sábado, 8 de setembro de 2012

MANDRAKE, O MÁGICO

Nome original: Mandrake The Magician - Licenciador: King Features Syndicate

Criado por: Lee Falk - Phil Davis
Vamos falar da criação que seria o filho mais velho de Lee Falk: Mandrake o mágico que foi a sua primeira obra para os quadrinhos (1934).
 Mandrake é um dos mais famosos e populares heróis das Histórias em Quadrinhos mundiais, em particular, dos “comics” americanos das décadas de 30 e 40 do século XX.
A série "Mandrake, o Mágico" apareceu pela primeira vez em 11 de junho de 1934, na imprensa diária americana em preto e branco, sendo a distribuição das tiras de banda desenhada assegurada pela agência King Features Syndicate. O argumento das histórias é escrito por Lee Falk e os desenhos são da autoria de Phil Davis. Mandrake é o ilusionista que se vale de uma técnica de hipnose instantânea, aplicada com os olhos e gestos das mãos e de poderes telepáticos. Em 3 de fevereiro de 1935 também apareceram as páginas dominicais coloridas.
Leon Mandrake o ilusionista que inspirou Lee Falk
A primeira página dominical aparece em Fevereiro de 1935. O sucesso desta série de histórias em quadrinhos não se fez esperar, tendo as aventuras deste fabuloso mágico rapidamente seduziu e fascinou os leitores do mundo inteiro. O traço de Phil Davis é elegante e sóbrio e as suas ilustrações são de uma grande precisão e clareza. Com a sua morte em 1964, Phil Davis foi substituído, no desenho da série, por Fred Fredericks com um traço mais realístico.
Mágico e ilusionista, Mandrake é também o primeiro herói, na história dos quadrinhos, a assumir-se e a intervir como tal.
O personagem foi baseado em Leon Mandrake, mágico que fazia performances no teatro nos anos 1920, usando uma cartola, capa de seda escarlate e um fino bigode. O desenhista Davis conheceu Leon, se relacionando com ele por muitos anos. 
Mandrake mora em Xanadú, propriedade fantástica no alto de uma colina. Sua noiva, a princesa Narda, da Índia, e seu companheiro inseparável Lothar, um príncipe africano que abandonou sua tribo para acompanhar o mágico, são os personagens mais constantes nas histórias.
Desde os 19 anos de idade, quando ainda era estudante na Universidade de Illinois, que Lee Falk tinha imaginado o personagem de Mandrake, tendo mesmo começado a desenhá-lo em algumas tiras de banda desenhada. Cerca de dez anos mais tarde, quando de uma visita à Nova Yorque, Lee Falk propõe a série à agência King Features Syndicate.
Para seu grande espanto e admiração, a sua proposta é imediatamente aceita e sem restrições de qualquer espécie. Não estando, porém, absolutamente seguro e confiante das suas capacidades e qualidades gráficas, Lee Falk decide deixar o desenho a cargo de Phil Davis, desenhista industrial e publicitário originário do Missouri, que havia conhecido quando trabalhava numa agência de publicidade em Saint Louis, onde era redator e responsável pelas emissões radiofônicas.
Mandrake representa o gênero de cavalheiro aventureiro, uma espécie de justiceiro que luta contra o crime, com um porte alto e forte, usando um bigode fino e cabelo liso e vestindo, ainda, um magnífico e elegante traje (smoking e chapéu), ornamentado com uma capa negra revestida, na parte interior, de seda vermelha.
Esta série dos quadrinhos pertence a um gênero fantástico, no qual Mandrake utiliza os seus poderes extraordinários de mágico, mostrando toda a sua astúcia, habilidade, agilidade e destreza de mãos, os truques, os disfarces e a capacidade de se transformar e de transformar os objetos e as pessoas. Com efeito, Mandrake consegue, entre outras coisas, suspender as pessoas no ar, transformar os homens em animais, fazer desaparecer ou animar os objetos, tornar as pessoas e ele próprio invisíveis, produzir paredes de fogo e muitos outros efeitos limitados apenas pela imaginação. Mas por trás dos extraordinários poderes de Mandrake estão apenas a hipnose, a telepatia e pouco mais.
O argumentista da série, Lee Falk, forneceu a esta história em quadrinhos toda a dinâmica, frieza e atualidade dos nossos dias. A narrativa possui suspense, emoção, ação e drama, conservando, ainda, suficiente humor para não cair num tom melodramático. As intrigas desenvolvem-se com rapidez, os diálogos são concisos, o pano de fundo das histórias é pleno de espírito. Por outro lado, o traço elegante e sóbrio do ilustrador, Phil Davis, conduz toda a intensidade da narrativa, na qual a sucessão de vinhetas é elaborada com uma grande clareza, as decorações, ornamentações e atitudes são precisas, exatas e realistas.
