domingo, 12 de agosto de 2012
A MÍDIA E O CONTROLE SOCIAL
Por Anatoli Oliynik
Ao final de uma tarde-noite, estava eu numa roda de amigos buscando relaxar as tensões da semana. A conversa convergiu para o nazismo, comunismo e segunda guerra mundial.
Entrei na conversa e disse que Stálin havia armado militarmente a Alemanha de Hitler em território russo visando o desencadeamento da Segunda Guerra Mundial.
Olhos arregalados, semblantes de espanto e incredulidade denotavam os rostos do grupo. Todos na minha direção.
Um deles, mais incrédulo que os demais, disse-me que nunca tinha lido nada sobre isso e que ele se considerava uma pessoa bem informada.
Respondi-lhe afirmando:
- “Isso depende da qualidade de suas fontes de informação.”
A conversa se encerrou neste ponto.
Eu já havia esquecido o assunto, quando, algumas semanas após, o amigo incrédulo trouxe para meu conhecimento a fonte de informação dele. Tratava-se de uma revista popular comercializada em bancas de revistas de fácil acesso ao público. A manchete de capa dizia: “1918-1939: A Escalada do Nazismo”. Tudo em 66 páginas ao estilo de Wikipédia.
Ocorre que essas publicações não fazem pesquisas em fontes primárias, não analisam os fatos históricos e na maioria delas nem citam as fontes de pesquisa, simplesmente escrevem as informações e o leitor engole, pois não tem como aferir de onde essas informações foram tiradas. Acredita-se, pura e simplesmente, na boa intenção de seus proprietários.
Aonde quero chegar com isso?
No Brasil se lê pouco e se lê mal. O leitor brasileiro se limita a leitura de jornais, notadamente suas manchetes, e de revistas de credibilidade duvidosas. Assiste aos noticiários de TV e ouve as transmissões radiofônicas. Este não seria o problema em si. O problema de maior gravidade está no fato de que o leitor brasileiro deposita nos jornais, revistas, TVs e emissoras radiofônicas, total credibilidade como se a mídia brasileira fosse depositária de “fé pública”.
Foi o que aconteceu com o meu amigo. Ele acreditou fielmente na revista e tentou demonstrar-me que a revista estava certa. O errado era eu. Ele nem se deu ao trabalho de raciocinar a respeito do feedback que eu havia lhe dado. No mínimo deveria ter perguntado: - “Qual, então, é a sua fonte de informação?”. Não fez isso.
O mercado editorial brasileiro, constituído em torno de 500 editoras ativas, se concentra na da publicação, em maior escala, de livros didáticos, seguido por livros técnicos, e o que sobra, a uma diversidade de gêneros que são de uma miséria intelectual atroz. Se bem que a qualidade dos didáticos não seja lá grande coisa, o que compromete todo o resto.
Esse mercado está todo engajado e a grande mídia controla todas as informações divulgando somente aquilo que seja de interesse político-ideológico favorável a causa que abraçou. Por essa razão não se sabe o que realmente aconteceu ou acontece, de fato, no mundo porque, tanto o mercado editorial quanto a mídia brasileira cumprem religiosamente duas funções ideológicas: de censura e controle social.
Os jornalistas brasileiros e homens da mídia, não são verdadeiramente jornalistas, são produto da doutrinação escolar comuno-socialista; são vítimas de professores engajados ao marxismo que ocuparam as cátedras de ensino nas escolas públicas e privadas e promoveram a lavagem cerebral nos seus alunos induzindo-lhes a hegemonia de pensamento, segundo a expressão de Gramsci. E processo continua, inexoravelmente.
O leitor deste artigo poderá objetar que me coloco na posição de “dono da verdade”. Não, não me coloco na posição de “dono da verdade”, mas na posição de quem não está dormindo enquanto se constrói a mentira neste país.
O livro “A Traição dos Intelectuais”, por exemplo, levou 80 anos para ser publicado no Brasil. Precisava ter sido publicado no Brasil já naquela época (1927) quando surgiu um tipo de intelectual atípico naqueles tempos, que se tornou regra hoje: o defensor dos interesses práticos de uma coletividade, adepto dos modismos e das paixões políticas, sem qualquer compromisso com os valores superiores da verdade, da razão ou da justiça. Tivesse sido publicado na época, não teríamos no Brasil tantos “intelequituais” engajados, nem tantos “iszpecialistas” metonímicos.
A partir do momento em que os intelectuais abandonam a universalidade dos valores, eles apenas tornam-se parte da confusão do seu tempo. “Matar as pessoas nos gulags, é ruim; mas pior ainda é deixar os proletários serem explorados pelos capitalistas”. Esse era o pensamento de Jean-Paul Sartre, um dos “intelectuais” engajados e traidores da época, porém cultuado e adorado aqui no Brasil como se fosse o maior filósofo de todos os tempos. Assim, Sartre foi capaz de mentir, descaradamente, para proteger uma determinada posição política. É desses “intelectuais” que Julien Benda fala neste livro, e é desses “intelequituais”, que ocupam toda a mídia brasileira, que estou me referindo neste artigo.
“A primeira Guerra Mundial terminou em 11 de novembro de 1918. Quarenta e oito horas depois, na manhã de 13 de novembro, já existiam movimentações para dar início a uma segunda guerra. [...] Iniciou-se a reorganização secreta do exército alemão, com a ajuda do governo soviético. Moscou dava aos comandantes alemães tudo o que estes eram proibidos de ter: tanques, artilharia pesada, aviões de guerra, aulas de treinamento e todo o material necessário para testes e treino de tiro. A Alemanha também tinha acesso às fábricas soviéticas que produziam tanques e aviões, os mais avançados do mundo, de modo que os alemães podiam observar, memorizar e copiar. Stálin permitiu ao governo alemão que criasse escritórios secretos de projetos e centros de treinamento em território soviético.” (SUVOROV, Viktor, p. 1 e 20)
Mas o brasileiro prefere o controle social das revistas, TVs e jornais engajados. Perdeu completamente a capacidade para discernir as diferenças, ou melhor dizendo, desconhece que existam diferenças!
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