Nelson B. Prado
(In Correio de Campo Mourão, 2/2/1952)
Hoje, mesmo aparentemente isolados no sertão, são numerosos os fatores que nos aproximam à vida dos grandes centros urbanos.
Um bom rádio de pilha ou acumuladores, o “jeep” e o “teco‑te
Assim como, em pouco menos de uma hora, estamos em Londrina e depois em São Paulo ou no Rio, também ouvimos os noticiários da BBC, da Nacional e a interminável novel
O avião fura os céus e o rádio nos conduz a imaginação numa religação saudosa.
Por outro lado, o “jeep” arrebenta sertão, desafia temporais, cruza estradas e nos leva ao asfalto das cidades.
Realmente, hoje o sertão, embora ainda distanciado pela força das distâncias rodoviárias, está muito próximo dos grandes centros.
Nisso há uma esperança que é sempre um conforto dentro dos desconfortos naturais do interior.
Mas de repente, tudo parece ser um sonho, quando deparamos com uma nota fora do comum no comum viver que nos cerca.
Ali nas Barras, quase escondido em aprazível recanto, um piano vienense fazia vibrar as cordas em sons que não esperávamos ouvir assim tão discretamente reservados.
É o primeiro piano que pisa a linha dos trópicos no Município de Campo Mourão!
Fiquem gravados para a história a artista, o instrumento e o lu
A artista ‑ Mme. Judith Eheke Carneiro, esposa do Sr. Evaldo Carneiro de Paula, gerente industrial e sócio da firma Indústria e Comércio Prado e Cia. Ltda., com instala
E aquelas teclas vibram todos os dias os cantos e os sons melodiosos, que, atraindo curiosos pássaros, curiosos e intrigados, põem notas diferentes no viver do sertão!
Ao mesmo tempo distantes e próximos, a civilização no interior não se arrefece e desanima; ao contrário, se encontra e vivifica, como nesse particular, com as teclas de V
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