sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

KIRCHER, O INQUIETO EXPERIMENTADOR

Por Luiz Antonio Domingues
Athanasius Kircher-Nascimento: 2 de maio de
1601Geisa, Alemanha. Falecimento: 27 de novembro
de 1680 Roma, Itália. Foi um jesuíta, matemático,
físico, alquimista e inventor alemão nascido em Geisa,
uma cidade pequena no banco do norte da Rônia
Superior, Buchônia, famoso por sua versatilidade
de conhecimentos e particularmente sua habilidade
para o conhecimento das ciências naturais
Acaba de ser lançado um interessante livro chamado: "A Man of Misconceptions: The Life of an eccentric in an age of change" ("Um homem de equívocos: A vida de um excêntrico em uma Era de mudanças").
Trata-se da biografia de um homem chamado Athanasius Kircher, um padre jesuíta de origem alemã, que viveu no século XVII.
Desde criança, Athanasius Kircher demonstrava ter interesse por diversos assuntos e assim enveredou por estudos sobre matemática, filosofia, biologia, acústica, magnetismo, astronomia e outras matérias.
Mesmo depois de ordenado padre, seus estudos prosseguiram com muito entusiasmo e ainda muito jovem, já tinha diversos trabalhos concluídos sobre assuntos variados e mais que isso, revelando-se um autêntico cientista, fazia experimentos e criava inventos.
Nessa biografia, são inúmeras as curiosidades por ele inventadas. Muitas são absolutamente geniais; outras são surpreendentes pois anteciparam os rudimentos de outras que seriam inventadas definitivamente depois, por outros inventores e algumas são exóticas ao extremo.
Por conta das invenções absurdas, Kircher acabou sendo injustiçado por muito tempo, porque foi ridicularizado e claro, ganhou fama de lunático incorrigível.
Kircher fez muitos estudos por exemplo, sobre o aperfeiçoamento de microscópios e telescópios, que influenciaram outros pesquisadores, decisivamente. Nesse campo, criou um objeto que denominou como "lanterna mágica". Nele, conseguia de forma ainda que primitiva, criar a ilusão de movimentos em ilustrações. Esse invento rudimentar foi sem dúvida o precursor remoto do projetor cinematográfico que só viria a ser criado no final do século XIX, de fato.
Portanto, é inacreditável que Kircher tenha pensado em algo assim, em pleno século XVII.
No campo do magnetismo, Kircher fez muitos estudos.
Obcecado por conhecer a fonte de magnetismo do planeta, chegou a aventurar-se num perigosíssimo rapel, dentro do vulcão Vesúvio.
Um invento seu entrou para o anedotário e hoje em dia causa repulsa aos defensores de animais (aliás, com toda a razão): Kircher concebeu um piano que não possuía cordas. O músico usaria um teclado normalmente, mas o som obtido pelo bater das teclas, seria produzido pelo gemido de gatos vivos, cujos respectivos rabos eram puxados, conforme a tecla acionada.
Mas não só com excentricidades Kircher contribuiu com a música. Ele fez também estudos de acústica e amplificação de sons, que muito ajudaram a desenvolver a engenharia, desenvolvendo e muito a música, naturalmente.
No campo da biologia, fez inúmeros estudos e relacionou a peste bubônica a micro-organismos encontrados em cadáveres.
Estudou línguas do extremo oriente, fazendo estudos morfológicos comparativos. Segundo consta em sua biografia, Kircher teria deixado 44 livros com seus estudos.
No livro recém lançado, com sua biografia, uma observação final chamou-me a atenção: o autor, John Glassie, declarou que a despeito dos acertos, as inúmeras experiências fracassadas, também deram enorme contribuição à ciência. Sim, grande verdade da ciência, o princípio de tentativa e erro é ainda o melhor método, desde o tempo da invenção da roda.
Admirável a vida e obra de Athanasius Kircher, apesar da pisada de bola que deu com os amigos felinos...(in Planet Polêmica).

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