segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

“DE FIO A PAVIO”

“Quem confunde nobreza com luxo, confunde também estômago com bucho” – Gudé.
Por José Eugênio Maciel
“O tempo alonga o nosso pavio, diminui as inseguranças das nossas mãos, coloca
menos grau nos espelhos. O tempo diminui o nosso fogo, põe rugas em nossa
testa e coloca lentes em nossos olhos. O tempo faz e desfaz sem pedir licença,
 é generoso e tenebroso. Depende do lado que a gente olhe”.

Alia Sampaia.  
       Esta é a última Coluna deste ano. Durante o ano todo de 2012 ela foi publicada, sem falhar um domingo sequer. Ainda que seja uma mera obrigação, - e é mesmo – me sinto bem por não ter existido qualquer fato que pudesse impedir de encaminhar o texto ou que ele por algum obstáculo não chegasse a ser impresso.
         Cada domingo, cada mês, todos os meses resultaram em 58 publicações somente neste ano que já termina. O referido número se soma a todas as demais colunas publicadas nos 24 anos de existência deste espaço: 1767 colunas.
         Por ter sido ano de eleições municipais, a Coluna abordou várias vezes o tema, incluindo questões nacionais, entre elas o julgamento do “mensalão. Os temas tiveram conteúdos em todos os níveis, no plano nacional, paranaense e da nossa cidade e região. Fez-se o registro das perdas, pessoas que deixaram o plano terreno, aliás, sempre o texto mais difícil por ter que discorrer sobre uma vida inteira em algumas linhas, e hoje infelizmente também é assim, como está no Reminiscências. 
         Como foi possível publicar a Coluna todos os domingos, neste último texto do ano é conveniente o título de hoje: “De fio a pavio”, é um ditado, herança portuguesa que  se popularizou de há muito no Brasil, bem ilustra a sequência de publicações caracterizadas neste espaço, sempre com o devido respeito ao caro leitor do Jornal Tribuna do Interior. De fio a pavio” é o mesmo significado de “ponta a ponta”; “de cabo a rabo”; “do princípio ao fim”; “com muita rapidez e pontualidade”. E tem um significado na minha família, dita pela minha avó materna e repetida sempre pela minha saudosa mãe Elza: “rente como pão quente”. E jornal tem como conteúdo a notícia fresca, como pão quentinho para ser saboroso.
          Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, é a canção de Geraldo Wandré, e é certo, não devemos esperar simplesmente acontecer. É necessário tomar a iniciativa, fazer acontecer, sem desmerecer que esperar é respeitar a ação do tempo, os reflexos das nossas atitudes carecem de maturação. O fim de um e o começo de outro ano, é o momento para a renovação das esperanças, o revigoramento das nossas vidas, fazer um balanço da nossa trajetória percorrida em 2012 e nos preparar para o ano que já está chegando, pois “navegar é preciso, viver não é preciso”, escreveu o poeta português Fernando Pessoa.
           

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