a da vontade do homem sábio. Ela não consegue encontrar o homem sábio na natureza, e promove esforços desastrados mas ardorosos para proteger o governo por meio de planos engenhosos; como levar o povo inteiro a emitir suas opiniões sobre cada medida; ou conceder uma escolha dupla para obter a representação do todo; ou selecionar os melhores cidadãos; ou assegurar as vantagens da eficiência e paz interna, confiando o governo a uma pessoa, que pode ela mesma escolher seus agentes. Todas as formas de governo simbolizam um governo imortal, comum a todas as dinastias e independente de números, perfeito onde existem dois homens, perfeito onde há apenas um homem.

A natureza de cada homem é um anúncio suficiente para ele do caráter de seus companheiros. Meu certo e meu errado são o certo deles e o errado deles. Enquanto eu faço o que é adequado para mim, e abstenho do que é inadequado, meu vizinho e eu frequentemente combinamos nossos meios, e trabalhos juntos por um tempo em prol de um só fim. Mas, quando quer que eu considere meu domínio sobre mim insuficiente, e comprometa-me com a direção dele também, eu infrinjo a verdade, e passo a ter relações falsas com ele. Posso ter muito mais habilidade e força do que ele, de modo que ele não possa expressar adequadamente seu senso de errado, mas é uma mentira, e machuca como uma mentira tanto a ele quanto a mim. O amor e a natureza não podem sustentar a suposição: ela deve ser executada por uma mentira prática, isto é, pela força. Esse comprometimento perante outrem é o erro imenso que se encontra em feiúra colossal nos governos do mundo. É a mesma coisa em vários exemplares, como em um par, só que não tão inteligível. Posso ver muito bem uma diferença enorme entre eu me colocar sob um autocontrole, e eu fazer outra pessoa agir de acordo com minhas concepções: mas quando um quarto da raça humana supõe me dizer o que tenho de fazer, posso estar perturbado demais pelas circunstâncias para ver com clareza o absurdo de sua ordem. Assim sendo, todos os fins públicos parecem vagos e quixotescos, apartados dos fins privados. Porque todas as leis que não aquelas que os homens fazem para si mesmos são risíveis. Se me colocar no lugar do meu filho, e compartilharmos do mesmo pensamento, e vermos que as coisas são assim ou assado, essa percepção é uma lei para ele e para mim. Ambos estamos lá, ambos agimos. Mas se, sem levá-lo em consideração, investigo seus planos, e, imaginando como as coisas estão com ele, ordeno isso ou aquilo, ele nunca me obedecerá. Essa é a história dos governos, – um homem faz algo que é para sujeitar outro. Um homem que não pode ser meu conhecido me taxa; olhando-me de muito longe, ordena que uma parte do meu trabalho deve ir para esse ou aquele fim extravagante, não como eu imagino, mas como ele calha de imaginar. Veja a consequência. De todas as dívidas, os impostos são aquelas que os homens menos se dispõem a pagar. Que sátira sobre o governo! Em todos os lugares, eles pensam que fazem bom uso do dinheiro, menos esse.

Assim, quanto menos governo tivermos, melhor, – menos leis e menos poder conferido. O antídoto contra esse abuso do Governo formal é a influência do caráter privado, o crescimento do Indivíduo; o aparecimento do principal para desbancar o substituto; o aparecimento do homem sábio, do qual o governo existente não passa, deve-se admitir, de imitação fajuta. Aquilo que todas as coisas tendem a desenvolver, que a liberdade, a cultura, as relações humanas, as revoluções unem-se para formar e dar à luz é o caráter; esse é o fim da natureza, chegar à coroação do seu rei. O Estado existe para educar o homem sábio; e com o aparecimento do homem sábio, o Estado extingue-se. O aparecimento do caráter torna o Estado desnecessário. O homem sábio é o Estado. Ele não precisa de exércitos, fortes ou marinhas –, ele ama demais os homens; nem de propinas, festas ou palácios para atrair amigos a ele; nem de posições privilegiadas, nem de circunstâncias favoráveis. Ele não precisa de bibliotecas, porque não é dado a pensamentos; nem de igrejas, porque ele é um profeta; nem de códigos, porque ele outorga as leis; nem de dinheiro, porque ele é o valor; nem de estradas, porque ele está em casa onde estiver; nem de experiências, porque a vida do criador brota dele, e olha pelos seus olhos. Ele não tem amigos pessoais, porque ele, que tem o feitiço de atrair as orações e a piedade de todos os homens para ele, não precisa desposar e educar nenhum grupo para compartilhar com ele uma vida seleta e poética. Sua relação com os homens é angelical; sua memória é mirra para eles; sua presença, olibano e flores.

