Hiram Reis e Silva, Porto Alegre, RS, 05 de junho de 2011.
“Em terra de perenes desafios, uma grande cruzada para o crescimento, onde o épico confronta com a realidade. Não basta querer fazer e querer desenvolver: é preciso um esforço de Hércules para que todo dia superemos as dificuldades.”
(Jorge Teixeira de Oliveira)
Prosseguimos na nossa homenagem aos bravos que ostentam, com muito orgulho, o brevê da onça.
As Leis da Guerra na Selva
Fonte: Coronel Gélio Augusto Barbosa Fregapani
1ª Tenha a iniciativa, pois não receberás ordens para todas as situações, tenha em vista o objetivo final.
2ª Procure a surpresa por todos os modos.
3ª Mantenha seu corpo, armamento e equipamento em boas condições.
4ª Aprenda a suportar o desconforto e as fadigas sem queixar-se e seja moderado em suas necessidades.
5ª Pense e aja como caçador, não como caça.
6ª Combata sempre com inteligência e seja o mais ardiloso.
No início do CIGS, o curso então era praticamente de instrução individual; de coletivo apenas um pouco de patrulhas e emboscadas. Ao terminar meu tempo de instrutor, visando influir no que reconhecia como lacuna, escrevi na revista Defesa Nacional alguns artigos sobre o assunto “GUERRA NA SELVA”. Em um deles descrevi como deveria ser um Grupo de Combate (GC) de infantaria de selva, naturalmente distinto de um GC comum e com armamento e equipamento adequados. O nome do artigo é “A TROPA DE SELVA”, se não me falha a memória e foi publicado por volta de 1970. Nele que escrevi as “LEIS DA GUERRA NA SELVA”. As “leis” se popularizaram quando, no meu comando, as mandei escrever numa parede. Ainda hoje as considero pertinentes e adequadas.
A Oração do Guerreiro da Selva
Fonte: Coronel Humberto Batista Leal
A primeira idéia que tive de escrever uma oração para os combatentes de selva nasceu durante o meu curso de guerra na selva em 1980, precisamente na área destinada ao descanso dos alunos na Base de Instrução II. Ali eu falei para alguns companheiros de curso que desejava escrever um poema para ser recitado pelas tropas de selva. Eu juntava, em silêncio, as palavras mais simples que encontrava, para compor os versos que tivessem a simplicidade da floresta e dos homens que usavam o brevê da onça. Havia instantes de incerteza e angústia naqueles dias difíceis, e imaginávamos o que seria a guerra naquele ambiente hostil. Nessas horas de se buscar forças para vencer fadigas diárias, desafios ameaçadores, não há como o homem evitar o mergulho dentro de si mesmo; e, ao fazê-lo, conduz naturalmente o pensamento a Deus – o mesmo Deus que não explica nossas guerras, mas nos fortalece diante das interrogações do destino, mesmo as mais enigmáticas e incompreensíveis indagações. Em junho daquele ano, pouco mais de vinte oficiais concluíam o curso.
Meses depois, já nomeado instrutor do Centro de Instrução de Guerra na Selva, retornei a Manaus, ficando hospedado, com minha esposa e filho, na casa do então 1° Tenente Benedito Rosa Filho. Na Rua Brasil, da Vila Militar de São Jorge, mesma Rua do Hotel de Trânsito dos Oficiais.
Éramos comandados pelo Tenente Coronel Gélio Augusto Barbosa Fregapani, autor das Leis da Guerra na Selva e um entusiasmado Comandante. A Seção de Selva era dirigida pelo Capitão Barros Moura; a de Doutrina e Pesquisa, pelo Capitão Joel. A equipe se compunha de capitães e tenentes.
Eu fiz dupla em Orientação na Selva com o meu estimado amigo tenente Antônio Carlos Duarte Soares. Em março de 1981, passamos muitos dias percorrendo as pistas de orientação, identificando e reparando placas. E falávamos da oração. Ao retornar a Manaus, numa daquelas noites de descanso na casa do Rosa Filho, conversávamos na varanda quando peguei uma caneta e escrevi os versos que levaria, no dia seguinte, à apreciação do nosso Comandante Fregapani. Ele gostou do que leu e ouviu. Reuniu, naquela mesma semana, no anfiteatro da Base de Instrução V, os oficiais e sargentos, e falou da Oração do Guerreiro de Selva. Disse-me para recitá-la e aos demais para que repetissem o que eu dizia. Foi a primeira vez que a recitamos – ainda timidamente.
