IDEALIZAÇÃO DA HUMANIDADE FUTURA
Augusto dos Anjos
Rugia nos meus centros cerebrais
A multidão dos séculos futuros
-- Homens que a herança de ímpetos impuros
Tornara etnicamente irracionais!
Não sei que livro, em letras garrafais,
Meus olhos liam! No húmus dos monturos,
Realizavam-se os partos mais obscuros,
Dentre as genealogias animais!
Como quem esmigalha protozoários
Meti todos os dedos mercenários
Na consciência daquela multidão...
E, em vez de achar a luz que os Céus inflama,
Somente achei moléculas de lama
E a mosca alegre da putrefação!
Nascimento: 20/04/1884, Engenho de Pau D'Arco, Cruz do Espírito Santo, Paraíba, Brasil
Filiação: Alexandre Rodrigues dos Anjos e Córdula de Carvalho Rodrigues dos Anjos
Casamento: Ester Fialho; filhos: Glória (1911) e Guilherme Augusto (1913)
Falecimento: 12/11/1914, 4:00 h, Leopoldina, Minas Gerais, Brasil
Causa: Tuberculose
Professor, poeta e escritor radicado no RJ; primeiro soneto: "Saudade" (1900); colabora em diversos jornais e revistas.
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