Nada espanta mais o medroso do que ele sentir ter alguma coragem-(Gudé).
Por José Eugênio Maciel
“Namorar não é loucura, é mostrar que você
não é louco de querer ficar sozinho”.
Cristiano Deon
Amar é aspirar. Inspirar. Respirar. Transpirar. É perder fôlego. É ter fogo.
Quando o amor acontece, tudo acontece. E nada acontece.
O amor faz o ser amado se tornar um imenso jardim. O coração é a flor amada.
O amor é conquista, não uma luta. É batalha armada pela sedução, ganha quem se entrega, preso pela liberdade alcançada.
É esquecer a vida e apenas lembrar-se da pessoa amada. É querer sempre. Sempre sem querer de parar de querer.
Amar é olhar para todos os olhares que o ser amado olha. Enxergar-se em cada olhar que o seu amor dá. É troca de olhares. É fechar os olhos. É abri-los sem se importar o que se vê, mas ver-se em tudo que o amor mostra. É cegar-se para tatear.
O amor é cumplicidade sem subserviência. É ter segredo que apenas secretamente o outro sabe. É abrir-se e fechar-se freneticamente nos braços que se envolvem, nas pernas que se movem, se cruzam.
Amar é ler pensamentos, compreender palavras que ainda não foram ditas e até não serão pronunciadas. Amar é saber o que irá ouvir e desejar enormemente escutar. É ler Romeu e Julieta sem ter medo que o seu final será feliz como a paixão que jamais tem fim.
É cantar e encantar-se. É fazer serenata embaixo da janela e despertá-la com a mais bela canção. Ou inventar na hora uma bela melodia e cantar nos ouvidos, debaixo dos lençóis, para um adormecer sereno.
Amar não é ter dia dos namorados, nem semana, mês, ano. Amar é viver enamorado cada milésimo de segundo como se o dia ainda não tivesse o raiar do sol. Como se a noite não tivesse o luar.
Como se o amor fosse o tempo da paixão intensamente brilho romântico dos namorados feitos lua e sol, ou o sol e a lua no imenso universo infinito sem qualquer separação cósmica. Sejam eles o estrelar e estalar dos beijos como de um só astro.
Amar é o silêncio quando tudo se escuta. É leveza de um pássaro que voa, plana, pousa com a delicadeza da brisa do vento que toca as folhas no momento que os lábios sopram no ouvido do ser amado o sussurro do desejo, da excitação, da volúpia, do gozo.
Amar é pedir. Pender. É perder-se. É pêndulo a pesar a emoção e a razão, tantas vezes invertendo a ordem, transformando a emocionada razão de ser como se não houvesse razão alguma a não ser sentir sem explicar.
Amar é descobrir a outra metade e ser inteiramente amado, sem partir, repartir, e ser não o que antes se era, mas ser o ser amado que agora é, sempre.
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