Conhecido dos ameríndios précolombianos, nas suas andanças pelos trilhos do caminho do Peabiru, foi Campo Mourão visitado pelos primeiros europeus em meados do século XVI. Depois da frustrada formação da Vila de Ontiveros e após a fundação, no ano de 1561, de Ciudad Real Del Guairá, os espanhóis penetraram em direção leste, nas matas entre os rios Piquiri e Ivaí e, com surpresa (que outras vezes, e até pouco tempo, também causavam surpresa e admiração), encontraram o Campo Aberto Bordado de Araucárias. Assim foi conhecida no 3º quartel do Século XVI, a savana ou cerrado, que em 1629, seria tumultuado com a passagem das hordas de bandeirantes luso-brasileiros (los portugueses de San Pablo, como diziam os jesuítas espanhóis), sob o comando de Manoel Preto e Antonio Raposo Tavares.
Em fins de 1769 e começos de 1770, pela expedição iniciada sob o comando do Capitão Estevão Ribeiro Bayão, de São José dos Pinhais, e completada pelo Capitão curitibano, Francisco Lopes da Silva, ambos sob o comando geral do Coronel Afonso Botelho de Sampaio e Souza (primo do Morgado de Mateus), após percorrer o rio Ivaí em toda sua extensão, reconheceu os campos que foram denominados Campos do Mourão (assim consta em mapas da Província do Paraná no ano de 1175), simplificado para Campo do Mourão e mais tarde para Campo Mourão, em homenagem ao Governador da Província de São Paulo, no período 1765/75, a qual se subordinava o Paraná, então sua quarta (e depois quinta) Comarca, Capitão-General D. LUÍS ANTÓNIO DE SOUZA BOTELHO MOURÃO (Morgado de Mateus), que instruiu Afonso Botelho – “sic”:
Já avisei vmce. que o rio chamado Ubatuba mande vmce. que se chame D. Luís de Matheus daqui por diante; em outro ponha vmce. o seu nome e em todos nomes de nossas casas, e apelidos mais conhecidos, de sorte que fique bem estampada a memória dos Autores deste descobrimento para os tempos futuros; do mesmo modo faça vmce. chamar os arraiais, o principal há de ser dos Prazeres do Regº, os outros de Matheus, de S. Luís, de Passos da Villa Real, dos Mourões, de Sobroza, da Cumieira, etc., tudo nomes que nos pertençam e que fiquem bem claros no conhecimento das gentes, para que possam resistir à fatalidade do esquecimento do tempo. (In carta de D. Luís António de Souza Botelho Mourão à Afonso Botelho de Sampaio e Souza, em 4 de Outubro de 1769 – Documentos interessantes do Arquivo Público de São Paulo – vol. VI, pgs. 36/37).
NA. rio Ubatuba hoje rio Ivaí.
D. Luís António de Souza Botelho Mourão nasceu em 21 de Fevereiro de 1722, sendo filho legítimo de Dona Joana de Souza, Senhora de Moroleiros, em Amarante, e de António José Botelho Mourão, fidalgo da Casa Real, Cavaleiro de Cristo, Tenente Coronel da Cavalaria, Morgado de Mateus, etc., que serviu com distinção nas guerras da Grande Aliança, e aumentou consideravelmente o brilho de sua Casa, tendo edificado em Vila Real o Palácio de Mateus, uma das mais nobres residências portuguesas, a dos Condes de Vila Real, herdeiros do morgadio por sucessão direta.
Por isso, D. Luís António de Souza Botelho Mourão era, também, Morgado de Mateus.
Faleceu a 5 de outubro de 1798 e foi sepultado na capela de Mateus, em Vila Real, Portugal.
Casa de Mateus - Vila Real - Portugal
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