sábado, 8 de dezembro de 2012

SEMINÁRIO DE HISTÓRIA MILITAR DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Hiram Reis e Silva, Rio Branco, Acre, 01 de dezembro de 2012.
O historiador por excelência, aquele que estuda História e sabe depois aplicar seus ensinamentos em situações em que participa com intimidade. Aplicar segundo as disposições específicas e necessária inteligência de cada caso. (MENDONÇA)

-  Partida do Porto dos Casais

Mais uma vez parto, como diz um querido amigo e grande incentivador do projeto, Luiz Carlos Bado Bittencourt, para cumprir outra etapa de minha penosa, mas altamente gratificante “Missão Auto-atribuída”. Levantamos vôo eu e minha cara parceira Rosângela Schardosim, do Aeroporto Internacional Salgado Filho – Porto Alegre, às 06h30 depois de me despedir de minhas queridas filhas Vanessa e Danielle e de meu genro Samure. Felizmente os três puderam acompanhar-nos ao aeroporto e nos ajudaram guardando lugar na interminável fila até que realizássemos o chek-in, o caos era geral, filas quilométricas, informações conflitantes e atendentes mal-humorados, é difícil crer que estes problemas estejam resolvidos até a Copa do Mundo. Partindo para minha 5º jornada em cinco anos verifico constrito que nada mudou.
Em Rio Branco, recebemos apoio irrestrito dos nossos irmãos engenheiros. O Tenente-coronel José Luis Araújo dos Santos, Comandante do 7º Batalhão de Engenharia de Construção, mesmo em viagem a serviço, foi incansável em nos apoiar.

-  I Seminário de História Militar Terrestre da Amazônia Brasileira

   Pouco falei do Seminário de que participei em Manaus patrocinado pelo Comando Militar da Amazônia, no meu último artigo, por isso volta à carga. O General Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, entusiasta da história, além de fazer a abertura e o fechamento do mesmo esteve presente em todas as etapas onde foram discutidos temas como:
-  Mesa 1 - Conquista da Amazônia Brasileira (1616 - 1750)
“Ao serviço de Deus e de Sua Majestade Católica” no Sertão das Amazonas: a ação militar na constituição da Amazônia Portuguesa (Professor Dr Auxiliomar Silva Ugarte – UFAM);
A cartografia da conquista da Amazônia Colonial (Professor Dr Roberto Monteiro de Oliveira – INPA);
A viagem de descobrimento ao Rio Madeira e suas vertentes pelo Sargento-Mor Francisco de Melo Palheta (Professor Emanuel Pontes Pinto – UNIR);
Viagem da Real Escolta pelo Rio Madeira, empreendida por José Gonçalves da Fonseca, nos idos de 1749 (Coronel R1 Hiram Reis e Silva – CMPA).
-   Mesa 2 - Consolidação da Conquista (1750 - 1791)
A criação da Capitania do Rio Negro (Raimundo Pontes Filho – Delegado da Polícia Civil AM);
Lobo D'Almada e a defesa militar nos Confins Ocidentais da Amazônia Portuguesa (Professor Dr. Francisco Jorge dos Santos - UFAM);
-   Mesa 3 - A defesa, a manutenção e a vigilância da unidade, da integridade e soberania do Brasil na Amazônia
A arquitetura militar em fortificações da Amazônia (Drª Graciete Guerra da Costa - UFRJ);
A Cabanagem e a reformulação social da Amazônia (Márcio Souza – PANAMAZÔNIA);
A Criação do Comando Militar da Amazônia (Gaitano Antonáccio - PANAMAZÔNIA);
A Saga do 5º Batalhão de Engenharia de Construção (Ten Cel R1 Lauro Pastor);
As ações do Coronel Jorge Teixeira (General Bda R1 Thaumaturgo Sotero Vaz).
 -   Mesa 4 - A defesa, a manutenção e a vigilância da unidade, da integridade e soberania do Brasil na Amazônia
A Defesa Nacional e a implantação do Modelo Zona Franca de Manaus (Professor Dr. Sylvio Mario Puga Ferreira - UFAM);
De Rondon a Villas Bôas: o apoio do Exército Brasileiro na integração com os povos indígenas (Professor Silvio Rodrigues Caldas - NEEPA);
Geopolítica da Amazônia em dois atos: I) tempos atuais, II) tempos futuros (Dr. Antonio Loureiro).

