segunda-feira, 25 de julho de 2011

25 DE JULHO - DIA NACIONAL DO ESCRITOR

No dia 25 de julho de 1960, após a realização do primeiro Festival do Escritor Brasileiro, promovido pela União Brasileira de Escritores – tendo João Peregrino Júnior na presidência, e Jorge Amado, como vice-presidente - foi criado o Dia do Escritor. Uma justa homenagem a todos aqueles que receberam o dom de transcrever em palavras, relatos, histórias, fantasias, sentimentos e vivências.
Um escritor pode nos fazer chorar, rir, ter medo. Um escritor pode nos fazer repensar, mudar de idéia. Um escritor nos leva a viver ou partilhar emoções e experiências, conhecendo lugares e costumes, sem que precisemos sair de casa ou do conforto da cabeceira.
Fundamentalmente, um bom escritor nos deixa profundamente triste quando a história termina.

Aos escritores mourãoenses - parabéns pela data - desejando que continuem com perseverança na difícil tarefa de levar suas mensagens de fé, amor, paz e de esperança para a comunidade!

25 DE JULHO - DIA NACIONAL DO ESCRITOR
Texto de Gabriel Perissé
Transcrito da Revista O Escritor

Para quem por acaso não sabe, 25 de julho foi definido como dia nacional do escritor por decreto governamental, em 1960, após o sucesso do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado naquele ano pela União Brasileira de Escritores, por iniciativa de seu presidente, João Peregrino Júnior, e de seu vice-presidente, Jorge Amado.
Quem se dispõe a abrir um champagne pela data? E o que exatamente vamos comemorar?
A primeira pergunta me lembrou a célebre distinção que o crítico francês Roland Barthes fazia entre écrivant e écrivain.
O écrivant é o escrevente, é aquele que está preocupado em transmitir sua mensagem mediante a palavra, explicando explicitamente, ensinando educadamente. Ele tem uma idéia e quer transmiti-la. E vai transmiti-la sem maiores delongas. Pão pão, queijo queijo.
O escrevente quase não se preocupa com a forma. Na maioria dos casos, nunca se preocupa de forma alguma com a forma. Está concentrado na tarefa de colocar o seu pensamento dentro de um envelope e endereçá-lo corretamente. O envelope é o texto, o livro, o que for base material apenas, veículo. O fundamental, para o escrevente, é que o leitor entenda o conteúdo, e ponto final. O envelope pode ser jogado fora depois.
Já o écrivain, o escritor propriamente dito (ou propriamente escrito), cuida do envelope com o máximo cuidado e estilo. E a carta vai, mesmo com o envelope vazio. Porque o vazio também diz muito. O envelope é a carta. As palavras e as idéias são uma só realidade literária.
O escritor convence graças ao poder de sua paixão pela palavra, e não prioritariamente pela paixão que dedique a uma causa. Ou melhor, a sua causa sempre foi e será a palavra, caminho e céu de todas as causas. E de todas as paixões.
O texto literário nasce das mãos do escritor. O texto do escrevente pode até conter alguns traços literários, mas é um recurso a mais para instrumentalizar melhor a palavra.
A rigor, os escreventes, os que escrevem para vencer, para convencer, para desenvolver teorias e ganhar adesões, deveriam comemorar seu dia em outra data. Talvez no dia do intelectual, ou no dia do retórico, ou no dia do autor de teses.
No dia do escritor comemoramos a solidão diante da palavra, a verdade, o medo, a alegria, o amor indizíveis de só saber escrever.

(Gabriel Perissé é autor dos livros \ “Ler, pensar e escrever\" (Ed. Arte e Ciência) e \"O leitor criativo\" (Omega Editora). Recentemente lançou \"Palavra e origens\".


Imagens da Internet - fotoformatação (PVeiga).

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