MENINA PROCURA...

Anúncio extraído da Financial Times (não acreditem em tudo quanto aqui se escreve):

Sou uma cachopa linda (mesmo mesmo linda) de 25 anos. Sou bem “articulada” e tenho classe…
Quero casar-me com cavalheiro que ganhe no mínimo meio milhão de euros por ano.
Há por aí algum leitor que ganhe 500 mil ou mais?
Ou alguma leitora casada com alguém que ganhe isso e que me possa dar algumas dicas?
Já namorei com quadros superiores que ganham cerca de 200 a 250 mil, mas não consigo passar disso.
E 250 mil por ano não são suficientes para morar na Quinta da Marinha, sustentar um iate, um pequeno jacto privado e um puro sangue lusitano:(
Conheço uma tia (da minha aula de yoga) que casou com um banqueiro e tem uma mansão no CampoReal! E, modéstia à parte, ela não é tão bonita nem tão inteligente como eu.
Mas, que terá ela feito que eu ainda não fiz? Qual a estratégia correcta? Como chegar ao nível dela?" (Kika Vasconcelos)

Mensagem/resposta ao anúncio:

Li o seu anúncio com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu caso e fiz uma análise da situação.
Desde já a informo que ganho mais de 500 mil por ano. Não estou portanto a ocupar o seu tempo à toa....
Posto isto, considero os factos da seguinte forma: visto da perspectiva de um homem que tem os requisitos que procura, o que oferece é simplesmente um péssimo negócio.
Eis o porquê: deixando os salamaleques de lado, o que sugere é uma negociação simples, proposta clara, sem entrelinhas - a menina entra com a sua beleza física e o candidato entra com o dinheiro.
Mas há um problema: com o tempo a sua beleza vai diminuir e um dia acabar, ao contrário do dinheiro do candidato que, com o tempo, continuará a aumentar.
Assim, em termos económicos, a menina é um activo que sofre depreciação e o candidato é um activo a render dividendos.
E a menina não só sofre uma depreciação, como também é progressiva, ou seja, aumenta exponencialmente!
Passo a explicar, a menina tem 25 anos hoje e deve continuar linda pelos próximos 15 ou 20 anos, mas um pouco menos por cada ano decorrido.
No futuro, quando for comparada com uma foto sua de hoje, a constatação será dura.
Concluindo, hoje a menina está em 'alta', no momento ideal de ser vendida, mas não de ser comprada.
Usando o jargão de Wall Street, quem a tiver hoje deve mantê-la como 'trading position' (posição para comercializar) e não como 'buy and hold' (compre e retenha), que é para o que a menina se oferece...
Portanto, ainda em termos comerciais, casar (que é um 'buy and hold') com a menina não é um bom negócio a médio/longo prazo! Mas alugá-la, sim!
Assim, em termos sociais, um negócio razoável a ser considerado é o conceito de namoro.
Mas, reconsiderando, e para me certificar do quão “articulada”, com classe e maravilhosamente linda é a menina, eu, na condição de provável futuro locatário dessa 'máquina', faço questão em solicitar o que é de praxe: fazer um 'test drive' antes de fechar o negócio... podemos agendar? (Gentleman Benvindo Welcomer da Silva).

Exatraído do Kalinka