-  Velhos Amigos

Conheci pessoalmente o Professor Emanuel Pontes Pinto, da UNIR, que me enviara, instigado pelo General Bda Tibério, a narrativa da Viagem de Palheta pela Bacia do Madeira. Este decano e simpático Mestre é embalado por uma chama que entusiasma a todos aqueles que assistem suas apresentações e intervenções.
Revi meu velho amigo e Irmão maçom Dr. Antônio Loureiro que comenta cada artigo que escrevo sobre as plagas amazônicas. O Dr. Loureiro foi o palestrante certo para encerrar a série de palestras, cujos temas foram gradativamente passando do longínquo pretérito até chegar às questões hodiernas.
Mestre Loureiro foi além e qual Nostradamus traçou em funestas linhas uma visão quase apocalíptica sobre o futuro de nossa Amazônia tão comprometida pelas “políticas” absurdas que conseguiram engessar a economia do Amazonas transformando uma solução temporária como a Zona Franca em permanente.

-  “Engessamento” da Amazônia

A política indigenista está dissociada da história brasileira e tem de ser revista urgentemente. Não sou contra os órgãos do setor. Quero me associar para rever uma política que não deu certo; é só ir lá para ver que é lamentável, para não dizer caótica. (General de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira)

A alienação política de nossos políticos e juristas transformou as questões indígenas e ambientais em moeda de troca barganhando nossa soberania com “estranha” submissão aos interesses alienígenas inconfessos. Estas desastrosas ações realizadas sem conhecimento de causa afetam não somente os destinos da nação brasileira, mas, sobretudo, das populações indígenas tão manipuladas por Organizações não Governamentais que absolutamente se preocupam com a sua sobrevivência, mas tão somente com as riquezas desta tão cobiçada terra.
Quando se tenta impedir o contato ou a miscigenação de nossos nativos com os “não índios” ou com agentes do estado brasileiro consentisse que este contato se dê através do que há de pior na sociedade nacional. A ausência do estado permite que garimpeiros, traficantes, madeireiros e degenerados de toda espécie e de todas as bandeiras os aliciem. Nas nossas viagens pelos amazônicos caudais ouvimos relatados de índios servindo de “mulas” (transportando drogas), construindo campos de pouso para todo tipo de tráfico, vendendo madeira para madeireiros inescrupulosos...

-  Plano Plurianual

Os estados amazônicos precisam, mais do que nunca, de um Plano Plurianual, forjado pelos filhos da terra das águas e apoiados pelas universidades locais. Precisamos de Políticas que apontem alternativas para o período pós Zona Franca. A cidade de Manaus cresce assustadoramente enquanto suas coirmãs do interior mínguam sem qualquer tipo de apoio ou opção para as novas gerações.
Mais que nunca o Governo Federal precisa voltar seus olhos para o planejamento estratégico sem se deixar enganar pela ladainha do “politicamente correto” que visa tão somente o engessamento da região.

-  Comando Militar da Amazônia (CMA) e a Mídia

É muito salutar a convivência da mídia do estado do Amazonas com o CMA. Estávamos ultimando nossa apresentação na Seção de Comunicação Social do 2º Grupamento de Engenharia quando tivemos a oportunidade de acompanhar a gravação de uma matéria sobre esta organização militar. O Seminário também recebeu atenção especial por parte do noticiário local.
Fonte - MENDONÇA, Belarmino. Reconhecimento do Rio Juruá (1905) – Brasil – Acre – Fundação Cultural do Estado do Acre, 1989 - Introdução de Leandro Tocantins.

-  Livro do Autor

O livro “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS e na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br). Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link: http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS); Membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil – RS (AHIMTB – RS); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
E-mail: hiramrs@terra.com.br
Blog: http://www.desafiandooriomar.blogspot.com

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