Pensamos que nossa civilização está próxima ao seu meio-dia, mas ainda estamos apenas na aurora e na estrela-d’alva. Em nossa sociedade bárbara, a influência do caráter está na sua infância. Como um poder político, como o senhor legítimo que derrubará todos os soberanos de seus tronos, sua presença ainda mal é sentida. Malthus e Ricardo praticamente a omitiram; o Registro Anual silencia; no Léxico da Conversação, não está consignada; a Mensagem Presidencial e o Discurso da Rainha não a mencionaram; e, no entanto, nunca é nada. Todo pensamento que o gênio e a piedade lançam sobre o mundo modifica o mundo. Os gladiadores nas listas do poder sentem, através de todos os mantos de força e simulação, a presença do valor. Creio que a própria briga do comércio e ambição são confissões dessa divindade; e os sucessos naqueles campos são as pobres emendas, a folha de figo com a qual a alma envergonhada tenta esconder sua nudez. Encontro a mesma homenagem relutante em todos os cantos. Somos impacientes para mostrar algum talento insignificante como um substituto para o valor porque sabemos o quanto se espera de nós. Somos assombrados por uma consciência desse direito de grandeza de caráter, e somos desleais a ele. Mas cada um de nós tem algum talento, pode fazer algo útil, ou encantador, ou formidável, ou divertido, ou lucrativo. Fazemos isso, como uma desculpa aos outros e a nós mesmos, por não conseguirmos alcançar uma vida boa e igual. Mas isso não nos satisfaz, enquanto o empurramos à observação dos nossos companheiros. Pode lançar poeira nos olhos deles, mas não suaviza nosso próprio semblante, ou nos dá a tranquilidade dos fortes quando caminhamos pelo mundo. Nós nos penitenciamos durante a jornada. Nosso talento é um tipo de expiação, e somos constrangidos a refletir sobre o nosso momento esplêndido, com uma certa humilhação, como algo agradável demais, e não como um ato entre muitos outros, uma expressão legítima de nossa energia permanente. A maioria das pessoas hábeis encontra-se na sociedade com uma espécie de apelo tácito. Cada um parece dizer: “não estou aqui de forma alguma”. Senadores e presidentes subiram tão alto com sofrimento suficiente, não porque considerem o lugar especialmente aprazível, mas como uma desculpa pelo valor real, e para vindicar sua humanidade aos nossos olhos. Essa cadeira proeminente é sua compensação a eles mesmos por terem uma natureza pobre, fria, dura. Eles têm de fazer o que podem. Como uma classe de animais da floresta, eles nada têm a não ser uma cauda preênsil: precisam escalar, ou rastejar. Se um homem se considerasse de uma natureza tão rica que pudesse travar relações estreitas com as melhores pessoas, e tornar a vida serena em sua volta pela dignidade e delicadeza de seu comportamento, poderia ele lograr o favor das assembléias e da imprensa, e ansiar por relações tão vazias e pomposas, como aquelas de um político? Certamente, ninguém que pudesse ser sincero seria um charlatão.

As tendências dos tempos atuais favorecem a idéia do autogoverno, e deixam ao indivíduo, em face dos códigos, as recompensas e as penas de sua própria constituição, que opera com mais energia do que acreditamos, enquanto dependemos de restrições artificiais. O movimento nessa direção tem sido muito acentuado na história moderna. Muitos têm sido cegos e desonrosos, mas a natureza da revolução não é afetada pelos vícios dos revoltados; porque essa é uma força puramente moral. Nunca foi adotado por nenhum partido na história, nem pode ser. Separa o indivíduo de todos os partidos, e une-o, ao mesmo tempo, à raça. Promete um reconhecimento de direitos superiores àqueles da liberdade individual, ou da segurança da propriedade. Um homem tem o direito de ser empregado, de ser acreditado, de ser amado, de ser reverenciado. O poder do amor, como o fundamento do Estado, nunca foi tentado. Não devemos imaginar que todas as coisas estão mergulhando em confusão, se todo protestante dócil não for compelido a arcar com seu papel em certas convenções sociais: nem duvidar que estradas podem ser construídas, cartas transportadas e o fruto do trabalho protegido, quando o governo de força estiver em seu fim. Serão nossos métodos agora tão excelentes que todas as competições são inúteis? Não poderia uma nação de amigos delinear maneiras ainda melhores? Por outro lado, não deixemos que os mais conservadores e tímidos temam nada da rendição prematura da baioneta, e do sistema de força. Porque, de acordo com a ordem da natureza, que é bastante superior à nossa vontade, a situação é a seguinte; sempre haverá um governo de força, onde os homens forem egoístas; e quando eles forem puros o suficiente para repudiar o código da força, serão sábios o suficiente para ver como esses fins públicos dos correios, das rodovias, do comércio, da troca de propriedades, de museus e bibliotecas, de instituições de arte e ciência, podem ser respondidos.

Vivemos em um estado muito baixo do mundo, e pagamos impostos a contragosto a governos baseados na força. Não há, entre os homens mais religiosos e instruídos das nações mais religiosas e pacíficas, uma confiança no sentimento moral, e uma crença suficiente na unidade das coisas para persuadi-los de que a sociedade pode ser mantida sem freios artificiais, assim como o sistema solar; ou de que o cidadão privado poderia ser razoável, e um bom vizinho, sem a referência a uma cadeia ou um confisco. O que também é estranho, nunca houve em homem fé suficiente no poder da retidão, para inspirá-lo com o amplo projeto de renovar o Estado com base no princípio do certo e do amor. Todos aqueles que aspiraram a esse projeto foram reformadores parciais e admitiram de alguma maneira a supremacia do mau Estado. Não me recordo de um único ser humano que tenha firmemente negado a autoridade das leis, sobre o fundamento simples de sua própria natureza moral. Esses projetos, cheios de gênio e cheios de destino como são, não são alimentados exceto, reconhecidamente, como pinturas. Se o indivíduo que os exibe ousa considerá-los factíveis, repugna acadêmicos e homens da igreja; e homens de talento e mulheres de sentimentos superiores não podem esconder seu desprezo. Entretanto, a natureza continua a encher o coração da juventude com sugestões desse entusiasmo, e há agora homens – se é que posso falar no plural –, mais exatamente, direi, há pouco conversava com um homem, para quem peso algum de experiências adversas fará sequer por um momento parecer impossível, impossível, que milhares de seres humanos possam exercer uns em relação aos outros os melhores e mais simples sentimentos, assim como um grupo de amigos, ou um par de amantes.

Copiei do Ordem Livre