A partir de então, passamos a declamar a Oração do Guerreiro de Selva antes e após o início das atividades nas bases de instrução. Mandamos pintar placas com o poema e as afixamos nas bases. Todos procuravam memorizar a Oração. Logo começamos a declamá-la nas formaturas e nas atividades de instrução. Isto só acontecia no Centro de Instrução de Guerra na Selva. Foi assim que tudo começou.
O poema é demasiadamente simples, como transcrevo em seguida:
Senhor, tu que ordenaste ao guerreiro de selva:
“Sobrepujai todos os vossos oponentes”,
dai-nos hoje da floresta:
a sobriedade para persistir,
a paciência para emboscar,
a perseverança para sobreviver,
a astúcia para dissimular
e a fé para resistir e vencer.
E dai-nos também, Senhor,
a esperança e a certeza do retorno,
mas se defendendo esta brasileira Amazônia
tivermos de perecer, ó Deus,
que o façamos com dignidade
e mereçamos a vitória!
Selva!
Talvez tenhamos herdado do latim o “tutear” (tratar por tu) Deus, que expressa familiaridade com o divino. Gramaticalmente eu deveria ter escrito “vós”, para concordar verbalmente com o “dai-nos” do terceiro verso. Mas resolvi escrever “tu”, porque assim também os habitantes do norte costumavam falar. Mesmo quando a televisão chegou a Manaus, em 1970, trazendo os modismos da fala do Rio de Janeiro, os amazônicos nunca foram de falar “você” ou “vós”. E era assim que, nas horas aflitivas na selva, eu rezava: chamando Deus com o pronome “tu”, segunda pessoa do singular, como quem chama um amigo que é o refúgio mais ansiado.
“Sobrepujai todos os vossos oponentes”: é o que podemos esperar de Deus, a força espiritual para superar os que por contingência se tornam nossos adversários, sejam os inimigos, sejam os elementos hostis da floresta, sejam os nossos próprios medos. Tornamo-nos imbatíveis quando guiados por Deus: somos corajosos o suficiente para enfrentar todas as nossas guerras. E é isto que esperamos ouvir interiormente quando pedimos forças aos céus.
Dai-nos hoje da floresta:
a sobriedade para persistir,
a paciência para emboscar,
a perseverança para sobreviver,
a astúcia para dissimular
e a fé para resistir e vencer
É na própria floresta que encontramos certas virtudes necessárias ao guerreiro: sem sobriedade, não há como resistir à exaustão e à confusão mental, não se pensa e não se age; sem a paciência, não há como ser parte da própria selva, ser parte dos seus silêncios e dos seus ardis, ser parte de suas vozes; sem perseverança, não há como resistir ao cansaço, ao medo, às doenças, à fome, ao desconforto, às incertezas; sem astúcia, não há como agir à semelhança da onça que se move silenciosamente antes do bote decisivo, sem nunca precisar o instante do ataque; e sem fé, fundamento de todas as coisas, não há como ser fortaleza inexpugnável, que a tudo resiste porque almeja a glória de vencer.
E dai-nos também, Senhor,
a esperança e a certeza do retorno.
Mas se defendendo esta brasileira Amazônia,
tivermos de perecer, ó Deus,
que o façamos com dignidade
e mereçamos a vitória! Selva!
Os versos falam por si próprios: na guerra, diz-se que o homem precisa primeiramente almejar o seu retorno – esta é sua esperança, o seu anseio primeiro, fazer a guerra, voltar para casa –, mas só consegue alcançar a certeza do retorno, pouco a pouco, a cada dia e a cada mal, a cada patrulha e a cada batalha. Nem sempre, contudo, este retorno é garantido; ainda assim, para os que se amparam em Deus, há a resignação de enfrentar e aceitar seu destino e sua hora; e se houver que se defrontar com a morte, que esta seja digna e heróica, como convém aos que lutam, até com o sacrifício da própria vida por uma causa, sem nunca perder de vista a vitória. Somos todos efêmeros, bem o sabemos como efêmeras são as palavras, como efêmeras são as guerras. Mas somos eternos quando, confrontados com a temporalidade, vencemos o esquecimento com nossos feitos, mesmo os mais simples e insignificantes feitos.
Nossa causa é defender a Amazônia brasileira – em última instância, o Brasil, sua soberania.
Poema “Que Não Ousem”
Fonte: Coronel Gustavo de Souza Abreu
Que não ousem... Que não ousem ameaçar a nossa Amazônia!
