Todos os dias o
Senhor prepara um banquete com finos manjares, mas são poucos os que se sentam
à mesa...
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terça-feira, 25 de setembro de 2012
DA UTILIDADE DA COMUNHÃO FREQUENTE
Do livro “A
Imitação de Cristo”
Dai-vos a
mim e estou satisfeito; porque sem vós nada me pode consolar. Sem vós não posso
estar, e sem vossa visita não posso viver. Por isso muitas vezes devo
achegar-me a vós e receber-vos para remédio de minha salvação, a fim de não
desfalecer no caminho quando estiver privado deste alimento celestial. Assim vós
mesmos o dissestes uma vez, misericordiosíssimo Jesus, quando pregáveis e
curáveis diversas enfermidades: “Não os quero despedir em jejum, para que não
desfaleçam no caminho” (Mt 15, 32). Fazei também do mesmo modo comigo, pois
ficastes neste Sacramento para consolação dos fiéis. Vós sois a suave refeição
da alma, e quem dignamente vos receber se tornará participante e herdeiro da
glória eterna. A mim, que tantas vezes caio e peco, tão depressa afrouxo e
desfaleço, mui necessário me é que, com a oração, confissão e comunhão frequente,
me renove, purifique e afervore, para não abandonar meus santos propósitos,
abstendo-me da comunhão por mais tempo.
Pois os sentidos
do homem estão inclinados para o mal desde a sua adolescência (Gên 8,21), e se
não o socorre o remédio celestial, logo cai o homem de mal em pior. Porque, se
agora, comungando ou celebrando, sou tão negligente e tíbio, que seria se não
tomasse este remédio e não buscasse tão poderoso conforto? E ainda que não
esteja, todos os dias, preparado, nem bem disposto para celebrar, contudo me
quero esforçar para, nos tempos convenientes, receber os sagrados mistérios e
tornar-me participante de tanta graça. Porque, enquanto a alma fiel, longe de
vós, peregrina neste corpo mortal, a única e principal consolação para ela é –
que muitas vezes se lembre do seu Deus e receba devotamente o seu Amado.
Ó
maravilhosa condescendência de vossa bondade para convosco, que vós, Senhor
Deus, Criador e vivificador de todos os espíritos, vos dignais de vir à minha
pobre alma e saciar-lhe a fome com toda a vossa divindade e humanidade! Ó
ditoso coração, ó alma bem-aventurada, que merece receber-vos com devoção a
vós, seu Deus e Senhor, e nesta união encher-se de gozo espiritual! Oh! que
grande Senhor recebe, que amável hóspede agasalha, que agradável companheiro
acolhe, que fiel amigo aceita, que formoso e nobre esposo abraça, mais digno de
ser amado que tudo o que se ama e deseja! Dulcíssimo Amado meu, emudeçam diante
de vós o céu e a terra com todos os seus ornatos; porque tudo o que têm de
brilho e beleza é dom de vossa liberalidade e não chega a igualar a glória de
vosso nome, “cuja sabedoria não tem medida” (Sl 146,5).|Dominus Vobiscum|.
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