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Mais da metade dos estrangeiros que entram na Espanha passam pelo Aeroporto Barajas, em Madri |
Tornou-se corriqueira a notícia de brasileiros chegando ao aeroporto de Barajas em Madri e serem impedidos de entrar na Espanha.
Pior que isso, geralmente são vítimas de todo o tipo de constrangimentos, maus tratos, humilhações etc.
Alegando que os brasileiros são atualmente o grupo que mais tenta entrar para viver clandestinamente naquele país, entraram na mira das autoridades da imigração daquele país.
Até aí, é compreensível que queiram se resguardar da entrada indiscriminada de imigrantes ilegais e naturalmente evitar um transtorno social, ainda mais em tempos de vacas magras com a crise assolando a Europa.
Mas muitos abusos foram cometidos em nome dessa prerrogativa legítima.
Há casos de pessoas munidas de todas as exigências mínimas necessárias, convencionadas pela Lei espanhola e barradas de forma arbitrária.
Não faz muito tempo, um grupo de professores indo àquele país ibérico para um congresso, foi impedido de entrar.
Outro dia, uma brasileira foi impedida de fazer uma conexão, perdendo toda a planificação de sua viagem a outro país europeu. Ela nem ficaria na Espanha, só estava de passagem!
Causou comoção o caso de uma senhora idosa que ficou sete dias detida, se alimentando mal, pois estava indo visitar uma filha que está lá ilegalmente.
Baseando-se na Lei que obriga o visitante indesejado, voltar ao seu país de origem pela mesma companhia aérea pela qual chegou, não é raro o caso de pessoas serem obrigadas a ficarem dias esperando pela volta, confinadas em saletas insalubres de uso da polícia no aeroporto de Barajas.
E o que eles exigem?
Passaporte em vigor, 500 euros em dinheiro vivo, seguro de saúde, passagem de volta ao Brasil marcada e comprovante de reserva num hotel.
Não é nenhum bicho de sete cabeças e convenhamos, outros países são muito mais invasivos, como por exemplo, os Estados Unidos, onde a obtenção de visto nos consulados chega a constrangimentos que nem a receita federal exige dos contribuintes.
Agora, o que justifica a não admissão do visitante, se tem em mãos todos os documentos e o dinheiro mínimo exigido? O critério é a "cara" do cliente, como geralmente ocorre nas famigeradas portas anti-metal dos bancos que travam mesmo quando uma pessoa não tem nem um objeto metálico no corpo?
Em represália, o Brasil passou a adotar o mesmo critério em relação aos visitantes espanhóis. Se por um lado está respaldado pela legitimidade, por outro, arriscou-se a cometer o mesmo erro, que evidentemente só pode ser interpretado como ferramenta de coação diplomática.
Todavia, como sempre, quem sofre é o cidadão comum. Se o cidadão tem em mãos todos os documentos necessários, não há porque impedi-lo de entrar e se constatado de fato que não tem condições de fazê-lo, nada justifica o tratamento aviltante que temos visto, relatados pelas pessoas.
Imagens do Google – fotoformatação PVeiga.
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