Na imensidão da floresta brasileira haverá sempre bravos guerreiros da selva, em cada foz, em cada nascente, preservando o legado dos nossos antepassados. Trovões ouvidos de terras distantes jamais intimidarão os seus guardiões. Que não ousem! Em todos os rincões da Hiléia – de Uiramutã a Santa Rosa do Purus, de Cruzeiro do Sul a Oiapoque, de Tabatinga a Marabá – estão presentes intrépidos, persistentes e audaciosos amazônidas. Em sua simplicidade, prescindem da sofisticada tecnologia. São capazes de sobreviver e combater, valendo-se essencialmente da selva, a sua fiel e inseparável aliada. Conhecem como ninguém a arte da guerra na selva. Integram frações coesas que deslizam silentes, mimetizadas nos labirintos da mata misteriosa. São fugazes e atuam de surpresa, sem frente nem retaguarda, emboscando e inquietando. São como o aru, que surge e dissipa-se imperceptível, flutuando pelos igarapés, socavões e paxiúbas. São como a onça, que cerca pacientemente a presa para atacar no momento oportuno, fazendo ecoar um esturro ubíquo e aterrador. Se preciso for, esses guerreiros da selva resistirão perseverantes até que a última arma de ficção alienígena torne-se inútil. Em suas veias corre o sangue daqueles que expulsaram o invasor do nosso solo sagrado e imortalizaram Guararapes.
Que não ousem!
A aventura pode custar caro demais.
Selva!
O Brado de “Selva!”
Fonte: Gen R1 Bueno
Quando do início de suas atividades, as idas à área de selva eram muito frequentes. O movimento de viaturas era grande e a nova unidade ainda não dispunha de “Ficha de Saída de Viaturas” para serem controladas no Portão do Corpo da Guarda. Normalmente a sentinela ao ver a saída de uma viatura perguntava qual o seu destino e o motorista ou quem ia à boléia respondia “SELVA”.
Como a maioria das saídas era para a área de instrução, o motorista ao passar pelo portão dizia que ia para a selva. Daí nasceu uma tradição, de maneira simples e espontânea, e que se espalhou inicialmente pelo GEF, depois pelo CMA e hoje, caracteriza no Exército inteiro, os Guerreiros de Selva.
Até agosto de 1968 a saudação “SELVA” era restrita ao CIGS e de caráter interno. Porém, no desfile do dia Sete de Setembro deste ano, o grito foi utilizado pela primeira vez em público e em formatura oficial. Os instrutores para manter a cadência da tropa contavam o tradicional “um-dois-três” e depois gritavam “SELVA!”. A partir daí espalhou-se para o GEF e pelo CMA, caracterizando, os Guerreiros de Selva, a tropa da AMAZÔNIA.
A sua implantação não foi fácil. Houve muita reação principalmente dos mais antigos do GEF que reagiam as idéias novas, mas o CIGS tinha a sua destinação histórica de renovar os “corações e mentes” da tropa da AMAZÔNIA, e obteve sucesso. Este simples brado mudou a fisionomia militar dos que serviam na AMAZÔNIA, despertando o espírito de operacionalidade que estava adormecido pelos chavões “área castigo”, “ninguém quer nada”, “só tem gente problema” e outros.
Onça Pintada
Documentação da Divisão de Doutrina e Pesquisa do CIGS
Os Guerreiros da Selva são como a onça, que cerca pacientemente a presa para atacar no momento oportuno, fazendo ecoar um esturro ubíquo e aterrador.
