quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
CRÔNICAS, AS MENSAGENS DA SHIRLEY
“Quando se dá
toda atenção a alguém, descobre-se que ela não tinha nada a dizer” (Gudé).
Por José Eugênio
Maciel
“Um
professor precisa carregar a luz do encanto, ter fascinação pelo
que ensina. Ser empreendedor e dinâmico. Sua
voz deve expressar
paixão pelo conhecimento, não pode soar
desiludida e afônica”
Professora e
escritora Shirley Barbosa Ângelo
A
professora Shirley Barbosa Ângelo, é a autora do livro O Ipê-Branco –
Retrato de um Professor. Junho deste ano, Umuarama sediou o encontro das
Academias de Letras do Paraná, e Campo Mourão se fez presente na Capital da
Amizade. Naquele evento Shirley me presenteou com o livro autografado. Por
ter feito uso da palavra num dos debates literários, segundo ela considerado
muito importante e por gostar de ouvir a minha prosa, resolveu me dar o livro. O
conteúdo das crônicas chama e prende a atenção, são histórias de amor,
encontros e desencontros.
A
narrativa é surpreendente rica, a descrição das personagens, cenários e fatos.
Aliás, sobre fatos, eles são acompanhados por acontecimentos históricos e de
lugares que no seu bojo trazem informações sucintas e precisas. Também faz
citações como a do poeta português Fernando Pessoa em O menino da sua Mãe.
As
crônicas espelham sonhos acalentados e as desilusões provenientes da sala de
aula. O olhar e o sentir encontrados na referida obra envolvem percepções
humanas que nos põem a refletir, repensar sobre os princípios e, quem sabe,
refazer atitudes.
Não
me arriscaria a escolher quais são as melhores crônicas, pois são elas de uma
qualidade singular. Ainda assim, transcrevo um parágrafo da intitulada “In
memoriam”, página 65: Amava o mistério da vida. Queria transformar-se em
um pensamento, para conhecer o mundo das ideias humanas. Queria ter a coragem
de lhe conhecer o inconsciente. Tinha um mínimo de conhecimento e
conhecia apenas uma partícula da vida! Teria que contentar-se apenas em
diferenciar os seres pelas ações, pelas circunstâncias em que agiam, à luz do
ego e só isto sabia ela que levaria uma vida. Se vivesse ainda, porque de um
momento para outro podia cair inerte como uma amiga sua: O corpo duro, os
braços pendentes, o rosto lívido, os olhos sem movimentos...
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