Conforme o Aurélio, pantomima significa logro. Embuste. Também é a arte da expressão por meio de gestos. Mímica, onde se prescinde da palavra.
Com todo o respeito à memória do dr. Ulysses Guimarães, foi o espetáculo encenado pelo PMDB, no sábado que pa ssou. Por aclamação, Michel Temer viu-se reeleito presidente do partido. A imagem que ficou foi do parlamentar paulista de mãos dadas e levantadas com José Sarney, Romero Jucá, Waldir Raupp e outros, comemorando sabe-se lá o quê. Porque dividido o PMDB estava e continuou, apesar do registro de seu presidente sobre apresentar-se unido. Deixaram de comparecer Roberto Requião, Pedro Simon, Luiz Henrique, Orestes Quércia, Jarbas Vasconcelos, André Pucinelli e outros defensores da candidatura própria à presidência da República. Como apesar de prevista sua visita aos convencionais, Dilma Rousseff não apareceu, a conclusão é de que continua tudo na mesma. O presidente Lula não quer Michel Temer como companheiro de chapa da candidata do PT e o PMDB aguarda melhores dias para definir-se. Talvez só na outra convenção, em junho.
Encolheu-se até o solitário presidente de honra do partido, Paes de Andrade, que havia anunciado a disposição de contestar a reeleição de Michel Temer, com base num discutido compromisso de fazer do deputado Eunício Oliveira o novo presidente.
Em suma, uma pantomima mesmo, muito diferente das antigas e já esquecidas reuniões dos tempos em que o então MDB insurgia-se contra o regime militar e formava na primeira linha da resistência democrática. A democracia foi restabelecida e a legenda murchou. Há quem preveja a perda da condição de maior partido nacional, nas eleições de outubro. Não vai ser fácil manter o maior número de governadores, senadores e deputados.
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