Se na América não vive o Leopardo, em compensação vive a onça, também conhecida por Jaguar ou Onça-Pintada, nome comum do maior e mais poderoso felídeo do continente americano. Seu nome, nas línguas indígenas das florestas subtropicais, é Jaguar. É impropriamente chamada de tigre, pois é mais feroz que este e maior que a pantera. A onça pintada é o maior felino do continente americano, sendo encontrada do extremo sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Essencialmente carnívora, se alimenta de mamíferos de portes variados como antas, veados, capivaras e porcos do mato, podendo ainda, eventualmente, se alimentar de quelônios, peixes e jacarés. A pelagem varia entre amarelo escuro quase dourado até castanho claro. A onça preta é uma variação melânica, possuindo maior quantidade de pigmento (melanina) em sua pele. Nesse caso, a coloração amarela é substituída por uma pelagem preta ou quase preta com o mesmo tipo de manchas osciladas encontradas nas onças pintadas (rosetas). O corpo é completamente revestido por pintas negras, que formam rosetas dos mais diversos tamanhos, com um ou mais pontos negros em seu interior. Habita florestas tropicais úmidas, subtropicais e matas de galeria, incluindo ainda cerrado, caatinga e pantanal. Seu período de vida varia entre 18 a 20 anos, podendo, em cativeiro, alcançar os 28 anos. Pesa em torno de 65 kg (55-110 kg), medindo em torno de 132 cm de comprimento (110-175 cm) até 60 cm de altura (48-75 cm), com a cauda relativamente curta (40-68 cm). Tem hábitos solitários, diuturnos, com locomoção cuidadosa e sem ruídos, perseguindo a presa sem ser percebida. Atinge a maturidade sexual aos 3 anos, com uma gestação variando entre 93 a 110 dias, quando nascem, em média, dois filhotes. Exímia nadadora utiliza a ponta da cauda como isca para obtenção de pescado. Possui ainda garras potentes e retráteis, que são afiadas em troncos largos, cujas ranhuras auxiliam na demarcação de seu território. A força de sua patada pode chegar a 200 kg. Ela mergulha, salta, corre, e tem sentidos muito aguçados. Constitui o terror das selvas sul americanas, pois a ferocidade, tenacidade, paciência e a agilidade surpreendem e revela bastante sagacidade na caça. Por tudo isso, é considerada por combatentes e guerreiros de selva brasileiros o seu animal símbolo.
CIGS: o Lado Oculto
Fonte: Alexandre Fontoura - Revista Segurança&Defesa - Forças de Elite - 05/04/2004
Na selva, a sensação de ter o metabolismo alterado é massacrante. Apesar de estar sempre molhado, seja pela chuva, pela travessia dos inúmeros cursos d’água (Rios e paranás), lagos, igapós e igarapés, ou simplesmente pela transpiração, o combatente está sempre com sede.
Os cuidados com a alimentação devem ser enormes, pois problemas intestinais que provocam diarréia agravam o quadro. A perda de oito, dez e até 20 quilos em operações prolongadas na selva é comum para os guerreiros de selva. Exatamente devido ao impacto que o ambiente provoca sobre o corpo do combatente de selva, um dos principais trabalhos exercidos no CIGS para aumentar a eficiência do combatente de selva é aquele desenvolvido em seu Laboratório, subordinado à Divisão de Saúde. Por meio de parceria com a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Hospital Geral de Manaus (HGeM), é desenvolvido o Projeto de Pesquisa e Monitoramento Clínico-Laboratorial do Combatente de Selva. Este projeto tem por objetivo acompanhar o perfil corporal, hematológico, urinário, parasitológico intestinal e bioquímico dos alunos do COS, proporcionando dados valiosos sobre as alterações que a internação prolongada do combatente na selva produz no organismo humano. Os resultados desta pesquisa vêm sendo usados para a otimização do desempenho do guerreiro de selva brasileiro.
Mais do que um ZoológicoO Zoológico do CIGS foi idealizado e construído no comando do Tenente Coronel Jorge Teixeira de Oliveira, tendo iniciado suas atividades em 1967, com o objetivo de transmitir aos alunos dos Cursos de Operações na Selva conhecimentos sobre a fauna amazônica. (...) Atualmente o Zôo possui exemplares de quelônios, jacarés, mamíferos e aves, num total de 175 exemplares de mais de 60 espécies animais amazônicos, dentre aves, mamíferos e répteis. Assim, além de servir para aproximar o Exército da sociedade civil, o Zoológico do CIGS cumpre importante papel na formação dos combatentes de selva, pois a instrução referente à sobrevivência na selva culmina com os ensinamentos sobre a utilização da fauna e da flora como fontes de alimento. Essa é uma das maiores tarefas da Divisão de Veterinária do CIGS, responsável pelo Zôo. Além disso, na selva os animais não são vistos com facilidade, e com frequência ocorre que, durante um curso inteiro, os alunos não vêem nenhum animal. Por isto, os animais apresentados têm de ser observados e estudados constantemente, proporcionando subsídios à instrução.