Mandrake é acompanhado, nas suas aventuras, pela sua noiva Narda, uma bela princesa de origem balcânica, e por Lothar, um negro robusto, detentor de uma força hercúlea, cuja pele de leopardo que cobre o seu corpo e o seu dialeto relembram a sua antiga origem de príncipe de uma tribo africana. Tendo abdicado do trono após conhecer Mandrake, Lothar fica daí em diante ao seu serviço, sendo o seu guarda-costas e tornando-se num amigo fiel, seu guardião e protetor. Pouco a pouco, Lothar vai perdendo o seu dialeto, conservando, porém, a sua impressionante musculatura e o seu sentido de humor. Logo que conhece Mandrake, a bela Narda fica rendida aos seus encantos e feitiços, tornando-se, passado pouco tempo, na sua noiva. Este trio encontra-se, frequentemente, envolvido em perigosas e emocionantes aventuras que Mandrake leva sempre a bom termo, graças à sua coragem, inteligência e, sobretudo, aos seus inesgotáveis truques de magia.
O maior inimigo de Mandrake chama-se Lúcifer, mais conhecido por O Cobra, um ser demoníaco e temível que usa os seus poderes sobrenaturais para fazer o mal, nunca conseguindo, porém, vencer Mandrake.
As aventuras de Mandrake marcaram uma época no panorama das histórias em quadrinhos, quer americana, quer mundial, apaixonando gerações de leitores de todo o mundo ao longo do século XX. Hoje em dia, esta série, que se tornou numa das bandas desenhadas mais lidas em todo o mundo, publicadas em dezenas de jornais e revistas, em várias línguas, continua a despertar um interesse sempre renovado por parte de novos e velhos leitores e admiradores deste género de aventuras. Para a posteridade e para as gerações vindouras, Mandrake ficará, certamente, como um dos maiores heróis de sempre das histórias em quadrinhos mundiais.
Foi um sucesso absoluto nas décadas de 1930 e 1940, deu origem a uma série de imitadores: “Zambini”, “Drago”, “Kardak” (os três da editora Archie), “Zatara” (DC), “Visão", “Dr.Estranho" (ambos da Marvel)... Na Itália, Mandrake chegou até a ganhar uma versão local (pela editora Nerbini), desenhada por Galep, o artista de “Tex”. Outro autor de “Tex”, o criador Gianluigi Bonelli, veio com “Ipnos, o Rei da Magia”, em 1946.
Em 1966, para aproveitar o sucesso da "batmania" desencadeada com a série de TV de "Batman", a King lançou "Mandrake" também em um gibi bimestral colorido, que infelizmente só durou um ano.
Aqui no Brasil ele "Mandrake" foi publicado com muito sucesso por décadas pela editora RGE. Nos anos 1990, o personagem ainda estrelou algumas edições da editora Saber.
O personagem também estrelou alguns filmes. Em 1939, a Columbia produziu um seriado em 12 capítulos, com Warren Hull no papel principal e Al Kikume como Lothar (Narda não aparece). A NBC-TV fez um episódio-piloto em 1954, com Coe Norton e Woody Strode (Lothar), mas foi recusado. Em 1979 veio mais um telefilme, desta vez com Anthony Herrera e Ji-Tu Cumbuka como Lothar. Houve também um filme-pirata feito em 1967 na Turquia, "Mandrake Killing's karsi" (Mandrake contra Killing), onde nosso mágico favorito (Güven Erte) enfrenta o bandido com malha de esqueleto das fotonovelas italianas. Está em pré-produção um filme do herói. O ator Hayden Christensen foi anunciado para o papel-título.
Phil Davis
Nascimento: 4 de março de 1906
Morte: 16 de dezembro de 1964
Phil Davis, desenhista americano, nascido em St. Louis, Missouri. Ficou conhecido mundialmente como o primeiro desenhista de “Mandrake”, em parceria com o escritor Lee Falk. Davis estudou na Washington University Art School, e logo se tornou artista comercial da companhia telefônica de sua cidade. Em 1928 começou a trabalhar como desenhista publicitário e capista de diversas magazines. Em 1933 conheceu Falk e, juntos, criaram o mágico “Mandrake” para o distribuidor King Features. A esposa de Davis, Martha, uma desenhista de moda, foi sua auxiliar (não creditada) em “Mandrake”.
De traço elegante, preciso e com ótimo uso do claro-escuro, Davis influenciou muita gente: Fellini, Alain Resnais, Guglielmo Letteri... Phil Davis morreu de ataque cardíaco, em 1964.
Aqueles leitores com certa idade lembrarão, com certeza, da época em que liam nos jornais as tiras do Fantasma e Mandrake, o Mágico. Talvez não saibam que ambas as criações saíram da mente da mesma pessoa. Pois, é. O autor dessa proeza foi Lee Falk.
