domingo, 11 de maio de 2008

Carlos Drummond de Andrade - Para Sempre






Hoje é o DIA DAS MÃES - que saudades da minha que já partiu, quisera que fosse como diz Drummond de Andrade:




Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.



















CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Nascimento: 31/10/1902, Itabira de Mato Dentro, Minas Gerais, Brasil
Filiação: Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade
Casamento: Dolores Dutra de Morais (1925); filha: Maria Julieta (1928)
Falecimento: 17/08/1987, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil
Causa: Parada cardíaca
Escritor, poeta, professor, jornalista e cronista; primeiras publicações: Seção "Sociais" do "Diário de Minas" (1921); funda "A Revista" (1925), porta-voz do modernismo mineiro publica seu primeiro livro em 1930: "Alguma Poesia"
"Nossa capacidade de amar é limitada e o amor... infinito. Este é o drama!"

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