O Centro de Pesquisas da Fauna e da Flora da Amazônia (CPFFAM) “Zoológico do CIGS 1967” foi implantado na estrutura existente do antigo zoológico do CIGS, tendo sido inaugurado em 1999. A partir daí, com o aperfeiçoamento da infra-estrutura geral e da restauração do complexo hospitalar veterinário, passou a realizar e apoiar pesquisas e atividades acadêmicas em cooperação com Instituições nacionais, na área do zoológico e no Campo de Instrução do CIGS. O CPFFAM desenvolve também os estágios supervisionados obrigatórios para discentes de medicina veterinária em fase final de conclusão de curso, que têm como objetivo o aprendizado teórico-prático em medicina de animais silvestres amazônicos. O CPFFAM colabora ainda com instituições de ensino públicas e privadas, prestando serviços à comunidade da região metropolitana de Manaus-AM, que vão desde visitações ao zoológico e assistência em projetos de desenvolvimento sustentável em área do CIGS, até a recuperação de animais silvestres. Em conjunto com instituições nacionais, vem desenvolvendo pesquisas, enriquecendo o conhecimento científico mundial sobre as questões de fauna e flora amazônicas, em parcerias com diversas Instituições nacionais.
Atenção aos DetalhesO papel do CIGS e de sua Divisão de Doutrina e Pesquisa no aperfeiçoamento do combatente de selva brasileiro vai muito além de pesquisar e ensinar a construção e uso de abrigos e armadilhas, emprego de armas e equipamentos, etc. Chega-se ao nível de detalhar, por exemplo, o tipo de tecido ideal para uso nos uniformes, a técnica de amarração ideal dos cadarços usados nos coturnos, a composição da ração operacional, o projeto de uma rede de selva adequada, e muitos outros. A definição de um tecido ideal para ser usado na confecção dos uniformes foi tarefa para vários anos, até se chegar ao modelo atual, com percentuais ideais de poliéster e algodão, de forma a permitir a secagem rápida do uniforme, constantemente exposto à umidade, sem que apresente desconforto ao militar. O mesmo empenho foi aplicado ao estabelecimento da técnica de amarração dos cadarços dos coturnos, de modo a permitir sua rápida desamarração ou mesmo o corte com faca, para que o combatente possa liberar rapidamente seu equipamento e nadar com maior desenvoltura, se isso significar sua sobrevivência na hipótese de, por exemplo, cair em águas profundas e turbulentas. A definição da composição da ração operacional também mereceu por parte do CIGS intensos estudos, incluindo a análise de rações utilizadas por exércitos de outros países. (...) Também faz parte das responsabilidades do CIGS instruir os participantes dos Cursos de Operações na Selva sobre o correto uso dos recursos da floresta, seja para a construção de armadilhas (voltadas aos oponentes, ou à caça e pesca), cuidados com animais peçonhentos, e como usar animais e vegetais para os mais diversos fins, incluindo a alimentação. Frutas e animais comestíveis abundam na floresta, assim como os venenosos ou tóxicos. (...) Para permitir que o guerreiro de selva possa manter e recuperar suas energias, com repouso e conforto adequados, e mantendo-se a salvo de mosquitos, ofídios, aracnídeos e outros riscos, o CIGS não mediu esforços para desenvolver uma rede de selva ideal. O modelo aprovado e em uso atualmente possui mosquiteiro, toldo para abrigo da chuva (que, sendo impermeável, também pode ser usado para recolher a água da mesma), compartimento na parte inferior para armazenar as armas e os equipamentos individuais do combatente, e tirantes de lona resistentes nas laterais, que permitem sua transformação em uma maca improvisada, simplesmente passando-se duas hastes de madeira nas laterais.
– Blog e Livro
Os artigos relativos ao “Projeto–Aventura Desafiando o Rio–Mar”, Descendo o Solimões (2008/2009), Descendo o Rio Negro (2009/2010), Descendo o Amazonas I (2010/2011), e da “Travessia da Laguna dos Patos I (2011), estão reproduzidos, na íntegra, ricamente ilustrados, no Blog http://desafiandooriomar.blogspot.com.
O livro “Desafiando o Rio–Mar – Descendo o Solimões” está sendo comercializado, em Porto Alegre, na Livraria EDIPUCRS – PUCRS, na rede da Livraria Cultura (http://www.livrariacultura.com.br) e na Livraria Dinamic – Colégio Militar de Porto Alegre. Pode ainda ser adquirido através do e–mail: hiramrsilva@gmail.com.
Para visualizar, parcialmente, o livro acesse o link:
http://books.google.com.br/books?id=6UV4DpCy_VYC&printsec=frontcover#v=onepage&q&f=false.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva
Professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA); Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS)
Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar (IDMM); Vice Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - RS (AHIMTB); Acadêmico da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB); Membro do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS); Colaborador Emérito da Liga de Defesa Nacional.
Site: http://www.amazoniaenossaselva.com.br
Blog: http://desafiandooriomar.blogspot.com
E–mail: hiramrs@terra.com.br
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