sábado, 8 de dezembro de 2012
DOUTOR JOAQUIM BARBOSA, SEM FIRULAS
“Absolutamente é a mente absoluta, que absolutamente não mente” (Gudé).
Por José Eugênio Maciel
“Nada justifica, a meu sentir, a
pouco edificante busca de apoio para uma singela
promoção de um juiz do primeiro para
o segundo grau de jurisdição”.
Joaquim Barbosa – presidente do STF
Para uma boa parte do povo
brasileiro o nome Joaquim Barbosa não carece de apresentações. Ele acabou de
assumir o cargo da mais alta corte do Brasil, a presidência do Supremo Tribunal
Federal – STF. Além dos dizeres transcritos abaixo do título desta Coluna,
afirmou a necessidade de uma “Justiça sem firulas”.
É inevitável, de um modo ou de outro,
fazer menção ao fato do ministro ser o primeiro negro a integrar o Supremo e
consequentemente chegar à presidência.. Quando ecoam as manifestações por todo
o Brasil alusivas ao 20 de novembro, o Dia do Zumbi dos Palmares, que tanto
lutou e deu a vida em favor do fim da escravidão dos negros brasileiros, mesmo
que seja coincidência, a semana e precisamente o mês de novembro proporciona
reflexões sobre o fato. Entre eles quando entra em vigor a lei da cota racial
nas universidades, assim como a cota social, fatos que geraram polêmicas
intensas, algumas radicalizadas.
Ainda não parece claro – ao menos para
quem não deseja enxergar – que o Brasil tem sim uma dívida para com os negros,
dada precisamente à escravidão que durou oficialmente mais de 300 anos. E se
não é esse o modo de começar a saldá-la, é preciso reconhecer existir essa
grande dívida: a escravidão, os anos de privação de liberdade e dos trabalhos
forçados até o exaurimento das forças físicas, quando produziram uma riqueza
gigantesca, toda ela em favor dos proprietários rurais e das elites urbanas.
Circula com frequência pela internet
uma mensagem que lista personagens famosos da nossa história mundial,
mencionando as qualidades das pessoas negras que não precisaram de cotas
raciais para, digamos, “vencerem na vida”. O presidente reeleito Barack Obama é
um dos exemplos.
Não será surpresa mencionarem o
presidente Joaquim Barbosa. De fato ele não careceu de cotas, foi indicado pelo
então presidente Lula para integrar o Supremo, e tinha, já à época, um vasto
currículo como justificativas de sobra. Sim, não chegou à presidência por uma
cota, mas em razão do seu profícuo e notável cabedal de conhecimento. É
oportuno advertir: mais de 500 anos depois do chamado descobrimento da
colonização é que um negro passa a ocupar cargo de tamanha relevância! O Obama
também, “somente” depois de 500 anos de independência dos E. Unidos, foi eleito
o primeiro presidente negro. É para pensar, logicamente uma reflexão decente,
capaz de reconhecer as agruras e contínuas injustiças sociais que o negro ainda
vivencia, cuja afirmação aqui é isenta, não marcada por qualquer ódio ou
sentimento de vingança.
Joaquim Barbosa tem 58 anos, é mineiro
de Paracati, o pai dele (falecido) era pedreiro, a origem humilde, somada a sua
determinação para com os estudos, o levaram da condição de faxineiro a carreira
como procurador. Na posse, referiu-se à genitora como “querida mãezinha”,
emocionando a senhora Benedita Gomes da Silva, 72 anos.
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