Hoje se comemora o centenário do ex-prefeito de Campo Mourão, Roberto Brzezinski
O ex-prefeito faleceu em 21 de setembro de 1959, (ele tinha apenas 47 anos de idade), em acidente automobilístico, no exercício do cargo, juntamente com o candidato a sua sucessão, Harrison José Borges.
“Roberto Brzezinski foi lapidado desde a sua adolescência. Estudou no Ginásio Paranaense, celeiro que deu ao Paraná e ao Brasil, homens altamente capacitados, voltados para o humanismo nas suas ações políticas”.
Solenidades
Como parte das comemorações dos 100 anos, acontecerá o plantio de um pinheiro do Paraná, às 17 horas, na Praça Getúlio Vargas, com apresentação da Banda Municipal. Em seguida, a Academia Mourãoense de Letras fará a doação de um quadro, com uma fotografia de Roberto Brzezinski para a Biblioteca Pública. A segunda parte das comemorações será realizada no Recanto do Criador, com o lançamento do livro “Roberto Brzezinski, Semeador de Esperança” escrito pelo historiador Jair Elias dos Santos Júnior, onde é narrada a participação do ex-prefeito na Revolução de 1930. “O livro mostra um homem desapegado, justo nas suas decisões e promotor da igualdade e justiça social”. Na ocasião também será lançado um selo comemorativo pelos Correios.
Quem foi Roberto Brzezinski
Nascido em Almirante Tamandaré, em 25 de novembro de 1911, filho de Francisco Brzezinski e Maria Kaminski. Casou com Tecla Mussak Brzezinski. Tiveram cinco filhos: Francisco Irineu, Iracema, Iria, Iran Roberto e Irene. Voluntário da revolução de 30, com 22 anos, Brzezinski ingressou no serviço público, na condição de agente fiscal do Município de Mallet. Foi professor, diretor de escola e inspetor municipal de ensino. Ali, em 1941, tornou-se Juiz de Paz.
Em 1948, tomou conhecimento do eldorado no vale do Ivaí, as terras de Campo Mourão – na época, imagem de prosperidade sonhada por todos os imigrantes.
Roberto Brzezinski dedicou-se à atividade madeireira e as plantações de café. Desde 1952 até sua morte, viveu em Campo Mourão.
Prefeito de Campo Mourão
Foi eleito prefeito de Campo Mourão em 1955 com uma soma de votos que superava a somatória de votos dos outros três candidatos. Sua vitória uniu a sigla PSD-UDN (Partido Social Democrático e União Democrática Nacional), aliança inédita em território brasileiro.
Durante seu mandato, Roberto construiu a Praça Getúlio Vargas e promoveu a igualdade social. Construiu escolas, abriu estradas para diversos distritos e ergueu o Estádio Municipal que, mais tarde, recebeu o seu nome. Instalou a Coletoria Estadual, o Serviço de Metereologia, criou a primeira Banda e a Biblioteca Municipal. Sua morte antes de terminar o mandato, e na condição de líder regional, o favorito nas futuras eleições para mandato legislativo, comoveu o noroeste e o Paraná. Virou nome de rua, de escola e até de um distrito chamado Vila “Roberto Brzezinski”. Em 1993, por iniciativa do deputado estadual Namir Piacentini, lhe foi concedido o título de Cidadão Benemérito do Paraná, honraria entregue em 2005.
Roberto estava em seu último ano à frente da prefeitura de Campo Mourão. Foi o terceiro gestor eleito pela população a ocupar o cargo. Enquanto prefeito manifestou a vontade popular em várias frentes. Não possuía ideias isoladas. Realizava as necessidades de um povo. Dono de uma oratória invejável recebia o apoio de pessoas que nem ele mesmo conhecia. Roberto era antes de tudo um educador. A própria educação recebida dos pais já o apresentava. Preocupado com o ensino, dedicava grande parte de suas realizações ao ensino da região.
O dia da morte
No dia 21 de setembro de 1959, Roberto Brzezinski, Harrison José Borges e Alberto Bueno Ribeiro, coletor estadual, deixaram Campo Mourão com destino a Maringá. Iriam fazer parte da comitiva do governador Moysés Lupion que visitava Maringá. Saíram de Campo Mourão num veiculo jipe. Em Engenheiro Beltrão, trocaram de veiculo e mais dois passageiros seguiram na comitiva. Joaquim Bueno Godoy, prefeito de Engenheiro Beltrão e Aldevino Santiago, candidato a prefeito daquela cidade. Cinco quilômetros depois de Engenheiro Beltrão, nas proximidades da fazenda Chapadão, o acidente que mudaria a história política de Campo Mourão. A intensa poeira da estrada fez com que o motorista do carro, Aldevino Santiago, colidisse com um caminhão transportando bebidas. O choque se deu no momento que o carro foi ultrapassar um ônibus. Com a poeira, o motorista perdeu a visão do caminhão que vinha no sentido Maringá-Campo Mourão. O impacto foi tão grande que o veículo praticamente se desmanchou.
Foi ali, naquela estrada de chão, entre grades de bebidas e vidros quebrados, ferros retorcidos e a poeira vermelha, que o corpo de uma das maiores personalidades já vistas por Campo Mourão repousava, já sem vida. Naquele momento, Roberto Brzezinski deixava a forma de homem, e passava à figura de lenda. Seus ensinamentos, sua honestidade continuaram sendo seguidos por alguns, principalmente, pelos filhos e netos. O legado de toda uma vida não acabou. Continua vivo em cada um dos servidores que agem de boa fé e fazem da vida pública uma missão honrosa em favor da coletividade.
Do Blog de Jair Elias - extraído de textos de Dilmércio Daleffe e de Jair Elias dos Santos Júnior.
Um comentário:
É COM MUITA SATISFAÇÃO QUE FAÇO ESTE PEQUENO COMENTÁRIO, POIS TENHO A HONRA DE HAVER NASCIDO EM MALLET, ONDE ROBERTO BRZEZINSKI ERA CARTORÁRIO.
FOI SEU OFICIAL DE REGISTRO "JOÃO PACHECO GOMES" QUE FEZ O REGISTRO, QUE COMO ROBERTO BRZEZINSKI, TEVE TAMBEM PAPEL IMPORTANTE EM NOSSA CIDADE DE CAMPO MOURÃO.
COMO LOCUTOR DA RADIO COLMEIA, FIZEMOS A COBERTURA DO ACIDENTE QUE VITIMOU O ENTÃO PREFEITO DE CAMPO MOURÃO EM COMPANHIA DE MAIS 3 PESSOAS, TODAS DE GRANDE DESTAQUE NO SENÁRIO POLITICO REGIONAL.
LUIZ GONÇALVES.
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