Nascido em St Louis, Missouri, em 28 de Abril de 1911, Leon Harrison Gross sempre teve inclinação para as letras e desde muito jovem escrevia contos, artigos e poemas. Após se graduar na Universidade de Illinois, trabalhou numa agência de publicidade como redator. Foi então que conheceu um jovem ilustrador chamado Phil Davis. Juntos criaram a tira Mandrake. Dizem as más línguas que o jovem Falk se inspirara no livro A Mandrágora. Seja como for, Mandrake trazia com ele todos os elementos do mágico de vaudeville que o escritor guardara da sua infância no Missouri.
As aventuras do mágico, sempre acompanhado de Lothar, rei de uma distante tribo africana, e da princesa Narda saíram pela primeira vez no dia 11 de junho de 1934. Era distribuída pelo King Features Syndicate e, já no início, foi um sucesso.
Mandrake reunia tudo o que representava o fascínio da América dos anos 30. Seu rosto, baseado no do próprio Falk, reunia todos os traços típicos do homem de aventuras exóticas que o cinema da época tinha se encarregado de mistificar: elegante, viril, enigmático, cavalheiresco e pronto para a ação. Até a presença de Lothar, com seu enorme corpanzil negro, só tinha a finalidade de destacar Mandrake graficamente. O mágico criado por Falk e Davis enfrentava gângsteres e até seu adversário, O COBRA - um mestre das artes míticas à altura de nosso herói - com a postura de um galã de cinema. Mandrake era o glamour hollywoodiano em ação.
O Primeiro Justiceiro Mascarado
Com o sucesso de Mandrake, Lee Falk tinha encontrado a galinha dos ovos de ouro. Criou, então em colaboração com o desenhista Ray Moore - O Fantasma, um dos mais célebres e duradouros mitos das histórias em quadrinhos. Antes dele já existiam heróis justiceiros, mas aquele mascarado era o justiceiro no sentido mais puro. Ele lutava sempre em defesa dos oprimidos. Seu combate - e como combatia- era contra piratas, traficantes, a ralé da espécie humana. Antecipando em muito os heróis com malha colante, o herói trazia o rosto coberto com uma máscara, alimentando a aura de mistério que o rodeava. E, como se fosse pouco ainda estavam os cenários exóticos como o golfo de Bengala - na melhor tradição de Emilio Salgari, a Caverna da caveira, os pigmeus Bandar e a lenda da imortalidade.
Lee Falk e suas duas criações "O Fantasma"
e Mandrake" o Mágico
O Fantasma ou "espírito que anda" é imortal, é o rumor que se espalha entre as tribos vizinhas. Mas ele é o primeiro herói que pode morrer, rompendo com o costume das historias em quadrinhos. Assim descobrimos que esta é uma tradição que passa de pai para filho, através de gerações, após o juramento feito pelo sobrevivente de um ataque pirata ante a caveira do assassino do seu pai. Pelas crônicas dos Fantasmas sabemos que o atual Fantasma é o 21º de uma estirpe de lutadores contra o crime.
Se não bastasse o roteiro primoroso, o desenhista Ray Moore - criador visual da historia - caprichou com seu traço misterioso, estilo filme noir, cheio de sombras sugestivas, cenas noturnas, contornos suaves e mágicos. O Fantasma, que saiu nos jornais no dia 17 de fevereiro de 1936, foi um sucesso absoluto.
Falk se tornou um dos roteiristas mais bem sucedidos do King Features Syndicate. Apesar de dedicar-se às duas séries - que ainda são publicadas em centenas de revistas e jornais pelo mundo - também escreveu peças de teatro, contos e livros sobre O Fantasma.
Em 1971, no Salão de Lucca, na Itália, Falk recebeu um troféu por seu significativo trabalho como roteirista. Num festival que premia o trabalho dos artistas gráficos isto é, no mínimo, notável.
Falk faleceu no dia 13 de Março de 1999 pela manhã em New York, Estados Unidos de Insuficiência Cardíaca.
Raymond S. Moore
Raymond S. Moore (Nasceu em 1905 e Faleceu em 13 de janeiro de 1984), mais conhecido como Ray Moore, foi o co-criador, juntamente com Lee Falk, e primeiro artista sobre o que viria a se tornar no mundo a tira de aventura mais popular em quadrinhos, O Fantasma, que começou em 1936. Moore já havia trabalhado como assistente de Phil Davis no Falk-criado Mandrake, Lee tira o Mago em quadrinhos, que era por isso que ele foi pensado para ser uma escolha adequada para desenhar nova criação de Falk.
Pouco se sabe sobre a vida pessoal de Ray, mas ele nasceu em Oklahoma, provavelmente em 1905, e viveu grande parte de sua vida no Missouri até sua morte em 1984, junto com sua esposa, Claire Moore. Ele era o filho de um joalheiro, e originalmente destinado a se tornar um engenheiro, antes que ele percebeu que poderia viver de seu trabalho como artista.
Moore começou a desenhar o Fantasma em 1936, após o criador Falk percebeu que não teria tempo para fazer a obra de arte na faixa de si mesmo. Ele já havia trabalhado como assistente em outra faixa de Falk, Mandrake o Mágico.

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