segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E AGORA, TIO SAM?

Por Luiz Antonio Domingues

Militares americanos deixam o Iraque após nove anos de guerra - 18/12/2011 - Lucas Jackson/Reuters

No dia 18 de dezembro (ontem), uma notícia saiu na grande mídia, quase desapercebidamente: Saíram do território iraquiano as últimas tropas do exército americano.

A última coluna em debandada, continha cerca de 100 veículos militares MRAP, com um contingente de 500 soldados yankees. Missão cumprida, na concepção do US Army...

Qual o saldo dessa intervenção iniciada em 2003? Milhares de pessoas mortas, um país em escombros e uma estrutura sócio-política sob frangalhos em meio à disputa histórica de facções nada amistosas entre si, como curdos, xiitas e sunitas.

A motivação inicial da intervenção era uma farsa, sabemos disso hoje em dia. O Iraque de Saddam Husseim não tinha armas químicas como Bush & Cia. vociferaram. A questão agora não é julgar os mandos e desmandos de George W.Bush, mas a comunidade internacional deveria se interessar em saber como ficará o Iraque após essa destruição toda?

Ficará à mercê de sua sorte? Entrará num processo de revolução civil perpetrado pelas etnias que lutam pelo poder.

Quem se responsabiliza por sua reconstrução, garantias civis, apoio ao seu frágil sistema político, reestruturação das instituições públicas etc? E como se não bastassem esses problemas internos gravíssimos, o Iraque assiste seus vizinhos mergulhados em revoluções populares, queda de ditadores e para piorar, o sempre belicoso Irã, seu vizinho de fronteira, costumeiramente sinalizando medidas fundamentalistas duras.

Quando Bush ordenou a invasão, dizia quase cinicamente que aquilo era benéfico ao povo iraquiano, para instituir a democracia no Iraque. Obama cumpriu a sua palavra em retirar as tropas, mas ambos deixam o povo iraquiano sem a principal resposta que gostariam de obter: E agora, Tio Sam... como ficamos ?

3 comentários:

Anônimo disse...

os EUA, não se importam com nada que não seja $$..e para ter seu petróleo com preços reduzidos, fazem guera, dando outra desculpa..não só isso, eles destruiram o iraque, e quem vai reconstruir? eles mesmos, suas grandes empreiteiras, vão ainda ganhar muito $$ na reconstrução ..esse $$ = petroleo. Atauqes terroristas de 11 de setembro, há fortes indicios, e para muitos americanos, não há dúvidas de que foi o proprio governo que fez um teatro ali, para justificar as guerras q se sucederam. Agora, com muitos americanos questionando, e uma forte crise no país, instauraram a lei marcial...tenho dó do povo americano, e por lá, acreditem, vcs comprovarão, as coisas vão piorar e muito. deixo um link de um breve video...abçs Glauco Teixeira
http://www.youtube.com/watch?v=oB2gfylPC0M&feature=player_embedded

Helder Pomaro disse...

O que acontece agora? Não sei a resposta, só sei que a história é cíclica e já "vimos esse filme", se o Iraque está melhor ou pior do que antes, somente um iraquiano nascido e criado por lá poderá responder.
A única coisa clara em tudo isso é que muitas empresas norte americanas, inglesas, francesas e alemãs estão com suas ações em alta por conta da guerra do Iraque, que começou efetivamente em 1991, no governo do velho Bush, o filho só continuou o legado mas com mais competência que o pai.
Veremos para onde os canhões da ganância dos EUA e seus parceiros apontam agora... Lembro a todos que nós também temos petróleo farto e uma Força Armada pífia.
Um grande abraço e parabéns pelo texto Luiz Domingues.
Helder Pomaro

Janete disse...

Oi, Luiz

No decorrer da história da humanidade, sabemos que várias nações dominaram outras, em busca do quê? Muitos motivos... uns para colonizarem, outros para obter os recursos naturais dos países dominados, enfim, há vários motivos.
Brasil foi colônia de Portugal por qual motivo? A meu ver, vários, sendo um deles o de obter os recursos naturais, principalmente o ouro e as pedras preciosas. E como ficou o Brasil, depois de declarada a "independência"? Ficamos à merce de nossa sorte? Eu acho que sim, e levamos quase 200 anos para começarmos a ser uma nação emergente.
Não estou justificando as atitudes dos EUA, mas, me parece que essa questão de dominar outras nações é uma característica dos povos. Os motivos podem ser vários.
E as situações que as nações dominadas ficam, após as saídas das nações dominadoras, também diversificam. O que aconteceu com a Argélia, que teve o domínio dos franceses ou com alguns países africanos que teve o domínio da Inglaterra.
Na verdade, nem sei como ou o quê deveria comentar. Penso que ainda estamos longe de termos todas as nações livres, independentes e com seus povos vivendo em paz.
Eu questiono a ganância pelo poder de todo e qualquer país.