quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A HISTÓRIA NO ESCURO


Oswaldo Aranha foi ministro do Exterior, da Fazenda e da Justiça de Getúlio. Como ministro da Justiça, foi visitar a Agência Nacional. O diretor tinha feito uma reforma e queria mostrar ao chefe:
         - Senhor ministro, reorganizamos toda a agência. Fizemos isso, aquilo.
         - Muito bem, muito bem.
         E foi levando Oswaldo Aranha, com seus cabelos brancos, quase dois metros de altura, os olhos grandes, luminosos, pelos corredores.

ARANHA

Diante de uma porta, o diretor parou entusiasmado:
         - Senhor ministro, aqui é a seção mais importante da Agência Nacional. É onde guardamos os recortes dos jornais que aproveitam as notícias que a Agência Nacional manda.
         - O arquivo.
         - Sim, ministro, o arquivo. Aqui está a documentação da vida brasileira. Um dia, para ser escrita a História de hoje, é só vir aqui e ver o que o governo pensava e a Agência Nacional escrevia. Está tudo aqui. Aqui se faz a História. O senhor quer ver?
         O diretor empurrou a porta, acendeu a luz. Oswaldo Aranha entrou. No chão, por cima dos recortes, nus, um homem e uma mulher perdidamente se amavam. Oswaldo Aranha apagou a luz, fechou a porta:
         - Realmente, senhor diretor, esta é a seção mais importante. Faz a História e a vida no escuro.
LULA E DIRCEU
            Lula e José Dirceu também pensaram que a História se faz no escuro. Bastou o Supremo Tribunal acender a luz para os dois e o PT aprenderem que o Mensalão não era “uma farsa”, uma “piada de salão”.
   Dias de julgamento despejaram uma cachoeira de denuncias, mostrando porque o Ministério Público há anos investigava e denunciava “a quadrilha” de Lula, Dirceu, etc.: - o Mensalão é o processo de Lula, do governo de Lula e do PT. Eles entraram para a História no escuro: 
          1.– “Não fomos eu e o Genoíno os condenados. O PT é que foi condenado” (José Dirceu na “Folha de S. Paulo” de 11 de outubro de 2012).
            2.– “O Mensalão é escabroso” (Ministro Marco Aurélio, no Globo).
       3.– “Macrodelinquencia governamental da cúpula do PT... Grande organização criminosa... Uma ação moralmente deletéria, juridicamente criminosa e politicamente dissolvente... Falta de escrúpulos na ação criminosa por eles exercida. Arrogância e comportamento desonesto... São capazes de perpetrar delitos difamantes” (Ministro Celso de Melo, na Folha).         
      4.– “Catastrófico modo de fazer política com ação pecuniarizada de alianças argentarias. Um tipo de coalizão excomungado pela Constituição”. (Ministro Ayres Brito, no Globo).
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